Você está na página 1de 4

UNIVERSIDADE CATÓLICA DO SALVADOR

BACHARELADO EM TEOLOGIA
Docente: Pe. Edwin Casadiego Ortega
Discente: Douglas Antunes Lisboa
Disciplina: Bioética, Biodireito, Tecnologia e Sociedade

ANÁLISE DO CASO “ABORTO REALIZADO POR BRASILEIRA NA


COLÔMBIA CONFIGURA CRIME AO RETORNAR AO BRASIL?”

Este artigo aqui referenciado internacionalmente busca apresentar à luz do


Código Penal Brasileiro qual a possibilidade de se realizar o aborto em território
nacional, e, nesse caso, a legalidade do aborto feito em outro país, como apresenta
o artigo. A reflexão que aqui expomos será um comentário, ou melhor, uma análise
com base em apontamentos teóricos e iluminados de tal forma pelo Catecismo da
Igreja Católica e material usado em aula acerca da presente reflexão.
Uma moça brasileira, mãe de família, que precisa realizar um aborto faz um
pedido ao STF e têm sua solicitação negada pela Ministra Rosa Weber. O caso foi
noticiado em diversos meios da mídia e chegou ao conhecimento de praticamente
toda a nação brasileira e seus grandes magistrados. O caso então atravessou um
habeas corpus perante o Tribunal de Justiça de São Paulo, que ainda não foi
julgado.
Tendo seu processo de Habeas Corpus negado pelo STF, a acusada de estar
procurando realizar aborto ilegal recorre a nação colombiana, Rebeca, todavia, é a
primeira mulher que sendo recusado um pedido de aborto no Brasil precisa recorrer
a outro país para de fato impetrar um ato irreparavel em sua vida. O aborto, é
declaradamente ilegal no Brasil e por isso, a corte brasileira e os Poderes tentam
continuamente infligir o que está na Lei, buscando ser contrários ao que é dito pela
Constituição da sociedade brasileira.
Rebeca, a então acusada pelo STF de buscar o aborto e ter sido negado seu
pedido, levou consigo para Colômbia o laudo médico de um psiquiatra, atestando
que sua saúde mental estaria em risco em razão da gravidez, esse documento
satisfez as autoridades colombianas que autorizaram a realização do aborto. Ao
regressar ao Brasil, eis a questão: teria ela cometido um crime que furado o Código
Penal, deveria agora se responsabilizar pelos seus atos? Rebeca tendo buscado um
aborto, teria de fato constituido uma falta grave?
Faz parte da falácia pró-aborto algumas pesquisas realizadas no mundo inteiro
tendo como grandes financiadores organizações que cujo primeiro objetivo é tornar
este um ato comum e legal de todos os países utilizando-se muitas vezes de dados
manipulados ou mal explicados para chegar a uma aceitação por parte da população
e governos.
Para a Igreja Católica, segundo o n. 2270 que diz: “ a vida humana deve ser
respeitada e protegida de maneira absoluta a partir do momento da concepção”
torna-se evidente que o ser humano deva ver seus direitos reconhecidos, seus
direitos enquanto pessoa, direito esse que é inviolável, o direito à vida. O embrião
deverá ser defendido em sua integridade, cuidado e curado, na medida do possível,
como qualquer outro ser humano, nos garante a Igreja. O aborto querido como um
fim ou como um meio, é gravemente contrário à lei moral à lei da vida.
Usa-se quase um argumento que há uma epidemia de mortes por conta de
abortos clandestinos no Brasil e que a maioria das vítimas são mulheres pobres e
negras, o que é inverdade, afinal a ética médica prevê que o profissional opte em
atender a mais branca ou a mais negra em uma emergência? Os dados seguintes
são fruto de uma pesquisa conhecida efetuada por Alberto Pereira Medeiro e Débora
Diniz entre os anos de 2013 a 2015 publicada no ano de 2016 em revistas de
medicina sobre “Os serviços de aborto legal no Brasil – um estudo nacional”, mostra
em números exatos a quantidade e número de abortos legais feitos no país e indica
de dos 1.283 casos registrados em clinicas legais 648 foram feitos por mulheres de
cor branca, ou seja, 51% e 128 por mulheres negras, 10%, por mulheres pardas fora
feitos 336, 26%, nem mesmo a somatória feita dos casos de mulheres negras e
pardas não chegaria a porcentagem dos abortos praticados por mulheres
brancas.As demais porcentagens foram divididas entre as demais raças.
De uma das apresentações sobre o tema aborto, vimos em aula que o aborto
porém, não é qualificado como crime quando praticado por médico capacitado em
três situações: quando há risco de vida para a mulher causado pela gravidez,
quando a gravidez é resultante de um estupro ou se o feto for anencefálico (desde
decisão do STF pela ADPF 54, votada em 2012, que descreve a prática como "parto
antecipado" para fim terapêutico). Nesses casos, o governo Brasileiro fornece
gratuitamente o aborto legal pelo Sistema Único de Saúde. Essa permissão para
abortar não significa uma exceção ao ato criminoso, mas sim uma escolha
absolutória. Também não é considerado crime o aborto realizado fora do território
nacional do Brasil, sendo possível realizá-lo em países que permitem a prática.
Nos dias atuais corremos o risco de cairmos em uma crise de eugenia ou no
princípio da eliminação dos indesejáveis, a partir de uma não observância clara
sobre o princípio da dignidade da pessoa humana. Enfim, o homem não é um mero
corpo útil que é descartado quando se torna frágil ou sem força, como também a
vida intra-uterina não é um mero aglomerado de células podendo ser descartável
toda vez que indesejada. Toda pessoa, portanto, tem o direito de que se respeite
sua vida. Esse direito deve ser protegido pela lei e, em geral, desde o momento da
concepção. Ninguém pode ser privado da vida arbitrariamente.
REFERÊNCIAS

Análise de Caso referente ao noticiado


https://renansoares7127.jusbrasil.com.br/artigos/529716036/aborto-realizado-por-bra
sileira-na-colombia-configura-crime-ao-retornar-ao-brasil acesso em 14 de dezembro
de 2020.

MIGALHAS. ​HABEAS CORPUS 124.306 RIO DE JANEIRO​. Disponível em:


<https://www.migalhas.com.br/arquivos/2016/11/art20161130-01.pdf>. Acesso em
14 de dezembro de 2020.

CATECISMO DA IGREJA CATÓLICA. Edições Loyola: São Paulo, 2000.

Você também pode gostar