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ACONSELHAMENTO EDUCACIONAL
Introdução
Definições
Aconselhamento e terapia
Aconselhamento educacional
ter diante do problema. Vamos então em seguida discorrer sobre esta questão da
base teórica na prática dentro do aconselhamento educacional.
As teorias de hereditariedade
Teorias ambientalistas
Teorias interacionistas
Piaget e o construtivismo
Vygotski e o sócio-interacionismo
Mara tem 16 anos, é a caçula de duas irmãs e um irmão. Tem uma origem
numa família humilde de periferia que em outros tempos passou muitas dificuldades
financeiras. Na infância teve muitos problemas de saúde. Atualmente estuda em
uma escola particular de classe média no período da manhã, duas vezes por
semana trabalha na casa da irmã mais velha (Val - 27 anos), e nos outros períodos
fica em sua casa, vive com sua mãe (Maria 47 anos), seu padrasto (Pedro 48 anos)
e seu irmão (Tiago 19 anos) a outras duas irmãs moram fora.
Seu padrasto, José, tem um perfil bem humorado e tem problemas com
alcoolismo, o que gera conflitos com a mãe dentro de casa. Segundo a família tem
crises de possessão demoníaca e resiste aceitar a crença cristã da família. Ele
trabalha como caminhoneiro, o que faz com que fique muitos dias ausentes no lar.
Mara admira muito o irmão ao mesmo tempo em que o inveja por ter total
liberdade e proteção da mãe. Queixa que sua mãe não lhe oferece carinho e que
gosta mais do irmão, pois mesmo cometendo erros, muitas vezes não é corrigido do
mesmo modo.
Quando Mara saiu da escola pública e foi para uma particular, seu
desempenho escolare sua relação com os colegas melhorou, porem alguns
comportamentos não habituais não mudaram.
Há três pontos neste caso que destacaremos para poder pensar o aconselhamento,
são eles:
A interação da família
sujeito, pois, ela é o primeiro adulto que a criança terá contato na vida, desse modo,
a mãe é o primeiro ambiente cultural de todo o individuo tem para constituir os
primeiros passos para o laço social. A mediação materna é o que possibilita para
com que a criança possa entrar no discurso e na linguagem. “A criança bebe as
palavras da mãe tanto quanto seu leite” (JERUSALINSKY, 2002).
Geni, mãe de Mara, em sua história, se esforçou muito como mãe solteira e
mantenedora do lar para dar cuidados a todos seus filhos. As duas primeiras filhas,
irmãs mais velha, ficaram com a responsabilidade de cuidar de Mara na ausência de
Geni, o pai de Mara também distanciou-se da família. No entanto, Mara e seu irmão,
gravidez de outro pai, tiveram contato com seu pai, mesmo que morando em casa
separada. Esse contato foi num determinado momento interditado por Geni, que
julgou, com suas razões particulares, que o pai era uma má influencia para seus
filhos, outro motivo era por haver casado com outro homem, José o padrasto de
Mara. Como podemos observar, a mãe de Mara, sempre procurou exercer sua
função materna, dando sustento e cuidado moral e afetivo para Mara. Mara cresceu
e se desenvolveu de forma saudável num ambiente com muita atenção, mas ao
chegar no período escolar, Mara começou a dar problemas na escola, no ensino
fundamental teve dificuldades de aprendizagem, mas foi no foi entre o segundo
ciclo do ensino fundamental, a partir da quinta série, que Mara começou apresentar
os problemas comportamentais como, isolamento, problemas com relacionamento e
comportamento violento, que agravavam seu desenvolvimento educacional. A partir
do que é apresentado de material, podemos supor que em parte, Geni colaborou
para com que ocorresse essa dificuldade de sociabilização de Mara, pois, na
infância já em período escolar, Mara e seu irmão foram cuidados muito trancado
dentro de casa, devido Geni trabalhar no período da tarde e não ter que cuidar dos
filhos. Algumas vezes, as irmãs mais velhas cuidavam de Mara, mas esses cuidados
consistiam em poucos momentos lúdicos e bastantes repasses de tarefas da casa
como varrer o quintal, lavar a louça e fazer a lição da escola, quando Mara se
recusava, não havia conversa, apanhava muito e levava altos gritos. Gostaria de
apontar três pontos desse material:
dentro de casa e proibindo que ela tenha contato com os outros ou as outras
crianças na rua, é compreensível para os dias atuais, porém é importante para o
desenvolvimento do sujeito, que as relações e as interações sociais sejam
expandidas, de modo a oferecer um lugar de alterização que é importante para o
desenvolvimento da criança:
2. Segundo ponto é sobre o impacto que a mãe pode exercer quando procura
fazer uma transferência do cuidado da filha para as outras filhas mais velha. Até que
ponto isso não prejudica a função materna na medida em que esta função não só é
deslocada de um ponto de referência, mas também ampliada para o lar mesmo na
ausência da mãe, não possibilitando outras qualidades de laços sociais que
poderiam ser exercidos pelas irmãs?
Claro que a função materna não a causa de todos os males que uma
adolescente tem na escola, mas não podemos desconsiderar a influencia dessa
função que por vezes insiste prolongar em outros períodos do desenvolvimento
humano, inclusive na adolescência. Algumas queixas de Mara, apontam para
insistência que sua mãe tem em tratá-la como alguém que tem transtornos mentais
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e atribuir a causa do mau comportamento para esse transtorno. Assim a mãe por
orientação da escola insiste em forçar a adolescente ir a consultas de psicólogos e
psiquiatras. Talvez caiba aqui um conselho para mãe de suspender por um tempo
essa insistência e apostar na filha para que Mara possa resolver seus problemas
sem essa imagem de uma menina psicologicamente perturbada.
As interações de Mara
Com relação ao protecionismo materno, ela diz ser uma forma de amor da
mãe e que gosta muito, mas ultimamente tem evitado o excesso de afeto. Perguntei
sobre o incômodo, ela respondeu que é devido a mãe o tratar como criança e que
isso a prejudicava para sair com as colegas da escola. Neste dia procurei a partir de
uma curiosidade que ela teve em relação a uma aula de psicologia, em que a
professora trouxe um assunto relacionado e perguntei sobre o que ela achava desse
excesso de afeto e até que ponto isso não a afetava na abertura de confiança para
sair com as colegas da escola. Ela comentou que isso poderia afeta-la e por isso
estava ficando menos grudada à mãe. O que podemos notar nessa ultima fala é que
agora esta refletindo sobre o impacto de suas ações sobre si. Com essa evolução
dos esquemas mentais, ela aos poucos, vai ganhando independência, tornando-se
autoconfiante, e assumindo sua identidade de cultura adolescente, abandonando
alguns modelos de comportamento da cultura infantil e esta com o tempo
conquistando sua liberdade e reorganizando sua posição ativa. Novos colegas
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surgiram, juntamente com laços mais consistentes de amizade, e junto com essa
nova etapa, novos problemas, como no caso das questões se sexualidade e gênero.
Afinal, a adolescência não se trata apenas de um período de transição da infância
para a fase adulta, mas, também, de uma identidade cultural e histórica
caracterizada por um estilo de vida conflituoso.
Considerações Finais
BIBLIOGRAFIA: