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O que é o aborto?

Um aborto consiste na interrupção de uma gravidez com menos de 20-22 semanas de


gestação. Gestação é o período de desenvolvimento durante o transporte de um embrião e,
posteriormente, de um feto.

Tipos de aborto
Aborto espontâneo consiste na interrupção de uma gravidez devido a uma
ocorrência acidental ou natural. A maioria dos abortos espontâneos tem origem
numa incorreta replicação dos cromossomas e/ou em fatores ambientais.
cromossomas- estrutura altamente organizada de uma célula, que contém o
material genético de um organismo.
Aborto induzido é um procedimento usado para interromper uma gravidez, também
denominado Interrupção Voluntária da Gravidez (IVG).
aborto cirúrgico, no qual é necessário uma cirurgia,
aborto médico, o médico fornece uma medicação que causa a contração do útero e
empurra o feto para fora. (costuma ser feito apenas nas primeiras nove a onze semanas de
gestação)
de acordo com a legislação a mulher pode escolher o método para interromper a gravidez.
porem A decisão sobre o método deve ser tomada em conjunto com o médico, que avalia o
método clinicamente mais adequado à situação.
No caso de uma mulher menor de 16 anos querer interromper a gravidez, este processo
terá obrigatoriamente que ser do conhecimento do seu representante legal.

Quais são os motivos pelos quais as pessoas podem optar por um aborto?
Acho que isto depende da vida de cada um, mas pode não ser o momento certo, pode ser o
momento certo mas de repente as circunstancias da sua vida podem não ser as melhores,
talvez a gravidez anterior tenha sido traumática, o Fase de vida ou momento em que ocorre a
gravidez pode não ser o melhor, Estado da relação: é complicado, A sobrecarga
Razões Médicas
Perguntas comuns
A IVG tem custos para a mulher?
Não. Em estabelecimentos de saúde públicos oficialmente reconhecidos, o processo
de IVG não tem qualquer custo para as mulheres
A mulher pode ficar infértil por interromper uma gravidez?
Os riscos de ocorrerem complicações, nomeadamente infertilidade, decorrentes de
uma IVG são muito reduzidos quando esta é feita em serviços de saúde e com o
acompanhamento médico adequado
Quão seguro é um aborto?
abortos permitidos por lei realizados em instalações médicas são muito seguros. é
mais provável uma mulher ter complicações no parto do que em um aborto. Contudo, é
preciso ter consciência de que utilizar métodos contracetivos para prevenir a gravidez é
mais seguro que realizar um aborto.
Ser de outra nacionalidade/ estrangeiro afeta o procedimento de ivg?
no caso de seres uma mulher estrangeira tens iguais direitos a poder utilizar os serviços de
saúde oficiais.

O aborto inseguro:
Um aborto inseguro induzido é realizado por alguém que não tem as competências necessárias ou
que não cumpre as normas médicas.
Estima-se que duas em cada cinco gravidezes na foram planeadas, seja como resultado da não
utilização de métodos contraceptivos ou da utilização incorreta dos mesmos, seja pela falha destes.
Estudos revelam que muitas das mulheres casadas dos países em vias de desenvolvimentos ( Níger,
Chade) não têm acesso aos métodos contracetivos, sendo esta situação agravada no caso de
mulheres solteiras, particularmente as adolescentes, que raramente têm acesso a informação e
aconselhamento nesta área. A incidência de abortos inseguros ocorre devido ao fácil acesso a
serviços ilegais principalmente em países onde o aborto é considerado crime.

Causas que levam as mulheres a optarem por um aborto inseguro

1. Falta de informação
Para a maioria das mulheres, as únicas fontes de informação antes do aborto
inseguro são pessoas amigas, familiares e colegas. Os métodos escolhidos parecem
basear-se mais na perceção de eficácia e na facilidade de acesso do que na segurança
das mulheres. Os parceiros estão também muitas vezes envolvidos na decisão de
fazer um aborto e no método usado. Algumas pacientes, abandonadas pelos
parceiros, podem sentir que não têm escolha para além de um aborto inseguro.
Mais de 95% de mulheres em países em desenvolvimento recorrem a métodos
perigosos , muitas vezes pela falta de informação a que estão expostas.
Alguns desses métodos de perigo são: utilização de objetos metálicos( como por
exemplo cabides) para dilatar o colo do útero fazendo com que o feto morra. Bem
como injeções,ervas e medicamentos não prescritos.
“Era só um namorado, mas engravidei… Tentei abortar por mim, mas não funcionou,
então tive de procurar uma mãe num dos bairros. Ela pediu-me 15 000 francos CFA,
[cerca de 23 euros] pelo aborto, mas eu tinha apenas 13 000 francos CFA [cerca de 20
euros], então dei-lhos. Ela injetou-me um medicamento e dilatou-me o colo do útero
com um caule de mandioca, e o feto saiu. Depois disso, comecei a ter dores
abdominais.
Céline*, 27 anos, admitida no hospital de Bangui com complicações relacionadas com o
aborto

2.os métodos de contraceção são muitas vezes inacessíveis


Uma das causas de raiz das gravidezes não desejadas é a dificuldade de acesso a
métodos contracetivos.
Muitos casais/ mulheres em países em desenvolvimento não têm a acesso a métodos
contraceptivos e alguns nem sabem da sua existência
Na Nigéria, os principais obstáculos à utilização de contracetivos modernos são as recusas
dos maridos ou da família, a falta de conhecimentos sobre a gravidez e as crenças
religiosas.
“Não tinha ninguém para ir comigo, saio para o trabalho às sete
da manhã e volto a casa às 11 da noite. Não tenho tempo para
tomar a pílula. Simplesmente não tenho tempo.”- joana 32 anos,
hospital em bangui

4 – Grandes atrasos no acesso aos cuidados


As dificuldades de acesso aos cuidados de aborto também desempenham um papel na gravidade
das complicações.
Para metade das mulheres são necessários dois ou mais dias para chegar a uma unidade de saúde
adequada. Devido À falta de informação acerca das instalações de saúde.

Quando encontram um local, devem também conseguir dinheiro para pagar o transporte e cobrir
os custos do tratamento, e encontrar alguém que as acompanhe.

“Com a insegurança nesta zona, tive de esperar pela luz do


dia para sair de casa. A pior parte foi que era fim de
semana, domingo, e nesse dia é difícil arranjar transporte;
não há táxis ao domingo. Perdi imenso sangue nesse dia,
quase morri.”
Métodos de realizar o aborto inseguro:
Alguns desses métodos de perigo são: utilização de objetos metálicos( como por exemplo cabides)
para dilatar o colo do útero fazendo com que o feto morra. Bem como injeções,ervas e
medicamentos não prescritos.

Papel dos profissionais de saúde e as suas opiniões


Acho também que o papel dos médicos não é julgar ou analisar os motivos. Cada um sabe o que é
melhor para a sua vida. O papel dos médicos é único e exclusivamente descrever as opções, discutir
quais os riscos possíveis e ajudar a mulher a tomar a melhor decisão em conta o bem estar da
mulher.

Dois dilemas que os profissionais de saúde enfrentam perante uma interrupção


voluntária da gravidez:
Se num prato da balança encontra-se o direito da mulher à saúde e À sua
autodeterminação sexual e reprodutiva, então no outro prato encontramos o direito
à vida de um ser humano em desenvolvimento.

O aborto no mundo
Legalização do aborto no mundo
o acesso ao aborto continua a ser um direito desigual no mundo
Nos últimos 25 anos, mais de 50 países mudaram as leis para facilitar
o acesso ao aborto, por vezes reconhecendo o seu papel essencial na
proteção da vida, saúde e direitos humanos das mulheres
No entanto, o aborto continua a ser proibido em quase vinte países,
particularmente na África e na América Latina.( países em
desenvolvimento)
Completamente proíbido

Na europa:
Malta, Vaticano e Andorra. Nestes se alguém infringir a lei, executando
uma IVG pode levar uma pena que varia de 18 meses a 3 anos de
prisão.
Na américa Latina:
El Salvador aprovou uma legislação que proíbe a interrupção da
gravidez em qualquer circunstâncias, mesmo em casos de perigo para
a saúde da mãe ou da criança, e prevê penas de até oito anos de prisão.
Nas Honduras,o aborto é proibido mesmo em casos de violação ou
incesto, malformação grave do feto ou quando a vida ou a saúde da
mãe está ameaçada

Com restrinções
Depois existem outros países na europa ( Paraguai, Venezuela, síria) em
que o aborto não é proibido porem é apenas acessível em caso de
perigo para a vida da mae, aqui falamos consequências para a sua
saúde.
No Brasil, o acesso ao aborto é limitado apenas a casos de violação, risco
para a mãe ou malformação grave do feto.

O aborto nos USA:


Tudo começou com a decisão de Roe vs Wade. Em 1970 quando muitos estados
americanos consideravam o aborto crime, em texas uma mae solteira Jane Roe atacou a
constitucionalidade da lei do texas. Esta ação fez com que a suprema corte decidisse que
a partir daquele ano nos estados unidos a mulher teria direito ao aborto. No entanto no
ano passado a suprema corte dos estados unidos revogou( anulou) o direito
constitucional ao aborto. Esta decisão não torna ilegais as interrupções voluntárias da
gravidez, mas torna cada estado livre para autorizá-las ou não.
Atualmente o aborto já foi proibido em 21 estados norte-americanos. Ex: Wisconsin,
Oklahoma, Dakota do Sul.

O aborto em Portugal:
Até 1984, o aborto era proibido em Portugal.
A Lei nº 6/84 veio permitir a interrupção voluntária da gravidez em casos de perigo de vida
da mulher, perigo de lesão grave e duradoura para a saúde física e psíquica da mulher, em
casos de malformação fetal ou quando a gravidez resultou de uma violação.
Apenas em 2007, e após um Referendo nacional, foi incluída na lei a possibilidade de se
realizarem interrupções de gravidez a pedido das mulheres. Em resumo, com a Lei nº
16/2007, a interrupção da gravidez pode atualmente ser realizada em estabelecimentos de
saúde oficiais ou oficialmente reconhecidos desde que:
a) Constitua o único meio de remover perigo de morte ou de grave e irreversível lesão
para o corpo ou para a saúde física ou psíquica da mulher grávida;

b) Haja seguros motivos para prever que feto venha a sofrer, de forma incurável, de
grave doença ou malformação congénita, e for realizada nas primeiras 24 semanas
de gravidez,

c) A gravidez tenha resultado de crime contra a liberdade e autodeterminação sexual e


a interrupção for realizada nas primeiras 16 semanas de gravidez;

d) e) Por opção da mulher, nas primeiras 10 semanas de gravidez.

A minha opinião:
As proibições ao aborto fundamentalmente colocam em risco todas as pessoas
grávidas, independentemente de quererem ou não um aborto, porque as proibições
ao aborto também restringem o atendimento a pessoas que sofrem aborto
espontâneo e gravidez ectópica
GRAVIDEZ ECTOPICA: Uma gravidez ectópica é uma gestação que cresce fora do
útero ou em um local atípico dentro do útero.

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