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RESUMO
Esta pesquisa tem a finalidade de analisar o crime de abortamento e o que os ramos do direito dizem sobre esta
infração penal. Passando incialmente pelo direito à vida garantido pela Constituição Federal, à elucidação na
esfera penal. Traz a responsabilização na esfera civil e o que diz o direito internacional a respeito do aborto
através do Pacto de São José da Costa Rica. O método de procedimento escolhido foi através de pesquisa
bibliográfica, a qual coloca o objeto de estudo sob uma perspectiva jurídica, trazendo o entendimento e a devida
importância do abortamento ser tipificado como crime. As técnicas de pesquisas usadas foram as de
documentação indireta através de documentos públicos como leis, decisões julgadas, e bibliográficas pois a
partir de materiais publicados em livros, artigos e atualmente na internet. Dessa forma, o estudo viabiliza uma
discussão sobre este assunto polêmico dos dias atuais, permitindo a compreensão do motivo de ser considerado
crime pela lei, demais responsabilizações para quem pratica o ato ilícito e a garantia de direitos resguardados ao
nascituro, além de, consequentemente, vislumbrar a constitucionalidade entre as leis.
Palavras-chave: Aborto; Abortamento; Crime; Direitos; Vida.
ABSTRACT
(VERIFICAR TRADUÇÃO)This research aims to analyze the crime of abortion and what the branches of law
say about this criminal offense. Passing initially by the right to life guaranteed by the Federal Constitution, to
elucidation in the criminal sphere. Brings accountability in the civil sphere and what international law says about
abortion through the Pact of San José de Costa Rica. The method of procedure chosen was through
bibliographical research, which places the object of study under a legal perspective, bringing the understanding
and due importance of abortion being typified as a crime. The research techniques used were as indirect
documents through public documents such as laws, judged decisions, and bibliographical because from materials
published in books, articles and currently on the internet. In this way, the study enables a discussion on this
controversial subject of the present day, allowing the understanding of the reason for being considered a crime
by the law, other responsibilities for those who practice the unlawful act and the guarantee of protected rights to
the unborn child, in addition to, consequently, envision the constitutionality of laws.
1. INTRODUÇÃO
O Código Penal, em seu artigo 124, tipifica o abortamento como crime contra a vida, o
qual é caracterizado pela interrupção dolosa, ou seja, interromper a vida do embrião (três
semanas a três meses) ou feto (acima de 3 meses) em desenvolvimento. Presumindo o delito a
partir do momento que realizadas as estratégias e manobras abortivas venham resultar na
eliminação da vida intrauterina.
E por fim, como prediz o tema, este artigo conterá outros dois ramos de direito. O
crime de abortamento no direito civil e no direito internacional.
No que tange à matéria civilista, o direito ampara a vida humana desde sua concepção,
o nascituro já é protegido, começando a tutela e as sanções da norma penal, reconhecendo
uma expectativa de personalidade. Dando continuidade ao capítulo com a comparação entre o
crime de abortamento e a autonomia da vontade da mãe, seguido de sua responsabilidade civil
decorrente do crime de abortamento.
Já no direito internacional, o artigo 4º, II e artigo 5º, §§2º e 3º, ambos da Constituição
Federal, dão a devida importância às normativas internacionais constantes em tratados e
convenções, as quais são expressas e cristalinas quanto à tutela da vida humana desde a
concepção.
Com esse desenvolvimento não se pretende apresentar soluções sobre um tema tão
polêmico atualmente. Esta pesquisa visa contribuir de alguma forma para ganhos intelectuais
acerca do crime de abortamento e, consequentemente, ao abordar sobre quatro ramos do
direito, entender a constitucionalidade das leis observando que entre elas existe uma ordem.
O direito à vida precede qualquer outro direito fundamental, pois para ter o direito à
liberdade, por exemplo, precisa-se, antes, ter vida. Para ter os direitos individuais e coletivos
(artigo 5º da Constituição Federal), direitos sociais (artigo 6º ao artigo 11 da Constituição
Federal), direitos de nacionalidade (artigos 12 e 13 da Constituição Federal) e direitos
políticos (artigos 14 ao 17 da Constituição Federal) o indivíduo precisa estar vivo.
Assim é que, o direito à existência consiste no direito de estar vivo, de lutar pelo viver,
de defender a própria vida, de permanecer vivo. É o direito de não ter interrompido o processo
vital senão pela morte espontânea e inevitável, ensina JOSÉ AFONSO DA SILVA.
“Na nossa concepção constitucional, que garante o direito à vida, ela não é considerada
apenas no seu sentido biológica de incessante autoatividade de funcional, peculiar à matéria
orgânica, mas na sua acepção biográfica é mais compreensiva”, preleciona JOSÉ AFONSO
DA SILVA. Por isso considera esse bem a fonte primária de todos os outros bens jurídicos.
"Mas que existe uma vida potencial é inegável. E essa vida deve estar protegida
quanto à intervenção de terceiros em geral." (BARROSO, 2022, p.1162)
Em nosso ordenamento, não se aplica a pena de morte nem mesmo a um estuprador
ou a um criminoso com seus piores crimes cometidos, mas de certa forma seria aplicada ao
mais inocente dos seres, configurando assim um absurdo contrassenso em uma suposta
defesa do bem jurídico, vida humana.
Este crime deve ser visto como crime hediondo, pois se trata de um ato de covardia
contra um ser indefesso que não possui chance alguma.
Vale salientar, está previsto no artigo 20 da Lei das Contravenções Penais punição
com pena de multa quem anuncia processo, substância ou objeto destinado para provocar o
abortamento.
O aborto é um crime de dano, caracterizado por ocorrer uma lesão ao bem jurídico
visado. Por se consumar com a produção do resultado naturalístico (morte do feto) considera-
se crime material. O elemento subjetivo ou normativo da conduta o aborto é configurado
como crime doloso. Considerado crime instantâneo, pois, uma vez consumado em
determinado momento, não se prolonga. Monossubjetivo e de forma livre, por poder ser
cometido por apenas uma pessoa e feita de qualquer forma para prática do crime,
respectivamente.
Portanto, não se trata de concurso de agentes e sim um tipo de crime para cada
envolvido no ato abortivo. Trata-se de crime comum, uma vez que pode ser cometido por
qualquer pessoa. Considera-se então, o sujeito ativo qualquer agente que o pratique. Sujeito
passivo fica o produto da concepção.
Os tipos de abortamentos que não possuem suas causas intencionais, ou seja, não
qualificados como crime ou amparado por lei, são os abortos do tipo acidental e o natural, os
quais tem a interrupção gestacional causada por vários motivos, como queda da gestante ou
interrupção espontânea, respectivamente.
AC XXXXX-26.2011.8.13.0699
9. Provimento do recurso.
O direito ampara a vida humana desde a sua concepção, pois reconhece no ser uma
expectativa de personalidade, não podendo ser ignorada pela lei.
A personalidade civil da pessoa começa do nascimento com vida; mas a lei põe a
salvo, desde a concepção, os direitos do nascituro.” Artigo 2º do Código Civil.
“Art. 186. Aquele que, por ação ou omissão voluntária, negligência ou imprudência,
violar direito e causar dano a outrem, ainda que exclusivamente moral, comete ato ilícito.”
Art. 927. Aquele que, por ato ilícito (arts. 186 e 187), causar dano a outrem, fica
obrigado a repará-lo.
Fica evidente o dever de indenizar a vítima do dano moral, de modo a demonstrar que existe
um direito a ser resguardado na esfera civil.
1. Toda pessoa tem o direito de que se respeite sua vida. Esse direito
deve ser protegido pela lei e, em geral, desde o momento da
concepção. Ninguém pode ser privado da vida arbitrariamente.
6. CONCLUSÃO
Esta pesquisa analisou inicialmente o direito à vida e como ele é considerado o direito
fundamental que precede qualquer outro, justamente por ser o direito mais básico e o mais
importante de todos, uma vez que, quando houver conflito com qualquer outro direito, aquele
deverá ter um sobrepeso, devendo prevalecer sempre. Importância a qual, traz a devida
relevância da criminalização do aborto e suas demais responsabilidades.
Atualmente, argumenta-se muito que o aborto deve ser legalizado por motivos de
saúde pública, direito sexual e reprodutivo da mulher e principalmente pelas consequências
físicas e psicológicas de uma gravidez mais a responsabilidade pela criação da criança,
esquecendo-se que é crime, um homicídio intrauterino, considerado um crime hediondo por se
tratar de uma tortura a um ser humano com vida sem meios de defesa.
7. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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Numeração Progressiva:
1. Introdução
2. Direito Constitucional – Direito à vida
3. Direito Penal – do abortamento
3.1. Abortos Ilegais
3.2. Classificação doutrinária
3.3. Tipos de abortos legais
4. Direito Civil – direito e o nascituro
5. Direito internacional – leis internacionais e o aborto
6. Conclusão
7. Referências bibliográficas