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Violência

Obstétrica
Introdução
Gravidez é um momento muito especial para a mulher e seus familiares. É um período que
deve ser levado com muito cuidado e atenção. No entanto, muitas mulheres passam por
experiências traumáticas.
Entenda a violência obstétrica, o que é, como identificar, quais os tipos.
A violência obstétrica é um tema não muito falado no dia a dia e, por isso, pode passar
despercebido por quem não sabe o que realmente significa. Desde o ano de 2023 foi
considerado como crime de acordo com o Projeto de Lei 190/23 que alterou o Código Penal
para que se tornasse crime a conduta do profissional de saúde que ofende a integridade física
da mulher,sendo ela, gestante, parturiente ou puérpera.
Esse tipo de violência por muitas vezes é banalizada pelo simples fato de que não tem a
mesma visibilidade de outras agressões.
Portanto, a melhor maneira de evitar esse tipo de situação, é saber o que é violência
obstétrica.
Quais os tipos de violência obstétrica?
Abuso físico

Ele acontece quando as mulheres são privadas de melhores


alternativas para sua saúde e quando sua integridade corporal é
desrespeitada. E, dessa forma, existem mais danos do que
ganhos para a mulher.
Violência obstétrica
verbal e emocional

Esse tipo de violência consiste em falas que constrangem a mulher ou que a


culpam por algum motivo. Por exemplo, quando um profissional culpa a mulher
pela complicação do parto ou quando ele diz algo que tem como objetivo
persuadi-la a aceitar alguma prática, como a realizar uma episiotomia.

Qualquer fala que fira a liberdade de escolha da mulher também pode ser
considerada uma forma de violência.
Outros tipos de violência Obstétrica:
Episiotomia

Corte feito no períneo da mulher


(entre a vagina e o ânus), no final do
parto, quando o bebê está saindo,
com a desculpa de "acelerar o parto'

Exame de toque em excesso


O excesso de exames de toque pode
aumentar o risco de infecçõess, além
de constranger a paciente com o
excesso.
Outros tipos de violência Obstétrica:
Contato pele a pele negado
O contato pele a pele acalma o bebê e a mãe, além de
auxiliar na estabilização sanguínea e nos batimentos
cardíacos e na respiração da criança. Logo, impedindo
esse contato sem algum tipo de necessidade pode
ocasionar complicações no vínculo materno inicial.

Manobra de kristeller
É uma técnica agressiva, que consiste em
pressionar a parte superior do útero para
acelerar a saída do bebê, o que pode causar
lesões graves.
Outros tipos de violência Obstétrica:

Negar Analgésico
A negação a analgesia ou a utilização do mesmo sem autorização,
se torna violência em ambas as situações, uma vez que a
parturiente deve ser a protagonista de suas decisões durante o
parto, a não ser que haja indicação médica para um dos dois casos,
sendo que mesmo assim é necessário o consentimento da
paciente.

Lei do Acompanhante
A Lei nº 8.080 garante às parturientes o direito à presença de
acompanhante durante o trabalho de parto, parto e pós-parto
imediato. Logo, uma vez sendo negado está sendo cometido
um crime.
Epidemia das cesarianas

Uma cesária pode ser considerada um exemplo de violência obstétrica, caso não
seja realizada com uma correta prescrição.
A pesquisa Nascer, coordenada pela Escola Nacional de Saúde Pública (ENSP-
Fiocruz), revelou que no setor público as cesarianas chegam a 46% no Brasil.
Números que englobam serviços do SUS e os contratados do setor privado.

O problema é que, de acordo com a OMS, esse número deveria ser abaixo de 15%,
já que as cesáreas podem oferecer riscos para a saúde da mãe e do bebê.
Cesárias no Brasil
O Brasil é o 2° país com a maior porcentagem de cesárias no
mundo, com 57,7%.
O ideal, segundo a OMS, é de 15%

NOS HOSPITAIS PRIVADOS, 90% DOS PARTOS SÃO


REALIZADOS POR CESÁRia, ENQUANTO NA REDE
PÚBLICA, SÃO 40%.

65% DAS CESARIANAS SÃO CONSIDERADAS


DESNECESSÁRIAS.

UMA EM CADA MIL MULHERES QUE FAZEM CESARIANA MORREM EM


CONSEQUÊNCIA DA CIRURGIA.
Violência obstétrica: 61% das vítimas são
mulheres negras

Um levantamento realizado pelo Painel de


Monitoramento de Mortalidade Materna do
Brasil revela que a grande maioria das vítimas
de violência
obstétrica no Brasil são as mulheres negras.
A pesquisa foi feita com base nos dados do
Ministério da Saúde e mostra que 61,3% das
vítimas são as gestantes negras.
4 dicas para indentificar uma violência obstétrica:

• Se informe sobre o que é a violência obstétrica

• Informe seu acompanhante sobre o que é a violência e quais medidas podem ser tomadas

• Crie um plano de parto junto com seu obstetra, nele pode constar informações a respeito
dos procedimentos que podem ou não ser realizados no momento do nascimento do
bebê

• Lembrando, que, caso aconteça não é culpa da parturiente. Em


caso de violência ligue para o 180 ou para 136 (disque saúde)
A mulher é protagonista da sua história e deve ter poder de decisão sobre seu corpo,
liberdade para dar à luz e acesso a uma assistência à saúde adequada, respeitosa e
humanizada.

Então, nesses casos, não se cale


Daiane Félix, Fernanda Santos, Larissa Almeida
REFERÊNCIA :
https://scholar.google.com.br/scholar

https://www.naosecale.ms.gov.br/violencia-obstetrica/

https://blog.memed.com.br/violencia-obstetrica-o-que-e/

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