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EM CASO DE ESTUPRO.
• A vítima de violência sexual que quiser realizar o aborto deve ir até uma unidade
de saúde do Sistema Único de Saúde (SUS) e relatar à equipe médica o crime. A
lei não obriga que a vítima apresente Boletim de Ocorrência ou qualquer exame
que ateste o abuso, como um laudo do Instituto Médico Legal (IML). No hospital,
segundo a norma técnica do Ministério da Saúde, nesses casos, é recomendado
que a pessoa gestante seja atendida por uma equipe multidisciplinar, que inclui
médico, assistente social e psicólogo. Além disso, ao menos três profissionais da
saúde devem se reunir com a vítima para verificar se cabe o aborto no caso
específico. Ainda assim, a equipe médica é obrigada, por lei desde 2020, a
notificar à polícia o caso em até 24 horas, mesmo contra a vontade da vítima. A
regra foi instaurada por meio de uma portaria que também obriga médicos a
oferecerem para as gestantes verem fotos do feto, que também devem enfrentar
um longo questionário sobre o estupro. Essa nova regra foi criticada na época por
organizações de defesa do direito da mulher e por médicos e especialistas.
Como funciona nos outros casos?
• Já em casos de anencefalia ou risco para a vida da gestante, um laudo médico é
necessário para se realizar o procedimento. Nesses casos também não há
restrições em relação à semana da gestação para se realizar o aborto legal.
Mesmo assim, o direito ao aborto nesses casos continua fora do alcance de
muitos. A dificuldade vem logo nos hospitais, que muitas vezes se recusam a
realizar o procedimento. No último ano, entre janeiro de 2021 e fevereiro deste
ano, quase 40% dos abortos legais foram feitos fora da cidade da gestante,
segundo dados do Sistema Único de Saúde (SUS), levantados pelo portal G1.
Normalmente, grandes hospitais públicos realizam o procedimento. Ainda assim,
nem toda unidade de saúde atende os três casos permitidos por lei. Gestantes
que sofreram abuso sexual encontram mais dificuldade para terem seu direito ao
aborto cumprido, de acordo com especialistas. Caso o procedimento seja negado
à gestante, a recomendação é buscar a defensoria pública.
Acolher e Orientar.
• Quando as mulheres chegam aos serviços de saúde em processo de
abortamento, sua experiência é física, emocional e social. Geralmente, elas
verbalizam as queixas físicas, demandando solução, e calam-se sobre suas
vivências e sentimentos. A mulher que chega ao serviço de saúde abortando está
passando por um momento difícil e pode ter sentimentos de solidão, angústia,
ansiedade, culpa, autocensura, medo de falar, de ser punida, de ser humilhada,
sensação de incapacidade de engravidar novamente. Todos esses sentimentos se
misturam no momento da decisão pela interrupção, sendo que para a maioria
das mulheres, no momento do pós-abortamento, sobressai o sentimento de
alívio. O acolhimento e a orientação são elementos importantes para uma
atenção de qualidade e humanizada às mulheres em situação de abortamento.
Acolher, segundo o dicionário Aurélio é: “dar acolhida a, atender, dar crédito a,
dar ouvidos a, admitir, aceitar, tomar em consideração”. Pode também ser
definido como “receber bem, ouvir a demanda, buscar formas de compreendê-la
e solidarizar-se com ela”.
Acolhimento é o tratamento digno e respeitoso, a escuta, o reconhecimento e a aceitação
das diferenças, o respeito ao direito de decidir de mulheres e homens, assim como o
acesso e a resolutividade da assistência.
• c) Identificar as reações do grupo social (famílias, amigos, colegas) em que está envolvida;