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Oralidade de Português

“Lei do aborto mais restritiva dos E.U.A entra em vigor no Texas”


Como muitos de vocês devem saber o aborto ou interrupção da gravidez é a
interrupção de uma gravidez resultante da remoção de um feto ou embrião antes de
este ter a capacidade de sobreviver fora do útero. Um aborto que ocorra de forma
espontânea denomina-se aborto espontâneo ou "interrupção involuntária da gravidez".
Um aborto deliberado denomina-se "aborto induzido" ou "interrupção voluntária da
gravidez".
Porém um aborto realizado onde o feto já é capaz de sobreviver fora do útero,
denomina-se "interrupção tardia da gravidez".
No mundo inteiro são realizados 56 milhões de abortos por ano, dos quais cerca de
45% são feitos de forma insegura. Os abortos inseguros e clandestinos realizados por
pessoas sem formação, com equipamento contaminado ou em instalações precárias
são a causa de 47 000 mortes maternas e 5 milhões de admissões hospitalares por
ano.
Em setembro deste ano, no Texas passou a ser proibido a maioria dos abortos depois
das seis semanas de gravidez, mesmo em caso de incesto ou violação. Esta medida
permite também que qualquer cidadão possa processar quem realizar, ajudar ou
incentivar ao aborto. É também oferecida uma recompensa de até 10 mil dólares a
pessoas que denunciem alguém que vai fazer um aborto.
Esta lei proíbe a interrupção de qualquer gravidez assim que é detetado o batimento
cardíaco do embrião, algo que acontece após, aproximadamente, seis semanas de
gravidez. No Texas, quase metade dos eleitores do estado apoiam a proibição do
aborto às seis semanas.
As consequências para as mulheres e para quem as ajude são drásticas e desumanas
pois por exemplo, mesmo até um familiar que ofereça boleia a uma mulher até á
clínica de aborto pode ser processado em tribunal.
Apesar de dividir bastantes opiniões, todas as mulheres devem ter acesso á prática do
aborto, sem qualquer constrangimento ou impedimento.
Porém destaco algumas opiniões contra e a favor da prática do aborto.
Aqueles que se posicionam como sendo contra o aborto, afirmam que no caso do
bebé nascer com deficiências não se pode comprovar que portadores de deficiências
tenham vida pior e defendem que são os pais que temem enfrentar os problemas.
Garantem também que há outros meios para se salvar a vida da gestante, se esta
estiver em perigo. Asseguram que os avanços da medicina podem possibilitar a
garantia de uma gestação próxima da normalidade e salvar a vida de ambos.
Para os antiaborto a vida da gestante também não tem maior valor do que vida do
feto. Na verdade, não há colisão entre direitos, pois se tratam de pessoas distintas.

Além destes dois argumentos, em caso de gravidez fruto de uma violação sexual
defendem que tirar a vida do feto não repara o mal causado. O aborto seria um erro
para corrigir outro. Asseguram que cabe ao estado proporcionar assistência
psicossocial à mulher que poderá encaminhar a criança para doação, se assim o
desejar.
Já os pro-aborto defendem que o feto é parte do organismo materno e a mulher tem
livre disposição de seu corpo.

Em termos sociais, políticos e econômicos destaco também alguns argumentos


usados.
Em termos sociais, o aborto justifica-se por razões que porão em risco a vida da
humanidade como por exemplo a superpopulação que põe em risco a suficiência de
alimentos e gera uma crise de fome no mundo; as mulheres que possuem baixo
rendimento submetem-se a abortos clandestinos, arriscando a vida em lugares
precários, sem condições de higiene.

Já por razões de cariz particular do casal ou da gestante é de destacar as


consequências físicas ou psicológicas que advêm para a mulher, por exemplo, em
caso de incesto ou violação.

Há muitos outros motivos desde a desinformação acerca dos métodos para se evitar a
gravidez, como a falha do método contracetivo utilizado, até ao comprometimento da
saúde mental ou física da gestante.
É de relembrar também um caso recente de uma jovem grávida polaca, que graças á
lei que proíbe quase todos os abortos na Polónia, faleceu a caminho da sala de
operações.
A jovem de 30 anos tinha ido ao hospital depois de as águas terem rebentado e de
ecografias terem mostrado várias malformações no feto, porém os médicos não
interromperam a gravidez, argumentando que não o fariam enquanto o coração do feto
ainda batesse.
É de concluir que por detrás dos números, há histórias que nos tocam e fazem-nos
refletir. Assim como esta jovem juntam-se outras milhares, e ainda se juntarão outras
se a legalização do aborto não for aceite no Texas e em outros sítios.
A lei restrita do Texas prova não só a indiferença por parte do estado, da situação da
mulher como demonstra um retroceder no tempo.
A questão do aborto é complexa e não pode ser respondida com um simples contra ou
a favor. Todas as mulheres devem ter acesso ao aborto seguro e legal,
independentemente do seu caso, a decisão deve caber somente á mulher.

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