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Violência Obstétrica

O QUE É VIOLÊNCIA OBSTÉTRICA? 2. Verbal/Emocional: Humilhação, insultos, gritos,


Violência obstétrica refere-se a qualquer forma de piadas, ameaças, ridicularização por parte dos
abuso, desrespeito, negligência ou tratamento profissionais de saúde, desconsideração das
desumano que ocorre durante a assistência ao necessidades emocionais da mulher, não
parto, pré-natal ou pós-parto. esclarecimento das dúvidas da gestante, não buscar
É apropriação do corpo e dos processos o seu consentimento;
reprodutivos por profissionais de saúde revelado
pelo trato desumano, uso abusivo da medicalização 3. Negligência: Falta de atenção às necessidades
e intervenções desnecessárias sobre processos médicas da mulher, recusa em oferecer analgesia
fisiológicos, gerando a perda da autonomia e da ou assistência adequada durante o trabalho de
liberdade de escolha; parto, falta de acompanhamento pré-natal
A VO fere os direitos sexuais e reprodutivos, pois adequado, negar anestesia e métodos não
refere-se exatamente a uma violação ao corpo, à farmacológicos durante o trabalho de parto;
dignidade e à autonomia durante importantes etapas
da vida reprodutiva; Essa violência pode ser física, 4. Sexual: Realização de procedimentos
verbal, emocional, sexual ou institucional, e é ginecológicos invasivos sem consentimento ou de
praticada por quem realiza a assistência obstétrica, forma desrespeitosa.
sendo eles profissionais de saúde ou instituições
médicas. 5. Institucional: Imposição de protocolos médicos
sem considerar as preferências da mulher, restrição
EXEMPLOS DE VIOLÊNCIA OBSTÉTRICA: de movimentos durante o trabalho de parto,
separação arbitrária do bebê da mãe após o
1. Física: Realização de procedimentos invasivos nascimento sem razão médica. Proibir o
sem consentimento, como episiotomia sem acompanhante que é de escolha livre da mulher ou
necessidade, manuseio brusco durante o parto, proibir a presença da doula e do acompanhante.
Manobra de Kristeller, amniotomia (ruptura da
membrana que envolve o feto) para aceleração Em suma, violência obstétrica consiste em ações
do parto, ocitocina (“sorinho”) sem necessidade, de caráter físico que incidam sobre o corpo da
lavagem intestinal durante o trabalho de parto, mulher, que interfiram, causem dor ou dano
não permitir que a mulher escolha sua posição físico, e ações que dificultam, retardam ou
de parto, raspagem dos pelos pubianos, impedir impedem o acesso da mulher aos seus direitos
a mulher de se alimentar e beber água durante o constituídos.
trabalho de parto, toques realizados muitas
vezes, por mais de uma pessoa, sem o O parto humanizado acontece quando a mulher não
esclarecimento e consentimento da mulher, é submetida a violências, as intervenções acontecem
dificultar o aleitamento materno na primeira hora, somente quando necessárias e a mulher participa
impedir o contato imediato, pele a pele do bebê das decisões em parceria com os profissionais que a
com a mãe, após o nascimento sem motivo assistem. Ou seja, a mulher torna-se protagonista do
esclarecido à mulher, cirurgia cesariana seu trabalho de parto, tendo seus direitos e escolhas
desnecessária e sem informar à mulher sobre respeitados.
seus riscos, ou até mesmo agressões físicas.

MONITORA: Maria Eduarda Firmino


Violência Obstétrica
COMO PREVENIR A VIOLÊNCIA OBSTÉTRICA:

1. Promover a humanização do parto e do pré-


natal, respeitando as escolhas e desejos da
mulher.
2. Fornecer informações claras e completas sobre
os procedimentos médicos e opções de
cuidados disponíveis.
3. Garantir o consentimento informado em todos os
momentos, permitindo que a mulher participe
ativamente das decisões relacionadas à sua
saúde e ao parto.
4. Visite a maternidade/hospital antes do parto. É
um direito da gestante e com isso ela já se
informa sobre as práticas adotadas pela
instituição hospitalar;
5. Entregue (protocole) na maternidade/hospital,
com antecedência, seu plano de parto, que é um
documento com indicações daquilo que a mulher
deseja para o seu parto recomendado pela
Organização Mundial da Saúde;
6. Tenha sempre um(a) acompanhante, pois a
presença de outra pessoa, sem dúvidas, previne
a violência obstétrica, além de ser um direito
garantido pela lei.

O QUE FAZER CASO SOFRA VIOLÊNCIA


OBSTÉTRICA:

1. Registrar detalhadamente a ocorrência, incluindo


datas, locais, nomes dos profissionais
envolvidos e descrição dos eventos.
2. Você deve denunciar as más práticas na
Secretaria de Saúde do seu Município ou na
ouvidoria da Agência Nacional de Saúde
Suplementar (ANS) em caso de ser beneficiária
de plano de saúde;
3. Além disso, deve denunciar quem praticou
violência obstétrica nos conselhos de classe e
promover na justiça ação para reparação dos
seus danos materiais, estéticos e/ou morais.

MONITORA: Maria Eduarda Firmino

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