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INSTITUTO SUPERIOR POLITÉCNICO MARAVILHA

INDISCIPLINA E SUA INFLUÊNCIA NO RENDIMENTO ESCOLAR


DOS ALUNOS DA 6.ª CLASSE DA ESCOLA PRIMÁRIA BG 1122,
BAIRRO 70, MUNICÍPIO DE BENGUELA

TRABALHO DE FIM DE CURSO APRESENTADO PARA OBTENÇÃO DO


GRAU DE LICENCIADA EM ENSINO DE PSICOLOGIA

Autora: Tchialu Vilunga Abel

BENGUELA, 2023
INSTITUTO SUPERIOR POLITÉCNICO MARAVILHA

INDISCIPLINA E SUA INFLUÊNCIA NO RENDIMENTO ESCOLAR


DOS ALUNOS DA 6.ª CLASSE DA ESCOLA PRIMÁRIA BG 1122,
BAIRRO 70, MUNICÍPIO DE BENGUELA

TRABALHO DE FIM DE CURSO APRESENTADO PARA OBTENÇÃO DO


GRAU DE LICENCIADA EM ENSINO DE PSICOLOGIA

Autora: Tchialu Vilunga Abel

Orientador: Tomé Nunda, Msc.

BENGUELA, 2023
AGRADECIMENTOS

III
DEDICATÓRIA

IV
RESUMO

V
ÍNDICE

PENSAMENTO......................................................................................................................iii

AGRADECIMENTOS............................................................................................................iv

DEDICATÓRIA.......................................................................................................................v

RESUMO.................................................................................................................................vi

INTRODUÇÃO......................................................................................................................10

CAPÍTULO I: FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA.................................................................28

1.1. Definição de conceitos................................................................................................28

1.2. Breve conceitualização da indisciplina.......................................................................29

1.2.1. As diferentes formas de indisciplina....................................................................30

1.2.2. Causas da indisciplina escolar..............................................................................31

1.3. Formas de assegurar a disciplina na sala de aula........................................................32

1.3.1. Gestão da indisciplina em sala de aula.................................................................34

1.3.2. Competências e desafios......................................................................................35

1.4. A motivação como factor determinante à disciplina do aluno na sala de aulas vs o


rendimento escolar..............................................................................................................37

CAPÍTULO II: METODOLOGIA DE INVESTIGAÇÃO....................................................40

2.1. Tipo de investigação....................................................................................................40

2.2. Métodos, técnicas de investigação...........................................................................40

2.3. População e amostra....................................................................................................42

CAPÍTULO III: APRESENTAÇÃO, ANÁLISE E INTERPRETAÇÃO DOS RESULTADOS


................................................................................................................................................35

3.1. Apresentação, análise e interpretação dos resultados da entrevista dirigida aos


membros da direcção..................................................................................................35

VI
3.2. Apresentação e análise e interpretação dos resultados da entrevista dirigida aos
professores..................................................................................................................39

3.3. Apresentação e análise e interpretação dos resultados do inquérito por questionário


aplicado aos alunos.....................................................................................................41

3.4. Apresentação e análise e interpretação dos resultados da entrevista dirigida aos


pais/encarregados de educação...................................................................................44

CONCLUSÕES......................................................................................................................48

SUGESTÕES..........................................................................................................................49

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS...................................................................................50

APÊNDICE.............................................................................................................................11

VII
ÍNDICE DE GRÁFICOS

Tabela 1: Gostas de ir a escola?................................................................................................43

Tabela 2: Considera-te um aluno disciplinado?........................................................................44

Tabela 3: A sua relação com os teus colegas tem sido:............................................................44

Tabela 4: Durante as aulas constata-se actos de indisciplinas?................................................44

Tabela 5: Quais têm sido as causas da indisciplina em sala de aula?.......................................45

Tabela 6: Como avalias a atitude do teu professor na sala de aulas?.......................................45

Tabela 7: Considera que a indisciplina na sala de aulas influencia no rendimento escolar dos
alunos?........................................................................................................................45

Tabela 8: Como prevenir a indisciplina na sala de aula?..........................................................46

Tabela 9: Gostas que seu filho estude?.....................................................................................46

Tabela 10: Como avalias o comportamento do seu educando?................................................47

Tabela 11: Tem visitado a escola do seu educando?................................................................47

Tabela 12: Tem partilhado com o professor sobre o comportamento do seu educando?.........47

Tabela 13: Alguma vez já foi convocado ou informado pelo professor sobre a indisciplina
cometida pelo seu educando?.....................................................................................48

Tabela 14: Qual tem sido a sua reacção quando o seu educando comete indisciplina?...........48

Tabela 15: Consideras que a indisciplina influencia no rendimento escolar dos alunos?........48

Tabela 16: Consideras importante a colaboração entre a família e escola para orientação dos
alunos?........................................................................................................................49

Tabela 17: Que estratégias seriam eficazes para prevenção da indisciplina?...........................49

VIII
INTRODUÇÃO

O tema que nos propomos abordar tem como objecto principal a “indisciplina na sala de
aula”, uma situação que constitui um dos fenómenos muito enfrentado pelos educadores para
desenvolverem o trabalho pedagógico. Nos dias actuais, a questão da indisciplina passou a ser
um problema central no ambiente escolar, sendo apontada por diversos educadores, como
uma das causas das dificuldades no ensino-aprendizagem.

Neste sentido, Parrat-Dayan (2008), salienta que, em sala de aula, constata-se, dentre vários
problemas, comportamentos assinalados como indisciplina que se manifestam como atropelo
às regras da instituição escolar, tais como: falar durante as aulas o tempo todo, ficar em pé,
interromper o professor, gritar, andar pela sala, dentre outros comportamentos que impedem o
normal trabalho docente educativo.

“As condutas de indisciplina podem transformar-se num sintoma de perturbações


comportamentais, quer individuais quer sociais, fazendo com que os alunos sejam
qualificados ou diagnosticados como anti-sociais, insolentes, desrespeitosos ou hiperactivos”
(ParratDayan, 2012, cit.  cit. Inácio, 2021, p. 11). Silva (2010) salienta que a indisciplina
consiste na negação das regras da escola, provocando perturbação ou desordem. No mesmo
sentido, Brito (2013) sustenta que consiste no incumprimento das regras escolares.

Nesta senda justifica-se o tema, por se verificar durante o ano lectivo 2022/2023, na escola
identificada, comportamentos que impedem o desenvolvimento normal da actividade docente
educativa perpetrados por alunos da 6ª classe, isto é, excesso na sala de aulas de conversas
paralelas sobre assuntos diversos da aula, alunos com telemóveis durante as aulas acedendo
aos jogos e as redes sociais (a exemplo do facebook), as saídas constantes não autorizadas,
troca de papeis e risos durante a explicação do professor, falta de atenção na explicação do
professor, bem como as lutas entre alunos, entre outros. São comportamentos bastante
preocupantes que inviabilizam o processo de ensino aprendizagem.

Assim, com base aos factos narrados acima, procuramos a influência da indisciplina no
processo e, essencialmente, chamar atenção, a conduta do professor e seu posicionamento na
sala de aulas através dos contributos de vários autores que adiante apresentamos.

10
Neste sentido, levantou-se o seguinte problema de investigação:

 Que influência exerce a indisciplina no rendimento escolar dos alunos da 6.ª classe da
Escola Primária BG 1122, bairro 70, Município de Benguela?

O objecto de investigação do presente estudo é o processo de ensino-aprendizagem; já o


campo de acção assenta-se na indisciplina dentro da sala de aulas e suas repercussões no
rendimento escolar dos alunos.

Com base ao problema levantado, traçaram-se os seguintes objectivos:

Geral

 Analisar a influência da indisciplina no rendimento escolar dos alunos da 6.ª classe da


Escola Primária BG 1122, bairro 70, Município de Benguela.

Específicos

 Apresentar fundamentos teóricos que realçam sobre a indisciplina e sua influência no


rendimento escolar dos alunos;

 Caracterizar a indisciplina e sua influência no rendimento escolar dos alunos da 6.ª


classe da Escola Primária BG 1122, Município de Benguela, bairro 70;

 Descrever as medidas que visam prevenir os actos de indisciplina dos alunos da 6.ª
classe da Escola Primária BG 1122, bairro 70, Município de Benguela.

Para uma melhor condução deste estudo traçou-se as seguintes perguntas científicas:

 Que fundamentos teóricos realçam sobre a indisciplina e sua influência no rendimento


escolar dos alunos?

 Como se caracteriza a indisciplina dos alunos da 6.ª classe da Escola Primária BG


1122, bairro 70, Município de Benguela?

 Que medidas visam prevenir os actos de indisciplina dos alunos da 6.ª classe da Escola
Primária BG 1122, bairro 70, Município de Benguela?

No entanto, o nosso trabalho está estruturado da seguinte forma: no capítulo # I-


Fundamentação teórica, antecedido da introdução, reservado para a revisão bibliográfica, com

11
ideias de autores que se dedicam ao estudo de questões relacionadas com a indisciplina na
sala de aula, no capítulo # II- Metodologia, apresenta fundamentalmente todo o embasamento
metodológico de investigação científica que deu sustento ao nosso trabalho, já o capítulo #
III- Este destina-se no tratamento, apresentação, análise e interpretação dos dados estatísticos.
No final deste trabalho, apresentam-se as conclusões, sugestões, referências bibliográficas, e
um corpo de apêndices.

12
CAPÍTULO I: FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

13
CAPÍTULO I: FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

Neste capítulo efectua-se a clarificação dos termos e conceitos mais correntes ao longo do
presente trabalho, como forma de remeter os leitores em relação ao sentido e significado.
Também se recorre aos diferentes teóricos que abordam e fundamentam o mesmo tema para
servir de suporte a investigação.

1.1. Definição de conceitos

Indisciplina: para Veiga (2007, p.15), “é a transgressão das normas escolares, prejudicando
as condições de aprendizagem, o ambiente de ensino ou o relacionamento das pessoas na
escola”.

Para Silva & Neves, (2004, p. 38), indisciplina é “a manifestação de actos/ condutas, por parte
dos alunos, que têm subjacentes atitudes que não são legitimadas pelo professor no contexto
regulador da sua prática pedagógica e consequentemente, perturbam o processo normal de
ensino-aprendizagem”.

Para nós, a indisciplina constitui um comportamento inadequado por parte dos alunos no
espaço escolar.

Influência: para Doron e Parot (2001, p. 15) fala-se de “influência quando um sujeito crê
estar submetido a uma força interna ou externa que dirige os seus pensamentos, moldura os
seus sentimentos e comanda os seus actos ou comportamentos”.

Em nosso pensar, influência é a capacidade que um indivíduo tem de impactar sobre um


outro.

Rendimento escolar: segundo Santos e Almeida, (2001, p. 205) “diz respeito ao resultado
das competências académicas dos alunos quando avaliados em diferentes campos da
aprendizagem”.

Na nossa perspectiva, o rendimento escolar é uma medida das capacidades do aluno, que
expressa o que este tem aprendido ao longo do processo formativo ou, em responder aos
estímulos educativos.

Aluno: Segundo Pacheco (2001, p. 45) “é o indivíduo que recebe instruções ou ensinamentos
de um ou vários mestres com fim de construir-se.”
Entendemos que é a pessoa que aprende algo sob orientação de um ou mais professores, numa
formação.

1.2. Análise conceptual da indisciplina

A indisciplina é um fenómeno global e que afecta muitas escolas de Angola, porém, suas
causas são de natureza diversa, podendo estar relacionados a motivação do educando,
metodologias do professor, com a família, a organização escolar, entre outras, por isso, para
solucionar este fenómeno numa escola, exige a compreensão da sua proveniência ou a causa.
Assim, em termos da definição de indisciplina, os autores apresentam diferentes versões, mas
que a finalidade comunga, conforme destacamos alguns:

Para Estrela (2007, p. 27), a indisciplina corresponde “à perturbação do bom funcionamento


das actividades escolares, ligada à infracção das regras escolares […]”.Para Freitas e Lopes
(2013, cit. Estrela, ibidem), “a indisciplina pode ser traduzida como revolta contra as normas
ou falta de conhecimento destas, por parte dos alunos”.

Na perspectiva de Teixeira (2013, cit. Inácio, 2021, p. 11),“a indisciplina corresponde ao


conjunto de comportamentos dos alunos, que perturbam o normal funcionamento da aula,
podendo ser frequentes e envolver muitos alunos, em muitas escolas e em diversos níveis de
ensino”. Parrat-Dayan (2012, cit. Inácio, ibidem, p. 12) considera a indisciplina como uma
“infracção ao regulamento interno da instituição, sendo uma falta de civilidade e um ataque às
boas maneiras”.

Em outra perspectiva, há quem sustenta que “a indisciplina é um sintoma de doença


psicossocial nas escolas, que indica que algo não «funciona», à semelhança das demais
doenças, sendo necessário a participação de todos os envolvidos no processo de ensino-
aprendizagem” (Pimenta & Louza, 2012, cit. idem).

Finalmente, para Veiga (2007a, cit. Inácio, ibidem, p. 12) a indisciplina consiste na
“transgressão das normas escolares, que prejudicam as condições de aprendizagem, o
ambiente de ensino ou o relacionamento das pessoas na escola. Este conceito faz referência à
transgressão de normas institucionais estabelecidas, reduzindo desta forma a subjectividade na
compreensão deste fenómeno”.

Nestes termos, é importante salientar que a indisciplina ocorre dentro e fora da sala de aula,
porém, é dentro da sala de aula que se torna mais incomodativa, mais conflituosa por ocorrer
num espaço fechado dedicado a tarefas estruturadas e dirigidas pela presença física e pela
autoridade do professor (Barros, 2009). Assim, de acordo com Estrela (2007, p. 34) “os
conflitos causados por alunos indisciplinados na sala de aula, «ocasionam desgaste emocional
ao professor, absentismo, e até mesmo ao abandono da profissão»”.

Diante das abordagens dos autores, é possível depreender que a indisciplina é, na verdade, um
facto real que ocorre nas escolas e que implica o andamento normal da instituição escolar,
sendo caracterizado, entre outros, por seguintes termos: desvio comportamental dos alunos,
comportamento perturbador da sala de aulas, conflitos na escola, transgressão das normas
escolares, perturbação do bom funcionamento das actividades escolares, ligada à infracção
das regras escolares. Assim, como bem fundamenta a literatura, estes comportamentos
enfermam o ambiente normal da instituição escolar e da sala de aulas, pois influencia
negativamente no rendimento dos alunos.

1.2.1. As diferentes formas de indisciplina

Para Veiga (2007b, p. 135) a indisciplina inclui três dimensões operacionais:

 Distracção/transgressão;

 Agressão aos pares ou colegas e;

 Agressão aos professores e a outros símbolos de autoridade escolar.

Assim, de acordo com o renomado autor, nestas três dimensões, encontram-se diversos tipos
de comportamentos tais como: destruir material escolar, desafiar os professores, furtar,
agredir física e verbalmente colegas e professores, falar durante a aula em voz alta, entre
outros (idem).

Noutra perspectiva, Silva (2010, cit. Inácio, ibidem, p. 15) aponta alguns desvios de
comportamentos, os quais se traduzem no incumprimento de regras, nomeadamente as
conversas clandestinas, os gritos, os deslocamentos não autorizados, as brincadeiras
perturbadoras, as desobediências aos professores e as réplicas às suas acções disciplinares.
Para fundamentar sua posição, o autor salienta que “tais comportamentos tendem a ser
caracterizados como actos de indisciplina por violarem regras especificamente escolares, para
a manutenção das condições de convívio e de trabalho em sala de aula” (idem).

Finalmente, Estrela (2007, p. 28), qualifica a indisciplina em diferentes dimensões tais como:
“as distracções, as comunicações clandestinas (a que as novas tecnologias deram especial
amplitude), as brincadeiras e as deslocações não autorizadas”. Assim, de acordo com a autora
“estes comportamentos podem constituir frequentemente «formas de defesa» perante
situações percebidas como monótonas (as aulas “secas”, na expressão dos alunos), ou
ameaçadoras pois toda aprendizagem comporta um risco de frustração” (idem). Salienta ainda
que “a dramatização dos fenómenos de indisciplina estende-se também aos fenómenos de
violência escolar, bem como aos fenómenos de bullying” (ibidem, p. 29).

1.2.2. Causas da indisciplina escolar

Abordar sobre as causas da indisciplina, não é tarefa fácil, pois os autores apresentam causas
de várias origens. Assim, por exemplo, Afonso (2006, p. 67) realça que “o aumento do
número de alunos nas escolas e a consequente heterogeneidade tornaram as estruturas iniciais
escolares inoperantes”. O autor refere ainda que a degradação progressiva do ambiente
escolar, a desvalorização da autoridade dos professores, a sobrevalorização e salvaguarda dos
direitos originou o aumento de comportamentos perturbadores.

De acordo com a Estrela (2007), as causas da indisciplina são provenientes de diversas


ordens, conforme se destacam:

 Factores de ordem social e política (pobreza, desemprego, racismo, valores,


urbanismo, desequilíbrios socioeconómicos, etc.),

 Factores pedagógicos (métodos de ensino, estilo de relação pedagógica, etc.),

 Factores pessoais do aluno (desmotivação, baixa auto-estima, etc.),

 Factores pessoais do professor (stress e desmotivação profissional, crise


deontológica e de autoridade, etc.),

 Factores familiares e institucionais (violência doméstica, pouca disponibilidade de


tempo para os filhos, falta de respeito e apoio ao professor, autoritarismo,
permissividade, etc.).

Veiga (2007a) atribui ainda outras causas das atitudes extremas e violentas dos estudantes: o
fosso entre o meio do aluno e o universo escolar, a variabilidade incongruente das regras, o
aparecimento de novas atitudes face à escola, a massificação da escolaridade com alunos
desmotivados, a falta de diálogo e de reconhecimento. O autor assegura que as escolas devem
também ser responsabilizadas e os professores devem desenvolver estratégias para lidar com
comportamentos inadequados.
Na mesma vertente, Barros (2009) destaca que as causas da indisciplina não se situam apenas
na qualidade do ensino mas também nas necessidades materiais, como melhoria física dos
edifícios e equipamentos escolares. Na visão do mesmo autor, o comportamento
indisciplinado pode também revelar os conflitos velados da instituição escolar e indicar a
insatisfação com uma escola, que se torna cada vez mais anacrónica e incompetente para
cumprir sua função social. Relativamente à família, consideramos pois que é a peça
fundamental, uma vez que quando a família se apresenta desestruturada, a consequência é o
surgimento de comportamentos problemáticos que desestabilizam a convivência social e
escolar. Neste contexto, a desestruturação familiar geralmente aparece associada ao fracasso
escolar dos alunos ou mesmo como fonte de comportamentos violentos manifestados pela
infância e juventude (Boarni, 2013).

Em suma, a indisciplina poderá sempre estar relacionada com factores de múltipla ordem que
nos permite destacar: o desequilíbrio social, as políticas do País, as políticas institucionais, a
vida familiar e as condições do aluno, bem como a agregação de valores inculcados ao
próprio aluno.

1.3. Formas de assegurar a disciplina em sala de aula

A construção da disciplina na sala de aula é um processo moroso e difícil que requer reflexão,
experiência e formação profissional por parte de toda a comunidade educativa. “Construir a
disciplina significa formar ou educar o aluno para a auto disciplina e para a responsabilidade,
criar ambiente de trabalho e condições organizacionais de modo a se alcançar os objectivos da
escola; lidar com o desvio e a indisciplina, na sala de aula, de modo a preveni-la, corrigi-la ou
puni-la” (Amado, 2000, p.8).

Neste sentido, os autores apresentam várias perspectivas que, seguidas, podem garantir
harmonia na sala de aula e evitar o fenómeno indisciplina, conforme a seguir os
apresentamos:

Estrela (2002), refere a importância da formação inicial e contínua dos professores afirmando
que “esta é a trave-mestra para alicerçar o domínio dos aspectos disciplinares e relacionais”.
Também o clima da aula deve ser de liberdade e de tolerância, de modo a permitir que os
alunos tomem consciência dos seus valores e ajam em sintonia com eles.
A autonomia conduz à autodisciplina, não significando, no entanto, que o professor tenha uma
atitude de indiferença, ou de apatia perante os alunos. Pelo contrário, as suas atitudes, embora
democráticas, devem ser firmes (Estrela, 2002). Pela sua conduta, o professor deve ser um
exemplo, para que possa exercer, sem autoritarismo, a sua função educativa. Deve
proporcionar, na sala de aula, um clima de participação e respeito, sem esquecer que o aluno é
um indivíduo com direito a ter dúvidas, a ter dificuldades, a ter opiniões, a colaborar e a ser
criança.

Para Norberto (2005, p.56),

se o professor aumentar a qualidade do clima da sala de aula através da promoção da


auto-estima dos alunos, cultivando uma comunicação pela positiva, onde o elogio e o
reforço dos comportamentos correctos e ajustados em aula irão reforçar essa mesma
auto-estima, então os alunos tenderão, provavelmente, a assumir responsabilidades e
a desenvolver a sua criatividade no processo de aprendizagem.

“No entanto, se mesmo assim os problemas persistirem, o melhor será enfrentá-los e não
fingir que não se dá por eles, pois adiar o confronto só serve para arrastar problemas” (Pires,
2002, p.75). É também fundamental uma boa gestão da sala de aula, que passa pelos modos
como o professor organiza e estrutura a sala de aula, com o propósito de maximizar a
cooperação e o envolvimento dos alunos e de diminuir comportamentos menos adequados.

A indisciplina pode ainda ser atenuada ou evitada se os professores se tornarem organizadores


mais eficazes da aula, passando por uma adequada planificação das actividades a desenvolver
na aula e pela definição de regras, de preferência estabelecidas com a participação dos alunos
para que estes se sintam na obrigação de as cumprir. A par disto, o professor deve ter uma boa
capacidade relacional com os alunos. Esta relação pedagógica terá de assentar segundo Jesus
(2003) no encorajamento, nas expectativas positivas, no respeito e na compreensão, na
negociação e no diálogo. Nunca esquecer que da boa relação professor - aluno, aluno -
professor, emerge a harmonia educativa.

Para Amado (2000, p. 11), “um sistema de regras bem definido é indispensável para se
obterem os objectivos previstos, na medida em que permite ao estudante melhor saber o que
se espera dele”. Pois é a partir das regras impostas pela sociedade e pelo regulamento da
escola que se acrescentam outras regras que se considerem indispensáveis para o decorrer
normal do processo educativo. “Normalmente elas são relativas ao uso da palavra, do espaço
e do tempo, ao modo de cumprir a tarefa, à natureza das interacções e às posturas” (Sampaio,
2001, p. 45). É a partir destas regras, formuladas de acordo com os princípios de democracia,
liberdade, respeito e justiça, entendidas como as normas reguladoras da relação pedagógica e
da organização do trabalho da aula, que se estabelece um bom clima disciplinar.

Muitas vezes o que leva ao incumprimento das regras reside no facto de estas não terem sido
compreendidas na sua essência nem o porquê da sua existência. Da uniformidade das regras e
da sua pré-explicação, poderá depender a manutenção da ordem e disciplina no decorrer das
aulas. Pelo contrário, quando as regras são impostas pelo professor, sem consulta ou
negociação com os membros do grupo, elas poderão gerar conflitos. “Se a regra não é
considerada como legítima, ela surge aos olhos do aluno como uma arbitrariedade do
professor que só será respeitada coercivamente” (Estrela, 2002, p. 61).

Finalmente, sendo que, na perspectiva de Barros (2013, cit. Inácio, ibidem, p. 15),

a indisciplina é sempre vista, como desobediência às regras da escola, as escolas


precisam de aprender e se adequar às exigências e também às possibilidades e
necessidades dos alunos e os alunos, por sua vez, precisam compreender e entender as
regras da instituição escolar (idem).

Em nossa opinião, o asseguramento da indisciplina passa sempre por criação de regras na


instituição escolar, mas para o cumprimento de tais regras é imperioso que haja uma forte
ligação entre os membros directivos da escola, os professores, as famílias e as demais
instituições vocacionadas a promover valores (como as igrejas), de tal sorte que todo mundo
envolvido encarregue-se a impulsionar valores ético-morais aos educandos.

1.3.1. Gestão da indisciplina em sala de aula

A temática da gestão da sala de aula emerge da busca de sistematização do trabalho do


professor, de compreender o que está implicado na actividade do professor em sala de aula e
quais as suas dimensões básicas. O relacionamento interpessoal e organização do grupo-turma
de sala de aula são duas dimensões que devem ser combinadas, quando se pensa na gestão da
sala de aula. O relacionamento interpessoal tem a ver com a capacidade do professor se
colocar ao serviço de seus educandos, escutar seus anseios, angústias e sonhos para buscar
soluções.
De acordo com Ferreira (2008, cit. Stedile 2009, p. 3) a gestão da sala de aula, “desenvolve-se
na sala de aula, onde concretamente se objectiva o projecto político-pedagógico”. Brophy
(2011, p. 17) afirma que “a gestão da sala de aula refere-se em organizar o ambiente físico,
estabelecer regras e procedimentos, manter a atenção e o engajamento dos alunos nas aulas”.

Cabe ao professor, na sua sala de aula, criar espaços de participação dos alunos no processo
de ensino-aprendizagem bem como um ambiente relacional próprio de aprendizagem
partilhada (Silva, 2010). A segunda grande dimensão da gestão da sala de aula é a
organização do grupo-turma, sendo esta também decisiva, porque se não houver um clima de
participação, de interacção, de respeito, de comunicação em sala de aula, não é possível a
apropriação ou construção significativa do conhecimento. Neste sentido, para Ferreira (2013),
a gestão da sala de aula, a forma como os professores organizam as suas actividades, torna-se
um aspecto imprescindível para evitar ou promover a indisciplina.

Na mesma perspectiva, Teixeira (2013, cit. Inácio, 2021, p. 22) refere ser essencial “os
professores terem capacidades para fazer uma gestão adequada de indisciplina na sala de aula,
no sentido de ajudarem os alunos a serem disciplinados”.

Na visão do autor, o professor deve organizar e planear bem a sua aula, usando metodologias
adequadas, procurando desta forma atender às necessidades e expectativas dos seus alunos.
Toda a acção que permite manter os estudantes mais envolvidos com a realização das
actividades pedagógicas em sala de aula constitui, por si só, uma acção preventiva da
indisciplina (Silva, 2010). Por seu turno, Estrela (2007) considera que a imagem de autoridade
do professor está ligada à sua consistência e coerência normativa bem como à percepção da
racionalidade das regras. A autora salienta ainda que um bom clima disciplinar, pautado pelo
respeito à autoridade do professor e às regras de convivência e trabalho, constitui condição
fundamental para garantir às crianças e jovens uma educação de qualidade, propiciando
valores e atitudes indispensáveis ao exercício da cidadania.

Por nós, a gestão da indisciplina na sala de aula passa sempre pela capacitação do professor,
mediante a sua formação acadêmica, formação contínua, bem como os seminários que visam
discutir a relação professor e aluno na sala de aula, para além de salientar que os valores
humanos, éticos e morais agregados pelo professor influenciam na gestão da indisciplina.
1.3.2. Competências e desafios

A escola de hoje requer dos professores preocupações e responsabilidades acrescidas, dada a


heterogeneidade dos alunos, a simultaneidade e a diversidade de ocorrências na aula. Desta
forma, os autores explicam que para ensinar alunos que não desejam aprender é preciso
desenvolver competências especiais, pois o sucesso da aula depende da planificação prévia do
professor. A educação tem a missão primordial de propiciar a formação e qualificação
profissional do indivíduo, assim como a preparação para o exercício da cidadania (Veiga e
Melo, 2013, cit. Inácio, 2021, p. 18).

De acordo com Estrela (2007, p. 38), a “complexidade crescente das funções dos professores
e a existência de problemas disciplinares requer uma formação de professores mais exigente,
orientada por modelos híbridos e flexíveis em que se harmonizem as componentes técnico-
científicas e pelo novo profissionalismo da profissão docente”. A autora salienta que, na
impossibilidade de formar professores para cada um dos múltiplos e mutáveis papéis para o
exercício da função, importa apostar na formação de atitudes e de competências básicas que
favoreçam a reposta do professor a situações mutáveis. O papel do professor é pôr em prática
o processo educativo, levando em consideração todas as limitações do educando, trabalhar por
uma educação baseada em valores e em princípios de igualdade, utilizando a escola para a
construção da cidadania.

Segundo Veiga e Melo (2013), a gestão de comportamentos tem a ver com o tipo de
autoridade do professor na aula e inclui aspectos como: regras e procedimentos de
comunicação não-verbal, feedback e consequências lógicas. Os autores ressaltam que as
competências relacionais do professor passam não só pelo autoconhecimento, mas também
pelas competências de escuta, de feedback, de resolução de conflitos e de mediação, podendo
esta formação mobilizar estratégias diferentes. A manutenção de um bom clima disciplinar em
sala de aula é condição fundamental para a garantia de um ensino verdadeiramente de
qualidade nas escolas (Silva, 2010). Por outro lado, Estrela (2007, p. 32) descreve a “vivência
na turma de práticas de aprendizagem cooperativas e de valores, de solidariedade e tolerância,
técnicas de resolução de conflitos, bem como a atribuição crescente de responsabilidades à
medida que o aluno cresce, como meios que ajudam a preservar o clima disciplinar da turma”.

Em nossa opinião, o processo de ensino aprendizagem exige nos dias de hoje exige que as
instituições e os professores estejam capacitados para lidar com os novos fenómenos sociais
que ocorrem nas nossas escolas. A escola precisa criar regulamentos ou regras que visam
prevenir a todos os termos a indisciplina escolar e, os professores precisam capacitar-se
humanamente e profissionalmente de maneiras que consigam lidar com os diferentes
comportamentos dos alunos.

1.4. A motivação como factor determinante à disciplina

A motivação “deve ser entendida como um meio para alcançar o sucesso escolar, e para
cumprir tal premissa o aluno deve sentir em casa e na escola um ambiente favorável ao seu
interesse pessoal” (Simão, 2005, p. 10). É nesta vertente que o professor e a escola encontram
uma tarefa árdua em desenvolver no aluno primeiramente a motivação e depois a
aprendizagem. A motivação é uma dimensão fundamental, que deverá estar, associada ao
processo de ensino e aprendizagem, o que significa que a aprendizagem dos alunos,
principalmente os do ensino primário, deverá ser acompanhada com a motivação.

O rendimento deve reflectir “tanto a aquisição de conhecimentos e informações decorrentes


dos conteúdos curriculares quanto às habilidades, interesses, atitudes, hábitos de estudo e
ajustamento pessoal e social”(Haydt, 2003, p. 10). Dessa forma, mais do que notas e conceitos
expressos pelo professor, o rendimento escolar, realizado à base de um sistema de valores,
critérios e indicadores, pode referir-se a uma mudança de comportamento e,
consequentemente, à aprendizagem de um indivíduo ou de uma colectividade (Mascarenhas,
2004).

O rendimento escolar refere-se à avaliação do conhecimento adquirido no âmbito


escolar, considerando os alunos com bom rendimento, aqueles que obtenham
qualificações positivas nos exames, ou seja, é uma medida das capacidades do aluno,
que expressa que este tem aprendido ao longo do processo formativo (Infopédia, 2007,
p. 5).

Segundo Lourenço e Paiva (2010, p. 22),“verifica-se que existe uma relação entre a
aprendizagem e a motivação, constatando uma relação de reciprocidade entre ambas”. Isto
faz-nos perceber que a aprendizagem está interligada com a motivação, ou seja, para que haja
uma aprendizagem significativa, é necessário que antes o aluno esteja motivado, por isso, a
motivação é um factor preponderante da aprendizagem.
Na verdade, não se pode esperar nem exigir resultados positivos a alunos desmotivados, o que
faz com que a motivação anteceda a aprendizagem ou, deve-se criar antes condições
necessárias ao aluno de modo a estar motivado, para depois ensiná-lo. Nesta medida, autores
entendem que “a motivação deve ser compreendida, apoiando o desenvolvimento de
actividades que sejam consideráveis para o desenvolvimento do indivíduo que nelas se
envolve. Em termos educativos, um aluno motivado encontra-se disposto para aprender,
autonomamente” (Idem, p. 26).

Segundo Bonavante (1976, cit. Alves 2010, p. 10),o baixo rendimento escolar está
relacionado com “as dificuldades de aprendizagem, reprovações, atrasos, etc., e, na maioria
dos casos, as crianças que têm mais dificuldades pertencem às famílias de grupos sociais
desfavorecidos do ponto de vista económico-cultural”.

Na opinião de Cabral (1995, cit. Alves, 2010, p. 7), esta problemática “é, muitas vezes, vista
como um problema do aluno, jamais, ou muito raramente como um fenómeno que possa
envolver a organização e as práticas escolares”. O autor afirma que a “adequação do
currículo, das metodologias, da própria estrutura organizativa às características do aluno,
raramente são discutidas ou postas em causa” (idem).

Na perspectiva de Almeida e Pinho (2008), na fase da adolescência, o jovem se depara com


uma série de escolhas que definirão o seu futuro, dentre elas a escolha académica e
profissional. Os autores salientam que vários são os factores que influenciam na escolha de
uma profissão, desde características pessoais, convicções políticas e religiosas, valores,
crenças, contexto socioeconómico, família e grupo de pares.

Assim, focalizando o fenómeno em apenas ao aluno pode restringir o campo de abordagem da


questão, sendo que há que reconhecer, a partida, que os factores influenciadores das
aprendizagens transcendem o aluno.

Diante dos argumentos acima, percebe-se que, a indisciplina constitui um aspecto inibidor da
aprendizagem dos alunos, na medida em que configura um entrave para a motivação dos
alunos em aprender, ou seja, a indisciplina faz com que os alunos fiquem desorientados às
aprendizagens e ainda deduzimos que a indisciplina é um sintoma dos desmotivados; a
motivação é um factor preponderante que configura o bom comportamento, bom
aproveitamento e, consequentemente, rendimento escolar, o que significa que, sem a
motivação não há aprendizagem significativa. O rendimento escolar é uma realidade notável,
que incide em vários aspectos, entre vários, a qualidade de vida das famílias, bem como
alimentação dos alunos em casa e os lanches na escola.
CAPÍTULO II: METODOLOGIA DE INVESTIGAÇÃO
CAPÍTULO II: METODOLOGIA DE INVESTIGAÇÃO

No presente capítulo apresentamos de forma minuciosa os procedimentos metodológicos


adoptados para a realização desta pesquisa, a partir das abordagens, os métodos e as técnicas
que foram utilizadas para a concretização, como também descrever a população e amostra
detalhando os critérios para selecção da amostra em causa.

2.1. Tipo de investigação

A presente investigação, quanto aos objectivos é de tipo descritivo que segundo Cervo e
Bervian (2005) baseiam-se na observação, registo, análise e correlação de factos, neste caso
sobre a indisciplina na sala de aula, sem manipular variáveis; para tal privilegiamos a
abordagem mista isto é qualitativo e quantitativo. Segundo Marconi e Lakatos (2002, p.
269)“abordagem qualitativa preocupa-se em analisar e interpretar aspectos mais profundos
descrevendo a complexidade do comportamento humano”. Nesta perspectiva, analisamos as
opiniões e percepções dos membros da escola, dos alunos, professores e encarregados de
educação, para descrever os factores relacionados com a indisciplina na sala de aulas.

Abordagem quantitativa “preocupa-se com os resultados, assumindo a quantificação com o


símbolo de abordagem científica identificada a este modelo como abordagem positiva”
(Martín, ap. Mendes & Manuel, 2016, p. 70). Assim, a utilização da abordagem quantitativa
refere-se aos números quantificados a partir dos resultados que foram obtidos na pesquisa.

2.1. Métodos e técnicas de investigação

Os métodos indicam as vias utilizadas para alcançar os objectivos traçados. Partindo da ideia
de que os métodos e as técnicas utilizados na pesquisa são seleccionados a partir do problema,
da delimitação da amostra ou do universo e relembrando os renomados autores Cervo e
Bervian (2005, p. 25) de que método entende-se “o dispositivo ordenado, o procedimento
sistemático em plano geral”, no presente trabalho foram utilizados com maior relevância os
seguintes métodos de nível teórico e empírico:

 De nível teórico:

Analítico-Sintético: para Marconi e Lakatos (2002, p. 36) “a análise ou explicação, é a


tentativa de evidenciar as relações existentes entre o fenómeno estudado e outros factores”.
Essas relações podem ser estabelecidas em função das suas propriedades relacionais de causa
- efeito, produtor-produto ou de correlações de análise de conteúdos, entre outras.

Com a utilização deste método foi possível analisar vários aspectos entre eles os dados e
conteúdos colhidos sobre a indisciplina e sua influência no rendimento escolar dos alunos da
6ª classe da escola em referência.

Indutivo-Dedutivo: Segundo Carvalho (2009, p. 86), “indução é uma operação lógica que
vai do particular ao geral. O método indutivo caminha, na aproximação aos fenómenos, para
planos cada vez mais abrangentes, indo das constatações mais particulares às leis e teorias
(conexão ascendente) ”.

Para Carvalho (2009, p. 84),“dedução parte do conhecimento geral para o particular. Parte das
teorias e leis para predizer a ocorrência de fenómenos particulares (conexão descendente) ”.
Por conseguinte, o método indutivo-dedutivo é um procedimento lógico através do qual a
percepção de um objecto ou fenómeno é obtida por inferência, isto é, partindo de dados
particulares para uma verdade geral ou universal, e vice-versa.

Utilizou-se estes métodos pois que ajudaram na identificação das leis ou teorias que
constituíram o ponto de partida para o desenvolvimento da pesquisa e na explicação dos
fenómenos particulares pelas generalizações.

Pesquisa bibliográfica: na visão de Marconi e Lakatos (2002, p. 36),este método “permite


abrangência da bibliografia já tornada pública em relação ao tema, desde as publicações
avulsas, boletins, jornais, revistas, livros, pesquisa de monografias, teses, material
cartográfico, Internet entre outros, até meio de comunicação oral, rádio, gravações e
audiovisuais: filmes, televisão”.

O mesmo método permitiu compilar diferentes autores em relação ao tema em estudo, no


sentido de especificar determinados conceitos, concepções e posicionamentos de diversos
autores sobre a indisciplina na sala de aula.

 De nível empírico:

Inquérito por questionário: Para Gil (2008, p. 102) “é uma técnica de investigação
composta por um determinado número de questões apresentadas por escrito as pessoas, tendo
por objectivo o conhecimento de opiniões, crenças, sentimentos, interesses, expectativas e
situações vivenciadas”.
Por meio de um boletim de inquérito por questionário dirigido aos alunos e encarregados da
educação recolhemos informações sobre a indisciplina e sua influência no rendimento dos
alunos da 6ª classe da escola em questão.

Inquérito por entrevista: na opinião de Vianna (2001, p. 164), “a entrevista consiste em uma
série de questões feitas oralmente ao pesquisado”. Por meio de um diálogo aberto com os
membros da direcção, esta técnica permitiu a recolha de informações.

Procedimento Matemático-Estatístico: Para Mesquita e Rodrigues, (2004, p. 20), “Este


método cumpre uma função de investigação educacional que contribui para precisar os dados
empíricos obtidos e esclarecer as generalizações apropriadas a partir deles”. A manipulação
estatística permitiu comparar as relações dos fenómenos entre si e obter generalizações sobre
a sua natureza, ocorrência ou significado.

2.3. Caracterização da escola

2.4. População e amostra

População

Para Fortin (2009), ap. Mendes e Manuel (2016, p. 117) a população “é um grupo de pessoas
ou elementos que têm características comuns, sobre o qual se faz o estudo”. Na opinião dos
autores, é toda componente da Instituição, contando com professores, alunos, encarregados
dos alunos e direcção da escola. Quanto a população da investigação contamos com o total de
120 alunos da 6.ª classe, 2 professores e 2 membros da direcção da escola, totalizando 124
sujeitos.

Amostra

De acordo com Fortin (2009), apud. Mendes e Manuel (idem), amostra “é a fracção ou a
porção de uma população junto da qual são recolhidas as informações necessárias ao estudo”.
Assim sendo, a amostra do nosso trabalho é não probabilística, com selecção aleatória simples
para os alunos e pais e encarregados de educação, seleccionando assim 20 alunos e 20 de pais
e encarregados de educação, e não probabilística de selecção intencional para os professores e
membros de direcção, seleccionando assim 2 professores e 2 membros da direcção,
totalizando 44 sujeitos.
CAPÍTULO III - ANÁLISE E TRATAMENTO DE
DADOS
CAPÍTULO III:APRESENTAÇÃO, ANÁLISE E INTERPRETAÇÃO
DOS RESULTADOS

Este capítulo reserva-se a apresentação, análise e interpretação dos resultados obtidos por
meio de inquéritos por questionário e inquéritos por entrevista aplicados aos professores,
membros de direcção, pais e encarregados de educação e alunos da escola primária em causa.

Os dados foram analisados de forma descritiva, incluindo a abordagem quantitativa e


qualitativa. Em seguida, seguem-se, os resultados obtidos na escola em causa, mediante o
tema a margem.

3.1. Apresentação, análise e interpretação dos resultados da entrevista


dirigida aos membros da direcção

A entrevista teve por objectivo obter informações aos membros da direcção da escola em
relação a temática indisciplina e sua influência no rendimento dos alunos da 6ª classe da
escola em questão.

Foram entrevistados dois membros de direcção com as idades entre 35 e 37 anos, 1 do sexo
feminino e outro do sexo masculino, os mesmos têm um tempo superior a 18 anos de serviço
o que significa que os mesmos têm uma experiência de trabalho aceitável.

Para garantir o anonimato dos entrevistados, ocultamos suas funções e designamo-los de


membros A e B.

Questionados sobre o que entendes por indisciplina, os entrevistados responderam,


respectivamente:

Membro A: a indisciplina refere-se a desorganização da sala de aula, perpetrada por alunos


com o fim de sabotar a aula;

Membro B: a indisciplina corresponde aos comportamentos inadequados dos alunos, com o


fim de perturbar a aula.

As respostas dos entrevistados levam-nos a crer que os membros da direcção da escola


compreendem o que significa indisciplina, pois a indisciplina constitui uma transgressão ao
funcionamento normal da sala de aula ou da escola.

35
Neste sentido de fundamentar, seguimos de perto a definição apresentada por Veiga (2007a,
cit. Inácio, ibidem, p. 12) de que a indisciplina consiste na “transgressão das normas escolares,
que prejudicam as condições de aprendizagem, o ambiente de ensino ou o relacionamento das
pessoas na escola”.

Perguntados sobre como caracteriza o comportamento dos alunos na sua escola, os mesmos
responderam respectivamente:

Membro A: os alunos apresentam um comportamento razoável, pois verifica-se alunos com


comportamentos desviados;

Membro B: os alunos são bem comportados, o problema de indisciplina, as vezes, tem muito
a ver com as atitudes dos professores e a falta de metodologias para contornar a situação.

Os resultados revelam que na escola em questão, verifica-se indisciplina, porém, está


indisciplina nem sempre a culpa se atribui aos próprios alunos. Assim, de acordo com o
membro B, certos casos de indisciplina são atribuídos aos professores em função das
metodologias utilizadas pelos professores, no sentido de contornar a situação.

Neste sentido subscrevemos o sustentado por Estrela (2007), quando realça que, as causas da
indisciplina, entre outras relacionadas com a família, com a escola e com os alunos, destacam-
se: factores pedagógicos (métodos de ensino, estilo de relação pedagógica, etc.) e factores
pessoais do professor (stress e desmotivação profissional, crise deontológica e de autoridade,
etc.).

Interrogados se, na sua opinião, normalmente, quais têm sido as causas da indisciplina na
sua instituição, os membros responderam:

Membro A: as causas podem estar relacionadas com a falta de motivação dos alunos e a
falta de educação que trazem desde as suas casas;

Membro B: a indisciplina na sala de aula pode ter causa aos próprios alunos, aos
professores e a falta de condições da sala de aula.

As respostas revelam uma idoneidade por parte dos entrevistados em compreender as causas
que, normalmente originam a indisciplina na escola, pois este tem sido também o
entendimento da literatura que as causas da indisciplina tanto podem estar relacionadas com
os próprios alunos, a família, a sociedade em geral, aos professores e às condições da escola.

36
Questionados se considera que a indisciplina influencia no rendimento dos alunos, os
membros responderam, respectivamente:

Membro A: a indisciplina influencia no rendimento dos alunos. A indisciplina cria


distracção aos alunos e ao professor;

Membro B: a indisciplina cria desordem na sala de aulas, por isso, causa stress ao
professor e desmotiva também os alunos até mesmo os educados.

As respostas revelam que a indisciplina influencia no rendimento escolar. Subscrevemos as


opiniões dos entrevistados, pois se a indisciplina constitui, conforme afirma a literatura,
transgressão aos regulamentos da instituição e ao normal funcionamento da sala de aula, e
sendo que o rendimento reflecte “a aquisição de conhecimentos e informações decorrentes
dos conteúdos”(Haydt, 2003, p. 10), não se pode esperar bons resultados aos alunos se a sala
não oferece condições para o efeito.

Sobre quais são as medidas que a direcção da escola tem adoptado para os alunos
indisciplinados, os mesmos responderam, respectivamente:

Membro A: a direcção da escola tem dialogado com os alunos e também tem convocado os
pais e encarregados de educação para chamar atenção ao comportamento dos seus filhos;

Membro B: a escola tem tomado sanções severas como a expulsão quando a indisciplina é
grave, mas também costuma se convocar os encarregados de educação.

As medidas que a direcção da escola tem aplicado são eficazes a erradicação da indisciplina,
mas não o suficiente, pois estas são repressivas. Por isso é necessário que se adopte outras
medidas com carácter preventivo, como educar o aluno e chamá-lo a responsabilidade, criar
ambiente harmonioso e condições da escola, proporcionar aos professores metodologias
adequadas para contornar certos actos de indisciplina, entre outras (Amado,2000).

Interrogados se consideras importante a colaboração entre a família e escola para


orientação dos alunos,

Membro A: é preciso que haja colaboração entre a família e a escola no sentido de


trabalhar juntos na educação dos educandos em casa e na escola;

Membro B: é importante sim, porque a família educa a criança em casa e a escola educa-o
enquanto aluno.

37
Subscrevemos as respostas dos membros da direcção da escola, pois havendo uma
colaboração e comunicação sadia entre a família e a escola, muitos actos de indisciplina se
vão evitar, na medida em que, a família representa um elo fundamental para criança e a escola
uma instituição secundária.

Finalmente, quando interrogados sobre que estratégias a adoptar para prevenir a


indisciplina na sua escola, responderam:

Membro A: é preciso garantir um ambiente escolar que permite o controlo aos


comportamentos inadequados;

Membro B: impõe-se a colaboração segura entre a família, professores e a direcção da


escola.

Os resultados são positivos, pois são medidas eficazes para prevenção da indisciplina dos
alunos. Assim, para além da relação umbilical entre os intervenientes, das condições da
escola, podemos salientar que a prevenção da indisciplina exige dos professores
responsabilidades acrescidas, no sentido de criarem, na sua sala de aula, espaços de
participação e um ambiente de aprendizagem (Silva, 2010), criando um clima de participação,
de interacção, de respeito e de comunicação em sala de aula.

3.2.Apresentação, análise e interpretação dos resultados da entrevista


dirigida aos professores

A entrevista dirigiu-se aos dois professores com idades compreendidas entre 25 e 35 anos,
respectivamente, para obter respostas sobre a temática objecto da nossa investigação. Como
se pode ver, os professores possuem idade aceitável para o exercício das suas funções.
Também possuem formação e grau académico de licenciados.

Assim das respostas obtidas dos professores segue-se a descrição, e, para garantir o anonimato
das entrevistadas, designamo-los por A e B.

Questionados sobre o que entendes por indisciplina, os professores responderam:

Professor A: corresponde à transgressão do ambiente normal da sala de aula;

Professor B: manifestação de actos indecorosos na sala de aulas, como é o caso de barulho e


conversas inadequadas.

38
Sobre, quais têm sido as causas da indisciplina na sua sala de aula, os professores
responderam, respectivamente:

Professor A: a indisciplina ocorre por falta de interesse dos alunos em aprender e por causa
da instituição que não garante condições.

Professor B: ocorrem por causa da educação de base dos próprios alunos.

Interrogados sobre como avalias o comportamento dos seus alunos, os professores


responderam:

Professor A: são excelentes alunos, apesar de se constatar alunos indisciplinados;

Professor B: há muitos alunos indisciplinados.

Questionados sobre como avalias a relação professor-alunos na sala de aulas, os


professores responderam:

Professor A: a relação é boa;

Professor B: uma relação razoável.

Se consideras que a indisciplina na sala de aulas influencia no rendimento escolar dos


alunos, os professores responderam:

Professor A: influencia muito, porque a indisciplina dificulta o trabalho do professor;

Professor B: influencia porque os alunos não poderão acatar os ensinamentos do professor


por causa da atenção descontraída.

Sobre o que tem feito para diminuir o índice de indisciplina na sala de aulas, os professores
responderam:

Professor A: tenho alertado a direcção e convocar os encarregados de educação dos alunos;

Professor B: dialogar com os alunos sobre o seu posicionamento na sala de aulas e dar
castigo.

Relativamente se considera que a família deve colaborar com os professores para orientar a
conduta dos alunos, responderam:

Professor A: é importante a relação entre todos;

Professor B: é necessário, mas não o suficiente para acautelar a situação.

39
Sobre que estratégias a adoptar para prevenir a indisciplina na sala de aulas, os
professores responderam:

Professor A: criação de regras e condições institucionais;

Professor B: colaboração afectiva entre a família e a escola, bem como a imposição de


regras.

3.3. Apresentação, análise e interpretação dos resultados do inquérito por


questionário aplicado aos alunos

O inquérito por questionário foi aplicado aos alunos com o objectivo de obter dados sobre o
tema objecto de estudo. Em termos de estrutura o questionário foi integrado por um total de
seis questões, cujos resultados são descritos em termos de frequência e percentual, incluindo
uma análise descritiva dos mesmos.

Tabela 1: Gostas de ir a escola?

Opções Frequência %

Sim 12 60%

Não 5 25%

Um pouco 3 15%

Total 20 100%
Fonte: Elaboração própria, 2022.

Dos 20 alunos inquiridos, 12 equivalentes a 60% responderam que gostam de estudar; 5


equivalentes a 25% responderam que não e 3 equivalentes a 15% responderam que gostam de
estudar pouco.

A maioria dos estudantes afirma que gosta de ir a escola. É na verdade um sinal bastante
positivo, pois os alunos motivados a ir a escola podem aprender facilmente. Porém,

40
preocupam-nos, embora minoria, a situação dos alunos que não gostam e gostam pouco de ir a
escola, pois este é um dos factores determinantes do insucesso escolar.

É preciso que haja vontade de ir a escola para que os mesmos possam aprender facilmente, tal
como defende Simão (2005) que a motivação é o meio para alcançar o sucesso escolar, e para
cumprir tal premissa o aluno deve sentir na escola um ambiente favorável ao seu interesse
pessoal, pois, na perspectiva de Lourenço e Paiva (2010) existe uma relação entre a
aprendizagem e a motivação.

Tabela 2: Consideras-te um aluno disciplinado?

Opções Frequência %

Sim 12 60%

Não 3 15%

Um pouco 5 25%

Total 20 100%

Dos 20 alunos inquiridos, 12 equivalentes a 60% responderam que………; 3 equivalentes

a 15% responderam que ………..pouco e 5 equivalentes a 25% responderam que não.

Tabela 3: A sua relação com os teus colegas tem sido:

Opções Frequência %

Excelente 2 10%

Boa 10 50%

Razoável 3 15%

Má 5 25%

Total 20 100%

Tabela 4: Durante as aulas constata-se actos de indisciplinas?

Opções Frequência %

41
Sim 12 60%

Não 3 15%

As vezes 5 25%

Total 20 100%

Tabela 5: Quais têm sido as causas da indisciplina em sala de aula?

Opções Frequência %

As metodologias de ensino do professor 12 60%

A falta de interesse dos alunos pela matéria 3 15%

A relação entre professor-aluno 5 25%

A relação entre alunos

O ambiente inadequado da escola

Total 20 100%

Tabela 6: Como avalias a atitude do teu professor na sala de aulas?

Opções Frequência %

Excelente 12 60%

Boa 3 15%

Razoável 5 25%

Total 20 100%

Tabela 7: Considera que a indisciplina na sala de aulas influencia no rendimento escolar


dos alunos?

42
Opções Frequência %

Sim 12 60%

Não 3 15%

Um pouco 5 25%

Total 20 100%

Tabela 8: Como prevenir a indisciplina na sala de aula?

Opções Frequência %

Impor regras na sala de aula 12 60%

Manter boa relação entre professor-alunos 3 15%

Garantir um ambiente adequado na escola 5 25%

Colaboração entre família-escola

Total 20 100%

3.4. Apresentação e análise e interpretação dos resultados do inquérito por


questionário aplicado aos pais/encarregados de educação

O inquérito teve por objectivo, obter informações sobre a percepção dos entrevistados em
relação ao tema. Foram inqueridos vinte pais ou encarregados de educação, com as idades
entre 23 a 43 anos, habilitações literárias de 8.ª classe a licenciados, dos quais 13 do sexo
feminino e 7 do sexo masculino.

Tabela 9: Gostas que seu filho estude?

Opções Frequência %

Sim 20 100%

Não 0 0%

43
Opções Frequência %

Um pouco 0 0%

Total 20 100%
Fonte: Elaboração própria, 2022.

Os dados da tabela mostram que todos pais/encarregados de educação gostam que seus filhos
estudem.

Neste sentido, os resultados revelam um sinal muito positivo, na medida em que, permite
depreender que os pais incentivem os filhos a irem a escola. Assim, se os pais não garantem
condições adequadas ou se não garantem lanche aos filhos é por falta de condições
socioeconómicas e financeiras.

Tabela 10: Como avalias o comportamento do seu educando?

Opções Frequência %

Excelente 12 60%

Boa 3 15%

Razoável 5 25%

Péssimo

Total 20 100%

Tabela 11: Tem visitado a escola do seu educando?

Opções Frequência %

Sim 12 60%

Não 3 15%

As vezes 5 25%

Total 20 100%

Tabela 12: Tem partilhado com o professor sobre o comportamento do seu educando?
44
Opções Frequência %

Sim 20 100%

Não 0 0%

Um pouco 0 0%

Total 20 100%

Tabela 13: Alguma vez já foi convocado ou informado pelo professor sobre a
indisciplina cometida pelo seu educando?

Opções Frequência %

Sim 20 100%

Não 0 0%

As vezes 0 0%

Total 20 100%

Tabela 14: Qual tem sido a sua reacção quando o seu educando comete indisciplina?

Opções Frequência %

Dialogo com o professor sobre a medida a aplicar 12 60%

Castiga-o de imediato 3 15%

Aconselha-o 5 25%

Deixo que o professor tome medida

Total 20 100%

Tabela 15: Consideras que a indisciplina influencia no rendimento escolar dos alunos?

45
Opções Frequência %

Sim 12 60%

Não 3 15%

Um pouco 5 25%

Total 20 100%

Tabela 16: Consideras importante a colaboração entre a família e escola para orientação
dos alunos?

Opções Frequência %

Sim 12 60%

Não 3 15%

Um pouco 5 25%

Total 20 100%

Tabela 17: Que estratégias seriam eficazes para prevenção da indisciplina?

Opções Frequência %

Impor regras na sala de aula 12 60%

Manter boa relação entre professor-alunos 3 15%

Garantir um ambiente adequado na escola 5 25%

Colaboração entre família-escola

Total 20 100%

46
CONCLUSÕES

Depois de percorrida diversificadas ideias, com base ao problema e objectivos que orientaram
a investigação e os resultados obtidos a partir da análise dos dados colhidos, permitiu concluir
que:

47
SUGESTÕES

De acordo com os resultados obtidos e seguida das conclusões, urge a necessidade de haver
por parte do Estado, Direcção da escola, família e professores a intervenção, no sentido de:

48
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Sampaio, Daniel (2001), Voltei à escola. Lisboa: Editorial Caminho.

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Zagury, Tânia (2002), A Indisciplina como Aliada. Nova Escola. São Paulo.

A EXEMPLO DE Parrat-Dayan (2008) E Brito (2013) QUE NÃO


CONSTAM DAS REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS E DE Inácio
E Silva QUE NA FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA APARECEM
50
COM O ANO DIFERENTE DO ANO NAS REFERÊNCIAS
BIBLIOGRÁFICAS, CONFERIR TUDO O RESTO.
Parrat-Dayan (2008), NC

ParratDayan, 2012, cit.  cit. Inácio, 2021, p. 11). Nas R.B. Inácio, 2018

Silva (2010) Nas R.B. (2001

Brito (2013) NC

Veiga (2007, p.15),

Silva & Neves, (2004, p. 38),

Doron e Parot (2001, p. 15)

Santos e Almeida, (2001, p. 205)

Pacheco (2001, p. 45)“

Estrela (2007, p. 27

Teixeira (2013, cit.Inácio, 2021, p. 11

Parrat-Dayan (2012, cit.Inácio, ibidem, p. 12)

Pimenta & Louza, 2012, cit. idem

Veiga (2007a, cit.Inácio, ibidem, p. 12

Estrela (2007, p. 34)

Veiga (2007b, p. 135)

Silva (2010, cit. Inácio, ibidem, p. 15)

Estrela (2007, p. 28),

Afonso (2006, p. 67),

Estrela (2007),

Barros (2009)

Boarni, 2013

Amado, 2000, p.8

Amado, 2000, p.8

Estrela (2002),

51
Norberto (2005

Pires, 2002,

Amado (2000

Sampaio, 2001,

Ferreira (2008, cit. Stedile 2009

Brophy (2011,

Silva, 2010

Ferreira (2013

Teixeira (2013

Silva, 2010

Veiga & Melo, 2013

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Haydt, 2003, p. 10

Mascarenhas, 2004

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Bonavante (1976, cit. Alves 2010, p. 10

Cabral (1995, cit.Alves, 2010

Almeida e Pinho (2008),

Cervo e Bervian (2005)

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Martín, ap.Mendes & Manuel, 2016, p. 70

Cervo e Bervian (2005,

Carvalho (2009, p. 86

Carvalho (2009,

Gil (2008

Ramos e Naranjo, 2014

Mesquita e Rodrigues, (2004


52
Fortin (2009), ap. Mendes e Manuel (2016

53
APÊNDICE
APÊNDICE 1: GUIÃO DE ENTREVISTA DIRIGIDO AOS MEMBROS DA
DIRECÇÃO DA ESCOLA

Objectivo: recolher informações acerca do comportamento dos alunos nesta escola.

II: Questões

1- O que entendes por indisciplina?


2- Como caracterizas o comportamento dos alunos na sua escola?
3- Verifica-se alunos indisciplinados na sua escola?
4- Se sim, quais têm sido as causas da indisciplina na sua instituição?
5- Considera que a indisciplina influencia no rendimento dos alunos?
6- Quais são as medidas que a Direcção da escola tem adoptado para os alunos
indisciplinados?
7- Consideras importante a colaboração entre a família e escola para orientação dos
alunos?
8- Que estratégias a adoptar para prevenir a indisciplina na sua escola?

Agradeço pela colaboração!


APÊNDICE 2: INQUÉRITO POR QUESTIONÁRIO AOS PROFESSORES

Objectivo: colher informações acerca da indisciplina em contexto escolar

I. QUESTÕES

1- O que entendes por indisciplina?

Transgressão das normas escolares


Manifestação de actos indecorosos na sala de aulas
Barulho dos alunos durante as aulas
Conversas dos alunos sobre conteúdos fora do alcance das aulas
2- Quais têm sido as causas da indisciplina na sua sala de aula?

Antipatia face ao professor


As metodologias de ensino do professor
A falta de interesse dos alunos pela matéria
A relação entre professor-aluno
A relação entre alunos
O ambiente inadequado na escola

3- Como avalias o comportamento dos seus alunos?


Disciplinados
Indisciplinados
Intermédios

4- Como avalias a relação professor-alunos na sala de aulas?


Excelente
Boa
Intermédia
Medíocre

5- Consideras que a indisciplina na sala de aulas influencia no rendimento escolar dos
alunos?
Sim
Não
Algumas vezes

6- O que tem feito para diminuir o índice de indisciplina na sala de aulas


Convocar os encarregados de educação dos alunos
Tomar medidas e aplicar sanções
Informar a direcção para tomar medidas
Dialogar com os alunos sobre o seu posicionamento na sala de aulas

7- Considera que a família deve colaborar com os professores para orientar a conduta
dos alunos?
Sim
Não
Só quando necessário

8- Que estratégias a adoptar para prevenir a indisciplina na sala de aulas?


Impor regras na sala de aulas
Boa relação entre professor-alunos
Atitude democrática do professor
Colaboração entre família-escola

Agradeço pela colaboração!


APÊNDICE 3: INQUÉRITO POR QUESTIONÁRIO AOS PAIS E ENCARREGADOS
DE EDUCAÇÃO

Objectivo: pretende-se obter informações dos pais e encarregados de educação sobre o


comportamento dos filhos na escola e em casa.

I. QUESTÕES

9- Como avalias o comportamento do seu educando?

Excelente
Bom
Razoável
Péssimo

10- Tem visitado com frequência a escola do seu educando?


Sim
Não
As vezes

11- Tem partilhado com o professor sobre o comportamento do seu educando?


Sim
Não
As vezes

12- Alguma vez já foi convocado ou informado pelo professor sobre a indisciplina
cometida pelo seu educando?
Sim
Não
As vezes

13- Qual tem sido a sua reacção quando o seu educando comete indisciplina?
Dialogo com o professor sobre a medida a aplicar
Castiga-o de imediato
Aconselha-o
Deixoque o professor tome medida

14- Consideras que a indisciplina influencia no rendimento escolar dos alunos?


Sim
Não
Pouco

15- Considerasimportante a colaboração entre a família e escola para orientação dos


alunos?

Sim
Não
Um pouco

16- Que estratégias seriam eficazes para prevenção da indisciplina?


Impor regras na sala de aulas
Boa relação entre professor-alunos
Atitude democrática do professor uma
Colaboração entre família-escola

Agradeço pela colaboração!


APÊNDICE 4: INQUÉRITO POR QUESTIONÁRIO AOS ALUNOS

Objectivo: colher informações aos alunos sobre o seu comportamento em contexto escolar.

I. QUESTÕES
1- Gostas da sua escola?

Sim
Não

2- Considera-te um aluno:

Disciplinado
Indisciplinado
Intermédio

3- A sua relação com os teus colegas tem sido:


Excelente
Boa
Razoável

4- Achas que durante as aulas constata-se indisciplinas?

Sim
Não
As vezes

5- Quaistêm sido as causas da indisciplina em sala de aula?

Antipatia face ao professor


As metodologias de ensino do professor
A falta de interesse dos alunos pela matéria
A relação entre professor-aluno
A relação entre alunos
O ambiente inadequado na escola

6- Como avalias a atitude do teu professor na sala de aulas?


Democrática
Ditadora
Intermédia
Outra
7- Considera que a indisciplina na sala de aulas influencia no rendimento escolar dos
alunos?

Sim
Não
Algumas vezes

8- Para prevenir a indisciplina é preciso:

Impor regras na sala de aulas


Manter boa relação entre professor-alunos
Garantir ao professor uma atitude democrática
Colaboração entre família-escola

Agradeço pela colaboração!

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