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Mães que tiveram filhos por parto normal ou


natural têm mais facilidade para amamentar, diz
estudo
Pesquisa avaliou os desafios na amamentação relatados por 269 puérperas de MG; OMS
recomenda aleitamento materno exclusivo até os 6 meses do bebê

Por Por Fernanda Bassette, da Agência Einstein


21/07/2023 15h08 · Atualizado há 4 horas

Pesquisa realizada na Faculdade de Medicina da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG)


concluiu que mulheres que ganharam seus bebês por meio de um parto normal ou natural
têm mais facilidade para amamentar quando comparadas com as mães que tiveram bebês
após uma cesariana. A Organização Mundial da Saúde (OMS) recomenda que seja feito o
aleitamento materno exclusivo até os seis meses de vida do bebê e diz que a amamentação
pode continuar até os dois anos da criança ou mais.

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Mãe sentada amamentando filho no colo — Foto: MART PRODUCTION/ Pexels

A pesquisa foi feita através de um questionário aplicado em 269 puérperas que eram
acompanhadas no Ambulatório de Amamentação do Centro de Saúde da Vila Maria, em Belo
Horizonte (MG), durante agosto de 2019 e julho de 2022. As mulheres responderam a um
questionário e foram separadas em dois grupos: as que tiveram dificuldades para
amamentar e as que não tiveram problemas. Ao cruzar os dados, os pesquisadores
observaram que havia uma associação entre a via do parto e as dificuldades – as mulheres
que tiveram seus filhos por meio da cesariana relatavam mais problemas.

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O parto natural é aquele em que o bebê nasce pela via vaginal, sem nenhuma interferência
dos profissionais de saúde. Já no parto normal, o bebê também nasce pela via vaginal, mas a
mulher pode receber algumas intervenções durante o trabalho de parto, entre elas algum
tipo de analgesia, medicamentos para indução ou até mesmo o uso de algum instrumento,
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caso seja necessário. Já a cesariana é um parto cirúrgico em que o bebê é retirado


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diretamente da barriga da mãe. Amamentação Entrar

As puérperas responderam a um questionário e mais da metade delas (51,1%) relatou ter


dificuldades na amamentação, sendo a dor a queixa mais comum. Outras reclamações
apontadas foram fissuras no seio, feridas e empedramento do leite na mama. Segundo o
levantamento da UFMG, no grupo de mulheres que não tiveram dificuldades para
amamentar, quase 75% tiveram seus bebês por meio de parto normal ou natural, e 25%
tiveram os bebês por meio de cesárea.

O tipo de alimentação oferecida ao recém-nascido também afetou a questão do


aleitamento. Segundo o levantamento, entre as mães que não tiveram dificuldades, 94%
delas ofereciam alimentação materna exclusiva aos seus bebês, enquanto apenas 5,4%
ofereciam uma amamentação mista ou complementada.

Outro fator de interferência na amamentação foi o fato de o bebê ter mamado ou não
imediatamente na primeira hora de vida – a chamada "golden hour". Entre os bebês que
mamaram na primeira hora, 89,1% das mães relataram não ter tido problemas no decorrer da
amamentação, enquanto no caso das crianças que não mamaram, esse número caiu para
76,3%.

Segundo Natália Turano Monteiro, especialista em amamentação do Hospital Israelita Albert


Einstein, a mãe que se submete a uma cesárea, que é um procedimento cirúrgico, pode
apresentar inicialmente mais dificuldades para amamentar devido às consequências da
cirurgia.

Além disso, explica Natália, quanto mais a criança suga o seio da mãe, maior a liberação de
hormônios (principalmente a ocitocina e a prolactina) que são essenciais para a adequada
produção do leite. “A golden hour é muito importante na amamentação e facilita o processo
do aleitamento, o aprendizado, favorece o contato pele a pele da mãe com o bebê e faz
com que a criança seja amamentada no momento em que ainda está muito alerta e ativa
[devido a todo o processo do nascimento]”, explica.

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Outro fator que pode ajudar a explicar por que as mulheres que fazem cesárea podem
apresentar mais dificuldades para amamentar está relacionado à facilidade de manejar a
amamentação. Segundo Natália, quando a mãe passa por um parto normal/natural, ela
possui uma recuperação mais rápida e normalmente está mais preparada fisicamente para
o processo do aleitamento, justamente porque não passou por um parto cirúrgico.

“Ela tem mais facilidade nas posições de amamentar, para posicionar o bebê no seio sem
precisar de auxílio, sente menos dor e sofre menos interferência do processo anestésico.
Quando a mulher passa pela cesárea, ela pode ficar mais debilitada fisicamente, não só no
pós-parto imediato, mas também na sua recuperação”, diz a especialista.

Tem ainda a questão hormonal associada ao tipo de parto – o que também influencia na
amamentação. Durante o trabalho de parto, a mulher libera vários hormônios (entre eles a
ocitocina e a prolactina) que facilitam o processo da amamentação. É como se o corpo da
mulher se preparasse para o parto de uma forma fisiológica. "Ao entrar em trabalho de parto,
a mulher está preparada para ganhar o bebê e amamentá-lo porque o corpo dela se
harmonizou para isso", explicou Natália.

O mesmo pode não acontecer com a mulher que tem o filho por meio de uma cesárea
agendada. Como ela não entra em trabalho de parto, é como se ela interrompesse todo esse
processo fisiológico de preparação do corpo para os processos que estão por vir, entre eles, a
amamentação. "Muitas vezes, o corpo dessa mulher ainda não está totalmente preparado.
Assim, essas mães podem ter um atraso na descida do leite e precisar de apoio profissional
para auxiliar na amamentação", disse.

Outro fator que pode interferir, segundo Natália, é que quando a mulher entra em trabalho de
parto, as taxas de bebês nascidos a termo são maiores – são bebês que estão "prontos" para a
amamentação. Por outro lado, quando falamos de um parto agendado (muitas vezes quando
o bebê está com 37 ou 38 semanas de gestação), esses bebês são considerados "a termo
precoce", ou seja, ainda são neurologicamente mais imaturos, por isso não estariam
totalmente maduros para a amamentação.

"Por isso, é tão importante respeitarmos a questão do processo fisiológico do parto. Muitas
mulheres podem escolher ter o parto cesárea, devemos respeitar o seu desejo e a sua escolha,
mas seria fundamental esperar o corpo entrar em trabalho de parto e dar os sinais de que
está tudo pronto para o nascimento do bebê. Precisamos da maturidade desse bebê para ele
sugar corretamente e isso auxiliar no processo da amamentação", alertou a especialista.

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Segundo a pesquisa da UFMG, o uso da chupeta e da mamadeira também foram
marcadores de dificuldades na amamentação. Entre as mães que ofereceram chupeta para
seus bebês, 44,4% relataram dificuldades no aleitamento. Entre aquelas que ofereceram a
mamadeira como complemento nutricional, 20% afirmaram ter tido problemas com a
amamentação.

Segundo Natália, não é recomendado oferecer bicos artificiais para os recém-nascidos


porque eles podem causar uma confusão de sucção e dificultar o aprendizado dessa criança
para mamar no peito. O uso da chupeta tem sido frequentemente relacionado a um período
mais curto de aleitamento materno e aleitamento materno exclusivo em diversos estudos
observacionais. Há evidências de que crianças que utilizam chupeta tendem a desmamar
precocemente em comparação com aquelas que não a utilizam.

No entanto, as recomendações para uso de chupeta variam. A Organização Mundial da


Saúde (OMS) desencoraja o uso em crianças amamentadas, sendo essa recomendação parte
de um dos “Dez Passos para o Sucesso do Aleitamento Materno”. Por outro lado, a Academia
Americana de Pediatria (AAP) recomenda a introdução da chupeta para a prevenção da
síndrome da morte súbita do lactente somente após o aleitamento materno estar bem
estabelecido, quando a criança estiver em torno de três a quatro semanas de vida.

“Uma mãe que nunca teve bebê não sabe se o bebê está procurando o peito por uma
necessidade de sucção ou se ainda está com fome. Muitas vezes a criança não mamou direito,
mas a mãe acha que a criança está querendo sugar por uma necessidade de sucção. Esse
choro deixa a mãe aflita e ela oferece a chupeta. O bebê adormece porque acalma, mas
continua com fome”, disse Natália, que complementa: “Além de poder causar essa confusão
de bicos, muitas vezes a mulher não tem a produção de leite de acordo com a demanda do
bebê. E dar a chupeta interrompe esse processo fisiológico”.

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Já com relação à mamadeira, além da possível confusão de bicos, tem ainda a questão do
fluxo do leite. Quando o bebê mama no peito, ele exercita vários músculos orofaciais
importantes para o seu adequado crescimento. Quando mama na mamadeira, exercita
menos. “Para conseguir sugar o leite do seio, o bebê precisa fazer mais esforço, enquanto na
mamadeira o fluxo de leite é maior e mais fácil. Os bebês que usam mamadeira podem se
acostumar com esse fluxo maior de leite e quando vão mamar no seio reclamam, sugam
menos, e com isso a mãe pode ter a redução da produção de leite devido à falta de estímulo
adequado”, explicou.

Natália ressalta, no entanto, que existem situações em que as mulheres têm dificuldades para
amamentar ou não podem fazer o aleitamento por alguma razão (ter alguma doença que a
impede de amamentar, ou usar alguma medicação que contraindique a amamentação, ou
até mesmo aquelas que não desejam amamentar). Para essas situações específicas, podem
ser ofertados outros métodos depois de uma avaliação profissional.

Diante disso, a especialista destaca que é importante respeitar a escolha da mulher sobre o
tipo de parto que ela quer e se ela pretende ou não amamentar o seu bebê. O ideal é que
essa mãe receba apoio familiar e, se necessário, ajuda profissional para a escolha do melhor
método de alimentação para o seu filho.

“Amamentar parece ser muito fácil, mas não é. A principal orientação é que a mulher
busque orientação profissional desde o pré-natal, na maternidade e no pós-parto, onde
acontecem as principais intercorrências da amamentação. Após o nascimento, ela precisa
contar com a rede de apoio, que é a família, o companheiro (a), os amigos, porque amamentar
é um processo muito solitário e desafiador para a mulher”, completou a especialista.

Fonte: Agência Einstein

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