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Universidade Rovuma
Nampula
2022
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Universidade Rovuma
Nampula
2022
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Índice
I. INTRODUÇÃO ................................................................................................. 4
1. PROBLEMATIZAÇÃO ..................................................................................... 5
2.1. Geral............................................................................................................... 6
2.2. Específicos...................................................................................................... 6
3. JUSTIFICATIVA ............................................................................................... 6
5. METODOLOGIA ............................................................................................ 23
I. INTRODUÇÃO
A boa execução das tarefas dentro das organizações depende em grande parte da
maneira como elas são geridas e das diferentes componentes que tornam a pratica mais
adequada ao indivíduo, como o domínio da área em actuação, as condições do ambiente
de trabalho, os métodos de trabalho, o clima organizacional.
Segundo Markus e Lisboa (2015), o trabalho pode ser identificado pelo indivíduo na sua
realização pessoal e no prazer da actividade, duas condições importantes da vida
humana. Actuar na área de identificação profissional abre espaço para o
desenvolvimento psicossocial do homem, conferindo-lhe uma identidade, culminando
com uma grande sensação de prazer.
O desgaste emocional é um estado que merece bastante atenção, cuidado e que não deve
ser subestimado e nem naturalizado. As manifestações incluem sintomas físicos, como
dores de cabeça, alteração no sono, excesso de apetite e queda de cabelos. As alterações
psicológicas vão desde choro fácil, ansiedade, desesperança, dificuldade em
memorização, até reacções de agressividade e impulsividade. Atitudes como
negligenciar as próprias necessidades e não assumir limites podem ocasionar intensos
desgastes emocionais.
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1. PROBLEMATIZAÇÃO
Toda prática laboral é pautada por riscos ambientais e pela possibilidade de surgimento
de diversas doenças, entre elas o desgaste emocional e a síndrome do esgotamento
profissional.
Na Universidade Rovuma, este fenómeno pode ser uma ameaça a saúde física e
psicológica e a carreira de alguns profissionais, em especial aos docentes. Uma vez que
alguns destes apresentam sinais como irritabilidade, dificuldades de concentração,
lapsos de memória, mudanças repentinas de humor, pessimismo e cansaço físico e
mental durante a leccionação. Numa escala de 100%, alguns docentes manifestam estes
sinais de 40% a 55%, isto é, em alguns docentes os sinais tendem a ser mais frequentes
e notáveis nos dias laborais (de Segunda-feira à Sexta-feira) e ocorrem com menos
frequência quando estes leccionam aos sábados. Neste sentido, os sintomas vão
abrangendo à aqueles docentes cuja a tarefa exige envolvimento pessoal, directo e
intenso, devido a esta exigência estes apresentam-se com a falta de motivação e
interesse no desenvolvimento de suas actividades percebendo-se assim mudanças
repentinas de comportamento.
Devido o aparecimento frequente destes sinais que nos remetem ao desgaste emocional
em alguns docentes da Universidade Rovuma, constitui o seguinte problema de
pesquisa: Como a sobrecarga de tarefas pode influenciar no desgaste emocional e
na síndrome do esgotamento profissional?
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2. OBJECTIVOS DE PESQUISA
2.1. Geral
Avaliar a predominância do desgaste emocional e da síndrome do esgotamento
profissional e sua relação com a má execução das actividades em docentes da
Universidade Rovuma.
2.2. Específicos
Descrever o comportamento de docentes resultantes do desgaste emocional e da
síndrome do esgotamento profissional;
Explicar a predominância do desgaste emocional dos docentes no contexto de
trabalho;
Verificar o nível de ocupação dos docentes no contexto de trabalho;
Sugerir estratégias para minimizar a incidência do esgotamento profissional.
2.3. Hipóteses
3. JUSTIFICATIVA
Para o nível académico esta temática será de extrema importância uma vez que será uma
fonte de obtenção de informações relacionadas ao desgaste emocional e servirá como
uma motivação para o estudante de modo a desenvolver pesquisas relacionadas a, áreas
de psicologia assim como em outras diversas áreas.
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A nível científico, será de grande valia na medida em que, estudo desta temática vai
despertando atenção de estudantes dinamizando assim esta área de maneira a
proporcionar mais inovações, conteúdos e novidades científicas relacionadas ao
desgaste emocional devido a sobrecarga de tarefas.
E para a sociedade este estudo será relevante pois ira contribuir para a melhoria da
sociedade, compreensão do mundo laboral em que o individuo esta inserido, contribuirá
também para a emancipação do homem no ambiente laboral.
4. REFERENCIAL TEÓRICO
Em geral, a sobrecarga de trabalho pode ser definida como o excesso de serviço sobre
os colaboradores, considerando questões como longas jornadas laborais, grandes
demandas para serem executadas em curtos prazos, entre outras situações que
sobrecarreguem nossa condição biopsicológica. (PEREZ, 2013)
Dores aleatórias no corpo em razão das longas jornadas de trabalho, seja por
movimentos repetitivos, seja por posições estáticas;
Ansiedade em excesso em virtude dos prazos e das cobranças e que, se não
tratada, pode se tornar em transtorno e prejudicar a saúde mental e a qualidade
de vida do colaborador;
Alterações no sono, acordar cansado e com dores de cabeça são outros indícios
de sobrecarga de trabalho.
Todos esses sintomas indicam para a sobrecarga de trabalho, podem trazer riscos para a
saúde dos colaboradores e afectar, negativamente, os resultados da empesa. Por isso, é
preciso agir para evitar o excesso de serviço a fim de melhorar a qualidade de vida dos
profissionais e o clima organizacional como um todo.
Diante de todos esses factores, está mais do que clara a importância em investir em
acções que previnam a sobrecarga de trabalho e melhorem o ambiente organizacional.
Assim, todos são beneficiados, tanto os colaboradores quanto a empresa.
Para tanto, vale a pena pensar em estratégias para enfrentar as causas que resultam em
trabalho excessivo. Trouxemos algumas ideias para ajudar:
Na sua meta-análise dos correlatos das três dimensões do burnout, Lee e Asforth
(1996), por exemplo, examinaram 61 pesquisas. Os resultados revelaram correlações
altas e moderadas entre a exaustão emocional e variáveis organizacionais e do trabalho.
Por um lado, a exaustão emocional correlacionou-se positivamente com o papel
conflituoso, a sobrecarga, a pressão no trabalho e o estresse ocupacional. Por outro lado,
correlacionou-se negativamente com o suporte social proveniente de fontes externas ao
ambiente laboral (cônjuge, amigos, parentes), o suporte do supervisor, as expectativas
não atingidas pelo trabalhador e a inovação e a participação no trabalho.
4.3.Síndrome de Burnout
Conforme FERRARI (2014), O termo burnout tem origem na língua inglesa, a partir da
união de dois termos: burn e out, que respectivamente significam queimar e fora. A
união dos termos é melhor traduzida por algo como “ser consumido pelo fogo”.
A partir da década de 80, autores como Maslach e Jackson (1981) apud Codo; Vasques-
Menezes (2014), passaram a usar esse termo para designar a síndrome como uma
reacção à tensão emocional crónica gerada a partir do contacto directo e excessivo com
outros seres humanos, particularmente quando estes estão preocupados ou com
problemas. Cuidar exige tensão emocional constante, atenção perene; grandes
responsabilidades espreitam o profissional a cada gesto no trabalho. O trabalhador se
envolve afectivamente com os seus clientes, se desgasta e, num extremo, desiste, não
aguenta mais, entra em burnout. A síndrome é entendida como um conceito
multidimensional que envolve três componentes:
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A definição ainda não é um conceito fechado, mas pode ser considerado como um
estado de exaustão emocional, mental e físico causado pelo estresse excessivo e
prolongado, ligado ao trabalho (Ferrari, 2014 & Helpguide, 2014).
Caracterizada por ser o ponto máximo do stress profissional, pode ser encontrada em
qualquer profissão, mas em especial nos trabalhos que exijam envolvimento
interpessoal directo e intenso em que há impacto na vida de outras pessoas. Afecta
principalmente, profissionais da área de serviços “educação, saúde, assistência social,
recursos humanos, agentes penitenciários, bombeiros, policiais e mulheres que
enfrentam dupla jornada correm risco maior de desenvolver o transtorno” (Einstein,
2014).
Conforme Conheça (2014), Outras características que podem incentivar a síndrome são:
idealismo elevado, excesso de dedicação, alta motivação, perfeccionismo, rigidez.
hobbies ou outras actividades prazerosas, até passar a uma dedicação quase exclusiva ao
trabalho (Einstein, 2013).
A síndrome, como grande parte das condições psíquicas relacionadas ao trabalho, não
se instala repentinamente. Ela aparece de forma silenciosa e pode progredir por vários
anos consecutivos, passando de um mal-estar geral para um forte sentimento de
exaustão. Em geral, os primeiros a observarem as alterações no indivíduo são os
familiares, que chamam a atenção para certa mudança de comportamento (Einstein,
2013).
Pessoas que já têm histórico de depressão ou ansiedade são mais vulneráveis, assim
como, aquelas que tem o trabalho como a principal fonte de bem-estar, realização e
auto-estima (Einstein, 2013).
Alguns autores afirmam que a denominação deve levar em conta a questão da exaustão
emocional, outros autores afirmam que essa síndrome é uma resposta inadequada do
sujeito diante de uma situação de estresse crónico (Ferrari, 2014).
4.3.1. Causas
(18 a 29 anos) e de meia-idade (30 a 45 anos) eram as mais estressadas em razão das
demandas nas diversas actuações como esposa, mãe, responsável por pais idosos,
trabalhadora e sem suporte físico e emocional de seu parceiro, com essas dificuldades
do trabalho e familiares contribuindo para seus problemas de saúde.
Desta forma, qualquer pessoa que se sinta sobrecarregada e desvalorizada está em risco
de esgotamento, do trabalhador de escritório ao trabalhador que não tenha tido um
período de férias ou um aumento de salário ou, até mesmo, a dona-de-casa, exausta
lutando com a pesada responsabilidade de cuidar dos filhos e do trabalho doméstico
(HELPGUIDE.ORG, 2014).
São raríssimas as pessoas que trabalham naquilo que gostam, sentem alegria no que
fazem e não se deixam dominar pela compulsão do trabalho. Existe muita gente que,
desejando fugir de uma série de coisas, inclusive de seus conflitos inconscientes e de
sua ansiedade, trabalha num ritmo acelerado, numa verdadeira compulsão. O que se faz
no tempo livre e a forma de encarar o mundo pode ter um grande papel na ocorrência da
síndrome (HELPGUIDE.ORG, 2014).
4.3.2. Sintomas
Com relação aos sintomas denominados disfuncionais, destaca-se pelo menos três deles:
Essa soma de mal-estares pode levar ao alcoolismo, ao uso de drogas e até mesmo ao
suicídio. No dia-a-dia, a pessoa fica ainda arredia, passa a ser irónica, cínica e a
produtividade cai. Muitas vezes, o profissional acredita que a melhor opção seja tirar
férias; entretanto, quando volta, descansado, retoma a postura anterior. Há casos de
pessoas que saíram de férias, descansaram e estavam bem, mas, ao voltar ao trabalho,
apresentaram os sintomas novamente (Einstein, 2009).
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É crucial perceber que o esgotamento não é uma coisa que acontece apenas uma vez na
vida. Ele pode tomar conta do indivíduo várias vezes. Se aprendermos a reconhecer os
sintomas, é possível controlá-los antes que faça grandes danos e recuperar rapidamente
o equilíbrio (LAU, 1997, p. 132).
4.3.3. Tratamento
do sujeito. As terapias podem ser em grupos, incluindo aulas de dança e teatro que
proporcionam ao indivíduo a troca de experiências, o autoconhecimento, maior
segurança e o convívio social. Além desses, o acompanhamento médico e a alteração de
hábitos são dimensões importantes, como actividade física regular e exercícios de
relaxamento, os quais também ajudam a controlar os sintomas (VARELLA, 2014).
Não usar a falta de tempo como desculpa para não praticar exercícios físicos e
não desfrutar momentos de descontracção e lazer. Mudanças no estilo de vida
podem ser a melhor forma de prevenir ou tratar a síndrome de burnout;
Conscientizar-se de que o consumo de álcool e de outras drogas para afastar as
crises de ansiedade e depressão não são um bom remédio para resolver o
problema;
Avaliar quanto as condições de trabalho estão interferindo na qualidade de vida
e prejudicando a saúde física e mental. Avaliar também a possibilidade de
propor nova dinâmica para as actividades diárias e objectivos profissionais;
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Entretanto, Phillips (1984) apud BARRETO (2008) assevera que a primeira medida
para evitar a síndrome de burnout é conhecer suas manifestações.
5. METODOLOGIA
Para este estudo, será feita uma pesquisa descritiva, pois ela tenderá a descrever as
características da população ou fenómeno, e visará o estabelecimento de relações entre
variáveis (Prodanov & Freitas, 2013). A razão da eleição deste típo de pesquisa
descritiva é fundamentalmente a necessidade de relacionar as variáveis
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Em relação aos procedimentos técnicos, far-se-á uma pesquisa de campo; pois ela, é
usada com o objectivo de conseguir informações e/ou conhecimentos acerca de um
problema para o qual procurou-se uma resposta, ou de uma hipótese, que se queira
comprovar, ou ainda, descobrir novos fenómenos ou as relações entre eles Prodanov e
Freitas (2013). Tornou-se ainda uma pesquisa de campo por necessitar a realização de
uma pesquisa bibliográfica brevia sobre o tema em questão antes de começar com a
pesquisa e a verificação do nível do estágio do problema, facto possível mediante a
releitura dos trabalhos feitos apartir dos estudos realizados em diferentes paises.
Total: 150
Optou-se por este instrumento, pelo simples facto deste ser um instrumento de fácil
aplicação, de baixo custo e com boas propriedades psicométricas, tem um potencial
prático relevante, à medida que disponibiliza aos pesquisadores um instrumento e um
método para o diagnóstico dos factores psicossociais desencadeantes do desgaste
emocional e síndrome do esgotamento profissional nos trabalhadores no interior das
organizações. Nesse sentido, o método do HSE-IT, ao propor uma avaliação quanti-
qualitativa, amplia a possibilidade de identificar com maior amplitude as situações reais
de sobrecarga na respectiva organização pesqu1isada.
No que diz respeito a validade do estudo, esta será garantida na medida em que a
descrição dos dados decorreu da problemática em estudo e, respeitando todas as etapas
do processo de análise, tentou-se reproduzir fielmente a realidade dos factos.
Este trabalho irá se limitar ao estudo sobre a sobrecarga de tarefas e sua relação com a
síndrome do esgotamento profissional em docentes da UniRovuma, podendo ser
comparado com outras comunidades do País.
Rovuma vinculada o presente estudo é recente e foi fundada em 2019. Sendo assim,
ainda não possui um Comité de Ética para Pesquisa. E para efeitos de legalização das
pesquisas, essas são avaliadas e credenciadas pela Direcção Académica das Faculdades
ou Registo Académico dependendo da situação.
Posteriormente, seguir-se-á pela apresentação das Faculdades onde serão
submetidos ao inquérito alguns docentes que estiverem disponíveis.
Feita a apresentação, o pesquisador apresentar-se-á aos diversos docentes,
explicando os objectivos, a metodologia da pesquisa, os benefícios e riscos, e pedirá a
participação livre dos mesmos. Os que aceitarem em participar da pesquisa, serão
entregues primeiro o termo de consentimento livre e esclarecido e posteriormente lhes
serão entregue os questionários dentro de um envelope e receberam as devidas
instruções para o seu preenchimento. Além da participação livre na investigação, serão
cumpridos outros preceitos exigidos nas pesquisas com seres humanos, tais como:
respeito pelo anonimato, sigilo e confidencialidade das informações fornecidas.
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GIL, Antônio Carlos. Como elaborar projetos de pesquisa. 4. ed. São Paulo: Atlas,
2007.
RIBEIRO, Maria Nazareth. Teste 2: MBI -Maslach Burnout Inventory -General Survey.
[20-- ?]. Disponível em: <http://www.nazarethribeiro.com/mbi.pdf>. acesso em 11 jun
2022.
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Declaro que fui esclarecido, de forma detalhada, sobre a pesquisa que tem como título
“SOBRECARGA DE TAREFAS COMO UM DESENCADEADOR DO DESGASTE
EMOCIONAL E DA SINDROME DO ESGOTAMENTO PROFISSIONAL: um
modelo teórico - explicativo” bem como da importância de sua realização. Esta pesquisa
possui os objectivos descritos a seguir:
A identidade dos participantes não será revelada e as informações que forem prestadas
poderão ser utilizadas somente para fins científicos.
Dados Sociodemográficos:
Itens Avaliação
01 As exigências de trabalho feitas por colegas e supervisores são 0 1 2 3 4
difíceis de combinar.
02 Tenho prazos inatingíveis. 0 1 2 3 4
03 Devo trabalhar muito intensamente. 0 1 2 3 4
04 Eu não faço algumas tarefas porque tenho muita coisa para 0 1 2 3 4
fazer.
05 Não tenho possibilidades de fazer pausas suficientes. 0 1 2 3 4
06 Recebo pressão para trabalhar em outro horário. 0 1 2 3 4
07 Tenho que fazer meu trabalho com muita rapidez. 0 1 2 3 4
08 As pausas temporárias são impossíveis de cumprir. 0 1 2 3 4
09 Posso decidir quando fazer uma pausa. 0 1 2 3 4
10 Consideram a minha opinião sobre a velocidade do meu 0 1 2 3 4
trabalho.
11 Tenho liberdade de escolha de como fazer o meu trabalho. 0 1 2 3 4
12 O meu horário de trabalho pode ser flexível. 0 1 2 3 4
13 Recebo informações e suporte que me ajudam no trabalho que 0 1 2 3 4
faço.
14 Posso confiar no meu chefe quando eu tiver problemas no 0 1 2 3 4
trabalho.
15 Tenho suportado trabalhos emocionalmente exigentes. 0 1 2 3 4
16 Quando o trabalho se torna difícil, posso contar com ajuda dos 0 1 2 3 4
colegas.
17 Sinto que sou perseguido no trabalho. 0 1 2 3 4
18 As relações no trabalho são tensas. 0 1 2 3 4
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Fim