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Juri simulado

Legalização do aborto
Argumentação segundo código penal, constituição e propostas de lei não vigentes

Segundo o artigo 2 do código civil de 2022: “a personalidade civil da pessoa começa


do nascimento com vida” ... a lei põe salvo desde a concepção os direitos do nascituro.
⤿ Nascituro: é o ser humano concebido, mas ainda não nascido
Segundo o parágrafo primeiro do artigo 121 do código penal “ Se o agente comete o
crime impelido por motivo de relevante valor social ou moral, ou sob o domínio de violenta
emoção, o juiz pode reduzir a pena de um sexto a um terço ou decretar absolvição do réu”
Parágrafo segundo do mesmo artigo: é considerado um homicídio qualificado aquele
que é cometido mediante paga ou promessa de recompensa, por outro motivo torpe ou
fútil.
⤿ fútil é o motivo de somenos importância, banal, que seja desprovido de qualquer
justificativa lógica que possa explicar a conduta praticada.
⤿ Torpe é o motivo repugnante, imoral, que revela perversidade, egoísmo etc.
Artigo 121 emenda IX paragrafo 2° A pena do homicídio contra menor de 14
(quatorze) anos é aumentada de: II - 2/3 (dois terços) se o autor é ascendente, padrasto ou
madrasta, tio, irmão, cônjuge, companheiro, tutor, curador, preceptor ou empregador da
vítima ou por qualquer outro título tiver autoridade sobre ela.
Paragrafo 4° No homicídio culposo, a pena é aumentada de 1/3 (um terço), se o crime
resulta de inobservância de regra técnica de profissão, arte ou ofício, ou se o agente deixa
de prestar imediato socorro à vítima, não procura diminuir as consequências do seu ato, ou
foge para evitar prisão em flagrante. Artigo 13: a omissão penalmente relevante quando o
omitente podia e devia agir para evitar o resultado. Nesse sentido o garantidor é aquela
pessoa que tem por obrigação o dever de cuidado e vigilância do bem jurídico tutelado por
ele.
Parágrafo 5º - O juiz poderá deixar de aplicar a pena se as consequências da infração
atingirem o próprio agente de forma tão grave que a sanção penal se torne desnecessária.
⤿ A primeira emenda do parágrafo sétimo prevê um aumento da pena em 1/3 em caso
feminicídio praticado contra gestantes após o terceiro mês de gravidez ou 3 meses após o
parto
Segundo Art. 5º Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza,
garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do
direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade.
⤿ O nascituro adquire personalidade jurídica ao nascer com vida mesmo que sua natureza
humana seja reconhecida desde a concepção.
⤿ Projeto de lei número 478 de 2007, projeto não vigente. Projeto de proteção ao
nascituro.
⤿ objetores de consciência são pessoas que seguem princípios religiosos, morais ou éticos
de sua consciência, princípios estes que são incompatíveis com o serviço

Autonomia corporal
Em uma situação hipotética onde existe alguém correndo risco de vida e você é a
única pessoa que pode salvar essa pessoa com uma transfusão sanguínea, você não é
obrigado a doar seu sangue. Ninguém pode tirar do seu sangue sem a sua permissão,
mesmo que para salvar outra vida, mesmo que seja um filho seu já nascido. Não estou de
forma alguma dizendo que é ético, mas você não pode ser obrigado a doar sangue sobre
hipótese alguma. De forma semelhante ocorre com a doação de órgãos; você pode optar,
em vida, por não doar seus órgãos mesmo depois de seu falecimento; é uma decisão que,
se esclarecida em vida, não pode ser ignorada por parentes ou pelo hospital. Agora, a
grávida, em vida, não pode optar; sendo que a gravidez pode trazer riscos à vida da
mulher. A própria OMS considera que forçar uma gravidez é uma forma de tortura. Então
está em discussão a disponibilidade de um corpo inteiro de correr riscos durante 9 meses,
não uma agulha em seus braço, não a retirada de órgão pós óbito; mas, mesmo assim, dos
três casos, o único indivíduo que perde o direito de decidir sobre as ações tomadas sobre
o próprio corpo é a mulher grávida. Um corpo morto tem mais autonomia do que uma
mulher grávida no Brasil.

Responsabilização
A lei permite a ocorrência de um aborto em casos de estupro, o que é praticamente
um senso comum. O aborto, nesses casos, pode ser realizado porque a mulher “não tem
culpa” da ocorrência da gravidez, mas se ela “abriu as pernas” ela deve arcar com as
consequências. Então, no fim das contas, não é sobre a vida do embrião que está sendo
discutido, mas sim sobre culpa, punição e controle feminino; já que um homem não corre
riscos durante a gravidez e existem milhares de crianças sem um pai no registro, muitas
vezes apenas a mulher é responsabilizada. Se está sendo considerada que a mulher tem
culpa e por isso ela tem que pagar, a gravidez está sendo utilizada como uma ferramenta
de punição, o que deixa mais evidente ainda que o assunto discutido não é sobre a vida do
embrião, é sobre as pernas abertas

Clínicas de fertilização in vitro


Quando um casal vai em uma dessas clínicas, não é só um embrião é fecundando,
geralmente são fecundados cerca de 8 embriões para mais chance de obtenção de sucesso
na fertilização, mas que apenas 1 ou 2 são de fato implantados. E esses outros 6 embriões?
Geralmente eles são congelados por até 3 anos esperando o casal decidir se vai querer
tentar novamente a fecundação em caso de erro ou se vão tentar um novo filho, os que
sobram são descartados. Em caso de separação do casal eles também são descartados.
Esses embriões descartados muitas vezes são usadas em pesquisas científicas sobre células
tronco. Assim surge a discussão sobre quando começa a vida? A maioria dos cientistas
considera o início da vida à partir do inicio das atividades cerebrais, lá pela 12° semana;
isso ocorre porque quando alguém deixa de possui atividade cerebral ele passa a ser
considerado morto, mesmo que o coração ainda esteja batendo. Sem atividade cerebral ->
sem vida e sem sistema nervoso. Sem sistema nervoso -> sem dor. Mesmo que não exista
unanimidade com relação a quando ocorre o inicio da vida, existem vertentes mais aceitas.
12 semanas para interrupção da gravidez. 14 dias para pesquisas.

Genocídio da população negra


Enquanto homens ricos e brancos ganham dinheiro com clinicas de fertilização in vitro e
mulheres ricas e brancas pagam caro por abortos seguros e até mesmo, muitas vezes,
viajam para a Europa para a realização de abortos legais; mulheres negras morrem na
clandestinidade brasileira. O perfil dessas mulheres, diferente do que se pensa, é de
mulheres cristãs, casadas, sem antecedentes criminais e que já tem filhos e que sabem da
dificuldade que é manter uma gravidez e, posteriormente, uma criança. Por isso, é quase
impossível dissociar isso de um projeto eugenista (controle genético da população) que
está há séculos naturalizando o genocídio de pessoas negras no brasil.

Queda nas taxas


A legalização do aborto tende a diminuir as taxas de abortos praticados no país, ou seja,
morrem infinitamente menos mulheres e muito menos gestações são interrompidas. A
tendência nos primeiros anos é o aumento da taxa devido a subnotificação, como ocorre
pela clandestinidade, não tem como o governo ter dados concretos. Primeiros anos sobre -
> estabiliza -> diminui. Porque acontece a diminuição? Muitas vezes, a mulher precisa
passar por todo um procedimento, acompanhamento médico e psicológico que faz com
que elas desistam por passar a entender melhor os próprios direito; levam essas mulheres
a entender que elas vão ser acolhidas ao invés de julgadas. No brasil, existem inúmeras
políticas para apoio a pessoas carentes enquanto essas pessoas nem sabem que essas
políticas existem. A legalização aproxima essas mães do estado e as leva a ter
conhecimento dessas leis as quais elas tem direito. A legalização acompanha políticas de
conscientização que diminui o número de relações sem preservativo.

O direio de alguém a vida supera o meu direito a autonomia e liberdade individual?

Dados
Um levantamento recente da Organização Mundial da Saúde (OMS) revelou que
países ricos e em desenvolvimento, que atualizaram suas leis, deixando-as mais liberais,
tiveram uma redução nos casos. Em 1990, havia 85 casos para cada 1.000 mulheres. Esse
número reduziu para 64 em cada 1.000, em 2014. A Alemanha e a Noruega, por exemplo,
são mais liberais nesse sentido. Abortos ocorrem com a mesma frequência em duas
categorias de países: onde o aborto é proibido ou quando é permitido apenas para salvar a
vida da mulher - de 37 a 34 casos por mil mulheres, respectivamente.
Entre 2000 e 2014, o instituto estimou que 55,9 milhões de abortos foram feitos por
ano em todo o mundo. Destes, 49,3 milhões ocorreram em regiões em desenvolvimento e
6,6 milhões em países já desenvolvidos. Os países onde o aborto é liberado são
desenvolvidos.
Os paises com os menores indices de aborto são Suíça (5 a cada mil mulheres),
Cingapura (7 a cada mil mulheres) e Eslováquia (8 a cada mil mulheres). Na outra ponta,
com as maiores taxas, está o Paquistão (50 a cada mil mulheres), Quênia (48 a cada mil
mulheres) e india (47 a cada mil mulheres).
De acordo com um estudo publicado no site da ScienceDaily. pessoas que sofreram
abuso sexual na infância têm três vezes mais chances de cometer suicídio na vida adulta. Já
aqueles que sofreram abuso físico ou emocional têm duas vezes e meia mais chances de
cometer suicídio. No Brasil, o número de suicídios cresceu 11.8% em 2022 em comparação
com 2021, totalizando 16.262 registros, uma média de 44 por dia. No entanto, não há dados
disponíveis sobre a taxa de suicídio entre pessoas que sofreram abuso no país.

Pena vigente
O delito de autoaborto, com a mesma redação, encontra-se no artigo 125,
alterada apenas a penalidade, reduzida a detenção de 1 a 3 anos, para prisão de seis
meses a dois anos. Por outro lado, tem-se no artigo 125 a figura do aborto
consensual, provocado por terceiro, antigo artigo 126, sem o seu parágrafo único,
onde, também, se verifica uma redução de pena, de reclusão de 1 a 4 anos, para
prisão de seis meses a dois anos, mesma pena, portanto, do autoaborto ou do
aborto provocado pela gestante ou com seu consentimento. O artigo 127 diz
respeito ao aborto provocado por terceiro, repetindo a redação do artigo 125 do
Código Penal vigente. Traz uma pena maior, pois de reclusão de 3 a 10 anos, passa-
se para prisão de 4 a 10 anos. Dentro do artigo 127, temos a inserção de dois
parágrafos.
O § 1º refere-se a uma causa de aumento de pena, de um a dois terços se, em
consequência do aborto ou da tentativa de aborto, resultar má formação do feto
sobrevivente. O § 2º traz outra causa de aumento de pena, pela metade se, em
consequência do aborto ou dos meios empregados para provocá-lo, a gestante
sofrer lesão corporal grave; e até o dobro, se, por qualquer dessas causas, lhe
sobrevém a morte, o que estava tipificado no Código Penal vigente em seu artigo
127 como forma qualificada, mas lá se aplicava ao aborto com e sem consentimento
da gestante e, aqui, se aplica tão somente ao aborto sem consentimento da
gestante, retirada a forma qualificada, eis o por quê do aumento de pena.

Por fim, o artigo 128 do Projeto, sob o título exclusão do crime, amplia as
causas de aborto legal ou permitido, aduzindo que não há crime de aborto quando:
houver risco à vida ou à saúde da gestante (na redação atual o aborto terapêutico
tutela somente a vida e não a saúde da gestante); se a gravidez resulta de violação
da dignidade sexual (ingressa, aqui, inclusive, o estupro de vulnerável, hoje artigo
217-A do Código Penal, praticado sem o emprego de violência ou grave ameaça à
pessoa, em que se presume pela idade ou condição da vítima a não concordância
com a realização do ato sexual), ou do emprego não consentido de técnica de
reprodução assistida (atualização da nomenclatura no aborto ético, humanitário,
inserido aí também a reprodução assistida); se comprovada à anencefalia (conforme
decisão do Supremo Tribunal Federal) ou quando o feto padecer de graves e
incuráveis anomalias que inviabilizem a vida extrauterina, em ambos os casos
atestado por dois médicos (evidente ampliação das hipóteses de realização do
aborto para além da decisão do Supremo Tribunal Federal, o que pode gerar para
alguns a inserção do aborto eugênico); ou, se por vontade da gestante, até a décima
segunda semana da gestação (veja-se que nessa hipótese é até quando o feto está

iniciando a sua atividade cerebral), quando o médico ou psicólogo (isso requererá


regulamentação por parte dos respectivos Conselhos Federais e Regionais) constatar que a
mulher não apresenta condições psicológicas de arcar com a maternidade. Nos casos dos
incisos II (humanitário e técnica de reprodução assistida) e III (anencefalia e outras
alterações), e da segunda parte do inciso I (saúde da gestante), o aborto deve ser precedido
de consentimento da gestante, ou, quando menor, incapaz ou impossibilitada de consentir,
de seu representante legal, do cônjuge ou de seu companheiro.

Tipos
O aborto natural não é crime e ocorre quando há uma interrupção espontânea da
gravidez. O acidental, também não é crime,
e pode ter por origem várias causas, como traumatismos, quedas etc.
O aborto criminoso é aquele vedado pelo ordenamento jurídico.
O aborto legal ou permitido se subdivide em:
a) terapêutico ou necessário: utilizado para salvar a vida da
gestante ou impedir riscos iminentes à sua saúde em razão de
gravidez anormal;
b) eugenésico ou eugênico: é o feito para interromper a gravidez em caso de vida
extra-uterina inviável.
O aborto miserável ou econômico social praticado por motivos de dificuldades
financeiras, prole numerosa. O aborto honoris
causa é feito para salvaguardar a honra no caso de uma gravidez
adulterina ou outros motivos morais.

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