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Aborto e Cultura do Estupro:

Reflexões sobre o Impacto na


Estrutura Social

Grupo:
•Aila Nogueira
•Airton Toshio
•Alexandre Rodrigues
•Izadora Resende
•Júlia Santos
•Lucas Sales
•Maria Inez Santos
•Mariana Santos
•Vanessa Muniz
Introdução – Aborto
O aborto é um tema complexo e controverso que envolve considerações éticas, morais,
religiosas e legais. Refere-se à interrupção voluntária ou involuntária da gravidez,
levantando questões sobre direitos reprodutivos, autonomia da mulher, e o valor atribuído à
vida fetal. A discussão sobre o aborto abrange uma variedade de perspectivas, desde
aquelas que enfatizam os direitos da mulher à escolha até aquelas que defendem a proteção
integral da vida desde a concepção. Neste contexto, é crucial explorar as diferentes visões e
argumentos para compreender as complexidades subjacentes a esse tema sensível. À
medida que avançamos nesta discussão, é crucial reconhecer não apenas as dimensões
éticas e legais, mas também as implicações sociais, econômicas e de saúde
pública associadas ao aborto.
Introdução – Cultura do Estupro
A cultura do estupro é um fenômeno complexo que lança luz sobre um conflito profundo na
vida social contemporânea. Este tema intriga não apenas pela sua manifestação evidente,
mas também pela oportunidade que oferece para explorar dilemas éticos que, em última
análise, podem catalisar um amadurecimento nas relações sociais. Ao examinar este
fenômeno, emerge a questão crucial: a cultura do estupro é um reflexo de falhas inerentes
em nossas interações sociais, exigindo maturidade para confrontar e superar, ou é uma
expressão intricada do reconhecimento das diversidades no ethos e nos costumes,
demandando uma análise cuidadosa de como abordamos a complexidade das relações
interpessoais? Este trabalho busca explorar a interseção entre ética, amadurecimento e
diversidade na trama da cultura do estupro.
Menina de dez anos é
estuprada pelo tio
Gravidez de uma menina de 10 anos foi
revelada no dia 7 de agosto de 2020, quando a
menina foi ao hospital, na cidade de São
Mateus, se queixando de dores abominais. A
menina relatou que começou a ser estuprada
pelo próprio tio desde que tinha 6 anos e que
não o denunciou porque era ameaçada.
Gestação causava
profundo sofrimento
A menina já havia tomado a decisão de que não queria
dar seguimento à gravidez. As assistentes sociais
declararam em depoimento que a menina queria
interromper a gravidez e que entrava em desespero,
gritava, chorava e repetia que não queria continuar a
gestação toda vez que entrava no assunto.
Um dos profissionais que atendeu a criança relata, na
decisão judicial, que “ela apertava contra o peito um urso
de pelúcia e só de tocar no assunto da gestação entrava
em profundo sofrimento, gritava, chorava e negava a todo
instante, apenas reafirmando não querer".
Protesto em frente ao
hospital
Manifestantes ligados a religiões protestaram no
dia 16 de agosto de 2020, do lado de fora da
unidade de saúde. Manifestantes chegaram a
gritar "assassino" para tentar atacar o médico
responsável pelo procedimento autorizado pela
Justiça.
Os integrantes do protesto tentaram impedir que
o diretor do hospital entrasse na unidade de
saúde. Houve tumulto, com um grupo tentando
invadir o local. A Polícia Militar foi acionada e
fez isolamento da unidade de saúde.
Gestação interrompida
No dia 15 de agosto uma equipe médica do Hospital das
clínicas do Espírito Santo se recusou a fazer o procedimento
alegando a avançada idade gestacional de 22 semanas, mesmo
o Tribunal Justiça do Espírito Santo tendo autorizado
judicialmente esse aborto atendendo pedido do Ministério
Público do Espírito Santo.

No dia 17 de agosto de 2020 a menina deu entrada no Centro


Integrado de Saúde Amaury de Medeiros (CISAM), referência
em casos de abortos legais, autorizados pela justiça. Por volta
de 16:30 a menina entrou no hospital e o procedimento foi
finalizado com sucesso por volta de 23:00.
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"Em relação a adolescentes (10 a 19 anos), do total de 119.377 casos de violência sexual, 110.657 (92,7%)
foram contra meninas. E 8.720 (7,3%), contra meninos. A maior parte das notificações, de 2015 a 2021, se
deu na faixa etária de 10 e 14 anos" - G1, 18 de mai. de 2023
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Referente à descriminalização do aborto, você se considera:

"É assassinar uma vida, a


diferença é o tamanho físico
dela e que ela não tem forma
"Sou a favor por ser uma nenhuma de se defender. Há
questão de saúde pública e por vida desde que um óvulo é
achar que se deve ter o direito fecundado e ponto."
de autonomia quando se trata
do próprio corpo"​

"Aborto não é uma questão religiosa e sim de saúde


pública, as mulheres tem que ter o direito e o acesso
a ele, não somente para vítimas de abuso mas para
todas as mulheres. Várias mulheres mais pobres
morrerem por não terem acesso ou dinheiro para
abortar de forma clandestina, enquanto pessoas
mais ricas e que se dizem contra o mesmo pagam ou
"Ninguém tem o direito de tirar a vida de
vão para outros países abortar. Uma pessoa deve
outra pessoa, existem muitos métodos escolher o que ela deseja fazer com o próprio corpo
contraceptivos para se evitar uma e não ser obrigada a cuidar de um fruto de abuso
gravidez indesejada, contudo se ela acontecer, somente porque religiosos não concordam com
a mãe pode optar por entregar o(a) bebê para isso..."
a adoção. Concordo com o aborto somente nos
moldes atuais do STF "a) gravidez de risco à
vida da gestante; b) gravidez resultante de
violência sexual; e c) anencefalia fetal"."
Referente à descriminalização do aborto, você se considera:
"Com a regularização do aborto, a
mulher pode ter acesso ao
acompanhamento médico e
psicológico necessário antes de tomar
"Bom, eu sou contra o aborto a decisão. Assim, a escolha de
pois um feto também é uma vida, realizar ou não o procedimento pode
ele já é considerado um bebê e ser feita de maneira mais consciente
quem nos dá a vida é Deus e só e menos danosa."
ele pode tirar. Por isso sou contra
o aborto."

"Eu sou a favor da descriminalização do aborto


porque cabe a decisão das mulheres decidir se devem
ou não ter o filho. Já é comprovado que
os anticonceptivos não são 100% funcionais, e que
mesmo a pessoa utilizando tem a possibilidade de ter
"Toda mulher tem a opção de uma gravidez. E também, tem o caso de a mulher ser
escolher se quer abortar ou não" estuprada, e ter um filho indesejado e vivendo uma
vida miserável e com traumas."
"Menina de 10 anos estuprada pelo tio no Espírito Santo tem
gravidez interrompida"
Qual a sua opinião referente à este caso?
• "Sou contra qualquer tipo de aborto porque ultrapassa a escolhe da mulher e invade o direito do nascituro. Todavia partindo de um ponto de vista que possuo sobre a minha
religião, entendo que cada um deve ter o direito de escolher se quer ou não fazer o aborto com base no livre arbítrio e as consequências serão tratadas diretamente com
Deus. Ou seja, se não é a favor do aborto, é só não fazer…"

• "Uma menina tão jovem passar por uma atrocidade dessa que irá marcar ela pelo o resto da vida e ainda ser julgada por muitas pessoas da sociedade só demonstra que no
final a vida da mãe no final pouco importa"

• "Concordo com o aborto neste caso, contudo que ele seja realizado até o primeiro trimestre de gestação. Caso ultrapasse esse período a mãe deve ser aconselhada a
encaminhar a criança para a adoção, e não tirar a vida do bebê que já esta bem desenvolvido. E quanto ao tio sou favorável a castração química e prisão perpétua com
trabalho forçado, para no mínimo cobrir suas despesas com o Estado."

• "Dói saber que matar um bebê é algo que está em discussão, acho que isso mostra o pq do mundo esta indo de mal a pior, a vida está cada vez mais valendo menos"

• "Procedimento desnecessário. A gestação da garota já estava no último trimestre"

• "O aborto no caso foi a melhor opção. Quanto aos protestos, acredito ser uma visão errada impedir algo que já foi julgado e aprovado pela justiça."

• "A descriminalização do aborto, abrirá brecha para as mulheres abortarem por qualquer razão, sendo que não há justificativa para matar qualquer vida que seja."

• "Acho que foi uma decisão correta! Ela não tinha condições físicas e psíquicas de ter essa criança"
"Menina de 10 anos estuprada pelo tio no Espírito Santo tem
gravidez interrompida"
Qual a sua opinião referente à este caso?
• "Imagine para o psicológico de uma garota de 10 anos de idade ter um filho de um abuso que ocorre a 4 anos. Não somente isso, como também
os riscos de uma menina tão nova dar a luz, podem ser fatal para o próprio corpo. Mas é claro que ela tem que ter o bebê e por a vida em risco
porque um monte de religiosos estão dizendo. Mas tá tudo bem depois que o bebê tiver nascido e for abandonado, ou mal cuidado aí fod..., não é
problema da igreja "Vamos amar e proteger enquanto não nasceu, despois que nasceu aí não é problema nosso..." Bando de hipócrita do car..."

• "Assuntos como esse tem que ser discutido entre pais e filhos para que numa situação de violência a mulher encontre apoio dentro de casa."

• "É uma criança que passou por um trauma com sequelas permanentes e que não merecia carregar o peso de uma gestação indesejada fruto de
um estupro. As pessoas que defendem isto não estão pensando em momento algum nessa criança."

• "Um absurdo, um casa que não deveria ter como opção prosseguir com a gravidez e muito mesmo em prol de religião"

• "Como mulher, eu me sinto totalmente envolvida e emocionada com a situação, porque poderia acontecer comigo também. Além de me sentir
desacreditada e insegura com o mundo, porque como podemos andar na rua sem ter medo? Como pegar um Uber sem ter medo? Acaba com o
emocional da pessoa, além de fazerem feridas internas que podem ou não serem curadas, podendo levar até a pessoa se suicidar."

• "É triste demais quando isso acontece, mas se a pessoa chegar a engravidar eu continuo sendo contra o aborto."

• "Um crime absurdo! Sem igual, e infelizmente no país em que vivemos não existe uma rede de apoio efetiva para ajudar essas pessoas."

• "A descriminalização do aborto até 12 semanas, não se diz a respeito sobre opiniões políticas ou religiosas e sim sobre o a questão do impacto
do aborto clandestino na saúde pública do Brasil e na vidas das mulheres que são submetidas."
"Menina de 10 anos estuprada pelo tio no Espírito Santo tem
gravidez interrompida"
Qual a sua opinião referente à este caso?
• "Concordo com a interrupção da gravidez"
• "Não recrimino a interrupção da gravidez em situações como a da reportagem acima."
• "Um problema não pode gerar outro. Um abordo também causa vários danos emocionais para quem o realiza. Se uma criança foi gerada
fruto de uma violência sexual, essa mulher será ainda mais violentada ao fazer um aborto. E caso ela não deseje ficar com a criança,
pelos traumas do fato, há muitas famílias no país em busca da adoção!"
• "Sou a favor, a criança seria totalmente infeliz e frustrada pela forma que foi concebida."
• "Realizar o procedimento foi totalmente correto. Errados foram os protestantes que tentaram obrigar a criança a manter uma gestação
que foi fruto de uma violência absurda."
• "Casa um deve ser livre para tomar suas próprias decisões"
• "Se for uma gravidez consequente a violência sexual sou a favor do aborto"
• "Se era uma gravidez de risco de 22 semanas, poderiam retirar o feto e tentar prosseguir na incubadora e, se caso sobrevivesse, ser
inserido para adoção. Muitas mulheres desejam ter filho e não conseguem."
• "Eu acho que foi um dos poucos casos em que o governo ACERTOU. A aprovação do aborto nesses casos nao deveria nem ser
discutida. O erro foi apenas divulgareme exporem a vitima. nosso país pena muito em educação sexual e penalização de pedofilos."
• Diante da abordagem de temas tão sensíveis e complexos como o
aborto e a cultura do estupro, a análise dos dados da nossa
pesquisa revelou uma divisão na percepção e opinião das pessoas
sobre essas questões. A constatação de que 53,8% das pessoas se
Conclusão posicionaram a favor, enquanto 46,2% se mostraram contra o aborto,
destaca a existência de diferentes visões e valores dentro da
sociedade.

• Essa divisão reflete a necessidade contínua de diálogo, compreensão e


educação sobre esses assuntos, buscando promover um ambiente onde
as vozes sejam ouvidas e os direitos individuais sejam respeitados. O
debate sobre o aborto e a cultura do estupro vai além das estatísticas,
demandando reflexão ética, contextualização cultural e consideração
pelos direitos humanos.

• É crucial que esses temas sejam discutidos de forma ampla e


inclusiva, levando em consideração as diversas perspectivas e
realidades vivenciadas por diferentes grupos sociais. A partir dessa
reflexão, torna-se evidente a importância de políticas públicas,
educação e conscientização para construir uma sociedade mais justa,
igualitária e respeitosa com os direitos individuais, especialmente os
direitos das mulheres.

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