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CENTRO UNIVERSITÁRIO GERALDO DI BIASE FUNDAÇÃO

EDUCACIONAL ROSEMAR PIMENTEL


CURSO DE PSICOLOGIA

ANDRESSA TÁVORA
JÉHSSICA REZENDE
KAMILA FERREIRA
VITÓRIA LIMA

PSICOLOGIA BREVE AMBULATORIAL


MATERNIDADE

VOLTA REDONDA
2023
1. Qual é o seu papel como psicólogo no setor maternidade?
Meu papel é fazer sempre a intervenção ou conexão dos pacientes com
a equipe e vice-versa. Ou seja, entender qual é a necessidade e dificuldade
que o paciente tem, qual é a necessidade e dificuldade que a equipe tem em
relação a esse paciente e ajudar para que haja essa conexão, para que a
equipe possa trabalhar e o paciente possa ser atendido dentro da demanda
que ele apresenta. Para isso eu preciso escutar o paciente, a família e a
equipe.

2. Como você auxilia pacientes e suas famílias durante a internação


ou tratamento hospitalar?
A gente precisa passar nos leitos, enfermarias ou quartos e conversar
com o paciente, ver como ele está se sentindo, acolher o paciente, conversar
com a família, entender quais são as dificuldades dessa família, entender se o
paciente está conseguindo entender o tratamento que está sendo feito e o que
será feito dali em diante, se está tendo dúvidas ou não. Além de colocar isso
para a equipe, porquê as vezes ela acha que está sendo clara, o médico acha
que explicou, mas as vezes o paciente não entendeu o termo que foi utilizado.
Faço a conexão e mostro as dificuldades que o paciente tem.

3. Quais são os desafios psicológicos comuns que os pacientes


enfrentam no ambiente hospitalar?
Desde que eles entram, sendo um procedimento eletivo ou emergencial,
há vários desafios psicológicos: afastamento da família, da rotina, rotina de
trabalho, da sua vida como um todo, procedimentos invasivos que eles vão ter,
coisas que não sabem e não tem domínio sobre o que será feito, medo da
perda dessa autonomia. Eles têm a despersonalização, perdem sua identidade
e passam a ser mais um, mais um diagnóstico, o" paciente que ocupa o leito
tal", e é muito atrelado a essa enfermidade ou ao procedimento que ele está ali
para fazer. Ele perde muito de si e isso tudo pode ser um fator complicante que
dê gatilho, que vai desencadear situações problemas para o paciente. Além
disso, também tem a família como um desafio, um desafio psicólogo, lidar com
as questões da família, com conflitos familiares, ausência da família, a
saudade, tudo isso são desafios também.
4. Como você colabora com a equipe médica para garantir o bem-
estar psicológico dos pacientes?
“Também acho que está muito a ver com esse papel, né? Mas como
que eu colaboro? Indo até a equipe e sinalizando para a equipe a necessidade
do paciente. Indo até a equipe e falando, olha, a gente tem um problema, a
gente precisa que esse paciente seja atendido novamente, que seja dito para
ele o que vai ser feito, mas sempre mostrando o papel da psicologia, que a
gente está ali para ajudar, para contribuir para ambas as partes. E quando a
gente vai fazendo isso, tendo essa construção de diálogo, a equipe, se ela não
entendia o nosso papel, ela vai passar a entender e vai chegar um momento
que eles vão começar a nos acionar.

5. Quais estratégias você utiliza para ajudar os pacientes a lidarem


com o medo e a ansiedade relacionados ao tratamento?
Quais estratégias você utiliza para ajudar os pacientes a lidarem com o
medo e a ansiedade relacionados ao tratamento? Informação, né? Informação
é uma das estratégias principais. Você informar o paciente o que vai acontecer,
tá? Claro que a gente não pode, por exemplo, informar uma coisa que o
médico não informou. Eu não posso passar a frente do médico, por exemplo,
né? Mas dar sempre a ideia para o paciente de que ele está sempre sendo
considerado. Então se você não sabe, você fala, olha, eu vou falar com o
médico sobre essa dúvida sua, vou pedir para ele vir aqui. É sempre dialogar,
nunca tentar enrolar o paciente. E o atendimento humanizado, esse
atendimento acolhedor, tá? Olho no olho, conversar, falar com familiares
também, isso é muito importante.

6. Como você apoia familiares ou cuidadores dos pacientes durante


esse processo?
Também nessa questão do atendimento acolhedor, o atendimento
individual, disciplinais. De ficar e de tirar dúvidas, e principalmente
conscientizando esses familiares do quanto eles podem ajudar, contribuir ou
podem dificultar esse processo terapêutico, esse processo de tratamento, de
internação dessa pessoa que está ali. Porque esses familiares se colocam
numa ansiedade muito grande, numa inquietude muito grande, isso também vai
ser pior. Então, conscientizando os familiares do papel que eles têm nesse
processo todo.
7. Que tipos de intervenções psicológicas são mais eficazes no
tratamento de pacientes hospitalizados?
Bom, depende muito. O paciente hospitalizado vai depender também do
tempo que ele passa hospitalizado, de qual tipo de doença, diagnóstico, de
local onde ele está. Por exemplo, um paciente em uma UTI, ele tem limitações
muito maiores, ele tem medos muito maiores, ele fica sozinho, né, então às
vezes você precisa, se for o caso, fazer uma chamada de vídeo, por exemplo,
do celular, com a liberação da equipe, para que ele em algum momento tenha
contato com as pessoas que são importantes pra ele, mas como eu não
trabalho em UTI, geralmente esse tipo de intervenção às vezes o que acontece
é uma consulta, não exatamente uma consulta, mas é um atendimento, como
uma psicoterapia breve. Às vezes a gente acaba se colocando nessa
possibilidade, chamando o paciente para uma sala individual, e a gente vai
dialogando com ele, trazendo coisas importantes, para a conscientização dele.
Então a psicoterapia breve é muito usada, ela é muito eficaz.

8. Como você avalia o progresso psicológico dos pacientes ao longo


do tempo?
Bom, nosso papel principal é que o paciente está ali porque ele precisa
de tratamento, ele precisa melhorar aquela situação, aquela condição
fisiológica, física e biológica que ele está vivenciando. Então, se ele se coloca
mais aberto... para o tratamento, mais enganjado, mais solicitado, mais
disposto ao tratamento, ao processo, então o nosso trabalho ajudou, com
certeza, contribuiu muito.

9. Quais são os aspectos mais gratificantes e desafiadores do seu


trabalho no setor de maternidade?
Eu trabalho no Hospital Maternidade. Os aspectos mais gratificantes é
ver uma gestante bem, feliz, com o seu filho, com o seu bebê, com a sua
família ali, após o parto, por exemplo, e tendo todo o sorriso, toda a alegria dela
de ter o seu filho nos braços ali. Desafiadores? Bom, desafiar as pessoas tem
um contexto onde você tem muita violência obstétrica. onde sempre o saber
médico, em qualquer um desses cenários, o saber médico é hegemônico, ele
está acima. Então, quebrar isso ou trabalhar é um desafio também.

10. Quais recursos ou programas adicionais são oferecidos aos


pacientes e familiares no hospital?
A gente tem vários recursos. Vamos pensar em atendimento. Tem vários
tipos de exames, testes, testes do pezinho, do olhinho, falando no meu
contexto. Que hoje são protocolos, que hoje fazem parte, que precisam ter
esses atendimentos. São muito bons, mas... O atendimento psicológico, que é
o pré-natal psicológico que a gente chama, ele não é obrigatório. Na verdade,
saiu agora uma lei que prevê essa assistência psicológica. Mas semana
passada, há poucos dias , isso não era obrigatório. E até como isso se dá,
como se dá esse atendimento, cada hospital às vezes pode fazer isso de uma
maneira diferenciada.

11. Quais são os tipos de intervenções realizadas quando


identificadas demandas pelos membros da equipe de saúde?
Depende muito também de qual tipo de demanda. Às vezes a gente
precisa fazer um encaminhamento, uma solicitação de uma avaliação
psicológica. A equipe faz isso. Pode ser uma avaliação ou um
encaminhamento, um atendimento de serviço social, se for uma questão social,
uma dificuldade, uma falta de programa, por exemplo, um bolsa-família que
essa família precisa ter, ou uma certidão de nascimento que não tem um
documento, uma orientação nesse sentido. Então a gente encaminha para lá.
Se é uma questão... por exemplo, ela não tem vacinas, a gente precisa colocar
isso tudo, então você pode encaminhar para a unidade básica, pedir para que
faça a reposição das vacinas, que mostre direitinho como isso ser feito. Então
depende muito de qual a demanda, mas pode ser uma demanda para
profissionais internos do hospital como para a rede mais ampla, ou seja,
atendimentos externos também.

12. Com relação à rede de saúde do município e à instituição


hospitalar em que trabalha, existe algum programa voltado à prevenção do
profissional? Depende, bom, se eu estou entendendo, isso é muito difícil.
Eu, por exemplo, lá no hospital, eu me coloco à disposição da equipe
para atender, para fazer conversas com a equipe. Não é um atendimento
também de psicoterapia, mas é um conversar e saber quais são as dificuldades
da equipe. Eu acho que isso ajuda, mas ainda é muito aquém, porque a gente
precisava.

13. Como você avalia o clima institucional do ambiente de trabalho?


Lá onde eu trabalho é um clima muito bom. A gente tem uma equipe,
uma direção também que é muito acolhedora, que está com um atendimento
muito mais humanizado. Mas preocupada com essa vertente de atendimento,
então mudou, principalmente a gente relacionado a algum tempo atrás, tem
melhorado muito, mas a gente tem várias questões, por exemplo, questão
salarial. Hospital. Hoje a equipe, o setor de enfermagem passaram a receber
melhor, mas era uma grande insatisfação, que ainda acho que tem que
melhorar muito, muitas questões. A gente trabalha num hospital que é
municipal, então a gente tem questões de estrutura, de insumos, de material
para trabalhar, que às vezes a gente passa por restrições. Isso não é só
municipal, na verdade, ainda federal também, estadual a gente passa por isso
em alguns momentos, mas isso às vezes traz uma insatisfação, traz uma
problemática para o ambiente de trabalho, mas de um modo geral a gente tem
vivido um clima muito bom ainda.

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