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Nossa História

Somos Helena e Isadora, psicólogas, Gestalt terapeutas há


mais de cinco anos e fundadoras do Transborda. Além de
amigas, somos parceiras e compartilhamos juntas o amor e a
confiança pela Gestalt-terapia como uma ferramenta potente
de autoconhecimento, crescimento e amadurecimento.

O Transborda é um projeto que nasceu em 2017 e que faz parte


do nosso propósito de vida! O Transborda fala da gente. Fala dos
nossos, do que a gente acredita, do que a gente confia, vive, de
todas as nossas experiências e de todos os clientes e colegas
de profissão que também tanto nos ensinaram.

O nosso objetivo é ter um espaço que proporcione


questionamentos, ampliação de consciência, insights e
crescimento, para ajudar as pessoas a se conectarem consigo
mesmo e a alcançarem seus objetivos, e também para formar
psicólogos mais autênticos, livres e competentes. Fazemos
isso através da psicoterapia, de supervisões clínicas, de cursos,
aulas online, lives, workshops e palestras.
Com esse material, queremos ajudar você, estudante de
psicologia, psicólogo, gestalt-terapeuta, a conhecer um pouco
mais da Gestalt-terapia e os primeiros passos importantes
para iniciar sua carreira na clínica sob a perspectiva dessa
abordagem.

Aqui a gente aprende junto!

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Início – escolha da abordagem, aprofundamento,
supervisão, rede de contato

Sair da faculdade é um processo que traz muitas angústias e


inseguranças. Isso justamente porque a faculdade não nos
prepara para o mercado de trabalho
Com a gente não foi diferente, tivemos muitos questionamentos
e incertezas. A vontade de logo começar a atender foi grande,
mas, ao sair da faculdade, ainda estávamos muito perdidas.
Então, vamos abordar agora 4 aspectos que muito nos ajudaram
neste início de carreira.

O primeiro deles foi ter clareza da abordagem que queríamos


seguir, nos aprofundar e utilizar nos nossos atendimentos,
ajudou nesse processo de crescimento profissional.

Com a abordagem já definida, o segundo ponto foi a busca por


aprofundar nesta abordagem, através de grupos de estudo
e curso em Gestalt-terapia. Isso muito nos ajudou a ter mais
segurança para atender já com uma base teórica estruturada e
que confiássemos.

O terceiro ponto é sobre a supervisão clínica, mesmo que


nesse começo não tínhamos clientes, ou que fossem poucos,
fazer a supervisão clínica, estando em contato com outros
profissionais e vendo como funciona os atendimentos, já é uma
experiência muito rica e que nos abriu muitas portas.

O contato com outras pessoas, colegas de curso e de grupos de


supervisão, pode ser também uma excelente ferramenta para
captação de clientes. Nesses grupos sempre surgem indicações
de clientes. A parceria com pessoas que você combina e tem o
mesmo estilo, também pode ajudar no processo de montagem
do seu consultório. No início da profissão, pode ser difícil arcar
com todos os custos de uma sala.

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E por último e não menos importante, a dica é: invista em
seu processo de terapia pessoal. É difícil dizer o momento
em que nos sentimos seguras para realizar um bom processo
psicoterapêutico. As inseguranças fazem parte desse
processo de crescimento, mas o que mais aprendemos é que
quanto mais corríamos riscos e nos disponibilizávamos para as
experiências, mais confiante nos tornávamos. A coragem de
arriscar e, principalmente, de se mostrar para mundo faz parte
do processo. E por isso, se torna fundamental o investimento
no nosso processo pessoal de psicoterapia.

Na nossa experiência, a terapia nos ajudou, logo no início


da nossa carreira, a descobrir e definir a abordagem que
gostaríamos de seguir. Ver, na prática, um profissional atuando e
vivenciar os resultados pessoais (nosso crescimento pessoal) é
muito importante para conhecer mais da abordagem e também
confiar na nossa escolha.

Mas, para além disso, e ainda mais importante, é o fato de que


quanto mais saudáveis nos tornamos, mais capazes e aptos para
acompanhar o processo do outro ficamos. O nosso processo
de expansão de consciência, nos permite perceber com mais
clareza ainda o campo do outro, já que as nossas questões
alienadas, não nos permite enxergar as do cliente.

Percebemos, na nossa experiência clínica, que todas as vezes


que temos um insight, isso faz com que vários processos de
clientes também deem uma alavancada.

Por isso, fica aqui para vocês essa dica importantíssima


para sempre investirem no seu cuidado pessoal e de
autoconhecimento.

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O que você precisa saber para realizar um processo
terapêutico gestáltico

A Gestalt-terapia é considerada como a terapia do contato.


A experiência humana se dá na fronteira de contato entre o
organismo e o ambiente. Acredita-se que estamos sempre
em contato com o meio e é por meio deste contato que o
funcionamento humano pode tornar-se saudável ou disfuncional.
Ele se torna disfuncional quando a interação natural e necessária
do organismo/ambiente se torna comprometida, o que culmina
em necessidades/desejos não satisfeitos.

O acúmulo dessas necessidades não satisfeitas (gestalts


abertas) é o que gera a chamada neurose - comportamentos
repetitivos e obsoletos de interrupção do contato, que impedem
o crescimento do self.

Nesse sentido, a Gestalt-terapia busca, através da redução


fenomenológica dos eventos e experiências do indivíduo,
acessar gestalts abertas e possibilitar que ele integre todo
o seu potencial para se adaptar à realidade a sua frente. O
objetivo é tornar o cliente mais consciente de si mesmo, de
suas necessidades e de como interage com o meio.

Em um processo terapêutico devemos buscar ampliar a


consciência do cliente, através da exploração de si mesmo,
dando possibilidade para ressignificação de suas experiências
e abertura existencial.

O processo de ampliação de consciência é justamente o


processo de autoconhecimento. A partir do autoconhecimento,
o cliente tem acesso a suas reais necessidades, faz uma leitura
de campo, do meio e de suas relações de forma mais verdadeira.
Ele faz isso através da exploração de si mesmo. Nós ajudamos
o cliente nesse processo através da redução fenomenológica.

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Isso é o que dá possibilidade ao cliente de ressignificar
as suas experiências e, assim, se abrir para o mundo. Ou
seja, o processo de ampliação de consciência expande os
recursos e comportamentos de uma pessoa para lidar com as
situações e demandas da vida, e faz com que eles sejam de
forma mais congruente com seus desejos e necessidades. E,
consequentemente, ele pode tomar decisões mais assertivas,
maduras, melhor se adaptar ao mundo, crescer emocionalmente
e pessoalmente. Tudo isso, facilita o processo de abertura
existencial. O cliente deixa de evitar situações novas para se
abrir para o novo.

Fazem parte desse processo de ampliação de consciência:


ajudar o cliente a dar-se conta das suas necessidades; perceber
gestalts abertas, interrupções do ciclo de contato (mecanismos
de defesa); reconhecimento dos dominadores e eu ideal; o
processo de integração de partes alienadas e polaridades; e
proporcionar Insights.

Vamos trazer agora alguns pontos importantes e relevantes do


processo terapêutico.

Demanda inicial x Demanda Terapêutica

Demanda, em sua definição, se refere à solicitação de um


determinado serviço. Todo cliente que chega até o nosso
consultório traz consigo uma demanda que nem sempre se
trata de uma demanda terapêutica. A demanda inicial é o
que chamamos de figura: é aquilo que o cliente tem acesso,
consegue perceber e identificar. Normalmente se trata de um
sintoma ou dificuldade.

Nós, enquanto Gestalt terapeuta, devemos transformar


essa demanda em uma demanda terapêutica e fazemos isso

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olhando para o fundo. No fundo é onde acessamos as vivências,
experiências, traumas, dores, sentimentos e emoções dos
clientes, e, assim, podemos identificar todas as suas gestalts
abertas.

A demanda terapêutica então, vai ser trazer maior ampliação


de consciência para o que está por trás da demanda inicial,
devemos demonstrar para o cliente a importância de investigar
a sua história, para acessar as suas gestalts abertas e descobrir
a origem das suas queixas. Só assim uma Gestalt é realmente
fechada e a situação problema tende a se resolver. Ao resolver,
uma nova Gestalt pode emergir do fundo, ou seja, uma outra
demanda pode surgir. Por isso, uma demanda nunca é estática,
ela pode ir se alterando e novas podem ir surgindo.

Relação terapêutica

Não há psicoterapia sem encontro, sem relação entre cliente e


terapeuta. A aptidão para psicoterapia se soma à aptidão para
o encontro.

Para que o processo terapêutico funcione o primeiro passo é


criar uma relação de autenticidade e confiança com o cliente. Só
assim, ele conseguirá acessar suas dores e questões profundas
que estão alienadas.

Dizemos que a relação entre cliente e terapeuta é uma relação de


simpatia. O gestal-terapeuta não está isolado em seu domínio,
tendo poder sobre o cliente, com o papel de guiá-lo em suas
escolhas. Mas também não está exposto a todos os ventos, em
uma empatia otimista.

O papel do Gestalt terapeuta é permitir e favorecer. Ele é um


catalista.

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Dentro da Relação Terapêutica é importante estar atento aos
processos de Transferência e Contratransferência.

A gestalt-terapia entende a transferência como a forma de


percepção e de se relacionar do cliente com o mundo. O cliente
enxerga o mundo e se relaciona com as pessoas, incluindo o seu
terapeuta, a partir desse conjunto de percepções enrrijecidas.
Em suma, dizemos que o cliente percebe o terapeuta com as
mesmas lentes deformadoras e restritivas através das quais se
utilizava enquanto criança. Isso é a transferência.

A contratransferência se refere a resposta à transferência do


cliente. Para a gestalt-terapia não há problema em o terapeuta
expressar e revelar o que se sente na relação. Isso é o que
torna a relação autêntica, embora deva ser seletiva. É uma
contratransferência em vigilância.

Podemos, em diversos momentos, entrar no jogo neurótico


do cliente, para entender mais profundamente como ele
se comporta e para criar uma boa relação. No entanto, é
importante ter consciência desse processo e, por isso, a nossa
terapia precisa estar em dia. A constratransferência pode
ajudar no processo de estabelecer boa relação, mas ela deve
ser vigilante. E isso só é possível se estivermos conscientes
dos nossos processos internos.

Redução fenomenológica

Utiliza-se a redução fenomenológica para captar a essência,


para se chegar às coisas mesmas, como elas se apresentam à
consciência, colocando de lado a realidade do senso comum,
tendo acesso, assim, ao sentido das vivências.

Dito de outra forma, a redução fenomenológica consiste numa

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suspensão momentânea da “atitude natural” com a qual nós nos
relacionamos com as coisas do mundo. Isso significa deixar
de lado todos os preconceitos, teorias e definições que nós
utilizamos para conferir sentido às coisas. Fazemos isso para
compreender as coisas como elas são em si mesmas.

Então na psicoterapia, a redução fenomenológica se


desenvolve a partir da necessidade de se compreender a
realidade existencial vivida do cliente. Quando um cliente fala
ao psicoterapeuta de suas crenças, que podem não ser as
mesmas do profissional, não cabe ao psicoterapeuta julgá-las,
mas pôr entre parênteses suas próprias crenças e valores para
poder penetrar no mundo existencial do cliente.

Gestalts abertas

Todas as vezes que surge uma necessidade ou um desejo no


organismo de uma pessoa uma Gestalt se abre. O ciclo do contato,
dentro da Gestalt-terapia, explica o processo de satisfação das
necessidades e desejos. Esse ciclo, quando interrompido, é o
que mantém as gestalts abertas e é exatamente o acúmulo de
gestalts abertas que geram as neuroses. O ciclo é interrompido
pela forma com que nos relacionamos com nós mesmos e com
o mundo.

Ou seja, para fechar uma Gestalt, ou satisfazer uma necessidade,


precisamos do claro reconhecimento do que desejamos,
de mobilizar energia para essa satisfação, de fazer uma boa
leitura de campo, de entrar em contato com o que satisfaz a
necessidade e de retrair desse contato quando já satisfeito. Se
utilizamos de alguns mecanismos de defesa nesse processo,
ele é interrompido. E é isso que buscamos identificar em um
processo terapêutico.

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Nesse sentido, gestalts abertas são necessidades não atendidas,
situações que permanecem incompletas e que não são bem
elaboradas pela pessoa, por exemplo, um relacionamento que
terminou mal, alguma situação em que o cliente se vê preso,
repetindo padrões, sem conseguir solucionar ou alguma
experiência que aconteceu e que ainda traz algum tipo de
desconforto.

Mecanismos de defesa

A existência de cada pessoa é vista em ciclos de contato e


retraimento nos quais se chega autorregulação organísmica
ou ajustamento criativo da pessoa em seu meio. Esse processo
se da constantemente, surgem necessidades para serem
satisfeitas e quando concluído dá lugar para que novas outras
necessidades possam emergir.

Diante da impossibilidade de satisfazer uma de suas


necessidades/desejos, de realizar trocas ou evitar o contato
com o meio, o organismo recorre a algumas estratégias
(mecanismos) para assegurar sua integridade.

Esses mecanismos podem ser saudáveis ou disfuncionais,


conforme a sua intensidade e o momento em que são utilizados
(nível de consciência sobre eles). Podem ser funcionais quando
facilitam e ajudam no processo de adaptação de uma pessoa.

Ele se torna disfuncional quando aplicado em outros ambientes


dos quais não seria necessário e pode atrapalhar a sua leitura
adequada de campo. São vistos pela gestalt como distúrbio da
fronteira de contato que definem o padrão de comportamento
neurótico do individuo. Os mecanismos de defesa mais citados
dentro da Gestalt-terapia são: introjeção, confluência,
egotismo, retroflexão, dessensibilização, deflexão, projeção,

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proflexão, negação, racionalização e fixação.

Dominador/dominado e Integração de partes alienadas

Muitas das nossas necessidades individuais se opõem à


sociedade. Competição, necessidade de controle, exigências
de perfeição e imaturidade são características de nossa cultura
atual.

As expectativas neuróticas da sociedade levam o indivíduo a se


dissociar de sua própria natureza, impedindo seu processo de
integração. Então, para ser aceito pela sociedade, o indivíduo
responde com um conjunto de respostas fixas, ignorando seus
próprios sentimentos, desejos e emoções.

O Dominador corresponde às ordens da sociedade. Pode vir


como voz interna ou representado por algo/alguém. É exigente,
punitivo, autoritário e primitivo. Ele manda com afirmações do
tipo “você deveria”, “você precisa” e “porque você não”.

O Dominado é a parte que desenvolve grande habilidade em fugir


das ordens do dominador. Responde com “sim, mas...”, “estou
tentando, mas da próxima vez farei melhor”. Integração e cura
só podem ser conseguidas quando a necessidade de controle
entre dominador e dominado cessa. É necessário chegar no
sentido de cada um.

Nosso objetivo como terapeutas é ampliar o potencial humano


através do processo de integração, apoiando os interesses,
desejos e necessidades genuínas do indivíduo.

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Responsabilidade e maturidade

É papel do Gestalt terapeuta desenvolver a maturidade do


cliente. Responsabilizando-o pelas suas questões, seus
sentimentos, sua vida e ampliando a sua consciência sobre si
mesmo. Pois assim, ele pode fazer escolhas mais assertivas e
viver de forma mais saudável e adaptativa.

Contrato Terapêutico

O contrato terapêutico é um instrumento que estabelece


uma relação de compromisso e visa delinear os princípios
norteadores do espaço terapêutico. Quando em consonância
com as necessidades atuais do profissional e cliente, o contrato
pode contribuir para evitar danos na relação, tais como
descontentamento, interrupção, abandono ou cancelamento.

O contrato pode ser alterado de acordo com as necessidades


externas e deve abranger as necessidades do terapeuta e
cliente. Quando uma das partes concede mais que a outra, a
relação se torna comprometida. Deve ser um acordo.

Considera-se tarefa do terapeuta modificar, experimentar


e introduzir novas cláusulas em seus contratos, toda vez que
identificar insatisfações e desigualdades no contratar e ser
contratado. Uma clínica mais estabelecida e a maturidade
profissional são fatores que podem favorecer uma escolha
mais exigente e contratos mais elaborados. O contrato pode
ser escrito ou verbal. Algumas cláusulas importantes de um
contrato são: duração da sessão, valor, cobrança em caso
de falta, remarcações, férias do cliente e terapeuta, atrasos,
reajustes de valores, prazo de término do processo e interrupção
do contrato.

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Curso Online em Gestalt-terapia

O nosso curso Online em Gestalt-terapia é um curso de


formação livre, completo, que aborda desde as bases teóricas
da abordagem até a sua prática clínica. As aulas são gravadas
e disponibilizadas na plataforma para serem assistidas quantas
vezes quiser durante um ano.

Cronograma:

MÓDULO 1 - BASES FILOSÓFICAS


1.1 Existencialismo
1.2 Fenomenologia
1.3 Humanismo

MÓDULO 2 - PRINCÍPIOS BÁSICOS


2.1 Psicologia da Gestalt
2.2 Teoria de Campo
2.3 Teoria Organísmica

MÓDULO 3 - TEORIA PSICOLÓGICA


3.1 Neurose e Saúde
3.2 Ciclo do Contato
3.3 Mecanismos de Defesa (Interrupções do ciclo de contato)
3.4 Dominador/Dominado

MÓDULO 4 - PRÁTICA TERAPÊUTICA


4.1 Contrato terapêutico
4.2 Demanda e objetivos terapêuticos
4.3 Teoria Paradoxal da Mudança
4.4 Função do Terapeuta
4.5 Relação Terapêutica
4.6 Técnicas em Gestalt-terapia
4.7 Sonhos

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MÓDULO 5 - Estudo de Caso
Estudo de Caso

Se você deseja se aprofundar mais na gestalt-terapia e levar


aos seus clientes uma abordagem mais prática, que traz
evolução e crescimento no aqui e agora, as inscrições para
o nosso Curso de Gestalt-Terapia estão abertas e será um
prazer ter você com a gente!

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Muito além de um curso, criamos um espaço de troca,


crescimento e desenvolvimento para que cada vez mais
psicólogos possam aplicar a abordagem e ajudar os seus
clientes em seus processos de autoconhecimento.

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Além das bases teóricas, trazemos cases práticos para que


vocês compreendam melhor e tenham exemplos para se
sentirem cada vez mais seguros em seus atendimentos.
Estamos aqui para construir junto com você! Vamos?

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