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INSTITUTO SUPERIOR DE ESTUDOS UNIVERSITÁRIOS – NAMPULA

Agira Ruquia Assane

Aissa Pinto Muvald

Elvira Guedes Raposo

Isaura de Fátima António Jochicala

Abordagem Multidimensional de Carkhuff

(Licenciatura em Psicologia clinica)

Nampula

2023

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Agira Ruquia Assane

Aissa Pinto Muvald

Elvira Guedes Raposo

Isaura de Fátima António Jochicala

Abordagem Multidimensional de Carkhuff

Trabalho de carácter avaliativo, elaborado no


âmbito da cadeira de Aconselhamento
psicologico em Saude, 4ᵒ ano, 5ᵒ grupo, curso de
Lic. Em Psicologia Clinica. Leccionado pela
docente:

MA. José Noneque

Universidade Politécnica

Nampula

2023

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Índice
I. Introdução .............................................................................................................. 4

1.1. Objectivos: ......................................................................................................... 4

1.2. Metodologia ....................................................................................................... 4

1.3. Estrutura ............................................................................................................. 4

1. Abordagem Multidimensional de Carhuff ............................................................. 5

1.1. Estágios do processo .......................................................................................... 6

1.2. O modelo de relação de ajuda de Carkhuff ........................................................ 6

1.3. Características das Dimensões Facilitadoras da Relação de Ajuda segundo os Níveis


de funcionamento pessoal (Modelo de Carkhuff) ......................................................... 7

1.4. Contextualização do modelo de ajuda desenvolvido por Carkhuff ................... 8

2. Conclusão ............................................................................................................ 10

3. Referências Bibliográficas ................................................................................... 11

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I. Introdução

Cada pessoa representa um padrão único e organizado de capacidade e potencialidades,


identificáveis através de testes objectivos, cientificamente construídos. Para a maioria dos
indivíduos, essas capacidades são estáveis, após o período da adolescência, e quando é
atingida a maturidade. O aconselhamento não é remediativo e deve abranger mesmo aqueles
que estejam progredindo no seu desenvolvimento. No aconselhamento, é preciso considerar-
se a sociedade, a fim de se proteger contra o perigo de facilitar o desenvolvimento do
individualismo extremo e da individualidade antissocial. O aconselhador é influenciado pelos
seus próprios valores, pelos valores da sociedade onde vive e pelos valores da instituição onde
trabalha. Além do mais, tem compromisso profissional com relação aos objetivos que propõe
para o aconselhamento. Admitindo que a natureza humana apresenta potencialidades para o
bem e para o mal, o aconselhador, como educador, não pode furtar-se ao julgamento e à
avaliação, já que visa, no aconselhamento, à realização do bom na natureza humana e na
minimização do mau.

1.1.Objectivos:

Geral:

 Falar sobre a Abordagem Multidimensional de Carkhuff.

Especifico:

 Apresentar o modelo de ajuda de Carkhuff


 Descrever as Características das Dimensões Facilitadoras da Relação de
Ajuda segundo os Níveis de funcionamento pessoal
1.2. Metodologia

Para a elaboração do presente trabalho, foi possível obter variados materiais, seguindo
algumas fontes, como livros obtidos em sites escolares, assim como matéria encontrada em
wikipédias livres, Google escolar, e variados sites académicos.

1.3. Estrutura

Quanto a estrutura, o trabalho esta divido em três partes, onde a primeira é a introdutória,
trata-se da descrição espelhada daquilo que se vai tratar, na segunda parte que é a do
desenvolvimento: de forma detalhada encontra-se o conteúdo. E finalmente as considerações
finais, na terceira parte.

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1. Abordagem Multidimensional de Carhuff

São as dimensões essenciais, as que podem ser compartilhadas por todos os processos
interactivos humanos: compreensão empática, respeito, autenticidade, concretude ou
especificidade, expressão e auto-exploração, transparência ou auto-revelação, confronto e
imediaticidade.

Muitos trabalhos se seguiram ao desafio lançado por Eysenck (1960) e outros (Levitt, 1963;
Lewis, 1965), quando afirmaram que o aconselhamento e psicoterapia realmente não
modificavam os clientes, e que a modificação que porventura ocorresse era devida à remissão
espontânea.

Numa revisão e síntese desses trabalhos e pesquisas que estudaram a questão relativa à
efetividade da psicoterapia, Truax e Wargo, Truax e Carkhuff, e Truax e Mitchelllevantaram
algumas conclusões básicas.

a) O aconselhamento e psicoterapia nunca são neutros - podem ser para melhor ou para
pior.

Uma resposta à confrontação que Eysenck e outros fizeram quanto à efetividade da


psicoterapia foi a maior variabilidade de efeitos apresentada pelos grupos tratados em relação
aos grupos não tratados (Rogers, Gendlen, Kiesler e Truax, 1967; Truax e Carkhuft). Isto quis
dizer que a psicoterapia tinha definitivamente um impacto e que este impacto teria duas
facetas: para melhor ou para pior.

Posterionnente, pesquisas de acompanhamento feitas por Anthony e colaboradores (Anthony,


Buell, Sharratt e Althoff; Anthony, Cohen e Vitalo) levantaram uma conclusão bastante
fundamentada: que o aconselhamento e psicoterapia como têm sido tradicionalmente
realizados - são efetivos em apenas cerca de 20% dos casos.

b) A melhora ou deterioração do cliente está associada à presença ou ausência de


determinadas condições.

Esta conclusão se relaciona ao nível de funcionamento do ajudador em determinadas


dimensões emocionais e interpessoais. Clientes de conselheiros e psicoterapeutas que
ofereceram altos níveis destas condições facilitadoras apresentavam resultados para melhor
numa série de indicadores físicos, emocionais e psicológicos, enquanto deterioravam aqueles

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clientes em contato com conselheiros e psicoterapeutas que ofereceram níveis baixos destas
condições.

c) É possível transportar os dados das pesquisas para o treinamento e prática.

É possível identificar, operacionalizar e treinar os componentes presentes numa relação de


ajuda efetiva e, em conseqüência, aumentar a média da efetividade do aconselhamento e
psicoterapia, pelo aumepto de ajudadores efetivos e deçréscimo daqueles que prejudicam.

1.1. Estágios do processo

São os passos de um processo natural para a resolução de um problema. Eles podem não
ocorrer em uma exacta sequência, as colocações e abordagens do ajudado irão determinar a
sequência e a duração de cada estágio.

Segundo Lofredi (1980), o processo caminha de uma colocação inicial para uma tomada de
consciência da mensagem que deve ser captada pelo facilitador. Aí, ocorre a transformação do
problema em um propósito de mudança para chegar à meta almejada pelo ajudado. Este
percebe que precisa; reformular-se e isto ser-lhe-á facilitado pela experiência e competência
do agente de ajuda. Afinal, ele experimenta os resultados e verifica como se sente a respeito
deles. O ciclo poderá recomeçar, aprofundando-se a experiência.

1.2. O modelo de relação de ajuda de Carkhuff

Segundo Lofredi (1980), a origem do modelo de relação de ajuda de Carkhuff resulta dos
estudos e experiências realizados pelo autor, quando membro da equipe de Carl Rogers, no
Wisconsir Psychiatric Institute, nos primeiros anos da década de 60. A influência da base
rogeriana se faz sentir no modelo de Carkhuff, principalmente: pelo conceito de relação de
ajuda desvinculado da terapia; pela evolução conceitual das dimensões do modelo; pela linha
básica de pesquisa. O afastamento entre Rogers e Carkhuff ocorreu a partir do desinteresse,
do primeiro em identificar e utilizar o inteiro leque das condições que possibilitam a mudança,
limitando-se ,a trabalhar sobre as condições; que chamou de "necessárias e suficientes para a
mudança": "empatia, consideração positiva incondicional e congruência".

Carkhuff (1969) , partindo da evidência de que aconselhamento e terapia são aspectos de


aprendizagem e reaprendizagem interpessoal, estende esse conceito às relações humanas, em
geral. A relação terapêutica, a relação de ajuda e a relação interpessoal apresentam um núcleo

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comum de condições facilitadoras da experiência humana e se diferenciam pelos níveis de
actuação.

Essas condições estariam relacionadas com a "pessoa que ajuda" o facilitador com a "pessoa
que recebe ajuda" e com o "contexto ambiental". A consequência dessa relação é a colocação
em segundo plano das técnicas e enfoques teóricos, que apresentam a "vivência interpessoal,
o caminho para assumir a própria vida de forma efectiva; ao mesmo tempo oferece aos outros
a mesma possibilidade.

Carkhuff forma sua equipe de trabalho e a relação de ajuda extrapola os limites profissionais
da terapia e do aconselhamento e envolve todas as relações interpessoais. No entanto, o
Modelo só assume personalidade própria quando utiliza a experiência da relação com uma
forma de aprendizagem, onde o facilitador "ensina" através da sua actuação o que é diferente
e oposto de Rogers: O processo de relação de ajuda do modelo de Carkhuff baseia-se em duas
proposições.

1.3. Características das Dimensões Facilitadoras da Relação de Ajuda segundo os


Níveis de funcionamento pessoal (Modelo de Carkhuff)

Níveis de Dimensões Facilitadoras da Relação de Ajuda


funcionamento
Empatia Respeito Concretude Autencidade Confronto Imediaticidade
pessoal

1 As expressões não Visão Generalizações A expressão é As Não há dialogo


são percebidas ou negativa do incertas diferente da discrepâncias por falta de
são deformadas. outro e da observação não são captação do
relação percebidas emergente
2 As expressões são Pequenos O material A expressão Não há A reacao ee
empobrecidas em interesses por relevante ee aproxima-se comparação mecânica por
seu conteúdo sentimentos e colocado de da entre as parte a parte
experiencias forma vaga observação discrepâncias
3 Os participantes Interesse Há algum Não há Abertura aa Captação do
da relação positivo por aproveitamento discrepância comparação emergente na
procuram um sentimentos e do material entre entre as relação
sentido comum experiencias relevante expressão e discrepâncias
observação
4 Compreensão Profundo O facilitador As Clarificação Discriminação e
profunda das interesse estimula a expressões das interpretação do
expressões pelas discussão do autenticas discrepâncias emergente

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comunicações material (positivas e através das
especificamente negativas) comparações
relevante não realizadas
destrutivas
são utilizadas
5 O facilitador Valorização A discussão As A Total
soma-se das centraliza-se em expressões comparação aproveitamento
significativamente possibilidades sentimentos e destrutivas entre as do emergente
dos sentimentos do outro experiencias são aceitas e discrepâncias
dos expressos ou como pessoa relevantes trabalhadas leva a uma
subjacentes livre nova forma de
acção

Toda aprendizagem ou reaprendizagem interpessoal pode ser positiva ou negativa; - os


resultados positivos ou negativos estão relacionados com o nível das dimensões facilitadoras
(empatia, respeito, autenticidade, concretude, confronto e imediaticidade) e de acção
orientada, oferecidas pela pessoa considerada "mais conhecedora" a quem chama de
facilitador.

A base dessas afirmações situa-se na suposição de existência de um núcleo comum de


dimensões, presentes em qualquer tipo de relação interpessoal, e por cujos efeitos é
responsável. Enfatiza que "essas dimensões" em si mesmas são partes inerentes à
personalidade humana, mas que as técnicas para comunicá-las podem ser apreendidas e
utilizadas.

1.4. Contextualização do modelo de ajuda desenvolvido por Carkhuff

No modelo de relacionamento de ajuda desenvolvido por Robert R. Carkhuff estão


operacionalizadas em comportamentos observáveis, mensuráveis e treináveis aquelas
condições que o ajudador oferece ao ajudado, para que este passe por um processo que irá
resultar no desenvolvimento de seus recursos físicos, emocionais e intelectuais.

Atender é uma habilidade que antecede ao relacionamento de ajuda propriamente dito, porque
se refere aos comportamentos que permitem ao ajudador se colocar disponível e pronto para
este relacionamento. Na medida em que ele é capaz de mostrar sua prontidão física, de
observar os dados corporais do ajudado, de escutar sem julgar, enfim, de receber a pessoa

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como ela é, ele facilita a esta se entregar ao relacionamento, se envolver consigo e com a
experiência de ser ajudada.

Responder é a habilidade de mostrar ao ajudado que o seu modo de ver as coisas, seus
sentimentos e seu mundo estão sendo compreendidos sem ameaças, censuras, rótulos,
distorções. É a condição .que irá lhe facilitar explorar a própria experiência (Onde estou?
Como me sinto? Por quê? ).

Personalizar é uma habilidade iniciativa, no sentido em que o ajudador deverá ir adiante,


iniciar com o ajudado a partir da compreensão que já obteve deste. Personalizar leva o
ajudado a compreender a sua participação naquilo que está vivendo e o que pode fazer em
relação a isto. No momento em que o ajudado personaliza o problema e a meta, ele se torna
agente da própria mudança, já que se torna claro como contribui com o que experimenta.
Compreender significa encontrar resposta para a pergunta: onde eu quero estar? Qual ,a minha
meta?

Iniciar supõe a especificação da meta em comportamentos viáveis, o desenvolvimento de um


programa de acção para que o ajudado possa agir em direcção a seus, objectivos. Na medida
em que este age, novos elementos compõem a experiência, desencadeando nova exploração,
compreensão, acção, tornando o processo cíclico e infindável.

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2. Conclusão

Chagado a este momento, nos resta concluir que, há pouca ou nenhuma evidência que o
conhecimento intelectual e a compreensão de teorias do aconselhamento sejam necessários
para maior eficácia do processo. A teoria, se usada como dogma rígido, pode prejudicar a
receptividade do aconselhador, ressalvando-se, é claro e óbvio, que a teoria é sempre
necessária. Convém transcrever ainda a frase de "Carkhuff admite que os aconselhadores
competentes não necessitam de sistema determinado''. Reforce-se toda essa colocação de
pessoa e teoria com a citação de Arbuckle: "A teoria de aconselhamento não pode ser isolada
da pessoa do aconselhador, simplesmente porque é ele que se envolve com o cliente e não a
sua teoria.

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3. Referências Bibliográficas

Carkhuff, R. R. Training as pref~rred mode of treatment. Journal of Counseling Psychology,


18: 123-31, 1971.

Eysenck, H. J. The effects of psychotherapy. In: Eysenck, H. J. ed. The handbook of abnormal
psychology. New York, Basic Books, 1960.

Levitt, E. E. Psychotherapy with children: a further evaluation. Behavior Research and


Therapy, (1): 45-51, 1963.

LeWi.s, W. W. Continuity and intervention in emotional disturbance: a review. Exceptional


Children, 31; 465-75, 1965.

Rogers, C. R.; Gendlen, E. T.; Kiesler, D. &, Truax, C. B. The therapeutic relationship and its
impacto Madison, Wisc., University ofWisconsin Press, 1967.

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