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UNIVERSIDADE FEDERAL DO PIAUÍ-UFPI

DEPARTAMENTO DE MEDICINA ESPECIALIZADA/CCS


DOCENTE: PROF. DR. LUIZ AYRTON SANTOS JUNIOR
DISCENTE: SEBASTIÃO RODRIGO F. BRITO
DISCIPLINA: BIOÉTICA

Evolução
Histórica do
Aborto Legal no
Brasil
“ab-ortus ”- privar do nascimento
latim “aboriri” -separar do lugar adequado

“A interrupção da gravidez com ou sem a expulsão do feto,


resultando na morte do nascituro”
De Paulo, 2002. p. 13
“É uma parada prematura no desenvolvimento e a expulsão de um
concepto do útero ou expulsão de um embrião ou feto antes que ele
esteja viável, ou seja, capaz de sobreviver fora do útero. O feto abortado
é o resultado final de um abortamento.
Embriologia Clínica, 10ªEdição, Keith L. Moore
COSTUMES

ÉTICA

MORAL

MEDICINA

VIDA
DIREITO

RELIGIÃO

FILOSOFIA
• Os povos primitivos

Não previam o aborto como um ato criminoso, no entanto,


posteriormente, quando o faziam atribuíam a ele severas punições.
• Código de Hamurabi
Previa indenizações em casos de aborto provocado, cujo valor variava
conforme consequências geradas por ele. Pesava-se também se a mulher era
livre ou escrava, nesta o valor a indenizar era menor limitando-se a uma
quantia paga a seu senhor, já em relação àquela o valor de ressarcimento era
bem maior, onde a reparação do dano poderia até mesmo dar-se com a morte
de uma filha do provocador do abortamento.
(Matielo, 1996, pg. 12 e 13).
• Código de Manu
• EGITO
• ÍNDIA
(...) se dele resultasse a morte de gestante pertencente à casta dos padres, o
responsável sofreria castigos como se houvesse ceifado a vida de um
“Brahmane”, sendo este submetido a penas corporais que, em grau máximo,
levariam à morte
Matielo, 1996, pg. 13
• Zen Avesta
• Pérsia
Se a jovem, por vergonha do mundo, destrói seu gérmen, pai e mãe são
culpados; ambos partilharam do delito e serão punidos com morte
infamante
• Assírios
Puniam severamente a prática do aborto, aplicando pena de morte a
quem o praticasse em mulher que ainda não tivesse filhos. Puniam
também as mulheres que se submetessem as manobras abortivas, sem o
consentimento de seus maridos, consistindo a referida punição na
empalação, a qual resultava sempre em morte.
• Renomados estudiosos Antigos
Aristóteles e Platão
Pregavam a utilidade do aborto como meio conter o aumento
populacional.
Aristóteles
sugeria que fosse praticado o aborto antes que o feto tivesse recebido
sentidos e vida, sem, especificar, contudo, quando se daria este momento.
Sócrates
Também admitia aborto, sem outra justificativa que não a própria
liberdade de opção pela interrupção da gravidez.
• Início da civilização Romana,
A punição em relação ao aborto assumiu caráter privado, já que o poder
familiar, ou “pater familiae”, - expressão que designava o pai, como o
chefe da família -, atribuía a este o poder absoluto sobre os filhos,
inclusive daqueles que ainda estavam por nascer. Aqui, caso a esposa
procurasse abortar sem o consentimento do esposo, este poderia puni-la
severamente, até mesmo com a morte.
• Primeiros Cristãos
“Não mate a criança no seio de sua mãe [o aborto], nem depois que ela tenha
nascido [o infanticídio]” (n. 2, 2).
DIDAQUÉ
• Em alguns povos indígenas
O aborto tem um sentido diferente de contracepção ou de interesses políticos
e econômicos. Em tribos da América do Sul, o aborto acontece em função da
maternidade, isto é, todas as mulheres grávidas de seu primeiro filho abortam
para facilitar o parto do segundo filho. Em outros povos, aborta-se por se
considerar o feto endemoniado, por jovens terem engravidado antes de serem
iniciadas e também por fatores ligados à condição do pai (quando o bebê tem
muitos pais, quando o pai for parente ou estrangeiro ou quando o pai morre).
Pode acontecer também devido à impossibilidade de se seguir o grupo
nômade ou pela escassez de alimentos. Em alguns casos, como em uma tribo
da Austrália Central, o aborto é realizado na segunda gravidez e o feto é
comido devido à crença de que fortalecerá o primeiro filho.
Pattis, 2000
No final do século XIX e no início do século XX, surgiu na Europa, com mais
força na Inglaterra e França, movimentos feministas, preconizando a
anticoncepção e defendendo o direito da mulher ao aborto. Entretanto, a partir da
década de 20, nos países escandinavos e socialistas, houve flexibilidade maior na
legislação. Na Rússia, com a Revolução de 1917, o aborto deixou de ser
considerado crime, legislação que influenciou os demais países socialistas nos
anos de 50.
Nos demais países do Ocidente, as leis mais liberais datam do final da
década de 60 como a lei inglesa de 1967, e a década de 70, quando o
aborto se torna uma questão política, aumentando a polarização das
opiniões.
O Código Criminal do Império de 1830 apenas criminalizava a conduta
de terceiro que o realizava com ou sem o consentimento daquela.

O Código Penal de 1890 passou a prever a figura do aborto provocado


pela própria gestante.

O Código Penal de 1940 tipificou as figuras do aborto provocado,


aborto sofrido e aborto consentido.
CAPEZ, 2008
A 13ª Conferência Nacional da Saúde ocorrida em Brasília, rejeitou, em
18 de novembro de 2007, proposta de legalização do aborto. Cerca de
70% dos aproximadamente 5 mil delegados estaduais votaram contra a
descriminalização do aborto. Com este resultado o assunto ficou fora do
relatório final da conferência e não será encaminhado ao governo como
sugestão para as políticas públicas de saúde. Esta foi a segunda vez que
a proposta de descriminalização do aborto, apoiada abertamente pelo
governo federal foi derrubada. Na 12ª Conferência Nacional da Saúde,
realizada em 2003, a idéia foi também rejeitada.

FREIRE, R., s.d


NÚMEROS DE ABORTOS ESTIMADOS
NO BRASIL
• Obter o valor total de internações pós-aborto do sistema DataSUS
• Multiplicar o valor por 0,25, uma vez que um estudo verificou que
25% do total de internações pós-aborto se deviam a abortos
provocados pela gestante
• Baseando-se no estudo da ONG Anis Bioética, multiplicar por dois o
número de internações estimados por terem sido fruto de aborto
provocado
https://www.youtube.com/watch?v=UVG6gFN3Sdc
Estimativa de número de abortos no Brasil (estudosnacionais.com)
REFERÊNCIAS
De Paulo, Antônio (organização). Pequeno Dicionário Jurídico, Ed. DP&A, Rio de Janeiro. 2002
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Decreto-lei/Del2848compilado
https://maps.reproductiverights.org/worldabortionlaws
L10406compilada (planalto.gov.br)
DEL2848compilado (planalto.gov.br)
O aborto e sua evolução histórica (Civil) - Artigo jurídico – DireitoNet
MATIELO, Fabrício Zamprogna. Aborto e o Direito Penal. 3ª edição. Porto Alegre: Sagra-DC Luzzatto editores.
1996
Microsoft Word - Artigo006_CODIGO DE MANU (fdcl.com.br)
CÓDIGO DE HAMURABI.pdf (policiamilitar.sp.gov.br)
http://www.sies.uem.br/anais/pdf/direito_e_sexualidade
13ª Conferência Nacional de Saúde : saúde e qualidade de vida : políticas de Estado e desenvolvimento:
relatório final (saude.gov.br)
Pesquisa Nacional de Aborto 2016- DOI: 10.1590/1413-81232017222.23812016
Informações em Saúde (TABNET) (datasus.gov.br)
Cronologia da história do Brasil – Wikipédia, a enciclopédia livre (wikipedia.org)
Divisão da História: o que é, para que serve, fases - Escola Kids (uol.com.br)

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