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AVALIAÇÃO

PSICOLÓGICA PARA
LAQUEADURA TUBÁRIA
MARIANA ALVES PORTO
MESTRA EM PSICOLOGIA E SAÚDE (FAMERP)
PSICÓLOGA CLÍNICA E HOSPITALAR
Lei nº 9.263, de 12 de janeiro de 1996
“PLANEJAMENTO FAMILIAR”

 “Conjunto de ações de regulação da fecundidade que


garanta direitos iguais de constituição, limitação ou aumento
da prole pela mulher, pelo homem ou pelo casal. É um
direito de todos os cidadãos e está relacionado com a
atenção integral à saúde da mulher, do homem e do casal.”
“PLANEJAMENTO FAMILIAR”
 Ações preventivas e educativas e acesso igualitário a informações,
meios, métodos e técnicas disponíveis para a regulação da
fecundidade

 Serão oferecidos todos os métodos e técnicas de concepção e


contracepção cientificamente aceitos e que não coloquem em risco a
vida e a saúde das pessoas, garantida a liberdade de opção.

 A prescrição só poderá ocorrer mediante avaliação e


acompanhamento clínico e com informação sobre os seus riscos,
vantagens, desvantagens e eficácia.
“Somente é permitida a esterilização voluntária nas
seguintes situações”

 Homens e mulheres com capacidade civil plena;

 Maiores de 25 anos de idade ou, pelo menos,

 Dois filhos vivos,

 Prazo mínimo de 60 dias entre a manifestação da vontade e o ato


cirúrgico

 Nesse período: será propiciado serviço de regulação da fecundidade,


incluindo aconselhamento por equipe multidisciplinar, visando
desencorajar a esterilização precoce;
 Registro de expressa manifestação da vontade em documento escrito
e firmado, após a informação a respeito dos riscos da cirurgia, possíveis
efeitos colaterais, dificuldades de sua reversão e opções de
contracepção reversíveis existentes. (Exceto em: alterações na
capacidade de discernimento por influência de álcool, drogas, estados
emocionais alterados ou incapacidade mental temporária ou
permanente)

 É vedada a esterilização cirúrgica em mulher durante os períodos de


parto ou aborto, exceto nos casos de comprovada necessidade, por
cesarianas sucessivas anteriores.
 Na vigência de sociedade conjugal, a esterilização depende do
consentimento expresso de ambos os cônjuges.

 A esterilização cirúrgica em pessoas absolutamente incapazes somente


poderá ocorrer mediante autorização judicial, regulamentada na
forma da Lei.
MINISTÉRIO DA SAÚDE
“PLANEJAMENTO REPRODUTIVO”

 “o adolescente, o jovem ou o adulto, homem ou mulher,


independentemente de ter ou não uma união estável ou de
constituir uma família, pode fazer, individualmente ou com o(a)
parceiro(a), uma escolha quanto a ter ou não ter filhos.”
RECOMENDAÇÕES

 A principal ferramenta do profissional de saúde é a escuta

 Compreender as expectativas das pessoas no que diz respeito à


reprodução

 Ajudá-las a concretizarem essas expectativas, respeitando suas


escolha

 Orientação para a escolha dos recursos à concepção ou à


anticoncepção
Fatores individuais e contexto de vida
relacionados aos usuários(as)

 Condições econômicas e Estado de saúde.

 Características da personalidade da mulher e/ou do homem.

 Fase da vida.

 Padrão de comportamento sexual.

 Aspirações reprodutivas.

 Fatores culturais e religiosos e fatores, como medo, dúvidas e


vergonha.
ACONSELHAMENTO

 Oferecer diferentes opções de métodos anticoncepcionais para


todas as etapas da vida reprodutiva

 Aceitabilidade

 Riscos X Benefícios

 Informações reais sobre cada métodos, sem incentivar práticas


irreversíveis

 Desencorajar esterilização precoce


LAQUEADURA TUBÁRIA
 procedimento cirúrgico de oclusão da trompa de Falópio,
impede que os espermatozoides migrem ao encontro do óvulo,
impedindo a fertilização
RISCOS

 Infecção e sangramento no local da incisão.

 Infecção ou sangramento intra-abdominal.

 Lesão de órgãos pélvicos ou abdominais.

 Reação alérgica ao anestésico.

 Embolia pulmonar.
EFICÁCIA
REVERSIBILIDADE

 É possível apenas em algumas mulheres, quando ainda resta um


segmento de trompa

 Nem sempre é bem sucedida

 Aumento do risco de gestação ectópica


ARREPENDIMENTO
 Antes dos 30 anos de idade.
 Ter poucos ou nenhum filho ou ter todos os filhos do mesmo sexo
 União conjugal recente ou instável.
 A separação e um novo casamento.
 A pressão e influência no processo de decisão / Não tem apoio do
parceiro
 Informação deficiente sobre os riscos e efeitos colaterais do
procedimento, e reversão.
 Insuficiente informação sobre os outros métodos anticoncepcionais.
 Com história de morte de um filho após o procedimento.
 Quando o procedimento é realizado durante ou logo após o parto.
Identificar características em consonância com a lei

Identificar o desejo/expectativas/possíveis conflitos com a maternidade

Analisar a relação conjugal

Caráter irreversível e o simbolismo do útero

Identificar a compreensão sobre outros métodos contraceptivos

Orientar
AVALIAÇÃO EM 4 SESSÕES

1. Primeira entrevista: avaliar a capacidade cognitiva, desejo e história


da mulher

2. Casal: Histórico da relação conjugal, desejo do casal

3. Psicoeducação sobre laqueadura

4. Fechamento: devolutiva

5. *Se necessário aplicar testes para comprovar hipóteses (DPP).

6. Confecção do Laudo (Deverá ser reconhecido em cartório)


REFERÊNCIAS

 Brasil. Lei nº 9.263, de 12 de janeiro de 1996. Regula o § 7º do art. 226 da Constituição Federal, que trata do
planejamento familiar, estabelece penalidades e dá outras providências. Diário Oficial da União. 1997; Seção
1:561. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l9263.htm
 Brasil. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Departamento de Atenção Básica.
 Saúde sexual e saúde reprodutiva / Ministério da Saúde, Secretaria de Atenção à Saúde, Departamento de
Atenção Básica. – 1. ed., 1. reimpr. – Brasília: Ministério da Saúde, 2013. Disponível em:
https://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/saude_sexual_saude_reprodutiva.pdf
 Sanches, M. A., & Simão-Silva, D. P. (2016). Planejamento familiar: do que estamos falando?. Revista Bioética, 24,
73-82. Disponível em: https://www.scielo.br/j/bioet/a/vWgXRFfryLyx3K4M6VYr75v/?lang=pt&format=html
 Santos, A. M. D., Benute, G. R. G., Nomura, R. M. Y., Miyadahira, S., Lucia, M. C. S. D., & Francisco, R. P. V. (2014).
Arrependimento da realização da esterilização tubária em gestação de alto risco. Psicologia Hospitalar, 12(1), 49-
68. – Disponível em: http://pepsic.bvsalud.org/pdf/ph/v12n1/v12n1a04.pdf

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