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ESTÁCIO DE PORTAS ABERTAS - OUTUBRO ROSA

20 DE OUTUBRO DE 2018

Grupo: Ana Gabriela Queiroz, Deborah Alves, Jaqueline Guilon, Karoliny Teixeira, Lílian Ávila,
Maria Gabriela Carriço, Nathalia Fontes, Sabrina Braga e Thifani Alexandre.

UNIVERSIDADE ESTÁCIO DE SÁ - 2018.2


O QUE É
VIOLÊNCIA
OBSTÉTRICA?

Qualquer ato ou intervenção direcionado à mulher, parturiente, que acaba de dar à


luz ou ao seu bebê, é considerado violência obstétrica se for praticado sem a
informação ou consentimento explícito da mulher ou se desrespeitar sua autonomia,
sua integridade física e mental, seus sentimentos, suas opções e suas preferências.
EXEMPLOS DE VIOLÊNCIA OBSTÉTRICA
 Ter o atendimento negado ou dificultado no hospital.
 Impedir que a gestante seja acompanhada durante o processo de parto.
 Aplicação desnecessária de ocitocina para acelerar o trabalho de parto.
 Ser privada do contato com o bebê na primeira hora de vida, salvo em casos de
emergência.
 Não poder tomar água ou comer durante o trabalho de parto.
 Sofrer exames de toque desnecessários e por vários profissionais.
 Não receber medicamentos para aliviar a dor quando solicitar.
 Ser obrigada à administração de medicamentos para aliviar a dor.
 Exigir lavagem intestinal.
 Receber procedimentos médicos sem ser consultada.
 Ser deixada sozinha, isolada ou trancada.
 Ter alguma parte do corpo amarrada.
 Ser obrigada a parir deitada (posição de litotomia).
 Ser induzida a fazer ou agendar cesárea sem necessidade.
 Fazer parto com uso de fórceps sem necessidade.
 Sofrer episiotomia sem necessidade ou consentimento.
 Receber o ponto do marido.
 Ser xingada ou ridicularizada durante o parto.
 Ser submetida à Manobra de Kristeller.
Impedir que a gestante seja acompanhada
durante o processo de parto
LEI Nº 11.108, DE 7 DE ABRIL DE 2005.
Altera a Lei no 8.080, de 19 de setembro de 1990, para garantir às parturientes o direito à presença de acompanhante durante o trabalho de parto, parto
e pós-parto imediato, no âmbito do Sistema Único de Saúde - SUS.

O VICE–PRESIDENTE DA REPÚBLICA, no exercício do cargo de PRESIDENTE DA REPÚBLICA Faço saber que o Congresso Nacional decreta e eu
sanciono a seguinte Lei:

Art. 1o O Título II "Do Sistema Único de Saúde" da Lei no 8.080, de 19 de setembro de 1990, passa a vigorar acrescido do seguinte Capítulo VII "Do
Subsistema de Acompanhamento durante o trabalho de parto, parto e pós-parto imediato", e dos arts. 19-J e 19-L:

"CAPÍTULO VII

DO SUBSISTEMA DE ACOMPANHAMENTO DURANTE O TRABALHO DE PARTO, PARTO E PÓS-PARTO IMEDIATO

Art. 19-J. Os serviços de saúde do Sistema Único de Saúde - SUS, da rede própria ou conveniada,
ficam obrigados a permitir a presença, junto à parturiente, de 1 (um) acompanhante durante todo
o período de trabalho de parto, parto e pós-parto imediato.

§ 1o O acompanhante de que trata o caput deste artigo será indicado pela parturiente.

§ 2o As ações destinadas a viabilizar o pleno exercício dos direitos de que trata este artigo
constarão do regulamento da lei, a ser elaborado pelo órgão competente do Poder Executivo.

Art. 19-L. (VETADO)“

Art. 2o Esta Lei entra em vigor na data de sua publicação.

Brasília, 7 de abril de 2005; 184o da Independência e 117o da República.


Aplicação desnecessária de ocitocina para acelerar o
trabalho de parto
A ocitocina natural também é conhecida como o hormônio do amor. É o hormônio responsável
pelas contrações do trabalho de parto, assim como a criação do vínculo entre mãe e bebê e a
ejeção do leite materno. A ocitocina sintética serve para estimular as contrações, quando elas
não acontecem de forma eficaz naturalmente.

A maioria das mulheres relata sentir contrações


mais dolorosas quando estão sob efeito de
ocitocina sintética, até mesmo porque a
substância muitas vezes faz com que a duração
das contrações aumente e o intervalo entre elas
diminua, não dando tempo para a mulher
descansar devidamente entre uma contração e
outra.
O uso do “sorinho de rotina” (ocitocina
Mesmo em casos de necessidade, é preciso sintética) para acelerar o parto torna as
explicar os riscos e benefícios do procedimento contrações mais doloridas e intensas, o
para a mulher e pedir seu consentimento. O que que aumenta as chances de sofrimento
acontece com frequência, entretanto, é a fetal, ruptura uterina e hemorragia pós-
parturiente não saber do que se trata o tal parto. Ele só deve ser usado em situações
“sorinho” que botaram dizendo que iria ajudá-la indicadas, e não em todas as gestantes.
a ter o neném mais rápido. Informe-se!
Não poder tomar água ou comer durante o trabalho
de parto

É recomendação da
OMS,
divulgada neste ano
de 2018, que a mulher
possa beber e se
alimentar durante
todo o trabalho de
parto conforme
desejar.
Sofrer exames de toque desnecessários e por vários
profissionais
Cada exame de toque aumenta a chance de infecção, especialmente se a bolsa já tiver
estourado, fora a possível dor para a mulher e constrangimento.
Ser obrigada a parir deitada (posição de litotomia)
A posição de litotomia, ou seja, deitada, é a pior posição para parir, pois atua contra a
gravidade, aumentando a chance de laceração e retardando o parto. As melhores posições são
as verticalizadas e é recomendação da OMS que a mulher possa tanto se movimentar
livremente durante o trabalho de parto quanto escolher a posição em que queira dar à luz.
Ser induzida a fazer ou agendar cesárea sem
necessidade
Sofrer episiotomia sem necessidade ou
consentimento
A episiotomia é um corte realizado entre o
orifício da vagina e o ânus, na área denominada
de períneo. A episiotomia não é entendida
como violência obstétrica de forma absoluta,
apenas quando usada sem necessidade.

Porém, é preciso sempre informar à mulher


sobre o procedimento e pedir autorização
antes de fazê-lo. Episiotomia sem
consentimento é violência obstétrica, quer o
profissional veja necessidade para fazê-la ou
não.
Amostragem: 100 entrevistadas

Fonte: Pesquisa Comparativa “Episiotomia x Laceração Natural”.


Autora: Sabrina Braga Castanheira. Ano: 2016.
Receber o “ponto do marido”
Amostragem: 100 entrevistadas

Cenário Episiotomia

Cenário Laceração Natural

Fonte: Pesquisa Comparativa “Episiotomia x Laceração Natural”.


Autora: Sabrina Braga Castanheira. Ano: 2016.
Ser xingada ou ridicularizada durante o parto
Ser submetida à Manobra de Kristeller
Exemplos de Violência Obstétrica na Gestação

Relato de Angela Gasparini


Exemplo de Violência Obstétrica na Amamentação

Relato de Jessica Mayara


CONSEQUÊNCIAS DA VIOLÊNCIA OBSTÉTRICA
Um procedimento desrespeitoso nesse momento tão delicado faz com que muitas
mulheres tenham sequelas semelhantes à de vítimas de estupro.

 Rejeição ao próprio corpo;


 Medo de relações sexuais;
 Complicações de saúde;
 Ansiedade e medo de outra gestação;
 Depressão pós-parto.

É importante que nestes casos a mulher procure


ajuda qualificada, como médico ou psicólogo de
acordo com o necessário.
DESMISTIFICAÇÃO DO SABER MÉDICO
Há uma visão do médico como
detentor da verdade, do
conhecimento, mas isso nem sempre é
verdade. Tanto nós podemos ir atrás
de informação por fora, como os
médicos também podem estar
errados. Tem os que não se atualizam
e a medicina está em constante
evolução. Outros preferem realizar
certas condutas por conveniência,
porque é o mais fácil, o mais rápido, o
mais prático ou o mais lucrativo.

Em várias outras situações as pessoas costumam buscar segundas, terceiras, quartas


opiniões, mas com obstetras é difícil, pois uma notícia ruim assusta mais quando se está
grávida. Porém, é preciso correr atrás de informação correta, das recomendações da OMS,
das normas do nosso país, que muitos profissionais não seguem. O conhecimento está aí
disponível para todos, hoje com muito mais facilidade do que antigamente. Usufrua e
empodere-se!
BUSCANDO INFORMAÇÃO BASEADA EM
EVIDÊNCIAS
O congresso Sia Parto que ocorre no Brasil está trazendo constantemente estudos e
pesquisas nacionais e internacionais sobre o atendimento ao parto, amamentação e
cuidados com o recém-nascido. Você também pode participar do grupo do facebook Parto
Natural se este for seu interesse, existe a roda Toque de Mãe em Volta Redonda, e
recomendamos seguir os profissionais Erica de Paula, Melania Amorim, Ana Cristina Duarte,
Paulo Noronha, Bernardette Bousada e Braulio Zorzella em suas contas de facebook e
instagram, pois estão sempre postando informações importantes. Também indicamo seguir
as contas de instagram @trottaebeirizadvocacia e @violenciaobstetrica_ruth.

Também recomendamos os filmes/documentários O Renascimento do Parto (trilogia) e que


procure sites que tenham a tradução das recomendações da OMS para atendimento ao
parto, ou os próprios textos originais em inglês da organização.
MAIS RELATOS
a b or to
e m ca so de
stétri ca
nc ia Ob
Vi ol ê
DENUNCIANDO A VIOLÊNCIA OBSTÉTRICA
REFERÊNCIAS
World Health Organization recommendations: intrapartum care for a positive childbirth
experience
http://www.who.int/reproductivehealth/publications/intrapartum-care-guidelines/en/.
2018.

Pesquisa Comparativa “Episiotomia x Laceração Natural”. Autora: Sabrina Braga


Castanheira. Ano: 2016.

Relatos dos grupos de facebook “Parto Natural” e “Parto do Princípio”.

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