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SILVA, Júlio César Barros Da. Aborto: Direito ou crime. Disponível em:
http://www.conteudojuridico.com.br/consulta/Artigos/52878/aborto-direito-ou-crime Acesso
em: 20 out. 2022
Aborto praticado por terceiro, previsto no artigo 125 do Código Penal, a pena é
de 3 a 10 anos, tendo uma punição maior, pois visa o não consentimento da gestante.
Além disso, ainda não se vê o direito ao aborto reconhecido, uma vez que os
debates sobre o tema ainda são veiculados precipuamente por homens,
juristas e religiosos no âmbito do Congresso Nacional, os quais, notoriamente
não representam o interesse da classe defendida por tal direito, quais sejam
mulheres, em sua maioria hipossuficiente econômica, cultural, social e/ou
organizacional. (SILVA, 2019)
Logo são homens debatendo e aplicando regras com seus pensamentos defasados
sobre o que as mulheres podem ou não fazerem com os seus corpos.
“[...]o ponto de vista científico, o que há dentro da mulher não é um bebê, mas sim um
conjunto de células, uma vez que enquanto não completo o sistema nervoso central,
não há falar em pessoa humana e direito à vida.” (SILVA, 2019)
Por fim, a mulher tem direito ao seu corpo, podendo decidir se quer ou não
ser mãe, não cabendo essa decisão ao Estado e somente No Brasil, 503.000
mulheres fizeram aborto no ano 2010 (dados fornecidos pela Pesquisa
Nacional sobre o aborto, citados num artigo assinado pelo Frei Beto, no jornal
O Globo, dia 1-VIII-2018). (SILVA, 2019)
Portanto, o aborto é um assunto que deve ser debatido, sem uma visão religiosa ou
masculina, já que versa sobre a liberdade da mulher, que muitas das vezes, não tem
nem religião.
Ao analisar esses dados, observa que a proibição não faz a prática não ser realizada,
mas coloca em risco a vida da mulher e, ainda, atingindo o seu direito de liberdade e
dignidade. Outro fator, é que teria uma redução dos gastos do Estado e reduziria os
números de pacientes para atendimento urgente que ocorre nas complicações dos
abortos clandestinos.
[...] o Estado é laico, de modo que não pode sofrer qualquer influência
ideológica de cunho religioso. Assim, não se pode permitir que a prática
abortiva seja incriminada com base em valores primordiais, provenientes de
uma época em que a mulher sequer poderia votar e ser alguém
independentemente de seu esposo. (SILVA, 2019)
Assim, o Estado laico não deveria colocar bases religiosas, principalmente, a católica,
para debater sobre os direitos ou não das mulheres.
Em meados de 2010, a Pesquisa Nacional do Aborto (DINIZ e MEDEIROS,
2010) foi realizada por pesquisadores da Universidade de Brasília (UNB) e
demonstrou que: 55% das mulheres precisaram de internação por
complicações decorrentes do aborto; 48% das pesquisadas referiu ter usado
medicamentos para abortar; 13% delas relatou ter feito aborto entre 16 e 17
anos; 16% entre 18 e 19 anos; 24% entre 20 e 24 anos. (SILVA, 2019)
Segundo balanço do Cadastro Nacional de Adoção (CNA) e do Cadastro
Nacional de Crianças e Adolescentes Acolhidos (CNCA), no país, cerca de
47 mil crianças e adolescentes crescem nos abrigos, mas, desses, apenas
7.300 estão aptos judicialmente para serem adotados. (BERTOLUCCI, 2017
apud Silva. 2019)
Nota-se a proibição do aborto não traz uma proteção e garantia a uma vida digna para
os que nascem, logo do que adianta nascer se não vai ser resguardado o direito a
uma vida com amor, carinho, educação, alimentação, atenção, afeto que são condutas
que somente uma família estável pode atribuir.
“Nesse sentido, o mesmo sistema que não dá meios à efetivação de uma adoção
célere e integral a todos que a buscam, não pode incriminar a conduta da mulher que
não se julga apta a gerir.” (SILVA, 2019)
Em síntese, o tema sobre aborto é uma conduta que dever ser tratado como direito
da dignidade, liberdade e a vida da mulher e não crime.
FICHAMENTO 2
Conclusão
[...]o Brasil, devido a intensa influência das religiões no Estado, está longe de
pensar assim. A criminalização do aborto é essencial para o patriarcado
exercer o controle sobe corpo feminino, tratando as mulheres como seres
incapazes de fazer escolhas. Ocorre uma sub-valorização do corpo feminino,
na qual acredita ser a sua única função é a reprodução, portanto, o feto
merece mais proteção do a mulher (SCHREINER, 2022, texto digital).
O autor levanta uma polêmica entre a comunidade jurídica por causa de algum
problema/questão implicado na sua delimitação sobre incompletude e
inconsistência do direito em face de discurso de referencial para sua análise de
outra ciência? Qual e por quê?
Sim, Júlio César não cita outras ciências, mas aborda a questão do Código Penal e
Civil, demostrando o que a lei aborda sobre o tema, tirando o aborto legalizados, o
meio jurídico julga e condena as mulheres pelos seus atos, já que o Código Civil,
artigo 2º, demonstra que os direitos do nascituro estão assegurados desde a
concepção. Apresenta o ponto cientifico, o que tem dentro mulher não é um ser humano ainda,
mas sim um conjunto de células, uma vez que enquanto não completo o sistema nervoso central,
não há falar em pessoa humana e direito à vida.
O autor levanta uma polêmica entre a comunidade jurídica por causa de algum
problema/questão decorrente de divergência quanto ao referencial teórico da
outra ciência utilizado na comunidade científica e sua implicação no direito?
Qual e por quê?
O autor levanta uma polêmica entre a comunidade jurídica por causa de algum
problema/questão acerca da incompletude e inconsistência do direito em face
de determinantes sócio-estruturais? Qual e por quê?
Sim, Júlio César, demonstra argumentos contrários ao aborto que estão a Teoria
Concepcionista do Direito Civil, os Direitos e deveres individuais e coletivos. Artigo 5:
“Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se
aos brasileiros e estrangeiros residentes no país a inviolabilidade do direito à vida...”
e Estatuto da Criança e do Adolescente (BRASIL, 1990), artigo 3: “ A criança e o
adolescente gozam de todos os direitos fundamentais inerentes à pessoa humana,
sem prejuízo da proteção integral de que trata esta Lei, assegurando-se lhes, por lei
ou por outros meios, todas as oportunidades e facilidades, a fim de lhes facultar o
desenvolvimento físico, mental, moral, espiritual e social, em condições de liberdade
e de dignidade.
Demostrando, também, os argumentos favoráveis ao aborto, assim, fala que
defender essa prática é fundamenta, pois está ligada princípios da dignidade,
liberdade, igualdade, proporcionalidade e intervenção mínima do Estado. Assim, o
Estado deve dar acesso seguro para realização, pois essas práticas seriam contra o
direito de saúde da mulher. Logo, a questão do Estado e da cultura patriarcado,
demostra q a mulher deve ter direito sobre seu corpo, podendo decidir se que ou
não ser mãe.
O autor levanta uma polêmica entre a comunidade jurídica por causa de algum
problema/questão sobre a (in) efetividade de alguma norma ou política pública
de corrente de determinantes sócio-estruturais? Qual e por quê?
Sim, Júlio César, demostra o Direito Penal que criminaliza os atos da mulher em
relação ao seu corpo e a questão do Código Civil, que traz o direito do feto desde a
concepção, por outro lado demostra a violação acesso a saúde da mulher para
conseguir um abortamento seguro e a falta de respeito sobre a dignidade à vida da
mulher, pois acaba violando a integridade física, psíquica e moral, bem como sua vida,
para consegui o seu direito de escolha.