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Aconselhamento e Orientação

em Psicologia
- Gabriel Cutrim

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Carl Rogers – Abordagem Centrada na Pessoa
(ACP)
• O ponto de partida do seu trabalho
se dá com os estudos no
desenvolvimento com crianças
observando o potencial positivo de
desenvolvimento.
ACP
● Tendência atualizante
- tendência inerente, presente em todos os seres humanos, a desenvolver-se em
uma direção positiva. Esta passa a ser a ideia central ao longo de todo o seu
pensamento, independentemente da denominação ou do foco de trabalho que
venha a assumir.

● Percurso
- O que ocorreu é que o primeiro Rogers, o psicoterapeuta, foi se ampliando
no Rogers professor, facilitador de grupos, e o Rogers preocupado com
processos sociais e questões como a paz mundial, fazendo com que ele
buscasse ampliar sua teoria a esses vários campos.
ACP
● Na perspectiva da ACP idealizada por Rogers, o ser humano é visto
como um ser capaz de se auto realizar, de se auto gerir e de se auto
atualizar, como um sujeito autônomo e ativo no mundo, portador
de vontade própria e possibilidades de escolha, considerando suas
expressões singulares e os sentidos próprios de cada indivíduo.

• “É qualquer teoria ou doutrina que tenha como objetivo a pessoa


humana e seu desenvolvimento” (Ginger e Ginger, p.96, 1995)
Carl Rogers - Fases
● Fase não diretiva (1940 -1950)

● Parte de conceitos que têm como base o impulso individual para o crescimento e para a
saúde. Dá maior ênfase aos aspectos de sentimento do que aos intelectuais, enfatiza o
presente do indivíduo em vez de seu passado, tem como maior foco de interesse o
indivíduo e não o problema, e toma a própria relação terapêutica como uma experiência de
crescimento.

● Nessa fase, as atitudes do terapeuta privilegiam a técnica da permissividade, através de


uma postura de neutralidade em que o profissional deveria intervir o mínimo possível
(Holanda, 1998). Segundo Wood (1994), o psicoterapeuta (ou “conselheiro”, termo mais
utilizado nessa etapa) renuncia ao papel de especialista, tornando mais pessoais as
relações com o cliente e conduzindo a sessão a partir da orientação ditada por este último
(denominado “paciente” em Psicoterapia e consulta psicológica). Ou seja, é o cliente
quem conduz o processo, e não o psicoterapeuta, que, intervindo minimamente, pretende
não dirigir a sessão, deixando que o primeiro o faça.
Carl Rogers - Fases
● Fase Reflexiva (1950-1957)

● É a fase da Terapia Centrada no Cliente, sendo a função do terapeuta promover o


desenvolvimento do cliente em uma atmosfera desprovida de ameaça, isto é, sob condições
facilitadoras.

● Aqui a noção de “não-direção” é substituída pela de “centramento no cliente”, sugerindo um


papel mais ativo por parte do terapeuta e transformando o cliente no foco maior de sua atenção
(Cury, 1987), enquanto na fase anterior a ênfase recaía sobre a não-direção do processo, com
um psicoterapeuta mais passivo.
Carl Rogers - Fases
● Fase Experiencial (1957 – 1970)

● Nessa fase, o objetivo da psicoterapia é ajudar o cliente a usar plenamente sua experiência
no sentido de promover uma maior congruência do self e do desenvolvimento relacional.
Ou seja, a ênfase recai sobre a vida inter e intrapessoal, e a relação terapêutica passa a
adquirir significado enquanto encontro existencial

● A fase experiencial de seu pensamento passa a ser descrita a partir da ênfase no conceito
de autenticidade do terapeuta, na experiência imediata da relação com o cliente
Carl Rogers - Fases
● Fase Coletiva ou Inter-humana (1970 – 1987)

● nos últimos 15 anos de sua vida Rogers voltou seu interesse para questões mais amplas,
concernentes às atividades de grupo e à relação humana coletiva, abandonando
definitivamente a atividade de terapia individual no consultório e assumindo em seu
trabalho a definição de abordagem, em vez de psicoterapia

● esta é uma fase de transcendência de valores e de ideias, em que Rogers trabalha com
conceitos que coexistem em outras áreas da ciência, tais como a física, a química ou a
biologia, expressando sua preocupação com o futuro do homem e do mundo.

● “Seria uma fase mais mística, holística em seu sentido amplo, em que Rogers se voltaria
para a consideração de uma relação mais transcendental, ou para a transcendência da
existência humana”
Fases do Aconselhamento
● Descoberta Inicial
- Se trata do início do trabalho, o conselheiro e o cliente ainda não se conhecem direito, então é preciso estabelecer o
primeiro vínculo entre eles. Para encorajar a descoberta, o conselheiro deve estabelecer condi ­ções que promovam
confiança no cliente.

1. Empatia: compreender a experiência do outro “como se fosse” a própria.


2. Coerência ou autenticidade: ser como você parece, sempre coerente, digno de confiança no relacionamento.
3. Consideração positiva: interessar-se por seu cliente.
4. Incondicionalidade: respeito incondicional à individualidade da pessoa
5. Concreção: usar linguagem clara para descrever a situação de vida do cliente, separando declarações ambíguas e
ajudando o cliente a encontrar descrições que retratam exatamente o que está acontecendo em sua vida.
Fases do Aconselhamento
● Exploração em Profundidade

- Na segunda fase do aconselhamento, o cliente deverá adquirir uma compreensão mais clara de suas preocupações,
começando a desenvolver um novo direcionamento, à medida em que os problemas vão ficando mais claros, a
direção também fica.

- Nesta fase, os meios para que sejam alcançados os objetivos talvez ainda não se mostrem com clareza, mas os
objetivos já possuem uma forma bem mais concreta. Esse processo se desenvolve a partir do processo inicial, mas
nesse ponto, o relacionamento entre o conselheiro e o cliente está mais forte e o cliente deve se mostrar mais
disposto a perseguir seu objetivo de mudança, ao perceber que o conselheiro possui empatia e compreensão pelo seu
mundo.
Fases do Aconselhamento
● Preparação Para a Ação

- Na terceira fase, o cliente deve decidir como realizar os objetivos que surgiram durante o processo, suas
preocupações já foram definidas e estão claras para ele, dentro de seu contexto, ele já refletiu sobre seu
comportamento e em como ele se relaciona com os objetivos a serem atingidos e o que lhe resta é decidir quais
ações poderão ser realizadas para que suas preocupações possam diminuir.

- Se não houver nenhuma ação indicada, esta fase pode ter como foco fazer com que o cliente tenha consciência de
que fez tudo o que estava ao seu alcance. Também podem ser identificados possíveis cursos alternativos de ações ou
decisões, que o cliente poderá escolher e julgar em termos da probabilidade dos resultados.
Fases do Aconselhamento
● Não Linearidade das fases

- Como em qualquer modelo consistido por fases, o processo de aconselhamento também possui fases que dependem
da fase anterior, ou seja, não é possível que se estabeleçam novos objetivos, se a pessoa não tiver as suas
preocupações claras.

- Também não é possível avaliar possibilidades de ação, se não houverem objetivos estabelecidos. No entanto, a
linearidade dessas fases é apenas uma simplificação e é preciso compreender as limitações desse modelo.

- Nem sempre é preciso que o indivíduo tenha todas as suas preocupações esclarecidas para que possa pensar em
objetivos e ações que sejam pertinentes a um aspecto de sua vida, é possível que se priorize assuntos que tenham
uma maior emergência para serem acertados. As ações podem ser tomadas em relação aos objetivos já esclarecidos,
mas é importante esperar para agir em relação ao que permanece indefinido.
Atividade
● Descrição da Demanda

- Uma mulher de 20 anos passou por uma situação inédita em sua vida, Ela acaba de se tornar mãe ao dar a luz em
uma maternidade da cidade de São Luís. A grande questão é que descobriu estar grávida uma semana antes do parto.
É uma mãe de primeira viagem e está aterrorizada com o fato de tudo ter acontecido muito rápido. Não parecem
haver sinais de rejeição a criança, apenas uma grande confusão em sua vida, visto que não havia preparado nada
para receber a criança. Sua rede de apoio é pouca, vive com o namorado e seus pais moram no interior do estado.
Sua queixa principal se alinha com a ansiedade de sua vida ter dado uma grande reviravolta, assim é encaminhada
para o setor de Psicologia do hospital para receber orientações e possíveis aconselhamentos que a ajudem neste
momento.

- Como poderíamos atuar neste caso??

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