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Resumo
Introdução
Para Flavia Piovesan, não têm como falar de proteção dos direitos e
interesses do nascituro com a legislação em vigor, por não proteger a vida potencial do
nascituro, ao contrario, retira a vida e compromete a saúde mental das mulheres. Na
medida, que leva milhares de mulheres ao mercado clandestino, a procedimentos
extremamente perigosos, realizados sem a mínima condição de segurança e higiene.
Então, diante da falência do regime repressivo brasileiro, se discuti uma
profunda revisão na forma de legislar sobre aborto no país, transferindo o debate da
seara penal, para a seara política promocional.
Os Tribunais Constitucionais de todo o mundo, em sua maioria, compreende
a proteção constitucional da vida do nascituro, porém, não com a mesma intensidade
com que se tutela o direito á vida das pessoas já nascidas, a partir da valoração da
função social do Direito, conseguem reduzir significativamente o numero de abortos
nos países. É razoável compreender que a criminalização do aborto não impede as
estimativas alarmantes, ou teria que transformar o Brasil numa imensa prisão para
comportar milhares de mulheres que já praticaram um aborto fora das hipóteses
legalmente permitidas, e o Código Penal brasileiro em vigor, não acompanha as
conquistas trazidas na Constituição Federal de 88, na Declaração Universal dos Direitos
Humanos, nas Convenções, nos pactos internacionais e nas conferências nacionais, pois,
perpetuamos? conduzindo o exercício da sexualidade e do corpo das mulheres com
finalidades obrigacionais reprodutivas, numa sociedade machista e patriarcal da década
de 40 do século passado, sem reconhecer os valores sociais e a mudança de paradigma
da igualdade de gênero, apontando que existe uma enorme distância e diferença entre
fecundação e maternidade, esta, quando desejada representa realização, porém, quando
imposta não passa de repressão e sofrimento.
Referências
MACHADO, Antonio Alberto Ensino jurídico e mudança social. 2ed. São Paulo:
Expressão popular, 2009.
BRASIL, Código Penal (1940). Organização Editora Jurídica e Editora Manole, 2009.
BRASIL. Código civil (2002). Novo código civil e legislação correlata – 1. Ed. –
Brasília: Senado Federal, Subsecretaria de Edições Técnicas, 2003.
PIOVESAN, Flávia. Temas de Direitos Humanos. São Paulo. Max Limonad, 2003.