Você está na página 1de 58

Belito Abílio António Luciano

Sobrecarga de tarefas como desencadeador da síndrome do esgotamento profissional em


docentes universitários (2022)

Universidade Rovuma
Nampula
2022
Belito Abílio António Luciano

Sobrecarga de tarefas como desencadeador da síndrome do esgotamento profissional em


docentes universitários (2022)

(Licenciatura em Psicologia social e das Organizações, com habilitações em Comportamento


Organizacional)

Monografia científica, a ser apresentado na Faculdade


de Educação e Psicologia – FACEP, Nampula, para
obtenção do Grau de Licenciatura em Psicologia
Social e das Organizações com habilitações em
Comportamento Organizacional. Sob orientação da
docente:

MA. Dezena Vicente

Universidade Rovuma
Nampula
2022
Índice

DECLARAÇÃO ......................................................................................................................... 6

DEDICATÓRIA ......................................................................................................................... 7

AGRADECIMENTOS ............................................................................................................... 8

LISTA DE TABELAS ............................................................................................................... 9

LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS .............................................................................. 10

RESUMO ................................................................................................................................. 11

INTRODUÇÃO ........................................................................................................................ 12

1. CAPÍTULO I: DESENHO METODOLÓGICO ............................................................... 13

1.1. Delimitação do tema e objecto de estudo .................................................................. 13

1.2. Justificativa ................................................................................................................ 13

1.3. Problematização ......................................................................................................... 15

1.4. Objectivos de pesquisa ............................................................................................... 16

1.4.1. Geral ................................................................................................................... 16

1.4.2. Específicos .......................................................................................................... 16

1.5. Hipóteses .................................................................................................................... 16

1.6. Metodologia ............................................................................................................... 17

1.7. Tipos de Pesquisa....................................................................................................... 17

1.7.1. Quanto a abordagem ........................................................................................... 17

1.7.2. Quanto aos objectivos ......................................................................................... 18

1.7.3. Quanto aos procedimentos ................................................................................. 18

1.8. Universo em Estudo e Amostra ................................................................................. 18

1.9. Instrumentos de recolha de dados .............................................................................. 19

1.10. Procedimentos de Colecta e Cuidados Éticos ........................................................ 19

1.11. Técnicas de análise de Dados ................................................................................. 20

1.12. Validade e Fiabilidade do Estudo........................................................................... 20

2. CAPÍTULO II: REFERENCIAL TEÓRICO .................................................................... 22


2.1. Conceitos gerais de Sobrecarga de tarefas ................................................................. 22

2.2. Causas da sobrecarga de trabalho .............................................................................. 23

2.3. Sinais de sobrecarga de trabalho e Identificação dos Sintomas Físicos .................... 23

2.5. Desgaste ou exaustão emocional ............................................................................... 24

2.5.1. Conceito de exaustão emocional ........................................................................ 24

2.6. Síndrome de Burnout ou Síndrome do esgotamento profissional ............................. 24

2.6.1. Origem etnológica e conceito ............................................................................. 24

2.6.2. Causas ................................................................................................................. 26

2.6.3. Sintomas ............................................................................................................. 26

2.6.4. Tratamento .......................................................................................................... 27

2.6.5. Medidas preventivas ........................................................................................... 28

2.7. Teoria da Autoeficácia e autoeficácia docente .......................................................... 28

2.8. O processo cognitivo humano e a Teoria da Carga Cognitiva .................................. 28

3. CAPÍTULO III: APRESENTAÇÃO, ANÁLISE E DISCUSSÃO DOS RESULTADOS


30

3.1. Caracterização sociodemográfica dos participantes .................................................. 30

3.2. Análise das dimensões do Health Safety Executive – Indicator Tool (HSE-IT). ...... 34

3.2.1. Dimensão 1: Exigências e níveis de ocupações.................................................. 33

3.2.2. Dimensão 2: Carga horária e controle ................................................................ 37

3.2.3. Dimensão 3: Relacionamentos e suporte ............................................................ 39

3.2.4. Dimensão 4: Responsabilidade e trabalho .......................................................... 41

3.2.5. Dimensão 5: Sentimentos ................................................................................... 42

3.3. Resultados .................................................................................................................. 44

3.4. Discussão das hipóteses ............................................................................................. 46

4. Conclusão .......................................................................................................................... 48

Limites e Limitações da Pesquisa ......................................................................................... 49

5. Sugestões ........................................................................................................................... 50
Referências bibliográficas ........................................................................................................ 51

APÊNDICES ............................................................................................................................ 55
DECLARAÇÃO

Eu, Belito Abílio António Luciano, declaro por minha honra que esta monografia
científica é resultado de uma investigação pessoal e das orientações da minha supervisora. O
seu conteúdo é original, todas as fontes consultadas estão devidamente citadas ao longo do
trabalho e nas referências bibliográficas. Declaro ainda que este trabalho não foi apresentado
em nenhuma outra instituição de ensino para a obtenção de algum grau académico.

Nampula, aos_____ de ________________ de 2022

_______________________________________
(Belito Abílio António Luciano)
DEDICATÓRIA

Com o término deste trabalho, quero dedicar à Deus, pelo dom de vida concedido; aos
meus pais, meus irmãos junto destes, reúne-se toda a minha família e amigos em geral, pelo
amor, atenção, compreensão e apoio necessário em todos os momentos da minha vida.
AGRADECIMENTOS

Reconheço em especial a MA. Dezena Vicente, minha orientadora, ao Professor


Doutor António dos Santos João pelos conhecimentos; agradeço o apoio incondicional dos
meus colegas de turma, sempre deram suportes e opiniões quando precisei. Para vós, vai o
meu mais humilde e devoto obrigado pela entrega.

A todos professores da Universidade Rovuma e, em particular, os professores da


Faculdade de Educação e Psicologia, pelo derrame de conhecimento científico infundido
durante estes 4 anos, obrigado a todos.

Agradeço à direcção e os diversos departamentos da Universidade Rovuma, por me


haverem dado condições necessárias para o desenvolvimento do meu trabalho. A todos
professores que aceitaram participar desta pesquisa, muito obrigado.

Agradeço aos meus pais Abílio Luciano e Ana Paula António Jochicala por
proporcionarem condições para eu me formar, meus tios José Jochicala, Júlio Jochicala,
Albertina Jochicala, Isaura Jochicala e Jorge Jochicala pelo suporte durante este percurso de
formação; meus irmãos em especial Eldina, Ivone, Edson, Idélcia, Hermenegildo. Agradeço a
toda minha família em geral, tanto viva como morta, pelo apoio e por terem acreditado em
mim.

Aos meus amigos e colegas da turma, a quem nos momentos turbulentos lutaram junto
comigo, reconheço e reitero a minha gratidão pelos momentos únicos de que de vós recebi,
faço menção ao Estonito, mano Edilson, Satar, Naverito, Palma, Alsino, à todos colegas que
junto a esta grafia não pude citar os nomes, envio o meu obrigado pela paciência e
compreensão nos momentos mais atribuídos do trabalho.
LISTA DE TABELAS

Tabela 1: Descrição do perfil dos participantes........................................................................ 30


Tabela 2: Idade dos docentes .................................................................................................... 31
Tabela 3: Anos de experiência.................................................................................................. 32
Tabela 4: Matriz de correlações entre itens .............................................................................. 34
Tabela 5: estatística de confiabilidade 1 ................................................................................... 35
Tabela 6: Anova 1..................................................................................................................... 36
Tabela 7: Matriz de correlações entre itens .............................................................................. 37
Tabela 8: estatística de confiabilidade 2 ................................................................................... 38
Tabela 9: Anova 2..................................................................................................................... 38
Tabela 10: Matriz de correlações entre itens ............................................................................ 39
Tabela 11: Estatística de confiabilidade ................................................................................... 40
Tabela 12: Estatística de confiabilidade 4 ................................................................................ 41
Tabela 13: Anova 3................................................................................................................... 42
Tabela 14: Matriz de correlações entre itens ............................................................................ 42
Tabela 15: Estatística de confiabilidade ................................................................................... 43
Tabela 16: Anova 4................................................................................................................... 43
LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS

EAD – Ensino À Distância

EUA – Estados Unidos da América

HSE-IT – Health Safety Executive – Indicator Tool

ISMA – International Stress Management

MBI – Maslach Burnout Inventory

PHD – Professor Doutor

SB – Síndrome de Burnout

SEP – Síndrome do Esgotamento Profissional

SPSS - Statistical Package for Social Sciences


RESUMO

Hoje em dia é comum, um docente leccionar em todos períodos existentes em sua


Universidade (laboral: manha e de tarde) e pós-laboral (de noite), e ainda mais no ensino à
distância (EAD), passando este todo dia a trabalhar, e outra situação semelhante a esta,
também torna-se comum, um único docente leccionar não só nessa universidade mas também
em outras universidades existentes na Província em que este se encontra. E como resultado de
todo esforço, este profissional acaba desencadeando uma serie de patologias, dentre elas a
síndrome do esgotamento profissional devido a sobrecarga de tarefas. Para perceber como a
sobrecarga de tarefas pode influenciar na síndrome do esgotamento profissional, fez-se o
presente estudo, com o objectivo de analisar a ocorrência da síndrome do esgotamento
profissional devido a sobrecarga de tarefas em docentes de uma Universidade Pública. Em
termos metodológicos usou-se a pesquisa descritiva com uma abordagem quantitativa,
realizada na Universidade Rovuma. Para colecta de dados fez-se a aplicação do questionário
de dados sociodemográficos, laborais e o Questionário de Sobrecarga de tarefas como
desencadeador do desgaste emocional e da síndrome do esgotamento profissional. Conforme
a tabela 4 da matriz de correlação dos 9 itens, agrupados com o objectivo de perceber sobre as
Exigências e níveis de ocupações, onde com 8 grau de liberdade e nível de significância (p-
valor < 0,05), ilustrado na tabela 1 de ANOVA, os resultados mostraram que os docentes
inqueridos na sua maioria estão sobrecarregados de tarefas. O resultado deste estudo sugere
um alerta aos docentes quanto ao perigo da sobrecarga de trabalho.

Palavras-chave: sobrecarga, esgotamento, docentes.


12

INTRODUÇÃO

A sobrecarga de tarefas está directamente ligada ao esgotamento emocional e a insatisfação na


realização de uma actividade. Desta feita, percebe-se cada vez mais o aumento de incidência
de patologias relacionadas ao alto nível de exigências do meio laboral, as quais afectam o
físico e o psicológico do profissional. Hoje em dia é comum, um docente leccionar em todos
períodos existentes em sua Universidade (laboral: manha e de tarde) e pós-laboral (de noite), e
ainda mais no ensino à distância (EAD), passando este todo dia a trabalhar, e outra situação
semelhante a esta, também torna-se comum, um único docente leccionar não só nessa
universidade mas também em outras universidades existentes na Província em que este se
encontra. E como resultado de todo esforço, este profissional acaba desencadeando uma serie
de patologias, dentre elas a síndrome do esgotamento profissional devido a sobrecarga de
tarefas.

Neste ambito, este estudo se propos a pesquisar sobre “Sobrecarga de tarefas como
desencadeador da síndrome do esgotamento profissional em docentes universitários”. O
objectivo geral do estudo é o de analisar a ocorrência da síndrome do esgotamento
profissional devido a sobrecarga de tarefas em docentes universitários, verificando as
possíveis associações entre as variáveis sóciodemográficas e laborais com o fenómeno. Em
termos metodológicos o estudo é descritivo e de natureza quantitativa. Os dados foram
colhidos através do questionário sobre dados sóciodemográficos e laborais e o Questionário
de Sobrecarga de tarefas como desencadeador do desgaste emocional e da síndrome do
esgotamento profissional versão em português e, foram analisados usando o programa
estatístico SPSS(Statistical Package for Social Sciences).

Os resultados deste estudo são um contributo académico inacabado; fonte de futuras


consultas e referência para a gerência eficaz das tarefas por parte dos docentes.
Estruturalmente, o estudo é constituído por introdução e mais três (3) capítulos. No primeiro
capítulo trata-se de contextualização do estudo, delimitação do tema e do objecto de estudo,
objectivos, justificativa, problema e o desenho metodológico; o segundo capítulo diz respeito
à fundamentação teórica do tema pesquisado, onde se apresentam os conceitos de sobrecarga,
sindrome do esgotamento profissional, tipos, causas, sinais e sintomas, factores,
consequências em docentes. No terceiro capítulo faz-se a apresentação e discussão dos
resultados continuamente, conclusão e sugestões.
13

1. CAPÍTULO I: DESENHO METODOLÓGICO

Neste capítulo, faz-se a contextualização do estudo, delimitação do tema e do objecto


de estudo, objectivos, justificativa, problema e os caminhos seguidos para fazer face ao
processo de colecta de dados da pesquisa e como forma de responder os objectivos deste
estudo. A metodologia contempla a classificação da pesquisa, a descrição das técnicas de
colecta de dados, técnicas de análise de dados e os procedimentos metodológicos.

1.1.Delimitação do tema e objecto de estudo

O estudo com o tema sobrecarga de tarefas como desencadeador da síndrome do


esgotamento profissional em docentes universitários, foi realizado em uma universidade
pública em Nampula (Universidade Rovuma). Em termos geográficos, a pesquisa foi
desenvolvida na cidade da província de Nampula. Na vertente temporal, a pesquisa foi
realizada no ano de 2022. Desse modo, a pesquisa tem como objecto de estudo analisar a
ocorrência da síndrome do esgotamento profissional devido a sobrecarga de tarefas em
docentes universitários.

1.2. Justificativa

Esta pesquisa surge na medida em que é notável o estado físico-mental de alguns docentes
universitários e percebe-se que estes na maioria das vezes não se fazem presentes no seu
sector de trabalho com a total disposição, pois apresentam sintomas ou sinais que nos
remetem ao desgaste emocional devido a sua rotina de trabalho. Pois, é comum, um docente
leccionar em todos períodos existentes nessa Universidade (laboral: manha e de tarde) e pós-
laboral (de noite), e ainda mais no ensino à distância (EAD), passando este todo dia a
trabalhar, e outra situação semelhante a esta, também torna-se comum, um único docente
leccionar não só nessa universidade mas também em outras universidades existentes na
Província em que este se encontra. E como resultado de todo esforço, este profissional acaba
desencadeando uma serie de patologias, dentre elas a síndrome do esgotamento profissional
devido a sobrecarga de tarefas.

A nível internacional, os primeiros estudos relacionados ao burnout ou também denominada


síndrome do esgotamento profissional (SEP), iniciaram a partir da década de 70. O precursor
foi médico e psicanalista americano Freudenberger, o qual em suas experiências profissionais
sofreu pelas suas frustrações e dificuldades, o levando a exaustão física e mental. O estudioso
a descreveu como um sentimento crónico de desânimo, apatia e despersonalização que atinge
14

o trabalhador. E, em 1979, a síndrome de burnout foi registrada entre professores através de


um estudo descritivo envolvendo este grupo de profissionais.

A nível nacional, os estudos relacionados a síndrome de burnout, foram feitos pelos


professores da Universidade Rovuma Mussa Abacar, Gildo Aliante e Isabel Nahia (2018),
estes relatam mais acerca do stress ocupacional. Onde estes afirmam que a cronicidade dos
factores de estresse nos professores pode desencadear o Burnout. Uma vez que a compreensão
de factores de estresse fornece perspectivas de prevenção e intervenção específicas para essa
população, é necessário o desenho de programas preventivos de modo a capacitar e treinar os
professores na gestão do estresse, o que pode propiciar a conscientização destes na promoção
de hábito de boas práticas de saúde ao nível fisiológico e psicológico. Portanto, tais
programas devem ter como foco ajudar os professores a desenvolverem mecanismos
saudáveis de enfrentamento ao estresse na sua prática profissional, pois a falta de informação
pode favorecer o agravamento da doença.

Inspirando-se, nesses estudos passados, estamos convictos de que o estudo dessa temática
permitirá que o profissional saiba dos riscos que irá enfrentar na medida em que este estará
inserido a uma rotina exaustiva e intensa.

Para o nível académico esta temática será de extrema importância uma vez que será uma fonte
de obtenção de informações relacionadas a síndrome do esgotamento profissional e servirá
como uma motivação para o estudante de modo a desenvolver pesquisas relacionadas a áreas
de psicologia assim como em outras diversas áreas.

A nível científico, será de grande valia na medida em que, o estudo desta temática vai
despertando atenção de estudantes dinamizando assim esta área de maneira a proporcionar
mais inovações, conteúdos e novidades científicas relacionadas a síndrome do esgotamento
profissional devido a sobrecarga de tarefas.

E para a sociedade este estudo será relevante pois irá contribuir para a melhoria da sociedade,
compreensão do mundo laboral em que o individuo está inserido, contribuirá também para a
emancipação do homem no ambiente laboral.

Neste sentido, há necessidade de conceber um estudo que permita perceber as causas da


manifestação da síndrome do esgotamento profissional e as consequências geradas devido a
sobrecarga de tarefas. É nessa perspectiva que se concebe o presente trabalho de pesquisa cuja
15

implementação se assenta num tema complexo, mas de grande importância para o mundo
académico, científico e a sociedade em geral.

Os resultados deste estudo são um contributo académico inacabado; fonte de futuras consultas
e referência para a gerência eficaz das tarefas por parte dos docentes.

1.3.Problematização

A actividade laboral é pautada por riscos ambientais e pela possibilidade de surgimento de


diversas doenças, entre elas a síndrome do esgotamento profissional.

A sobrecarga de tarefas está directamente ligada ao esgotamento emocional e a insatisfação na


realização de uma actividade. Desta feita, percebe-se cada vez mais o aumento de incidência
de patologias relacionadas ao alto nível de exigências do meio laboral, as quais afectam o
físico e o psicológico do profissional, em especial a alguns docentes de algumas universidades
públicas em Moçambique.

O alto nível de exigências propicia maior vulnerabilidade aos docentes, tornando-os mais
instáveis na medida em que estes vão exercendo suas actividades favorecendo assim a
incidência da síndrome do esgotamento profissional.

Em algumas Universidades públicas, a síndrome do esgotamento profissional devido a


sobrecarga de tarefas pode ser uma ameaça a saúde física e psicológica e a carreira de alguns
docentes. Uma vez que alguns destes apresentam na sua maioria sinais como irritabilidade,
dificuldades de concentração, lapsos de memória, mudanças repentinas de humor, pessimismo
e cansaço físico e mental durante a leccionação. Em alguns docentes os sinais tendem a ser
mais frequentes e notáveis nos dias laborais (de Segunda-feira à Sexta-feira) e ocorrem com
menos frequência quando estes leccionam aos sábados. Neste sentido, os sintomas vão
abrangendo à aqueles docentes cuja a tarefa exige um envolvimento pessoal, directo e intenso,
devido as exigências de trabalho estes apresentam-se com a falta de motivação e interesse no
desenvolvimento de suas actividades percebendo-se assim mudanças repentinas de
comportamento.

Devido o aparecimento frequente destes sinais em alguns docentes universitários que nos
remetem a síndrome do esgotamento profissional, constitui o seguinte problema de pesquisa:
Como a sobrecarga de tarefas pode desencadear a síndrome do esgotamento profissional
em docentes da Universidade Rovuma?
16

1.4. Objectivos de pesquisa

1.4.1. Geral

➢ Analisar a ocorrência da síndrome do esgotamento profissional devido a sobrecarga de


tarefas em docentes universitários.

1.4.2. Específicos

✓ Identificar as tarefas em que os docentes estão envolvidos;


✓ Identificar os sinais da ocorrência da síndrome do esgotamento profissional em
docentes;
✓ Descrever as manifestações de docentes com sobrecarga de tarefas;
✓ Sugerir estratégias para minimizar a sobrecarga de tarefas em docentes.

1.5.Hipóteses

As hipóteses são as susceptíveis respostas a um problema, elas podem ser refutadas ou podem
servir para a resolução do problema. Lakatos e Marconi (1999:199).

Para este trabalho de pesquisa se tem as seguintes hipóteses:

Variáveis
Hipóteses Independentes Dependentes Indicadores
As exigências e altos níveis de As exigências e altos São a causa da 1.Exigências e
ocupações são a causa da síndrome do níveis de ocupações síndrome do altos níveis de
esgotamento profissional. esgotamento ocupações;
profissional.

O nível de incidência do desgaste Nível de incidência do Varia de docente1.Nível


emocional e da síndrome do desgaste emocional e para docente
acadmico,
esgotamento profissional varia de da síndrome do dependendo da
Idade
docente para docente dependendo da esgotamento carga horaria de2.funcao que
carga horária do trabalho. profissional trabalho exerce, anos de
experiência
A sobrecarga de tarefas deixa o A sobrecarga de Deixa o 1.Discussões
profissional esgotado e o torna tarefas profissional frequentes.
inadequado para a sua função esgotado e o torna
inadequado para a
sua função

H1: As exigências e altos níveis de ocupações são a causa da síndrome do esgotamento


profissional.
17

H2: O nível de incidência do desgaste emocional e da síndrome do esgotamento profissional


varia de docente para docente dependendo da carga horária do trabalho.

H3: A sobrecarga de tarefas deixa o profissional esgotado e o torna inadequado para a sua
função.

1.6.Metodologia

Segundo Bruyne (1991), a metodologia é a lógica dos procedimentos científicos em sua


génese e em seu desenvolvimento, não se reduz, portanto, a uma “metrologia” ou tecnologia
da medida dos factos científicos. A metodologia deve ajudar a explicar não apenas os
produtos da investigação científica, mas principalmente seu próprio processo, pois suas
exigências não são da submissão estrita a procedimentos rígidos, mas antes da fecundidade na
produção dos resultados.

1.7.Tipos de Pesquisa

1.7.1. Quanto a abordagem

Para este estudo elegemos a pesquisa de natureza quantitativa pois permite a análise de
dados por meio de técnicas matemáticas; prevê a ocorrência dos fenómenos e permite o
empregue de questões fechadas (respondidas em escala de Likert), o que facilita agrupar para
cada questão as respostas dos entrevistados e com a quantidade de respostas a definição de
espaço amostral e amostra (Pereira, 2018).
O método estatístico (abordagem quantitativa) escolhido para esta pesquisa teve o
papel de fazer descrição quantitativa sobre a sobrecarga de tarefas como um desencadeador do
desgaste emocional e da sindrome do esgotamento profissional em docentes da UniRovuma e
permitiu estabelecer a relação das variáveis sociodemográficas e laborais. Este método
permitiu verificar o nível de ocorrência do desgaste emocional e da sindrome do esgotamento
profissional em docentes da UniRovuma. As vantagens deste método se fundamentam nos
processos estatísticos, pois estes, permitem obter, de conjuntos complexos, representações
simples e constatar se essas verificações simplificadas têm relações entre si (Lakatos
&Marconi, 2003). Este método permitiu avaliar as potenciais fontes do desgaste emocional e
da síndrome do esgotamento profissional no exercício da actividade laboral em docentes das
universidades acima mencionadas.
18

1.7.2. Quanto aos objectivos

Para este estudo, foi feita uma pesquisa descritiva, pois ela tendeu a descrição das
características da população, e visou o estabelecimento de relações entre variáveis (Prodanov
& Freitas, 2013). A razão da eleição deste tipo de pesquisa descritiva é fundamentalmente a
necessidade de relacionar as variáveis sociodemográficas e laborais com a ocorrência do
desgaste emocional e da sindrome do esgotamento profissional nesta população alvo da
pesquisa.
1.7.3. Quanto aos procedimentos

Em relação aos procedimentos técnicos, fez-se uma pesquisa de campo; pois ela, é usada com
o objectivo de conseguir informações e/ou conhecimentos acerca de um problema para o qual
procurou-se uma resposta, ou de uma hipótese, que se queira comprovar, ou ainda, descobrir
novos fenómenos ou as relações entre eles Prodanov e Freitas (2013). Tornou-se ainda uma
pesquisa de campo por necessitar a realização de uma pesquisa bibliográfica brevia sobre o
tema em questão antes de começar com a pesquisa e a verificação do nível do estágio do
problema, facto possível mediante a releitura dos trabalhos feitos apartir dos estudos
realizados em diferentes paises.

1.8.Universo em Estudo e Amostra

Este estudo centrou-se em profissionais, docentes da Universidade Rovuma em Nampula. Foi


envolvida uma amostra probabilística de 41 docentes da Universidade Rovuma (Faculdade de
Educação e Psicologia e da Faculdade de Letras e Ciências Sociais) de ambos os sexos. O
autor pretende trabalhar com dezassete (17) mulheres, das quais seis (6) da Faculdade de
Educação e Psicologia e onze (11) mulheres da Faculdade de Letras e Ciências Sociais e dez
(10) homens da Faculdade de Educação e Psicologia e catorze (14) da Faculdade de Letras e
Ciências Sociais perfazendo um total de (41) docentes. A partir do critério de acessibilidade,
fez-se uma escolha aleatória da amostra significando o aleatório que todo membro da
população tinha a mesma chance de fazer parte da pesquisa (Lakatos & Marconi, 2003).

Amostra da População em Estudo (Docentes)


Idade (i) Género Anos de Faculdades
M F experiência
i ≤ 40 10 6 De 4 a 20 anos Educação e Psicologia
i > 40 14 11 De 15 a 30 anos Letras e Ciências Sociais
Total 24 17
Total: 41
19

1.9.Instrumentos de recolha de dados

A pesquisa foi operacionalizada através da aplicação do questionário de dados


sociodemográficos, laborais e o Questionário de Sobrecarga de tarefas como desencadeador
do desgaste emocional e da síndrome do esgotamento profissional. O questionário de dados
sociodemográficos foi concebido para obter informações das variáveis do tipo: idade, género,
anos de experiência. Igualmente, foi administrado o Questionário preconizado pelo HSE,
Health Safety Executive – Indicator Tool (HSE-IT). O HSE-IT pretendeu avaliar as
consequências geradas a partir da sobrecarga de tarefas.
O questionário foi composto por itens, que foram distribuídos por sete dimensões,
sendo respondidos numa escala tipo “likert” de cinco pontos (0=Nunca; 1=Raramente; 2=Às
vezes; 3=Frequentemente; 4=Sempre): i) exigências e níveis de ocupações; ii) carga horaria e
controle; iii) relacionamentos e suporte; iv) responsabilidade e trabalho; v) sentimentos
(Edwards et al, 2004).

Optou-se por este instrumento, pelo simples facto de este ser um instrumento de fácil
aplicação, de baixo custo e com boas propriedades psicométricas, tem um potencial prático
relevante, à medida que disponibiliza aos pesquisadores um instrumento e um método para o
diagnóstico dos factores psicossociais desencadeantes do desgaste emocional e síndrome do
esgotamento profissional nos trabalhadores no interior das organizações. Nesse sentido, o
método do HSE-IT, ao propor uma avaliação quantitativa, amplia a possibilidade de
identificar com maior amplitude as situações reais de sobrecarga na respectiva organização
pesquisada.

1.10. Procedimentos de Colecta e Cuidados Éticos

A colecta de dados ocorreu entre os meses de Setembro e Outubro de 2022 antecedida


pela oficialização junto a UniRovuma. A oficialização formal foi feita através da solicitação
da autorização por meio de um requerimento anexado a credencial emitida pela Faculdade de
Educação e Psicologia da Universidade Rovuma datada de 5 de Setembro de 2022. No
requerimento foram explícitos os objectivos, a metodologia e relevância da pesquisa, cujo teor
foi abonatório. Importa informar que a Universidade Rovuma vinculada o presente estudo é
recente e foi fundada em 2019. Sendo assim, ainda não possui um Comité de Ética para
Pesquisa. E para efeitos de legalização das pesquisas, essas são avaliadas e credenciadas pela
Direcção Académica das Faculdades ou Registo Académico dependendo da situação.
20

Posteriormente, seguiu-se pela apresentação das Faculdades onde foram submetidos ao


inquérito alguns docentes que estiveram disponíveis.
Feita a apresentação, o pesquisador apresentou-se aos diversos docentes, explicando os
objectivos, a metodologia da pesquisa, os benefícios e riscos, e pediu a participação livre dos
mesmos. Os que aceitaram em participar da pesquisa, foram entregues primeiro o termo de
consentimento livre e esclarecido e posteriormente lhes foi entregue os questionários dentro
de um envelope e receberam as devidas instruções para o seu preenchimento. Além da
participação livre na investigação, foram cumpridos outros preceitos exigidos nas pesquisas
com seres humanos, tais como: respeito pelo anonimato, sigilo e confidencialidade das
informações fornecidas.

1.11. Técnicas de análise de Dados

Os dados foram analisados com auxilio do pacote estatístico Statistical Package for Social
Sciences(SPSS). Este instrumento de análise permitiu o processamento dos dados através da
geração dos resultados mediante o cálculo matemático, representação dos dados em gráficos
ou tabelas e permitiu ainda a interpretação dos dados mediante a descrição das variáveis e o
estabelecimento da relação das variáveis entre si. O SPSS é uma ferramenta para análise de
dados utilizando técnicas estatísticas básicas e avançadas (Mundstock, 2006 et al). Para
provar as correlações existentes entre as dimensões e variáveis em estudo, foram feitas
analises descritivas como o cálculo da moda, média, desvio padrão, que permitiram a
representação dos dados em tabelas com frequências absolutas e relativas; e analises
estatisticas avançadas como o cálculo de escores de cada dimensão, análises factoriais e
descritivas, cálculo da confiabilidade do coeficiente alpha do Cronbach das cinco dimensões
e alpha geral do instrumento.

1.12. Validade e Fiabilidade do Estudo

De forma a garantir a fiabilidade das informações a obter, seguiu-se, com rigor todas as
recomendações relativas as fases a contemplar nos processos de concepção, validação e/ou
administração dos instrumentos que foram utilizados.

No sentido de confiar os factos e conferir-lhes maior qualidade e valor, recorreu-se a


diferentes tipos de triangulação de dados. Triangulou-se dados provenientes de diversos
métodos, de diferentes informadores e até de momentos distintos. Para garantir a fiabilidade
21

do estudo, na análise do conteúdo, explicou-se pormenorizadamente os critérios utilizados e


aplicou-se com rigor e de forma igual ao longo de todo trabalho.

Também se debruçou uma análise pormenorizada as categorias e unidades de análise


utilizadas em estudos recentes no âmbito da mesma temática, de modo a que se possa adoptar
e permitir a garantia da fiabilidade dos resultados.

No que diz respeito a validade do estudo, esta foi garantida na medida em que a descrição dos
dados decorreu da problemática em estudo e, respeitando todas as etapas do processo de
análise, tentou-se reproduzir fielmente a realidade dos factos.
22

2. CAPÍTULO II: REFERENCIAL TEÓRICO

Neste capítulo, são arrolados os conceitos de sobrecarga de tarefas, desgaste emocional e a


sindrome do esgotamento profissiona, sob perspectiva de vários autores, as causas, factores,
sinais e sintomas e consequências. Também, são inclusos alguns estudos feitos ao nível
internacional e nacional com enfoque a e da sindrome do esgotamento profissional. Cingimo-
nos na base teorica de Frutuoso e Cruz (2005) e na teoria da auto-eficácia de Bandura (1986).

2.1.Conceitos gerais de Sobrecarga de tarefas

A actividade do trabalhador, na tentativa de responder as exigências dos sistemas de trabalho,


é traduzida por uma carga de trabalho. Carga de trabalho é a presença, numa determinada
situação de trabalho, de tensões constantes entre a existência do processo e a capacidade de
resposta do trabalhador as tensões biológicas e psicológicas (Frutuoso e Cruz, 2005).

Em geral, a sobrecarga de trabalho pode ser definida como o excesso de serviço sobre os
colaboradores, considerando questões como longas jornadas laborais, grandes demandas para
serem executadas em curtos prazos, entre outras situações que sobrecarreguem nossa
condição biopsicológica. (Perez, 2013)

De forma simplificada, a sobrecarga de trabalho pode ser definida em duas dimensões: física e
mental. A física está relacionada com as posturas, gestos e deslocamento dos indivíduos. Já a
dimensão mental, está conecta aos aspectos subjectivos, como: sentimentos, afectos, emoções,
cognições (Frutuoso e Cruz, 2005).

A sobrecarga de trabalho está directamente ligada ao esgotamento emocional e insatisfação na


realização da actividade. E ainda, está directamente ligada a qualidade de vida no trabalho, e
significativamente em dois pontos: Satisfação laboral e conflito trabalho – família.

Tanto em trabalhos braçais quanto intelectuais, a sobrecarga pode ter efeitos gravíssimos para
a saúde física e mental dos colaboradores. Além disso, é correcto afirmar que não apenas os
profissionais são prejudicados em razão de trabalho excessivo. A empresa, por sua vez,
também acaba colhendo resultados amargos, prejudicando, inclusive, sua reputação. Afinal, o
colaborador é o principal activo de qualquer organização. Se ele não estiver bem, afectará
todo o processo.
23

2.2.Causas da sobrecarga de trabalho

Segundo Frutuoso e Cruz (2005), as causas da sobrecarga de trabalho podem ser:

➢ Longas jornadas de trabalho em muitas organizações.


➢ Desorganização: podemos citar a desorganização como um dos principais factores.
Isso porque uma empresa desorganizada sempre se complica para cumprir seus
compromissos e acaba por sobrecarregar os funcionários, precisando que eles
estendam suas cargas horárias para dar conta das demandas.
➢ Equipes enxutas: Outra razão para o excesso de trabalho é o fato de equipes pequenas
serem responsáveis por uma grande quantidade de projectos. Ou seja, as horas formais
de serviço nunca são suficientes para atender às demandas. Com o tempo, o cansaço
vai se acumulando e gerando prejuízos ao corpo, à mente, às relações interpessoais, à
satisfação dos colaboradores e, por consequência, aos resultados da empresa.
➢ Metas exageradas: Não nos esqueçamos, ainda, das metas praticamente inatingíveis
que algumas empresas colocam sobre seus profissionais. Elas requerem, de igual
modo, longas jornadas de trabalho e um esforço descomunal para alcançar os
objectivos propostos, gerando um desgaste muito grande nos colaboradores e um
estresse altamente prejudicial.

2.3.Sinais de sobrecarga de trabalho e Identificação dos Sintomas Físicos

Um levantamento feito pelo Isma (International Stress Management), em 2013, mostra que
88% dos trabalhadores entrevistados declararam ser ansiosos, 83% disseram estar angustiados
e 74% se declararam preocupados no momento da entrevista. Esses desconfortos, para 69%
desses profissionais, estão relacionados ao trabalho.

Nessa perspectiva, alguns sinais da sobrecarga de trabalho são:

➢ Dores aleatórias no corpo em razão das longas jornadas de trabalho, seja por
movimentos repetitivos, seja por posições estáticas;
➢ Ansiedade em excesso em virtude dos prazos e das cobranças e que, se não tratada,
pode se tornar em transtorno e prejudicar a saúde mental e a qualidade de vida do
colaborador;
➢ Alterações no sono, acordar cansado e com dores de cabeça são outros indícios de
sobrecarga de trabalho.
24

Assim como nos sintomas emocionais, o Engenheiro de Segurança do Trabalho deve


estabelecer uma relação próxima com sua equipe para que os funcionários tenham a liberdade
de apresentar suas queixas físicas, as quais não precisam ser expostas, necessariamente, em
uma conversa formal, mas também durante bate-papos descontraídos e momentos de maior
interacção.

2.5.Desgaste ou exaustão emocional

2.5.1. Conceito de exaustão emocional

A exaustão emocional é definida como uma resposta ao estresse ocupacional crónico,


caracterizada por sentimentos de desgaste físico e emocional. O indivíduo sente que está
sendo super exigido e reduzido nos seus recursos emocionais (Maslach & Jackson 1986).

A exaustão emocional é, primordialmente, uma resposta às demandas dos estressores que os


empregados devem enfrentar, tais como a sobrecarga de trabalho, os contactos interpessoais, o
papel conflituoso e os altos níveis de expectativas do indivíduo com relação a si próprio e a
sua organização. A exaustão emocional reflecte, portanto, os efeitos de demandas
organizacionais e individuais (Cordes & Dougherty, 1993).

2.6.Síndrome de Burnout ou Síndrome do esgotamento profissional

2.6.1. Origem etnológica e conceito

Conforme Ferrari (2014), O termo burnout tem origem na língua inglesa, a partir da união de
dois termos: burn e out, que respectivamente significam queimar e fora. A união dos termos é
melhor traduzida por algo como “ser consumido pelo fogo”.

A partir da década de 80, autores como Maslach e Jackson (1981) apud Codo; Vasques
Menezes (2014), passaram a usar esse termo para designar a síndrome como uma reacção à
tensão emocional crónica gerada a partir do contacto directo e excessivo com outros seres
humanos, particularmente quando estes estão preocupados ou com problemas. Cuidar exige
tensão emocional constante, atenção perene; grandes responsabilidades espreitam o
profissional a cada gesto no trabalho. O trabalhador se envolve afectivamente com os seus
clientes, se desgasta e, num extremo, desiste, não aguenta mais, entra em burnout. A síndrome
é entendida como um conceito multidimensional que envolve três componentes:
25

➢ Exaustão Emocional – situação em que os trabalhadores sentem que não podem dar
mais de si mesmos a nível afectivo. Percebem esgotada a energia e os recursos
emocionais próprios, devido ao contacto diário com os problemas.
➢ Despersonalização – desenvolvimento de sentimentos e atitudes negativas e de
cinismo às pessoas destinatárias do trabalho (usuários / clientes) – endurecimento
afectivo, ‘coisificação’ da relação.
➢ Falta de envolvimento pessoal no trabalho – tendência de uma evolução negativa no
trabalho, afectando a habilidade para realização do trabalho e o atendimento, ou
contacto com as pessoas usuárias do trabalho, bem como com a organização.

A definição ainda não é um conceito fechado, mas pode ser considerado como um estado de
exaustão emocional, mental e físico causado pelo estresse excessivo e prolongado, ligado ao
trabalho (Ferrari, 2014 & Helpguide, 2014).

Ela ocorre quando a pessoa se sente sobrecarregada e incapaz de atender às demandas


constantes. Como o stress continua, começa a perder o interesse ou a motivação que o levou a
assumir um determinado papel, de forma que as coisas já não o importam mais e qualquer
esforço lhe parece ser inútil. O desgaste emocional danifica os aspectos físicos e emocionais
da pessoa. (Einstein, 2009)

Caracterizada por ser o ponto máximo do stress profissional, pode ser encontrada em qualquer
profissão, mas em especial nos trabalhos que exijam envolvimento interpessoal directo e
intenso em que há impacto na vida de outras pessoas. Afecta principalmente, profissionais da
área de serviços “educação, saúde, assistência social, recursos humanos, agentes
penitenciários, bombeiros, policiais e mulheres que enfrentam dupla jornada correm risco
maior de desenvolver o transtorno” (Einstein, 2014).

Conforme Conheça (2014), Outras características que podem incentivar a síndrome são:
idealismo elevado, excesso de dedicação, alta motivação, perfeccionismo, rigidez.

Em um momento inicial, a principal característica é a dedicação extrema à actividade


profissional, identificada muitas vezes por horas extras em excesso. Para isso, negligencia-se
a vida pessoal, reduzindo o convívio familiar e o interesse em possíveis hobbies ou outras
actividades prazerosas, até passar a uma dedicação quase exclusiva ao trabalho (Einstein,
2013).
26

A síndrome, como grande parte das condições psíquicas relacionadas ao trabalho, não
se instala repentinamente. Ela aparece de forma silenciosa e pode progredir por vários anos
consecutivos, passando de um mal-estar geral para um forte sentimento de exaustão. Em
geral, os primeiros a observarem as alterações no indivíduo são os familiares, que chamam a
atenção para certa mudança de comportamento (Einstein, 2013).

2.6.2. Causas

As causas da síndrome de burnout compreendem um quadro multidimensional de


factores individuais e ambientais, que estão ligadas a uma percepção de desvalorização
profissional. O trabalho, que deveria ser uma fonte de alegria e realização, torna-se, cada vez
mais, um factor de stress. Isso significa que não se pode reduzir a causa a factores individuais
como a personalidade ou algum tipo de propensão genética, apesar destas também
influenciarem na incidência da síndrome. O ambiente de trabalho e as condições de realização
podem também determinar o adoecimento ou não do sujeito (Ferrari, 2014).

Segundo Hoffmann (1998) apud Lipp (2005), A idade do indivíduo também é um factor que
pode influenciar no aumento da probabilidade de incidência da síndrome, deve-se levar em
conta que a idade possibilita reacções diferentes aos eventos estressores da vida.

Com relação ao sexo, homens e mulheres não só diferem em características biológicas,


mas também na variedade de papéis que desempenham socialmente. Assim, a interacção entre
os papéis sociais e os eventos negativos da vida podem produzir resultados diferentes nas
respostas de stress (Lipp, 2005).

Desta forma, qualquer pessoa que se sinta sobrecarregada e desvalorizada está em risco
de esgotamento, do trabalhador de escritório ao trabalhador que não tenha tido um período de
férias ou um aumento de salário ou, até mesmo, a dona-de-casa, exausta lutando com a pesada
responsabilidade de cuidar dos filhos e do trabalho doméstico (Helpguide.org, 2014).

2.6.3. Sintomas

Os sintomas podem variar de pessoa para pessoa, existem aproximadamente 130 sintomas da
síndrome de burnout. De um modo geral, o sintoma típico da síndrome é a sensação de
esgotamento físico e emocional que se reflecte em atitudes negativas, como ausências no
trabalho, agressividade, isolamento, mudanças bruscas de humor, irritabilidade, dificuldade de
concentração, lapsos de memória, ansiedade, depressão, pessimismo, baixa auto-estima. Além
27

destes, a falta de energia, entusiasmo, motivação, ideias, alegria, satisfação, interesse, sonhos,
concentração e autoconfiança complementam o quadro. (Varella, 2014)

Cada um apresenta os seus próprios sintomas, mas deve-se destacar:

➢ Indisposição para agradar ou ser agradado;


➢ Desejo de alguma coisa que não se sabe o que é;
➢ Atitudes negativas em relação à vida e a si próprio;
➢ Sensação de que dará muito trabalho e gastará muita energia para fazer aquilo que
antes parecia ser divertido;
➢ Sensação de estar preso em uma esteira rolante;
➢ Sensação de estar sempre carregando uma cruz;
➢ Excesso de coisas para fazer e pouco tempo para se dedicar a elas.

A mentalidade de vítima é um sintoma clássico de esgotamento, além da síndrome do


“eu não quero”: “eu não quero ir para o trabalho”, “não consigo pensar em nada divertido”,
“não quero fazer minhas tarefas ou ver amigos” (Lau, 1997, p. 131).

É crucial perceber que o esgotamento não é uma coisa que acontece apenas uma vez na
vida. Ele pode tomar conta do indivíduo várias vezes. Se aprendermos a reconhecer os
sintomas, é possível controlá-los antes que faça grandes danos e recuperar rapidamente o
equilíbrio (Lau, 1997, p. 132).

2.6.4. Tratamento

Para um tratamento eficaz, é importante ressaltar a relevância de um diagnóstico


realizado de maneira competente, para que não se cometam erros, como a confusão entre
burnout e depressão, bastante comum nos estágios iniciais, pela similaridade de sintomas. O
ideal é procurar um especialista no tema e fazer exames psicológicos. (Ferrari, 2014)

Para Helpguide.org (2014), o processo de tratamento do burnout pode ser resumido de


acordo com a abordagem “Três R”:

✓ Reconhecer: prestar atenção aos sinais de alerta da síndrome;


✓ Reverter: desfazer o dano por meio do gerenciamento dos sintomas e busca de apoio;
✓ Resiliência: construção da capacidade de resistência ao stress por meio do cuidado da
saúde física e emocional.
28

2.6.5. Medidas preventivas

Já as organizacionais, são de extrema importância pois o problema está no contexto


laboral, compreendem relacionar as estratégias individuais e grupais para que estas sejam
eficazes no contexto organizacional. Melhorar o clima organizacional, através de programas
de socialização para prevenir o choque com a realidade e implantação de sistemas de
avaliação que concedam aos profissionais um papel activo e de participação nas decisões
laborais. Proporcionar condições de trabalho atractivas e gratificantes, modificar os métodos
de prestação de cuidados, reconhecer a necessidade de educação permanente e investir no
aperfeiçoamento profissional (por exemplo, formação em assertividade), dar suporte social às
equipes e fomentar a sua participação nas decisões, entre outros (Ferrari, 2014)

Ainda, Ferrari (2014), assevera que a primeira medida para evitar a síndrome de burnout é
conhecer suas manifestações. Sensação de estar acabado ou síndrome do esgotamento
profissional é uma resposta prolongada a estressores e interpessoais crónico do trabalho. O
trabalhador desgasta-se e em um dado momento desiste, perde energia ou se “queima”
completamente.

2.7.Teoria da Autoeficácia e autoeficácia docente

A teoria social cognitiva, de Albert Bandura (1986), tem como um dos pilares centrais o
conceito de autoefcácia, que seria a crença que os indivíduos têm em sua condição de
desempenhar actividades que os levem a atingir os resultados esperados.

Segundo Bandura (1986), as crenças de autoefcácia ajudam a determinar o que fazer, como
fazer, por quanto tempo se fará e quanto esforço será empreendido para tal realização,
proporcionando as bases para a motivação humana, o bem-estar e as realizações pessoais,
estando, dessa maneira, directamente ligadas ao funcionamento humano.

Percepções de baixa autoefcácia geram comportamentos de evitação e ansiedade que são


factores primordiais para o desenvolvimento de burnout nas três dimensões que o compõem:
exaustão física e emocional, despersonalização ou indiferença nas relações e sensação de
fracasso profissional (BANDURA, 1977).

2.8.O processo cognitivo humano e a Teoria da Carga Cognitiva

Segundo Nunes & Giraffa (2003), o processo cognitivo humano refere-se ao estudo do
processamento humano de informações, ou seja, o estudo de como os seres humanos
29

percebem, processam, codificam, estocam, recuperam e utilizam as informações. A estrutura


cognitiva humana inclui três sistemas de memória: a memória sensorial, a memória de curta
duração e a memória de longa duração, as quais trabalham juntas.

Estudos publicados, por George Miller, em 1956, referiam-se a um “número mágico” 7 ± 2.


Sobre o qual, o sistema cognitivo humano somente consegue processar um número limitado
de informações que variam entre 5 a 9 elementos por vez, ou seja, consegue-se assimilar, de
maneira natural e satisfatória, de cinco a nove elementos de informação por vez. Uma vez
excedidos esses limites, o raciocínio e a aprendizagem ficam abaixo do desempenho esperado,
sobrecarregando a estrutura cognitiva.
30

3. CAPÍTULO III: APRESENTAÇÃO, ANÁLISE E DISCUSSÃO DOS


RESULTADOS

No presente capítulo, far-se-á a apresentação, análise e discussão dos resultados.


Importa relembrar que os dados foram analisados com auxílio do pacote estatístico Statistical
Package for Social Sciences (SPSS), com uma amostra de 41 docentes da Universidade
Rovuma – Nampula.

Trabalhou-se essencialmente com docentes com docentes das faculdades de Educação e


Psicologia e Letras e Ciências Sociais entre Homens e Mulheres, dos quais 16 pertencem a
faculdade de Educação e Psicologia e 25 a faculdade de Letras e Ciências Sociais. A pesquisa
foi operacionalizada através da aplicação do questionário de dados sociodemográficos e o
Questionário de Sobrecarga de tarefas como desencadeador do desgaste emocional e da
síndrome do esgotamento profissional. O questionário de dados sociodemográficos foi
concebido para obter informações das variáveis do tipo: idade, género, anos de experiência.
Igualmente, foi administrado o Questionário preconizado pelo HSE, Health Safety Executive –
Indicator Tool (HSE-IT). O HSE-IT pretendeu avaliar as consequências geradas a partir da
sobrecarga de tarefas.
O questionário foi composto por itens, que foram distribuídos por sete dimensões,
sendo respondidos numa escala tipo “likert” de cinco pontos (0=Nunca; 1=Raramente; 2=Às
vezes; 3=Frequentemente; 4=Sempre): i) exigências e níveis de ocupações; ii) carga horaria e
controle; iii) relacionamentos e suporte; iv) responsabilidade e trabalho; v) sentimentos
(Edwards et al, 2004).

3.1.Caracterização sociodemográfica dos participantes

Nesta parte, é disposta a caracterização sociodemográfica dos participantes da


pesquisa.

Tabela 1: Descrição do perfil dos participantes

Variáveis N %
Sexo Masculino 23 23
Feminino 18 18
Nível académico Licenciado 5 5
Mestre 23 23
Professor Doutor (PHD) 13 13
Média DP
Idade 40,35 8,493
31

Anos de experiência 12,05 5,715


Autor,2022.

A Tabela 1, ilustra que participaram no estudo um total de 41 docentes da


universidade Rovuma, dos quais, 23 (23%) eram do sexo masculino, 18 (18%) eram do sexo
feminino. Em termos do nível académico, 5 equivalente a 5% possuem o nível de licenciatura,
23% correspondente a 23 indivíduos tinham o nível de mestrado e, 13 (13%) são do nível de
Doutoramento.

Relativamente a variável sexo era expectável encontrar níveis elevados na


dimensão exaustão emocional nas mulheres, em comparação aos homens, e por outro
lado, níveis significativamente mais elevados de sobrecarga nos homens (Maslach et. al.
1985; Benevides-Pereira, 2002; Soares 2007; Gil-Monte, 2002). Tais diferenças são
justificadas pelos papéis socialmente aceites e estereótipos de género incutidos na sociedade,
nomeadamente a dupla jornada de trabalho das mulheres (Benevides-Pereira, 2002), pela
possível facilidade das mulheres em lidar com as tensões emocionais resultantes do “trabalho
com pessoas” (Maslach et. al., 1997) e ainda, pela elevada competitividade característica do
sexo masculino, aliada a grande importância dada ao alcance do sucesso e da realização
profissional (Gil-Monte, 2007)

No que se refere a variável nível académico, era expectável encontrar níveis da


síndrome do esgotamento profissional significativamente mais elevados entre os indivíduos
com níveis mais elevados de escolaridade, devido as suas ambições e elevadas expectativas
para o futuro profissional, o que pode não corresponder a realidade e desencadear sentimentos
de infelicidade e insatisfação (Maslach et. al., 2001; Benevides-Pereira, 2002).

Tabela 2: Idade dos docentes

N valido 40
Ausente 1
Media 40,35
Mediana 42,00
Moda 42
Desvio padrão 8,493
Variância 72,131
Assimetria -,127
Erro de assimetria padrão ,374
Mínimo 26
32

Máximo 57

Fonte: Autor, 2022.

A idade média destes docentes é 40 anos e a dispersão em torno da média é de 8 anos com
uma variância irregular (as idades não são muito concentradas em torno da média),
observando-se que, as idades dos docentes variam de 26 a 57 anos.

Verifica-se que a idade 42 é a que tem maior frequência e divide as idades dos docentes em
50% a esquerda e 50% a direita sobretudo, muitos docentes a sua idade é maior que a média.
Um docente não respondeu sobre a sua idade. Segundo Hoffmann (1998) apud Lipp (2005), A
idade do indivíduo também é um factor que pode influenciar no aumento da probabilidade de
incidência da síndrome, deve-se levar em conta que a idade possibilita reacções diferentes aos
eventos estressores da vida. E podemos notar que cada vez mais que a idade do individuo
aumenta, existe maior preocupação para garantir a reforma, razão pela qual que os indivíduos
com essa faixa etária, estão preocupados em organizar a sua reforma e como consequência,
acabam agrupando uma gama de actividades dentro e fora da universidade para garantir uma
vida estável e com recursos económicos. Também a chegada dos 42 anos, para alguns, é
considerada um marco. Esta fase normalmente daa ensejo a uma avaliação da vida pessoal. E,
dependendo do resultado desse olhar sobre a trajectória feita ate ali, desconfortos, magoas e
uma tristeza podem surgir. É a crise dos 40.

Tabela 3: Anos de experiência

N valido 40
Ausente 1
Media 12,05
Mediana 13,00
Moda 4
Desvio padrão 5,715
Variância 32,664
Assimetria -,160
Erro de assimetria padrão ,374
Mínimo 3
Máximo 23
Fonte: Autor, 2022.

Podemos observar que a média dos anos de experiência dos docentes pertencentes a esta
amostra são 12 anos e divide-se as experiências ao meio em 13 anos de experiência com uma
dispersão em torno da média de 5 anos de experiência. Consideramos irregular a sua
33

variância, isto é, a sua variância é muito extensa que o normal como se verifica que os anos de
experiência mínima são 3 e máxima são 23. A frequência maior dos anos de experiência são 4
anos e, um docente não respondeu sobre os seus anos de experiência. corroborando com Peiró
(1999, cit in Benevides-Pereira, 2002) que o trabalho por turnos torna o trabalho dos
profissionais desgastante. Os profissionais com nível académico elevado apresentam maior
realização profissional, seguem-se os que tem um nível académico moderado (Mestres) e por
fim, os que tem um nível académico baixo (Licenciatura) são os que apresentam baixos níveis
de realização profissional. Para Carlotto (2011) uma carga horária excessivamente longa e
cansativa contribui para o sentimento de falta de realização pessoal do profissional.

Verifica-se que a idade 42 é a que tem maior frequência e divide as idades dos docentes em
50% a esquerda e 50% a direita sobretudo, muitos docentes a sua idade é maior que a média.
Um docente não respondeu sobre a sua idade. Hoffmann (1998) apud Lipp (2005), A idade do
indivíduo também é um factor que pode influenciar no aumento da probabilidade de
incidência da síndrome, deve-se levar em conta que a idade possibilita reacções diferentes aos
eventos estressores da vida. E podemos notar que cada vez mais que a idade do individuo
aumenta, existe maior preocupação para garantir a reforma, razão pela qual que os indivíduos
com essa faixa etária, estão preocupados em organizar a sua reforma e como consequência,
acabam agrupando uma gama de actividades dentro e fora da universidade para garantir uma
vida estável e com recursos económicos, e como consequência acabam ficando
sobrecarregados e propensos a doenças ocupacionais, no caso a síndrome do esgotamento
profissional.

3.1.Análise das dimensões do Health Safety Executive – Indicator Tool (HSE-IT).

3.1.1. Dimensão 1: Exigências e níveis de ocupações


Correlações 34
Nível
Idade dos académico Anos de Sexo dos
Variáveis de controle docentes dos docentes experiência docentes

As exigências de Idade dos docentes Correlação 1,000 ,334* ,853** -,032


trabalho feitas por Nível académico dos Correlação
,334* 1,000 ,380* -,281
colegas e supervisores docentes
são difíceis de combinar Anos de experiência Correlação ,853** ,380* 1,000 -,114

Sexo dos docentes Correlação -,032 -,281 -,114 1,000

*. A correlação é significativa no nível 0,05


**. A correlação é significativa no nível 0,01

Tabela 4: Matriz de correlações entre itens

Fonte: Autor, 2022.

A tabela 4 é a matriz de correlação dos 9 itens, agrupados com o objectivo de perceber sobre
as Exigências e níveis de ocupações. Como se pode observar as correlações a cada nível são
muito fortes que não se tem nenhuma fraca e nem abaixo de moderado, isto mostra que o
pessoal docente universitário tem tarefas e deveres pela sua faculdade de orientar as aulas aos
35

estudantes desta instituição, mas também, o estudo mostra que os inqueridos são submetidos a
várias ocupações a nível das faculdades ou universidade que por algum momento não
chegam de honrar o seu dever para com os estudantes (dar aulas a tempo inteiro e/ou a carga
horária completa).

A descrição acima resume-se na tabela abaixo que mostra o valor da correlação de Alpha de
Cronbach que é igual a 0.969, o que quer dizer que a confiabilidade de acertar nesta pesquisa
é de 96,9%, isto quer dizer, que, a correlação entre os 9 itens é boa, indicando que pode ser
feita qualquer tipo de análise.

Os resultados mostram-nos que os docentes inqueridos desta universidade têm a


responsabilidade de não só leccionar no período normal, mas também devem leccionar no pós
laboral e no EAD, exercem outras actividades para além de leccionar, outros são chefes dos
departamentos, directores de curso, responsáveis por uma área dentro da faculdade, entre
outras tarefas e também estão sujeitos a leccionar em outras universidades da sua região, com
isso nota-se uma gama de tarefas que estes profissionais estão sujeitos, corroborando esta
ideia Trindade (2007), as inúmeras tarefas e atribuições que competem a esses profissionais,
alem das limitações como, por exemplo, falta de recursos e dos diversos problemas
biopsicossociais presentes na comunidade geram sensação de impotência podendo
desencadear sentimentos de ansiedade, depressão e estresse que quando cronico pode
propiciar o desenvolvimento do burnout.

Tabela 5: estatística de confiabilidade 1

Fonte: Autor, 2022.


Neste sentindo, podemos verificar que as exigências e ocupações dos docentes inqueridos são
bem notórias que por sua vez podem vir a desencadear a síndrome do esgotamento
profissional reflectida na exaustão ou desgaste emocional.

Neste conjunto de itens que pelo método de correlação factorial tivemos as hipóteses que: as
exigências e altos níveis de ocupações podem causar a síndrome do esgotamento profissional
36

em docentes Universidade Rovuma. Ou podemos divergir que existem algumas exigências e


ocupações que desencadeiam a síndrome do esgotamento profissional em alguns docentes da
Universidade Rovuma.

Tabela 6: Anova 1

Fonte: Autor, 2022.

Com 8 grau de liberdade e nível de significância (p-valor < 0,05), ilustrado na tabela 6 de
ANOVA acima, pode se afirmar que as exigências e altos níveis de ocupações podem ser a
causa da síndrome do esgotamento profissional em docentes da Universidade Rovuma.

As exigências profissionais agregam aspectos físicos, psicológicos, sociais e organizacionais,


que requerem esforços físicos ou psicológicos por parte dos colaboradores, relacionando-se
consequentemente com custos físicos e/ou psicológicos (Schaufeli & Bakker, 2004).

A profissão de docente parece considerar diversas experiências diárias exigentes e


desgastante, sendo talvez uma das profissões mais difíceis de ser abordada do ponto de vista
da organização do trabalho. Desde logo com a necessidade que é imposta aos docentes
universitários de apresentarem um ritmo de trabalho elevado, de se encontrarem
permanentemente contactáveis e disponíveis, através de telefone ou e-mail, com os estudantes
a esperarem por respostas rápidas.

Tais exigências poderão inibir a recuperação total dos trabalhadores, contribuindo de forma
directa para um estado de exaustão (Schaufeli & Baker, 2004). As experiências de
recuperação referem-se ao processo que potencia a recuperação do stress vivenciado no
contexto de trabalho, permitindo ao trabalhador estar apto para o dia seguinte (Sonnentag,
2003). Elencam experiências como o afastamento psicológico do trabalho, o relaxamento, a
procura de desafios ou o controlo sobre as actividades de lazer (Sonnentag & Fritz, 2007).
37

Neste caso, a conjugação das exigências relativas ao trabalho, com a ausência de


experiências de recuperação poderá contribuir para esta classe profissional experiencie
elevados níveis de síndrome do esgotamento profissional.

A síndrome do esgotamento profissional é conceptualizada como um construto


multidimensional com três principais componentes que interagem entre si: (1) exaustão
emocional, (2) despersonalização e (3) perda de realização profissional (Maslach, 1993;
Maslach & Leiter, 2008).

Paralelamente, a SEP poderá ser percepcionada como uma reacção afectiva à exposição
prolongada de stress no trabalho, ou seja, a situações em que as exigências do trabalho
excedem os recursos adaptativos dos indivíduos (Maslach, Schaufeli & Leiter, 2001).

3.1.2. Dimensão 2: Carga horária e controle

Tabela 7: Matriz de correlações entre itens

Fonte: Autor, 2022.

Olhando na matriz de correlação acima, concluímos que existem correlações estatisticamente


significativas entre a carga horaria e o controle, algumas positivas e outras negativas. Achado
o seu valor de Alpha de Cronbach que é de 0,152 que quer dizer a confiabilidade deste estudo
é de 15.2%. o que significa que em certos itens
38

Tabela 8: estatística de confiabilidade 2

Fonte: Autor, 2022.

Para esta dimensão encontramos algumas divergências de afirmações que nos levam a
concluir de que, a carga horária dos docentes enquanto exercem as suas actividades dentro da
universidade é controlada pela faculdade. Ou existe pelo menos atribuições de tarefas que os
docentes devem executar num período proposto pela sua direcção, e que depois essas tarefas
são controladas pela faculdade se o docente chegou de cumprir.

Tabela 9: Anova 2

Fonte: Autor, 2022.

Verificando a tabela de ANOVA 2, com 3 grau de liberdade e p-valor < 0,05 (significância),
conclui-se que, a carga horaria dos docentes da universidade Rovuma é controlada pela
faculdade, isto é, é do conhecimento da direcção da Universidade que os docentes desta
instituição têm várias ocupações curriculares assim como extracurriculares e
consequentemente não têm uma inteira interacção com os estudantes.

Observamos que os indivíduos com mais anos de experiência trabalham em turnos rotativos e
ficam mais expostos a sobrecarga de trabalho do que os indivíduos que têm horário fixo,
corroborando com Peiró (1999, cit in Benevides-Pereira, 2002) que o trabalho por turnos
torna o trabalho dos profissionais desgastante.

Resultado semelhante ao encontrado em estudo feito por Shanafelt et al., no qual as horas
trabalhadas por semana estavam associadas ao risco de desenvolver SB em médicos dos EUA.
39

As exigências quantitativas do emprego (por exemplo, demasiado trabalho para o tempo


disponível) têm sido estudadas por pesquisadores, e os resultados apoiam a noção geral de que
a síndrome do esgotamento profissional é a resposta a uma sobrecarga. A carga de trabalho
experimentada e a pressão quanto ao tempo de execução estão fortemente e consistentemente
relacionadas com a síndrome, em particular na dimensão da carga horária (Maslach,
Schaufeli, & Leiter, 2001). Neste sentido, van Horn, Schaufeli, Greenglass e Burke (1997),
concluíram que o número de horas de trabalho dos docentes está positivamente relacionado
com o burnout.

3.1.3. Dimensão 3: Relacionamentos e suporte

Tabela 10: Matriz de correlações entre itens

Fonte: Autor, 2022.

Na matriz observada acima, encontramos correlações estatisticamente significativas em


relação a relacionamentos e suportes. Em estudos realizados, alguns autores acreditam que
altos níveis de exigência psicológica, baixos níveis de liberdade de decisão e de apoio social
no trabalho, e stresse devido a trabalho inadequado são preditores significantes para
subsequente desencadear a síndrome do esgotamento profissional (Iacovides, Fountoulakis,
Kaprinis, & Kaprinis, 2003; Mausner-Dorsch & Eaton, 2000).
40

Tabela 11: Estatística de confiabilidade

Fonte: Autor, 2022.

Pelo valor do Alpha de Cronbach que 0.194 que quer dizer a confiabilidade que esta relação
nos dá é de 19.4% que não é suficiente para acreditar que será possível ter uma resposta ao
seu objectivo. Ou seja, os resultados nos mostram que a síndrome do esgotamento
profissional não esta no seu auge, mas se os docentes continuarem a fazer os esforços que
vem fazendo será possível ocorrer este mal. Dai que é necessário que se tomem medidas
preventivas de modo a não dar espaço esta síndrome que pode vir a se desencadear através de
sobrecarga de tarefas que estes profissionais estão sujeitos.

A síndrome do esgotamento profissional tem sido investigada em diversas profissões, tendo o


seu foco de estudo essencialmente em áreas de ensino, serviços de saúde e outras actividades
em que exista um envolvimento intenso com o público, como é o caso dos docentes
universitários (Maslach & Leiter, 2008). No entanto, ainda são raros os estudos sobre
associações entre a SEP e outros aspectos do trabalho, tais como as exigências profissionais,
as experiências de recuperação e a satisfação, aliando-se ao facto de ser desconhecida a
existência de estudos prévios que caracterizem as variáveis anteriormente descritas em
docentes universitários. Podendo funcionar como variável mediadora da relação entre as
exigências profissionais e o burnout, apresenta-se a satisfação geral com o trabalho.
41

3.1.4. Dimensão 4: Responsabilidade e trabalho

Tabela 12: Matriz de correlações entre itens

Tabela 13: Estatística de confiabilidade 4

Fonte: Autor, 2022.

De acordo o valor de Alpha de Cronbach (0,665) leva-nos a concluir que este estudo dá-nos a
confiabilidade de 66.5% sendo ela, moderada e de qualquer forma pode ajudar a pensar
melhor na possível solução do problema em de estudo. Os resultados mostram-nos que os
docentes são responsáveis em coordenar várias tarefas, quer no seu trabalho, quer fora do seu
trabalho, gastam todas suas energias com o intuito de alcançar uma realização a nível
económica. A grande busca pela realização laboral faz com que os trabalhadores atinjam um
nível extremo de estresse, onde muitas vezes faz-se necessário a intervenção psicológica para
que não hajam maiores danos a saúde. (Carlotto & Camara, 2008, p. 152 – 153)
42

Tabela 14: Anova 3

Fonte: Resultados da pesquisa

Os valores da tabela de ANOVA ajudam-nos a ter possíveis soluções pelos valores de grau de
liberdade que é 3 e p-valor < 0,05 que, os docentes assumem suas responsabilidades e embora
estarem sobrecarregados de deveres dentro da instituição, maior numero de docentes
procuram formas de como se interagir com os estudante para cumprir com seu plano
curricular.

3.1.5. Dimensão 5: Sentimentos

Tabela 15: Matriz de correlações entre itens

Fonte: Autor, 2022.


43

Verifica-se que as categorias profissionais mais atingidas são aquelas que possuem ligação
directa com o publico, por exemplo a profissão do professor. O resultado nos mostra que as
responsabilidades dos docentes são notórias em seu trabalho. E por outra, estes se submetem a
outras actividades fora da universidade com o intuito de garantir uma reforma satisfatória. A
grande busca pela realização laboral faz com que os trabalhadores atinjam um nível extremo
de estresse, onde muitas vezes faz-se necessário a intervenção psicológica para que não hajam
maiores danos a saúde. (Carlotto & Camara, 2008, p. 152 – 153)

Tabela 16: Estatística de confiabilidade

Fonte: Autor, 2022.

A correlação é maioritariamente moderada. Como se tem o valor do Alpha de Cronbach que é


0,793 que nos leva a concluir que o estudo dá-nos a confiabilidade de 79.3%, probabilidade
esta que quase é perfeita.

Tabela 17: Anova 4

Fonte: Autor, 2022.

Portanto, concluímos que o sentimento dos docentes sobre a situação é notório embora ter que
cumprir as tarefas submetidas do seu patrão e tentam fazer o possível de modo a não rebaixar
o seu dever primário que é formar novos indivíduos para o mercado actual. E essa situação
nalgum momento faz com que estes sintam-se insatisfeitos com o seu trabalho. De acordo
com Rosa e Carlotto (2005), diversos estudos têm identificado uma relação entre a síndrome
44

do esgotamento profissional (SEP) e satisfação no trabalho, encontrando-se geralmente uma


forte associação no sentido negativo entre os dois fenómenos, ou seja, quanto maiores os
índices de satisfação no trabalho, menores os índices de síndrome do esgotamento
profissional. A satisfação no trabalho parece resultar da forma como os trabalhadores
percepcionam um conjunto de aspectos que estão directa e indirectamente relacionados com o
trabalho, e que têm influência sobre o desempenho organizacional e profissional, os
comportamentos individuais, e o bem-estar físico e psicológico. Tal vem-se a reflectir
consequentemente na rotatividade, no absentismo, no empenho, que por seu turno, irão
influenciar a produtividade e a competitividade de uma organização (Cruz, 2018).

3.2. Resultados

O total de pesquisados foi de 41 indivíduos, sendo 56.1% (23) do sexo masculino e


43.9% (18) do sexo feminino. Houve 9 recusas em participar da pesquisa. Do total de
docentes que responderam o questionário tem os seguintes títulos: 31.71% são Professores do
nível académico Doutor (PHD), 56.10% Mestres e 12.20% Licenciados. Relativamente a
variável sexo era expectável encontrar níveis elevados na dimensão exaustão emocional nas
mulheres, em comparação aos homens, e por outro lado, níveis significativamente mais
elevados de sobrecarga nos homens (Maslach et. al. 1985; Benevides-Pereira, 2002; Soares
2007; Gil-Monte, 2002). Tais diferenças justificadas pelos papéis socialmente aceites e
estereótipos de género incutidos na sociedade, nomeadamente a dupla jornada de trabalho das
mulheres (Benevides-Pereira, 2002), pela possível facilidade das mulheres em lidar com as
tensões emocionais resultantes do “trabalho com pessoas” (Maslach et. al., 1985) e ainda, pela
elevada competitividade característica do sexo masculino, aliada a grande importância dada
ao alcance do sucesso e da realização profissional (Gil-Monte, 2002)

No que se refere a variável nível académico, era expectável encontrar níveis da


síndrome do esgotamento profissional significativamente mais elevados entre os indivíduos
com níveis mais elevados de escolaridade, devido as suas ambições e elevadas expectativas
para o futuro profissional, o que pode não corresponder a realidade e desencadear sentimentos
de infelicidade e insatisfação (Maslach et. al., 2001; Benevides-Pereira, 2002).

Como vimos a amostra desta população que são 41 docentes questionados sendo que todos
são da mesma instituição. A idade media destes docentes é 40 anos e a dispersão em torno da
média é de 8 anos com uma variância irregular (as idades não são muito concentradas em
torno da média), observando-se que, as idades dos docentes variam de 26 a 57 anos.
45

Verifica-se que a idade 42 é a que tem maior frequência e divide as idades dos docentes em
50% a esquerda e 50% a direita sobretudo, muitos docentes a sua idade é maior que a média.
Um docente não respondeu sobre a sua idade. Hoffmann (1998) apud Lipp (2005), A idade do
indivíduo também é um factor que pode influenciar no aumento da probabilidade de
incidência da síndrome, deve-se levar em conta que a idade possibilita reacções diferentes aos
eventos estressores da vida. E podemos notar que cada vez mais que a idade do individuo
aumenta, existe maior preocupação para garantir a reforma, razão pela qual que os indivíduos
com essa faixa etária, estão preocupados em organizar a sua reforma e como consequência,
acabam agrupando uma gama de actividades dentro e fora da universidade para garantir uma
vida estável e com recursos económicos, e como consequência acabam ficando
sobrecarregados e propensos a doenças ocupacionais, no caso a síndrome do esgotamento
profissional.

Em relação à demanda de trabalho, com 8 grau de liberdade e nível de significância (p-valor <
0,05), ilustrado na tabela 1 de ANOVA, pode se afirmar que as exigências e altos níveis de
ocupações podem desencadear a síndrome do esgotamento profissional em docentes da
Universidade Rovuma.

Pode se observar na tabela 4, que as correlações a cada nível são muito fortes que não se tem
nenhuma fraca e nem abaixo de moderado, isto mostra que o pessoal docente universitário
tem tarefas e deveres na sua faculdade ou departamento de orientar as aulas aos estudantes
desta instituição, mas também, o estudo mostra que os inqueridos são submetidos a várias
ocupações a nível das faculdades ou universidade que por algum momento não chegam de
honrar o seu dever para com os estudantes( dar aulas a tempo inteiro e/ou a carga horária
completa).

A descrição da tabela 4 resume-se na tabela 5, onde se mostra o valor da correlação de Alpha


de Cronbach que é igual a 0.969, o que quer dizer que a confiabilidade de acertar nesta
pesquisa é de 96,9%, isto quer dizer, que, a correlação entre os 9 itens é perfeita.

podemos verificar que as exigências e ocupações aos docentes inqueridos são bem notórias
que por sua vez pode vir a desencadear a síndrome do esgotamento profissional reflectida na
exaustão ou desgaste emocional. Com isso dá para concluir que a síndrome não esta no seu
auge e pode ser combatida ainda cedo possível antes que se agrave e tome conta deste
profissional.
46

3.3.Discussão das hipóteses

Três hipóteses orientaram esta pesquisa, sendo: H1: As exigências e níveis de ocupações são a
causa da síndrome do esgotamento profissional. H2: O nível de incidência do desgaste
emocional e da síndrome do esgotamento profissional varia de docente para docente
dependendo da carga horária do trabalho. H3: A sobrecarga de tarefas deixa o profissional
esgotado e o torna inadequado para a sua função.
Com 8 grau de liberdade e nível de significância (p-valor < 0,05), ilustrado na
tabela 6 de ANOVA, aceitamos a hipótese 1, que afirma, que as exigências e altos níveis de
ocupações são a causa da síndrome do esgotamento profissional em docentes da Universidade
Rovuma. Convém frisar que, o professor transita em um mercado de trabalho cada vez mais
exigente e imprevisível. O professor precisa lidar com problemas de falta de avaliações dos
alunos, precisa actuar em uma multiplicidade de tarefas que superam a carga diária contratada
(tais como preparação de aulas, correcção de provas etc.), precisa ter conhecimentos
multidisciplinares para atender às necessidades dos alunos na esfera biopsicossocial, além das
actividades que ele exerce inerentes ao cargo que lhe é atribuído dentro da sua faculdade.
Corroborando com Valle (2011), todas as atribuições e conflitos que se acumulam no trabalho
do professor repercutem em sua saúde mental. A saúde do professor não se inclui na lista de
seus afazeres profissionais, embora inevitalmente se reflicta neles.

Quanto a H2 que suponha que o nível de incidência do desgaste emocional e da síndrome do


esgotamento profissional varia de docente para docente dependendo da carga horária do
trabalho difere em função das variáveis sociodemográficas e laborais, esta foi verificada, pois,
os docentes inqueridos sinalizaram em algumas variáveis sociodemográficas e laborais tais
como: Nível académico, Anos de experiencia, o estudo revelou que quando maior é o nível
académico, maior são as ocupações e o docente fica propenso a desencadeador a síndrome do
esgotamento profissional. A carga de trabalho experimentada e a pressão quanto ao tempo de
execução estão fortemente e consistentemente relacionadas com a síndrome (Maslach,
Schaufeli, & Leiter, 2001). Neste sentido, van Horn, Schaufeli, Greenglass e Burke (1997),
concluíram que o número de horas de trabalho dos docentes está positivamente relacionado
com o burnout.

No que se refere a variável nível académico, era expectável encontrar níveis da


síndrome do esgotamento profissional significativamente mais elevados entre os indivíduos
com níveis mais elevados de escolaridade, devido as suas ambições e elevadas expectativas
47

para o futuro profissional, o que pode não corresponder a realidade e desencadear sentimentos
de infelicidade e insatisfação (Maslach et. al., 2001; Benevides-Pereira, 2002).

Em relação à H3, segundo a qual o a sobrecarga de tarefas deixa o profissional


esgotado e o torna inadequado para a sua função, esta foi confirmada pois, maior parte dos
inqueridos apresentaram uma moderada sobrecarga o que presume estarem em processo de
adoecimento.

De acordo com Demerouti e colaboradores (2001), as exigências profissionais


agregam aspectos físicos, psicológicos, sociais e organizacionais, que requerem esforços
físicos ou psicológicos por parte dos colaboradores, relacionando-se consequentemente com
custos físicos e/ou psicológicos. Quando estes se deparam com elevadas exigências, utilizam
recursos necessários para os ultrapassar, sendo que no momento em que deixam de possuir
recursos suficientes, a manutenção do desempenho decorre às custas de sintomas físicos e
psicológicos, como a exaustão (Schaufeli & Bakker, 2004).

Outros casos existem em que o trabalhador não faz uso dos recursos que possui,
utilizando uma estratégia de diminuição do seu desempenho através do desinvestimento nas
tarefas a realizar, verificando-se assim níveis elevados de cinismo. Neste seguimento,
verifica-se que a exposição a diversas exigências profissionais é considerada preditora da
exaustão. Neste processo, o processo enérgico e motivacional do trabalhador sofre um
desgaste e consequentemente poderá entrar em burnout (Schaufeli & Bakker, 2004).

Ao longo do tempo foram diversos os estudos que relacionavam variadas exigências


profissionais e o burnout. Entre eles, as exigências relacionadas com a sobrecarga de trabalho,
a pressão de tempo para concluir as tarefas, o tempo de trabalho, a falta de tempo de
recuperação, a ambiguidade de papéis, o conflito de papéis e a relação com o cliente.

No que respeita à exigência relacionada com a sobrecarga de trabalho, foram diversos os


autores que realizaram estudos nesta área. Cordes e Dougherty (1993; cit. in Gomes,
2013) e Schaufeli, Leiter e Maslach (2009) concluíram que esta variável se encontraria
positivamente relacionada com a exaustão emocional e o cinismo. Já Garrosa,
MorenoJiménez, Liang, & González (2008) encontraram uma correlação significativa entre
sobrecarga de trabalho e exaustão e despersonalização. Também o tempo de trabalho
apresenta uma relação significativa positiva com a exaustão e o cinismo (Deckard, Meterko &
Field, 2004).
48

4. Conclusão

A pesquisa cujo tema é “Sobrecarga de tarefas como desencadeador da síndrome do


esgotamento profissional em docentes universitários”, objectivou Analisar a ocorrência da
síndrome do esgotamento profissional devido a sobrecarga de tarefas em docentes
universitários, verificando suas possíveis associações com variáveis sociodemográficas e
laborais com o fenómeno. Para a colecta de dados foi administrado o Questionário
preconizado pelo HSE, Health Safety Executive – Indicator Tool (HSE-IT). O HSE-IT
pretendeu avaliar as consequências geradas a partir da sobrecarga de tarefas.

Pode se concluir a partir dos objectivos traçados ao longo do trabalho, em que o primeiro
objectivou identificar as tarefas em que os docentes estão envolvidos, cuja as respostas
podemos notar apartir da tabela 4 que é a matriz de correlação dos 9 itens, agrupados com o
objectivo de perceber sobre as Exigências e níveis de ocupações. Observou-se que as
correlações a cada nível são muito fortes que não se tem nenhuma fraca e nem abaixo de
moderado, isto mostra que o pessoal docente universitário tem tarefas e deveres pela sua
faculdade de orientar as aulas aos estudantes desta instituição, mas também, o estudo mostra
que os inqueridos são submetidos a várias ocupações a nível das faculdades ou universidade
que por algum momento não chegam de honrar o seu dever para com os estudantes (dar aulas
a tempo inteiro e/ou a carga horária completa). Dai que, o resultado deste estudo sugere um
alerta aos docentes quanto ao perigo da sobrecarga de trabalho, fato que pode contribuir para
o surgimento da síndrome do esgotamento profissional. De acordo com Demerouti e
colaboradores (2001), as exigências profissionais agregam aspectos físicos, psicológicos,
sociais e organizacionais, que requerem esforços físicos ou psicológicos por parte dos
colaboradores, relacionando-se consequentemente com custos físicos e/ou psicológicos.
Quando estes se deparam com elevadas exigências, utilizam recursos necessários para os
ultrapassar, sendo que no momento em que deixam de possuir recursos suficientes, a
manutenção do desempenho decorre às custas de sintomas físicos e psicológicos, como a
exaustão. No que se refere a variável nível académico, encontramos níveis da síndrome do
esgotamento profissional significativamente mais elevados entre os docentes com níveis mais
elevados de escolaridade, devido as suas ambições e elevadas expectativas para o futuro
profissional, o que pode não corresponder a realidade e desencadear sentimentos de
infelicidade e insatisfação.
49

Em relação ao segundo objectivou identificar os sinais da ocorrência da síndrome em


docentes universitários, cuja os resultados apontam que, com 8 grau de liberdade e nível de
significância (p-valor < 0,05), ilustrado na tabela 6 de ANOVA, através dos 9 itens da tabela
4, pode se afirmar que as exigências e altos níveis de ocupações podem ser a causa da
síndrome do esgotamento profissional em docentes da Universidade Rovuma. As exigências
profissionais agregam aspectos físicos, psicológicos, sociais e organizacionais, que requerem
esforços físicos ou psicológicos por parte dos colaboradores, relacionando-se
consequentemente com custos físicos e/ou psicológicos (Schaufeli & Bakker, 2004). O
presente estudo nos faz reflectir sobre as reais condições nas quais os docentes universitários
estão submetidos em seu dia a dia de trabalho. Nota-se que estes profissionais estão expostos
a vários factores de risco preditores da síndrome, que constituem fontes de estresse para estes
profissionais, dificultando o desempenho do trabalho.

O estudo também, aponta mais indícios e questões a serem resolvidas, do que respostas para
os fenómenos estudados. O desenvolvimento de estudos futuros, abordando os problemas
apontados, poderá contribuir muito para o avanço do tema. Considerando as consequências
negativas da sobrecarga de tarefas, buscar subsídios para entender e diminuir os problemas a
este associado é uma forma de também avançar na melhoria da sanidade mental dos
profissionais, assim como contribuir para a implementação efectiva das práticas de atenção
primaria no pais e de uma melhor humanização do trabalho em saúde.

Limites e Limitações da Pesquisa

Qualquer pesquisa científica apresenta limites e limitações. A presente pesquisa apesar de


pairar sobre ela horizontes de contribuições no campo teórico-prático para os estudos sobre a
síndrome do esgotamento profissional, não foge à regra. Sendo assim, seguem-se as
limitações do mesmo.

Este trabalho limitou-se ao estudo sobre a sobrecarga de tarefas e sua relação com a síndrome
do esgotamento profissional em docentes da UniRovuma, podendo ser comparado com outras
comunidades do País.

E como limitações, enfrentou-se imensas dificuldades em encontrar docentes que estavam


dispostos em responder o inquérito, uma vez que outros nem sequer aceitaram o
preenchimento alegando falta de tempo e outros nem se deram o trabalho de escutar o
inquiridor. Então isso dificultou muito para obtenção dos dados.
50

5. Sugestões

Constatações Sugestões Impacto


Os docentes inqueridos na sua A entidade empregadora A implantação dessa
maior parte estão deve investir em acções sugestão irá permitir que
sobrecarregados de tarefas. que previnam a o docente estabeleça
sobrecarga de trabalho e metas racionais e como
melhorem o ambiente consequência este irá
organizacional, por dedicar-se mais na sua
exemplo: melhor instituição garantindo
delegação de funções, assim a qualidade dos
estabelecimento de metas serviços prestados por ele
racionais entre outros. e pela instituição no seu
todo.
a sobrecarga de tarefas deixa o Implantação de sistemas A participação do
profissional esgotado e o torna de avaliação que docente nas decisões
inadequado para a sua função concedam aos laborais irá permitir que
funcionários um papel este desempenhe as suas
activo e de participação actividades sem nenhuma
nas decisões laborais pressão e distracção.
Os resultados mostram-nos A entidade empregadora A atribuição de cargos e
que os docentes inqueridos ou o patronato deve tarefas com base na rotina
desta universidade têm a atribuir cargos, tarefas e no horário, irá permitir
responsabilidade leccionar em aos docentes olhando que os docentes
todos os regimes e exercem primeiro o seu horário e desempenhem as suas
outras actividades para além sua rotina laboral, actividades
de leccionar, outros são chefes também deve perfeitamente, sem
dos departamentos, directores proporcionar um salário comprometer outras
de curso, responsáveis por uma gratificante de modo que actividades que lhe são
área dentro da faculdade, entre este profissional não seja atribuídas.
outras tarefas, e também estão atraído por actividades
sujeitos a leccionar em outras externas.
universidades da sua região.
Os resultados revelaram que a A entidade empregadora A implementação dos
síndrome do esgotamento e o docente devem programas que visam
profissional em docentes trabalhar juntos com o minimizar e erradicar a
devido a sobrecarga de tarefas intuito de implementar SEP, irá permitir ao
ainda não esta no seu auge. programas que visem docente. Reconhecer:
minimizar e erradicar a prestar atenção aos sinais
ocorrência da SEP de alerta da síndrome;
devido a Sobrecarga de Reverter: desfazer o dano
tarefas. por meio do
gerenciamento dos
sintomas e busca de
apoio; Resiliência:
construção da capacidade
de resistência a síndrome
por meio do cuidado da
saúde física e emocional.
51

Referências bibliográficas

Aliante G, Abacar M (2018). Fontes de Stress Ocupacional em Professores do Ensino Básico


e Médio em Moçambique, Brasil e Portugal: uma revisão sistemática de literatura. Rev.
Internac. em Líng. Portug. 2018; 4 (33): 95-110.

Azzi, R. G. & Bandura, A. (2008). Teoria social cognitiva – conceitos básicos. Porto Alegre:
Artmed.

Bakker, A.B. & Costa, P. (2014). Chronic job burnout and daily functioning: a theoretical
analysis. Burnout Research, 1(3), 112-119.

Benevides-Pereira, A. M. T. (2002). O Estado da Arte do Burnout no Brasil. Interacção Psi.


V.1, p. 4-11.

Carlotto, M. S. & Palazzo, L. S. (2006). Síndrome de burnout e fatores associados:


um estudo epidemiológico com professores. Caderno de Saúde Pública do Rio de
Janeiro, Vol. 22, 5:1017-1026.

Carlotto, M. S., & Câmara, S. G. (2007). Preditores da síndrome de burnout em professores.


Revista Semestral da Associação Brasileira de Psicologia Escolar e Educacional, 1, 101-
110.

Codo, W & Vasques-Menezes, I. (2014). O que é Burnout? Disponível em:


<http://portaldoprofessor.mec.gov.br/storage/jornaldoprofessor/midias/arq/Burnou pdf>.
Acesso em: 02 abr. 2022.

Comissão de Revisão Curricular Central (2009), Normas para Produção e Publicação de


Trabalhos Científicos na Universidade Pedagógica, Maputo.

Conheça (2014), as causas da síndrome de burnout: pessoas que sofrem com a Síndrome de
Burnout consomem mais café, álcool e podem até tentar suicídio.

Cordes, C. L., & Dougherty, T. W. (1993). A review and a integration of research on job
burnout. Academy of Managemente Review, 18, 621-656

Cruz, (2018). Fatores que influenciam a Satisfação Profissional e a Inteligência Emocional:


Contributos para a Implementação de um Modelo de Supervisão Clínica. Dissertação de
Mestrado. Porto: Escola Superior de Enfermagem do Porto.
52

Deckard, G., Meterko, M. & Field, D. (2004). Physician burnout: An examination of personal,
professional and organizational relationships. Medical Care, 32(7), 745 754.

Dejours, C. (2012). A loucura do trabalho: estudo de psicopatologia do trabalho.


Tradução de Ana Isabel Paraguay e Lúcia Leal Ferreira. São Paulo: Cortez.

Edwards, K. M. (2004). Acute stress exposure prior to influenza vaccination enhances


antibody response in women. Brain, Behaviour and Immunity 20.

Einstein, A (2009). Síndrome de Burnout. São Paulo: Cortez.

Einstein, A (2013). Entenda a síndrome de burnout. São Paulo: Cortez.

Ferrari, J, S. (2014). Síndrome de Burnout. São Paulo: Cortez.

Ferreira, L., Peiró, J., Moralez, M. & Martín, I. (2006). Work-related stress and wellbeing:
The roles of direct action coping and palliative coping. Scandinavian Journal of
Psychology, 47: 293-302.

Frazão, A. (2014). Síndrome de Burnout.

Freitas, H. M. R. (2013). Análise léxica e análise de conteúdo: técnicas complementares,


sequenciais e recorrentes para exposição de dados qualitativos. Porto Alegre: Sagra
Luzzatto.

Freudenberger, H. J. (1974). Staff burnout. Journal of Social Issues, 30: 159–165.

Frutuoso, J.T. & Cruz, R.M. (2005). Mensuração da carga de trabalho e sua relação com a
saúde do trabalho. Rev.Bras.Med.Trab. v.3, n.1, p.29-36.

Gil, A. C (2007). Como elaborar projectos de pesquisa. 4. ed. São Paulo: Atlas.

Gil-Monte, P., & Peiró, J. M. (2002). Desgaste psíquico en el trabajo: el síndrome de


quemarse. Madrid: Síntesis.

Helpguide, O. (2014). Preventing Burnout: signs, symptoms, causes, and coping strategies.

Iacovides, A., Fountoulakis, K.N., Kaprinis, S., & Kaprinis, G. (2003). The relationship
between job stress, burnout and clinical depression. Journal of Affective Disorders, 75,
209-221.

Jbeili, C. (2008). A síndrome do esgotamento profissional.


53

Koche, J, C (1997). Fundamentos de metodologia científica. Teoria da Ciência e prática da


pesquisa. 14. Ed. rev. e ampl. Petrópolis, RJ, Vozes.

Lakatos, E, M. & Marconi, M, A (1991). Metodologia Científica. 2. ed. rev.ampli. São Paulo,
Atlas.

Lau, P. S. Y., Yuen, M. T., & Chan, R. M. C. (2005). Do demographic characteristics make a
difference to burnout among Hong Kong secondary school teachers? Social Indicators
research, 1, 491-516.

Lipp, M, E, N. (2005). Mecanismos neuropsicofisiológicos do stress: teoria e aplicações


clínicas. São Paulo: Casa do Psicólogo.

Maslach, C. & Leiter, M. P. (1985). Trabalho: fonte de prazer ou desgaste. Campinas:


Papirus.

Maslach, C., Schaufeli, W. B., & Leiter, M. P. (2001). Job burnout. Annual Review of
Psychology, v. 52, p. 397-422.

Nunes, M & Giraffa, L. (2003). A educação na ecologia digital. PPGCC/FACIN, PUCRS.

Nunes, M & GIRAFFA, L. (2003). A educação na ecologia digital. PPGCC/FACIN, PUCRS.

Pérez, J.P. (2013). Efecto del burnout y la sobrecarga en la calidad de vida en el trabajo.
Estudios Gerenciales, v.29, p.445-455.

Quivy, R. & Campenhoudt, L. (199). Manual de investigação em Ciências Sociais. 2.ed.


Lisboa, Gradiva- Publicações Ltd.

Ribeiro, M, N. Teste 2: MBI -Maslach Burnout Inventory -General Survey. [20-- ?].
Disponível em: <http://www.nazarethribeiro.com/mbi.pdf>. Acesso em 11 jun 2022.

Rosa, C. & Carlotto, M. S. (2005). Síndrome de Burnout e satisfação no trabalho em


profissionais de uma instituição hospitalar. Revista da SBPH. São Paulo, v.8, n.2, p.1-15.

Schaufeli, W. B.; Leiter, M. P. & Maslach, C. (2009). Burnout: 35 years of research and
practice. Career Development International, v. 14, n. 3, p. 204-220.
54

Schaufeli, W.B. & Bakker, A.B. (2004). Job demands, job resources, and their relationship
with burnout and engagement: A multi-sample study. Journal of Organizational
Behavior, 25, 293-315.

Sonnentag, S. (2003). Recovery, work engagement, and proactive behavior: A new look at the
interface between nonwork and work. Journal of Applied Psychology, 88(3), 518–528.

Sonnentag, S., & Fritz, C. (2007). The Recovery Experience Questionnaire: development and
validation of a measure for assessing recuperation and unwinding from work. Journal of
occupational health psychology, 12(3), 204–210.

Sweller, J. (2003). Cognitive Load Theory: A Special Issue of educational Psychologist”.


LEA, Inc.

Sweller, J. (2003). Cognitive Load Theory: A Special Issue of educational


Psychologist”. LEA, Inc.

Tamayo, M. R (1997). Relação entre a síndrome de Burnout o os valores organizacionais no


pessoal de enfermagem de dois hospitais públicos. 1997. 123f. Dissertação de Mestrado
Universidade de Brasília. Brasília.

Trindade, L. D. L. (2007). O estresse laboral da equipe da saúde família: implicações para a


saúde do trabalhador. Rio Grande do Sul, Porto Alegre, p.103.

Van Horn, J. E., Schaufeli, W. B., Greenglass, E. R., & Burke, R. J. (1997). A canadian dutch
comparison of teachers’burnout. Psychological Reports, 2, 371-382.

Varella, D. (2014). Doenças e sintomas: síndrome de burnout. Disponível em:


<http://drauziovarella.com.br/letras/s/sindrome-de-burnout/>. Acesso em: 02 Abr. 2022.
APÊNDICES
APÊNDICE 1

TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO

Declaro que fui esclarecido, de forma detalhada, sobre a pesquisa que tem como título
“SOBRECARGA DE TAREFAS COMO DESENCADEADOR DA SINDROME DO
ESGOTAMENTO PROFISSIONAL EM DOCENTES UNIVERSITÁRIOS: um modelo
teórico - explicativo” bem como da importância de sua realização. Esta pesquisa possui os
objectivos descritos a seguir:

✓ Analisar a ocorrência da síndrome do esgotamento profissional devido a sobrecarga de


tarefas em docentes universitários;
✓ Descrever o comportamento de docentes resultantes do desgaste emocional e da
síndrome do esgotamento profissional.

A supervisora responsável por esta pesquisa, Mestre Dezena Vicente e o estudante de


Licenciatura Belito Abílio António Luciano (telefone: 848833482 e 870441766; endereço
electrónico: belitoabilio99@gmail.com), vinculado no curso de Licenciatura em Psicologia
Social e das Organizações assumem os seguintes compromissos com todos os participantes: 

Não há nenhum risco aos participantes da pesquisa, já que os entrevistados serão submetidos
apenas a questionários e testes de resolução simples.

É garantido ao entrevistado, se for da sua vontade, deixar a pesquisa a qualquer momento e


para tal foram fornecidos telefones de contacto.

Prestar esclarecimentos antes e depois da pesquisa.

A identidade dos participantes não será revelada e as informações que forem prestadas
poderão ser utilizadas somente para fins científicos.

Concordo _____

Não concordo _____

_________________________________________ Nome do pesquisador: Belito Abílio


António Luciano, Telefone: 848833482 e 870441766
APÊNDICE 2

Questionário Health Safety Executive – Indicator Tool.

O presente questionário visa recolher dados sobre A Sobrecarga de tarefas como


desencadeador da síndrome do esgotamento profissional em docentes universitários. O
mesmo visa para a obtenção do grau Académico de licenciatura em Psicologia Social e
das Organizações. Por isso, pede-se a sua colaboração para que preencha e responde as
perguntas abaixo.

Dados Sociodemográficos:

Nível académico: __________ Função que exerce (quando aplicável) _____________

Idade__________________ Anos de Experiência ____________ Sexo_____________

Instruções: Em baixo encontra-se uma lista de características que são frequentes em situações
de sobrecarga de tarefas. Por favor, leia cada item cuidadosamente. Indique quantas vezes
experienciou cada característica durante os 15 dias, incluindo hoje, colocando um círculo no
número que melhor lhe corresponde.

0=Nunca; 1=Raramente; 2=As vezes; 3=Frequentemente; 4=Sempre

Itens Avaliação
01 As exigências de trabalho feitas por colegas e supervisores são 0 1 2 3 4
difíceis de combinar.
02 Tenho prazos inatingíveis. 0 1 2 3 4
03 Devo trabalhar muito intensamente. 0 1 2 3 4
04 Eu não faço algumas tarefas porque tenho muita coisa para 0 1 2 3 4
fazer.
05 Não tenho possibilidades de fazer pausas suficientes. 0 1 2 3 4
06 Recebo pressão para trabalhar em outro horário. 0 1 2 3 4
07 Tenho que fazer meu trabalho com muita rapidez. 0 1 2 3 4
08 As pausas temporárias são impossíveis de cumprir. 0 1 2 3 4
09 Posso decidir quando fazer uma pausa. 0 1 2 3 4
10 Consideram a minha opinião sobre a velocidade do meu 0 1 2 3 4
trabalho.
11 Tenho liberdade de escolha de como fazer o meu trabalho. 0 1 2 3 4
12 O meu horário de trabalho pode ser flexível. 0 1 2 3 4
13 Recebo informações e suporte que me ajudam no trabalho que 0 1 2 3 4
faço.
14 Posso confiar no meu chefe quando eu tiver problemas no 0 1 2 3 4
trabalho.
15 Tenho suportado trabalhos emocionalmente exigentes. 0 1 2 3 4
16 Quando o trabalho se torna difícil, posso contar com ajuda dos 0 1 2 3 4
colegas.
17 Sinto que sou perseguido no trabalho. 0 1 2 3 4
18 As relações no trabalho são tensas. 0 1 2 3 4
19 Estão claras as minhas tarefas e responsabilidades. 0 1 2 3 4
20 Eu sei como fazer meu trabalho. 0 1 2 3 4
21 O meu trabalho exige mais do que posso dar. 0 1 2 3 4
22 Meu trabalho me faz sentir emocionalmente exausto. 0 1 2 3 4
23 Quando me levanto de manhã sinto cansaço só de pensar que 0 1 2 3 4
tenho que encarar mais um dia de trabalho.
24 Perco paciência com algumas vítimas. 0 1 2 3 4
25 Sinto que a carga emocional do meu trabalho é superior àquela 0 1 2 3 4
que posso suportar.
Adaptado: Health Safety Executive – Indicator Tool (HSE-IT) de Edwards et al, 2004.

Fim

Obrigado pela atenção!

Você também pode gostar