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No ano R+C 3376, os Deputados do Egrégio Colégio da Loja Rosacruz, cientes de nossas
responsabilidades e juramentos, e diante do Deus do nosso coração, conclamamos a todos os
estudantes rosacruzes da AMORC-GLP a analisarem os fatos aqui apresentados, realizarem seus
próprios julgamentos e, desta forma, agirem conforme os ditames de suas consciências.
Em sua Cons tuição de 2018, registrada no Cartório de Santa Clara, Califórnia, EUA, a Suprema
Grande Loja da AMORC se afirma como uma escola cujo propósito é “ensinar, promover e
perpetuar os princípios tradicionais e iniciá cos dos an gos rosacruzes aplicados aos dias
presentes; de modo a contribuir, em espírito de fraternidade, para melhorar a compreensão e o
desenvolvimento espiritual de seus estudantes; promover a boa vontade internacional, a
compreensão e a cooperação, mantendo contato fraterno, intelectual e espiritual com todas as
Grandes Lojas, devidamente cons tuídas em todo o mundo; além de cooperar com outras
ins tuições cujos obje vos estejam de acordo com os da Ordem, para o bene cio da humanidade
em geral, contribuindo para a felicidade e o bem-estar da humanidade.”
A AMORC foi ins tuída no Brasil em 1947 com a fundação da Loja São Paulo, sob a égide da
“associação sem fins lucra vos”. Nas associações os membros têm direitos iguais e decidem em
conjunto os rumos da ins tuição.
Em 1956 a Grande Loja do Brasil foi fundada sob a mesma égide associa va, ou seja, seu
estatuto assegurava que a AMORC era “uma fraternidade de homens e mulheres devotados à
inves gação, estudo e aplicação prá ca das leis naturais e espirituais, com a finalidade de
capacitar a todos, a viver em harmonia com as forças cria vas e constru vas do Cosmos, para
adquirir saúde, felicidade e paz”, um obje vo que se assemelha àqueles preconizados, ainda, pela
Suprema Grande Loja.
Após diversas alterações estatutárias, em que o caráter associa vo foi preservado, em 2018,
sob a pecha de adequar-se às normas brasileiras, e sob o comando do grande mestre Hélio de
Moraes e Marques e do diretor presidente da AMORC GLP Domingos Sávio Telles, houve uma
nova alteração estatutária. O Estatuto público está registrado no Cartório do Bacacheri, em
Curi ba, PR. Assim, em polêmica Assembleia Extraordinária, realizada em 10 de outubro de 2018,
às 14h30, a Grande Loja da Jurisdição de Língua Portuguesa (AMORC-GLP), embasada pelo jargão
mís co “religar-se diretamente à divindade” passou a afirmar, desde então, que seus principais
fins são “manter templos diretamente ou por intermédio dos Organismo Afiliados, em que os
membros possam reverenciar Deus e as Leis Divinas, além de cultuar, ensinar e promover os
princípios e leis tradicionais rosacruzes”. Com esse ato, a AMORC-GLP assumiu-se como uma
organização religiosa, seita ou igreja, distanciando-se, claramente, dos fundamentos
preconizados pelos Saberes Tradicionais da An ga e Mís ca Ordem Rosae Crucis, AMORC e
afirmados pela Suprema Grande Loja.
No mesmo dia desta fa dica Assembleia, houve a abertura da XXV Convenção Nacional, sob o
tulo "É ca, Pessoa e Sociedade: A Força da Unidade”. A despeito da gigantesca alteração,
nenhuma palavra foi mencionada aos membros. Chris an Bernard, o imperator, em seu úl mo
ano de mandato, não esteve presente no evento.
Desde aquele infausto ano, iniciou-se uma série de tenta vas que visam atenuar o fato de que, a
AMORC-GLP ao assumir-se como organização religiosa, o que agride um dos princípios basilares
do rosacrucianismo da AMORC, que vigora há mais de 100 anos, qual seja, a AMORC não é uma
religião. Assim, um discurso disjun vo vem sendo ins tuído procurando explicar, o inexplicável,
que a figura jurídica religiosa assumida, e as disposições estatutárias centralizadoras
consequentes dela, não prejudicam a imagem da ins tuição diante dos membros e da sociedade.
Entre 2022 e 2023, a GLP enfa zou tais ações, com o fito de alterar os Estatutos dos
Organismos Afiliados. Assim, adotando estratégia clássica de movimentos religiosos
fundamentalistas, ins tuiu um programa de doutrinação de membros, principalmente dos
oficiais e dignitários, visando mi gar eventuais resistências à proposta. O material envolve
aproximadamente 7 horas de gravações em vídeo, apresentados por Domingos Sávio Teles,
diretor presidente da AMORC-GLP.
Esse material, que não está disponível aos membros, mas apenas aos oficiais de O.A.s e
dignitários, trata do seguinte: 1) Programa Presença & Harmonia “Mis cismo Rosacruz”; 2)
Encontros Nova Versão do Estatuto I - “Finalidade Ins tucionais e Personalidade Jurídica”; 3)
Encontros Nova Versão do Estatuto II - “Composição competência e funcionamento dos órgãos
delibera vos e execu vos”; 4) Encontros Nova Versão do Estatuto III - “Membros Afiliados
direitos, deveres e relações com o OA”; 5) Encontros Nova Versão do Estatuto IV - “Convocação
funcionamento e documentação para as assembleias de alteração estatutária”.
No primeiro vídeo, “Mis cismo Rosacruz”, frater Domingos se “esforça” para explicar porque a
AMORC-GLP assumiu a personalidade jurídica de organização religiosa e como isso não prejudica
Esse vídeo é fruto de um longo processo de preparação em direção à religião que vem
ocorrendo na GLP há mais de 10 anos. Neste sen do, merece destaque o vídeo “Luz Um Novo
Passo Juntos”, de 13/09/2017 (disponível no Youtube) onde o grande mestre Hélio de Moraes e
Marques, coloca AMORC como uma religião ao lado de outras.
Todos esses elementos aviltam a Tradição Rosacruz preconizada na gnose veiculada pela
AMORC que envolve sim, uma dimensão religiosa, mas não se reduz a ela, visto que como Saber
Tradicional, os Ensinamentos Rosacruzes possuem também, uma dimensão é co-filosófica e
sociopolí ca. Tudo isso promove um reducionismo lamentável em um Saber que é, por sua
própria natureza irredu vel.
Para conseguir isso, porém, os membros precisarão aceitar abrir mão de seu direito (poder) de
voto. Assim, a estratégia é doutrinar primeiro (por isso criou-se o treinamento longo e cansa vo,
apresentado em vários vídeos). Desta forma, nos vídeos, acima mencionados, frater Domingos
Telles tenta explicar como vai funcionar esse novo arranjo.
Apresentamos a seguir um dos trechos mais crí cos dessa proposta. Uma Loja tem cinco
oficiais: mestre, secretário, presidente da junta depositária, secretário da junta depositária e
tesoureiro.
No novo arranjo se houver uma proposta, por exemplo, de vender a Loja, os oficiais discu rão e
votarão. Se todos concordarem com a venda, a Loja será vendida em um placar de 5 x 0, cinco a
favor de vender a Loja e zero contra. Ressaltando que não será mais possível o exercício da
vontade dos membros, como é realizado hoje por meio das assembleias.
Em uma situação em que o placar ficasse, por exemplo, 3 X 2, três não querem vender a Loja e
dois querem, os dois que perderam poderão recorrer ao Colégio de Dirigentes.
O Colégio de Dirigentes envolve, além dos oficiais da Loja, os oficiais da Grande Loja, ou seja, o
grande mestre, o grande conselheiro e o monitor regional. Assim, haveria uma nova votação com
todos esses oficiais. Se os oficiais da Grande Loja decidirem pela venda da Loja, ela será vendida,
pois o novo placar seria 3 x 5.
Hoje como as Lojas são associações, para vender o imóvel todos os membros seriam
conclamados a votar em uma Assembleia, porém com o novo estatuto isso não mais acontecerá.
Como afirmado anteriormente, o programa de treinamento envolveu uma estratégia usada pelo
fundamentalismo religioso. Assim, o novo estatuto não é, ou será, disponibilizado ou
apresentado aos membros para que estes possam analisar e discu r seu conteúdo
antecipadamente. A estratégia é a seguinte:
Primeiro é realizada a doutrinação, com o treinamento em vídeo, que visa adoçar os ânimos,
explicar e convencer as lideranças (dignitários e oficiais) sobre a importância da mudança, e que a
assunção do caráter religioso não trará nenhuma consequência para a Ordem.
Depois que todas as lideranças es verem convencidas, o estatuto será pré-preenchido com os
dados do Organismo Afiliado e disponibilizado para homologação, sem debate dos membros em
uma Assembleia Geral Extraordinária.
Foi apresentado no treinamento um fluxograma que demonstra que os O.A.s terão um papel
meramente operacional. Enviarão os dados cadastrais etc, via grande conselheiro, e depois que
todos os dados forem lançados no documento, este será devolvido ao Organismo Afiliado para ser
homologado em uma Assembleia Geral Extraordinária, registrado em cartório e devolvido à GLP.
No dia da Assembleia, a proposta poderá ser apresentada apenas genericamente aos membros.
Mas o que ninguém sabe é que ao aprovarem o novo estatuto os membros perderão seu direito
associa vo de voto, vigorando o novo status de organização religiosa, passando os O.A.s a
funcionarem como “igrejas”.
O novo estatuto traz embu do, também, um código disciplinar inquisitorial, que se sobrepõe
aos juramentos e ao próprio Código Rosacruz de Vida. Em síntese, cria-se uma câmara de
julgamento (tribunal) que vai julgar e ao mesmo tempo inves gar a conduta dos membros que
Assim, ao final desse processo, se bem sucedido, a AMORC-GLP e seus Organismos Afiliados, a
despeito do que quer fazer crer a GLP, estarão funcionando dentro de um rígido caráter religioso
fundamentalista.
O importante neste grave momento é que todos e cada membro, cada estudante rosacruz
sincero, esteja atento, ciente dessa situação e das consequências que dela poderão advir, bem
como, de suas responsabilidades frente às mesmas.
Assim, conclamamos a todos para estarem a nentes ao Código Rosacruz de Vida, que em seu
Art. 16 afirma “Sê um pensador livre. Reflete por mesmo e não penses conforme a opinião
dos outros”; e Art. 18 “Sê fiel às tuas promessas e aos seus compromissos.” Assim, estamos
procurando agir, ao apresentar-lhes estes fatos.
Evocamos aqui, novamente, o pensamento de frater Mazzucco: “um estudante rosacruz tem a
cabeça nas nuvens e os pés no chão”, e afirmamos que nas mãos de cada um de nós estará o
des no do sonho rosacruz “a mais ampla tolerância na mais irrestrita independência” ...
Assim, nós Deputados do Egrégio Colégio da Loja Rosacruz, no melhor espírito público que
regeu nossos predecessores no Séc. XVII, reafirmamos nossa crença nos seres humanos e,
portanto, no valor da associação livre e sem fins lucra vos voltada para a prestação de serviços
de u lidade pública para a sociedade; Refirmamos que os Ensinamentos Rosacruzes são
holís cos, um Saber Tradicional, e que em hipótese alguma pode ser reduzido à dimensão
religiosa sob nenhum argumento ou subterfúgio.
Conclamamos nossos fratres e sorores a analisarem por si mesmos os fatos aqui expostos,
indagarem e ques onarem as lideranças sobre os mesmos, ou seja, a checarem a veracidade do
que afirmamos, pois entendemos que esse é o espírito que, verdadeiramente nos une.
Por fim, desejamos que o desfecho deste desafio equivocadamente imposto a todos e todas,
possa ser acolhido pelas Hostes Cósmicas, e que a Lei Cósmica possa se cumprir de modo que
cada um de nós, estudantes rosacruzes sinceros, assim como nossa amada Ordem, saiamos
engrandecidos com a mesma re dão que buscamos ao caminhar no Templo da Vida!
Cro-Maat