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DEBATE: FILOSOFIA.

Tema: Aborto.
É importante que as mulheres ouçam os argumentos a favor do aborto. São
eles quatro:
1. O controle sobre a reprodução dá às mulheres a habilidade de
definir suas vidas e controlar seus destinos;
2. Mulheres que não estão prontas para serem mães- devido à
sua idade, à falta de um parceiro ou a planos de vida
alternativos- não deveriam sê-lo;
3. É crueldade trazer ao mundo uma criança pobre ou indesejada;
4. Uma vez que a gravidez dá-se no corpo da mulher, é seu
direito determinar se esta deve ou não continuar.
Frequentemente se apresenta esses argumentos às mulheres, nas
universidades e na mídia popular, em prol dos direitos do aborto. Mas as mulheres-
e, particularmente, as estudantes- também têm de ouvir e compreender a posição do
outro lado.
Infelizmente, a posição pró-vida quase nunca é exposta. Quando o é, faz-se
uma caricatura sua. Por exemplo, o livro “An Introduction to Women’s Studies:
Gender in a Transnational World” [Uma introdução aos estudos da mulher: gênero
em um mundo transnacional] nenhum de seus ensaios apresenta a posição pró-vida.
Todos os ensaios focam-se exclusivamente nos direitos da mulher. Nenhum deles
explora o argumento de que o feto ou bebê nascituro tenha também direitos.
Já no livro “Issues in Feminism: An Introduction to Women’s Studies”
[Questões no feminismo: uma introdução aos estudos da mulher], de Shelia Ruth,
figura um exemplo mais notável de distorção da posição pró-vida, se referindo ao
feto como nada mais que uma cortina de fumaça.

O “ABORTO SEGURO” É UM DIREITO DA MULHER


Discutiremos essa questão a partir de três perspectivas:
1. Conhecimento científico ou dedução racional simples sobre o
que há no ventre materno;
2. Noções sobre o “direito reprodutivo” ou “direito ao aborto”;
3. Breve análise de riscos do procedimento de aborto legal.
Primeiramente, é um fato científico comprovado a quase 200 anos, por
meios de experimentos biológicos e da embriologia médica, que o bebê no ventre
materno é uma vida humana já a partir da concepção. O embrião, na concepção, já
detém a sua genética própria, o seu DNA, sendo possível diagnosticar por meios
técnicos o seu sexo e a existência ou não de mais de 100 síndromes e doenças
genéticas. Mesmo nas primeiras duas semanas de vida, o embrião já é capaz de se
auto-organizar e, portanto, tem certo grau de autonomia, necessitando apenas do
ambiente adequado e de nutrientes, de maneira similar a um bebê já nascido.
A falta de autonomia, portanto, não pode ser argumento para desproteger o
embrião, pois todos nós temos graus relativos de autonomia. Não é a autonomia que
define quem deve ou não ser protegido, mas sim a natureza do ente (existir). Não
sendo então possível negar que o embrião é uma vida humana, surge então o
argumento, por parte das pessoas favoráveis ao aborto, de que o embrião ainda não
seria uma pessoa.
Uma das pessoas que defende essa ideia é o renomado biocientista pró-
aborto, Peter Singer. Ele e seus discípulos reconhecem que o feto é uma vida
humana, mas o considera uma vida de menor valor. Singer diz que a vida de um
embrião não tem mais valor do que a vida de um animal não humano, porque o feto
“não possui” a “racionalidade, autoconsciência, consciência, capacidade de sentir
etc.”, e que, apesar de ser um exemplar da espécie humana, o feto não seria
pessoa. Em seu livro chamado “ética prática”, o biocientista diz que a morte de
recém-nascidos poderia ser aceita com base na mesma lógica. A lógica que protege
o embrião é a mesma que se aplica para proteger um bebê do infanticídio.
O argumento “se não há atividade cerebral, não é vida, porque um adulto
com morte cerebral é considerado morto” também não se sustenta, visto que a
morte cerebral só é declarada quando a pessoa tem um dano cerebral irreversível, o
que não se aplica de forma alguma a um feto, que, ao contrário, está com o cérebro
em formação e terá plena atividade cerebral naturalmente.
Já quanto ao feto supostamente “não sentir dor” até 20, 22 ou 24 semanas,
ser motivo para defender o aborto: a incapacidade de sentir dor é um argumento só
utilizado quando convém. Em alguns lugares do mundo são realizados abortos após
essa idade gestacional. A preocupação com a dor do feto durante o procedimento
que irá matá-lo não é uma preocupação real.
O que esses argumentos buscam em comum é procurar “critérios” para se
obter permissão para o aborto a partir da escolha de características, habilidades e
marcos de desenvolvimento. Desconsideram a natureza daquele que está no ventre
materno.
O ser humano tem dignidade intrínseca e deve ser respeitado pela sua
natureza, não pelo que é capaz de fazer. Todo indivíduo tem direito à vida. Todos,
sem distinção, têm direito a igual proteção da lei. Isso de acordo com a Declaração
Universal dos Direitos do Homem [artigo 1º, 3º e 7º, respectivamente]. Os direitos
humanos são devidos a todo ser humano, a toda vida humana. Afirmar que é preciso
ser pessoa para ser protegido é outra maneira de criar critérios para a relativização
de direitos.
Estejamos nós na cidade, numa prisão ou no ventre materno, quando
percebemos que há um ser da nossa espécie habitando ali, devemos saber que
seus direitos humanos devem ser respeitados. Não cabe a ninguém questionar se o
outro sente dor ou se é pessoa, para depois decidir se os direitos humanos se
aplicam ou não.

O DIREITO DA MULHER
Se o nascituro é uma vida humana, a mulher não pode ter o direito de
abortar, porque isso viola o direito de outra pessoa: o direito a vida é o mais
fundamental de todos os direitos, inviolável e inalienável, conforme o artigo V da
nossa Carta Magna.
O fato de sempre terem ocorridos abortos, assim como outros crimes, não
justifica e nem os torna moralmente aceitáveis.

O ABORTO É REALMENTE SEGURO?


A falácia se resume no seguinte slogan: o aborto, além de “direito”, poderia
ser seguro. Para começo de conversa, o aborto nunca é seguro para o nascituro,
que é assassinado.
Dentre os inúmeros estudos da área, é possível ver que o aborto traz
diversos riscos para a mulher, mesmo se realizado em clínicas legalizadas ou
hospitais: as possíveis complicações imediatas para a saúde física incluem doença
inflamatória pélvica, infertilidade, placenta prévia, infecções, lesões uterinas e
hemorragia. Estudos apontam que complicações imediatas, em complicações
imediatas, em situação de aborto legal, podem chegar a 11% no procedimento
cirúrgico, e os riscos podem ser maiores no aborto farmacológico.
No Canadá, onde há forte subnotificação de abortos legais, estima-se 4 mil
mulheres ao ano com complicações do aborto. Complicações tardias incluem maior
risco de parto prematuro em gestações subsequentes, aumento no risco de câncer
de mama apontado em muitos estudos. No âmbito psicológico: depressão,
ansiedade, remorso, culpa, abuso de drogas, transtorno de estresse pós-traumático
são apontados em muitos estudos.
Dizer que o aborto é seguro e direito da mulher não passa de uma narrativa
que oculta objetivos geopolíticos, os quais não envolvem a preocupação com o bem
da mulher ou das famílias.

O ABORTO COMO QUESTÃO DE SAÚDE PUBLICA


O aborto é um procedimento extremamente doloroso, com potenciais
consequências seríssimas. O National Right to Life Committee [Comitê Nacional
pelo Direito à Vida] enfatiza a descoberta de que 97% das mulheres relatam
experimentar dor durante o aborto, e mais de um terço delas descreve a referida dor
como intensa. As complicações quem podem ocorrer como resultado de um aborto
podem afetar as gravidezes futuras e trazer consequências de longo prazo à saúde.
Existe também uma possível ligação do aborto ao câncer de mama. Isso
sem falar na sua saúde mental e emocional.

OBJETIVOS GEOPOLITICOS E POPULACIONAIS


Em termos geopolíticos, desejava-se utilizar o aborto e os “direitos
reprodutivos” como estratégia para implementação do controle populacional a nível
global, admitido por autores liberais.
Trata-se claramente de uma união de interesses ideológicos marxistas,
ideólogos feministas e elites globais (chamados metacapitalistas), os quais nutrem
planos claros de controle populacional e social. Isso está documentado no artigo
acadêmico, escritos por funcionários da famosa Planned Parenthood, publicado em
1970, onde listaram as assustadoras propostas de controle populacional discutidas
entre ecologistas, demógrafos e ideólogos.
Esses planos visam o controle de natalidade por meio da redução de
números de nascimentos, tendo como maior foco os países pobres.

MARGARET SANGER E O ASSASSINATO DE BEBÊS


Margaret foi uma feminista disseminada pela segunda onda. Enquanto a
maioria das feministas (de primeira onda, na época) falava em direitos civis- como o
sufrágio feminino-, Sanger discursava sobre divórcio, contracepção e aborto.
Flertando cada vez mais de perto com o anarquismo, o iluminismo e
humanismo, Margaret começava a simpatizar com o marxismo e a chamada
“liberdade sexual”. Tinha um amante, abandonou esposo e filhos, adotando um
nome falso, “Bertha Watson”. Incorporou-se à Sociedade Eugenista Americana, ao
voltar aos EUA. Em “O Valor Eugênico da propaganda do controle da natalidade” ela
diz o seguinte:
“A eugenia é sugerida pelas mais diversas mentes como o caminho mais
adequado e definitivo para a solução de problemas raciais, políticos e sociais. O
problema mais urgente hoje é como limitar e desencorajar o excesso de fertilidade
daquele que é mental e fisicamente deficiente.”
Tendo entrado em contato com a Liga Neomalthusiana holandesa, passa a
defender o uso dos novos diafragmas. Para ela, o controle de nascimento era o meio
principal de “conduzir, finalmente, para uma raça mais limpa” [Margaret Sanger em
carta ao Dr. Clarence Gamble, 19 de dezembro de 1939]. Dois anos após a
publicação do seu mensal feminista, Sanger abre a primeira clínica de controle de
natalidade em um bairro americano, o Brooklin. O estabelecimento funcionou por
menos de dez dias e Margaret foi presa. Na clinica, ela e sua equipe distribuíam
folhetins de educação sexual: ”Aquilo que toda mulher deveria saber”. Depois de sua
prisão, ganha fama e “a notoriedade alcançada com este episódio lhe permite reunir
em torno dela os primeiros defensores de um movimento para a reforma do controle
dos nascimentos”.
Em 1921, Sanger funda a Liga Americana para o Controle dos Nascimentos,
da qual viria a fazer parte a Primeira Dama Eleanor Roosevelt; e, no ano seguinte,
publica O Eixo da Civilização, onde se encontra trechos como:
“[...] Tais pais engrossam as fileiras patéticas dos desempregados. A
mentalidade débil perpetua-se nas fileiras daqueles que são levemente indiferentes
às suas responsabilidades raciais. E é em grande parte desse tipo de humanidade
que agora estamos usando para povoar nosso mundo por gerações. Nesta orgia de
multiplicar e reabastecer a terra, esse tipo é pari passu, aos quais devemos, se a
civilização quiser sobreviver, extirpar pelas próprias raízes.”
Em 1923, Margaret Sanger consegue reabrir com legalidade sua clinica
fechada em 1916. Torna-se, ate hoje, o maior centro de controle de natalidade do
mundo, eram receitados diafragmas e gel espermicida, até meios intrauterinos, e,
desde o ano de 1961, a pílula anticoncepcional.
Margaret escreveu em seu livro O Eixo da civilização:
“As mulheres não devem pedir direitos. Somente têm necessidade de
reivindicar o poder [...] este poder não deverá estar na busca fútil de independência
econômica e a imitar os homens na ocupação de indústria e dos negócios [..] o
poder da mulher se pode expressar e pode se fazer sentir somente quando [ela]
rejeita a tarefa de dar à luz a crianças não queridas.”
O legado racista e abortista de Margaret Sanger se cumpre hoje na Planned
Parenthood. Cerca de 80% de suas clinicas abortistas estão localizadas em bairros
negros e hispânicos. Nos EUA de hoje, mais negros morrer de aborto do que a soma
de AIDS, acidentes de carro, crimes, câncer e doenças cardíacas. Um bebe negro
americano tem 3,75 vezes mais chance de ser abortado do que um bebe branco. A
Planned Parenthood, que foi acusada, recentemente de traficar tecidos e órgãos de
bebes abortados em suas instalações, manifestou sua adesão publica a candidatura
de Hillary Clinton durante as primarias do Partido Democrata e investiu mais de 30
milhões de dólares na campanha eleitoral.

NEGROS E ESTATISTICAS
Walter B. Hoye, negro, revela alguns dados chocantes, que aponta 6.217
casos de homicídios de negros americanos, enquanto as estatísticas nacionais de
aborto no mesmo ano contabilizam 429.000 abortos feitos por mulheres negras
americanas. De acordo com essa grande discrepância nos números, podemos
concluir que, a cada três bebês negros nascidos nos EUA, dois serão abortados.
Quando publicava seus textos eugenistas, Sanger defendia que negros e
pores deveriam procriar menos. Em seus momentos de maior radicalismo, chegou a
declarar que “a ação mais misericordiosa que famílias numerosas poderiam fazer
para um de seus filhos seria matá-lo”.
12% da população americana, aproximadamente, é negra, as mulheres
negras representam 37% dos abortos no país. Os brancos são quase 62% da
população, e as mulheres brancas fizeram quase 34% dos abortos. Já as hispânicas
realizaram 22%, embora seu grupo racial represente apenas 14% da população
[matéria “Taxa de aborto é ainda maior entre negras e hispânicas nos EUA” do
Portal G1, publicada em 23 de setembro de 2008].
Os pesquisadores estimam que entre um terço e metade de todas as
mulheres americanas farão um aborto antes dos 45 anos; 50% de todos os abortos
são feitos por mulheres com menos de 25 anos; um a cada cinco é feito por uma
adolescente.
Todos os anos, mais de um milhão de gravidezes acabam em abortos. Um
estudo recente sobre a magnitude do aborto no Brasil estimou que 1.054.242
abortos foram induzidos em 2005. (A fonte de dados para esse cálculo foram as
internações por abortamento registradas no Serviço de Informações Hospitalares do
Sistema Único de Saúde [SUS].)

EUROPA
Na Europa, que tem fama de ser mais liberal socialmente- defensora do
casamento gay, dos nascimentos fora do casamento e do sexo casual - do que a
America puritana. Porém, quando se trata do aborto, ao raro os países europeus
possuem mais políticas restritivas do que as atuais na America.
No reino unido, o aborto é legal até as primeiras 24 semanas, se continuar a
gravidez envolver um risco alto de saúde (física ou mental) da mulher ou de seus
filhos já nascidos. Permite-se o aborto após as primeiras 24 semanas (por volta do
quinto mês) apenas se houver um risco à vida da mãe, evidência de quaisquer
anormalidades fetais graves ou risco de prejuízos físicos e mentais “graves” á
mulher. Dois médicos têm de concordar quanto à necessidade de aborto.
Na Suécia, o aborto é permitido apenas até a 18ª semana, após a qual os
abortos são limitados à “circunstancias extraordinárias”.

DESEJO DE MATAR
O empate mesmo acaba por transfigurar toda essa discussão: diante dele,
passamos de uma disputa ético-metafísica, insolúvel nas presentes condições da
cultura ocidental, a uma simples equação matemática cuja resolução deve, em
principio, ser idêntica e igualmente probante para todos os seres capazes de
compreendê-la. Essa equação formula-se assim: se há 50% de probabilidade de que
o feto seja humano e 50% de que não o seja, apostar na última hipótese é,
literalmente, optar por um ato que tem 50% de probabilidade de ser um homicídio.
Dito de outro modo: apostar na inumanidade do feto é jogar na cara ou coroa
a sobrevivência ou morte de um possível ser humano. Negar que o outro seja
humano é a mais velha desculpa de quem deseja matá-lo. A ciência nazista
provava, com argumentos parecidos, que os judeus não eram gente.
Não é possível que o feto seja parte do corpo da mulher, como os abortistas
alegam. Se assim fosse, seria automutilação, causaria males terríveis, afinal, por
que alguém tiraria o seu pulmão do corpo sob o pretexto de “meu corpo, minhas
regras” sabendo do prejuízo?
Agora, basta saber se o feto pertence a mulher, para que ela faça o que
quiser com ele. E a resposta é: não. O feto não é formado apenas pelo ovulo da
mulher, mas também pelo esperma do homem, que não é produzido pelo corpo da
mãe, mas sim, pelo do pai.
A mãe não é, portanto, dona do feto inteiro, mas apenas de uma parte; da
outra parte, que veio do pai, é apenas depositária. Quando ouvir alguém defendendo
o aborto, e incentivando porque tem pena das mulheres pobres, pergunte:
- Mas, se você é tão bom e generoso que se oferece para ajudar a matar
meu filhinho, por que não pode me dar algum dinheiro para ajudá-lo a viver?
Se, o motivo do pró-aborto defender a causa for a pobreza, é importante
lembrá-lo: A solução para a pobreza não é matar o pobre.
Como se vê, tudo o que se tem dito e propagado sobre aborto não passa de
demagogia.

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