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Massagem Perineal

Por Juliana Bonanni


Jaboatão dos Guararapes, 30 de setembro de 2017
Traumatismo Perineal
 Definido como qualquer lesão à genitália que ocorre durante o parto
espontâneo ou devido a incisão cirúrgica, como a episiotomia.
 Alta frequência
 Com repercussões tanto no pós-parto imediato como a longo prazo
Traumatismo Perineal

 Um modelo teórico tridimensional computadorizado, simulando o


alongamento da musculatura elevadora do ânus durante o parto vaginal,
sugeriu que a porção medial do pubococcígeo seria a mais
sobrecarregada.
 Nessa simulação houve um máximo alongamento desse músculo 4,2 a 4,7
cm abaixo das espinhas isquiáticas, o que excedeu em 217% o maior
ponto de alongamento passivo não lesivo de um músculo estriado.
 Indicando uma maior tendência do pubococcígeo a sofrer lesão no
período expulsivo.
Traumatismo Perineal
 Período expulsivo : 2,5 9cm
 Alongamento neuromusculoligamentar
 O Alongamento muscular se inicia com a descida da cabeça fetal 1 a 2
cm abaixo das Espinhas Isquiáticas
Traumatismo Perineal

 160 primíparas
 Após parto vaginal
 20% defeitos na musculatura elevadora do ânus
 Destes, 90,6% envolveram a porção pubovisceral
Traumatismo Perineal

 Lesão perineal
 1º grau – lesão de pele e mucosa vaginais
 2º grau – envolve lesão de fáscia e músculo do corpo perineal
 3º grau – envolve o complexo do esfíncter anal
 3 a – menos de 50% do esfíncter anal é rompido
 3 b – mais de 50% do esfíncter anal é rompido
 3 c – quando os esfíncteres anais (interno e externo) são rompidos

 4º grau – inclui dano à mucosa retal


Traumatismo Perineal

 Fig A = lesão de 1ºgrau

 Fig B = lesão de 2ºgrau

 Fig C = lesão de 3ºgrau

 Fig D = lesão de 4ºgrau


Massagem Perineal

 Objetivo
 Promover maior flexibilidade da musculatura e prevenir lacerações

 Quando?
 No período pré-natal
 No período expulsivo do parto

 Tem evidência científica?


 Revisão Sistemática da Cochrane
Massagem Perineal

 Tem evidência científica?


 Revisão Sistemática da Cochrane
 4 ensaios clínicos com 2.497 mulheres
 ↓ 9% na ocorrência de traumatismo perineal com necessidade de sutura
 NNT (número necessário para tratar) = 15
 ↓ 16% na incidência de episiotomia
 NNT = 21
 ↓↓↓ significativas no grupo de mulheres sem parto vaginal prévio
 ↓ 32% na ocorrência de dor perineal 3 meses após o parto no grupo de mulheres
com parto vaginal prévio.
Massagem Perineal

 O mesmo foi observado em relação à episiotomia


 Mulheres que realizavam massagem 1,5 vez por semana apresentaram
uma redução significativa

 Em relação à dor perineal pós-parto: ↓↓↓ no subgrupo de mulheres mais


assíduas e maior tempo no período expulsivo.

 Não houve diferença na incidência de lesão perineal graus 1,2, ou 3,


satisfação sexual pós-parto, IU , IF
Massagem Perineal

 Orientações
 Deve ser iniciada de 4 a 6 semanas antes da data provável do parto
 Uso de óleos à base de vit E, de amêndoas, óleo vegetal ou lubrificante vaginal
à base de água
 não utilizar óleo mineral ou indicados para bebê
 Frequência de 2X/semana
 Duração de 5 a 10 minutos
 Massoterapia + alongamentos
Massagem Perineal
 Início na área externa perineal com movimentos circulares ou de
deslizamento ao redor da vagina e no centro tendíneo do períneo por 20 a
30s.
Massagem Perineal

 Após a massagem externa,


a gestante é orientada a
inserir os dois polegares ou
indicador e médio a uma
distancia de 3 a 4 cm. Deve-
se massagear internamente
realizando semicírculos
lateralmente em direção ao
ânus durante 2 min.
Massagem Perineal

 Alongamento da musculatura perineal


Massagem Perineal
 Ainda com os dedos
inseridos a uma distância
de 3 a 4cm, deve-se
massagear a metade
inferior do introito vaginal
em movimento simulando
a letra U.
Massagem Perineal

 Para alongar a musculatura


superficial do períneo
(especialmente o
bulboesponjoso), com os
dedos indicador e médio
estendidos a 2 ou 3 cm do
interior da vagina, ao abrir
os dedos alonga-se por 30s.
Massagem Perineal

 Ainda com os dedos


médio e indicador
inseridos a cerca de 2cm,
pode-se massagear o
contorno vaginal com o
auxílio do polegar, que
encontra-se externamente.
Massagem Perineal

 Pode-se ainda utilizar da técnica de inibição ativa.


 Utilizando o relaxamento reflexo do músculo a ser alongado como
resultado da inibição autogênica com disparo do OTG e efeito inibitório
reflexo na tensão muscular.
 Além disso há uma depressão no reflexo de Hoffman, e com uma menor
excitabilidade muscular é perimitido um maior relaxamento através do
sistema neuromotor gama.
Massagem Perineal

 Uma vez localizado o


músculo elevador do
ânus com o dedo
polegar, deve-se realizar
uma contração
isométrica mantida (entre
20% e 60%) por 3 a 6 s ,
seguida de alongamento
passivo por 30s.
Massagem Perineal

 Como explicar as manobras?


 Mostrando diretamente na paciente
 Mostrando em modelos anatômicos
 Mostrando em vídeos
 Informando através de folhetos com linguagem clara e imagens

 Orientação , demonstração e execução supervisionada


 Despertar a motivação e assiduidade dessa prática
Massagem Perineal

 Contra-indicações
 Infecção urinária
 Herpes ativos na região
 Gestantes com história de placenta prévia, deslocamento
prematuro de placenta, início de trabalho de parto prematuro,
cérvix incompetente , dentre outros.
Massagem Perineal

 Conclusão
 Massagem perineal iniciada na 34ª semana de gestação reduz incidência de
traumatismo perineal que requer sutura e a incidência de episiotomia, e as
mulheres são menos propensas a relatar dor perineal 3 meses após o parto.
 Não há diferença em relação à prevalência de IU, IF, e à satisfação sexual no
pós parto para as praticantes da massagem perineal.
 Por se tratar de uma intervenção preventiva é muito importante motivar, dar
informações adequadas e suporte.
OBRIGADA!

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