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Palestra: A saúde mental e o bem-estar dos professores:

desafios e possibilidades.

1. O QUE É SAÚDE MENTAL

2. O QUE NÃO É SÁUDE MENTAL

3. ESPECIFICIDADES DA SAÚDE MENTAL DOS PROFESSORES:


QUAIS SÃO OS DESAFIOS, QUAL A REALIDADE DURANTE A
PANDEMIA:

A profissão docente é considerada pela Organização Internacional do


Trabalho (OIT) como uma das mais estressantes, pois ensinar se tornou
uma atividade desgastante, com repercussões evidentes na saúde
física, mental e no desempenho profissional (Reis et al., 2006).
Independentemente do nível de ensino e instituição (pública ou privada)
em que atue, aponta-se que repercussões negativas na saúde do
professor podem ser causadas pelo:

Intenso envolvimento emocional com os problemas dos alunos


A desvalorização social do trabalho
A falta de motivação para o trabalho
A exigência de qualificação do desempenho
As relações interpessoais insatisfatórias, as classes numerosas
A inexistência de tempo para descanso e lazer e a extensiva
jornada de trabalho
(Neves & Silva, 2006).

Em conjunto, esses fatores se constituem como fontes de estresse


(Carlotto, 2012)
Constatou que a categoria docente considera os principais fatores de
desgaste no trabalho:
A sobrecarga de trabalho
A falta de controle sobre o tempo
Os problemas comportamentais dos estudantes
A Burocracia excessiva
A implementação de novas iniciativas educacionais
A dificuldade de relacionamento com os supervisores.
(Mazzola, Schonfeld, & Spector, 2011).

O grande desafio de formar pessoas para um futuro que ainda não


conhecemos, os professores precisam enfrentar, no espaço escolar,
adversidades que não são ensinadas nos bancos das universidades – o
acúmulo de trabalho, exaustão emocional, pouco envolvimento dos pais e
tantas outras dinâmicas estressoras.

O dia a dia de um professor é marcado por muitos desafios. O desprestígio da


profissão, a sobrecarga de trabalho burocrático, os casos de indisciplina e
desrespeito de discentes, as altas exigências de adaptação para atender uma
educação em transformação. Ao sentirem que tudo isso é imposto à docência –
profissão que, por si só, já é múltipla e complexa –, muitos profissionais
acabam por entrar em sofrimento mental e/ou físico. Portanto, ansiedade,
angústia, sensação de esgotamento são sentimentos comuns entre os
professores.

Os problemas mentais mais frequentes entre os professores segundo


pesquisas é o estresse e a síndrome de burnout depressão e outros problemas
como os vocais, doenças osteomusculares, entre outros.

Considerando o estresse, a ansiedade, o esgotamento e problemas


relacionados ao sono como alguns dos principais sintomas de adoecimento
mental investigados, observa-se que eles são relacionados aos denominados
Transtornos Mentais Comuns (TMC), quadro de sofrimento psíquico de
natureza não psicótica, que inclui queixas de ansiedade, depressão, alterações
de sono, fadiga e somatizações (Ludermir & Melo Filho, 2002)

Impacto da Pandemia na Saúde mental dos professores:


A pandemia da Covid-19 somou-se aos desafios enfrentados pelos
professores. Assim como para os alunos, a sala de aula teve de ser substituída
pelo escritório, pelo quarto ou até mesmo pela cozinha dos docentes.

Com o distanciamento social, as adversidades aumentaram:

A falta de recursos para ministrar aulas remotas

A sobrecarga de trabalho – pela necessidade de auxiliar alunos nas redes


sociais após o fim do expediente.

O uso excessivo de telas e, em alguns casos, a dificuldade para utilizar as


plataformas digitais.

A preocupação de perder o emprego, problemas financeiros familiares


decorrentes da pandemia.

Os efeitos na saúde mental vão continuar presentes, pois envolvem tanto


fatores da vida pessoal, quanto externos, como aqueles relacionados à
situação socioeconômica e sanitária do país. “O professor é a referência da
criança, depois da família. A criança e o adolescente os enxergam como um
super-homem, uma mulher maravilha. É importante lembrar que, antes de
serem professores, são pessoas com uma vida privada que cometem erros e
acertos”.

Entre os maiores fatores que afetam a saúde mental dos professores,


destacam-se:

Desvalorização social do trabalho;

Classes virtuais muito numerosas;

Falta de preparo para lidar com as tecnologias de ensino à distância;

Falta de técnicas pedagógicas para o ensino on-line;

Falta de apoio da gestão escolar

Relações interpessoais insatisfatórias;

Turmas desinteressadas pelo aprendizado;

Desânimo e desmotivação para o trabalho;


Inexistência de tempo para um adequado descanso;

Cobranças e exigências de qualificação do desempenho

Segundo dados do Censo Escolar de 2017, divulgados pelo Ministério da


Educação, 80% de todos os docentes da rede básica de ensino são
mulheres. O trabalho em casa, muitas vezes tendo de conciliar com as rotinas
domésticas e necessidades da família geram uma grande sobrecarga.

4. BEM-ESTAR: QUAIS AS POSSIBILIDADES DE MELHORIA DE BEM-


ESTAR E DE SAÚDE MENTAL DOS PROFESSORES.

Considerando que a saúde e a educação são condições preponderantes


para o desenvolvimento humano e social, é importante atentar aos
professores. Pois para exercerem a profissão precisam estar fisicamente e
mentalmente saudáveis.

Dicas para promover a saúde mental do professor

Um ensaio sobre Liderança Educacional, publicado pela Universidade de


Harvard (EUA), abordou a importância de proteger a saúde mental dos
professores. Segundo os pesquisadores, os docentes percebem a
necessidade de promover o bem-estar de seus alunos, mas nem sempre se
dão conta da relevância de cuidar da própria saúde mental.

Tendo isso em vista, elencamos algumas práticas para melhorar a condição


emocional do professor. Confira!

Organize sua rotina

Engana-se, quem pensa que dar aula em casa é uma tarefa fácil. Além da
necessidade de mais tempo para pesquisar, planejar e elaborar as
videoaulas ou podcasts, ainda há o risco de imprevistos que podem surgir
durante o dia. Portanto, organizar melhor a rotina e estabelecer um
cronograma com as atividades diárias é crucial.
Pratique atividade física

Além de fortalecer o organismo contra diversos tipos de doenças, inclusive


a Covid-19, os exercícios físicos ajudam a relaxar a mente e promover o
bem-estar emocional. Tais práticas se tornam imprescindíveis à diminuição
do estresse e ao controle dos pensamentos negativos que comprometem a
saúde mental do professor.

Desconecte-se

Entre as formas de preservar o autocuidado, o controle do uso de


dispositivos eletrônicos é um dos mais relevantes. Como o cenário atual
trouxe a necessidade do uso constante da tecnologia para o trabalho, os
professores precisam buscar um ponto de equilíbrio em suas tarefas diárias.

O ideal é alternar a elaboração das videoaulas com atividades relaxantes,


como ioga, caminhada e práticas de instrumentos musicais. Adotar essas
medidas ajuda a relaxar o cérebro, além de movimentar o corpo para evitar
os danos decorrentes da postura durante o trabalho online.

Melhore as relações com os colegas

É fundamental que o corpo docente cumpra as metas estabelecidas pela


escola, mas o papel do diretor e dos demais auxiliares é fundamental na
organização da demanda. Melhorar as relações com os colegas e manter
uma comunicação eficaz pode diminuir a pressão e as cobranças
resultantes da sobrecarga de trabalho.

A importância de buscar ajuda

Diante de tudo isso que apresentamos, é preciso buscar maneiras mais


adequadas para lidar com a questão emocional dos educadores em tempos
de pandemia. Por isso, para garantir uma saúde mental mais equilibrada, a
ajuda profissional é indispensável.
Nessas circunstâncias, somente uma equipe de especialistas está apta a
auxiliar os docentes na superação dos riscos associados à rotina escolar.
Um suporte adequado é essencial para o enfrentamento das questões
resultantes dessa rápida transformação do contexto educacional

O que é síndrome de burnout?


A síndrome de burnout é um distúrbio psíquico causado pela exaustão extrema, sempre
relacionada ao trabalho de um indivíduo. Essa condição também é chamada de “síndrome
do esgotamento profissional” e afeta quase todas as facetas da vida de um indivíduo.
Ela é o resultado direto do acúmulo excessivo de estresse, de tensão emocional e de
trabalho e é bastante comum em profissionais que trabalham sob pressão constante,
como médicos, publicitários e professores.
Toda essa pressão, ansiedade e nervosismo resultam em uma depressão profunda, que
precisa de acompanhamento médico constante.
A tendência é que a síndrome de burnout se torne cada vez mais comum, sendo que seu
diagnóstico é realizado por meio de uma consulta médica com um psicólogo ou um
psiquiatra.

Quais os sintomas da síndrome de burnout?


Os sintomas da síndrome de burnout podem ser físicos ou psicológicos, sendo que a
pessoa pode apresentar:
– Cansaço mental e físico excessivos;
– Insônia;
– Dificuldade de concentração;
– Perda de apetite;
– Irritabilidade e agressividade;
– Lapsos de memória;
– Baixa autoestima;
– Desânimo e apatia;
– Dores de cabeça e no corpo;
– Negatividade constante;
– Sentimentos de derrota, de fracasso e de insegurança;
– Isolamento social;
– Pressão alta e
– Tristeza excessiva.

O termo burnout, derivado de um jargão inglês, significa “aquilo que deixou de funcionar
por absoluta falta de energia” (Trigo et al, 2007, p. 225). Ou seja, a Síndrome de Burnout
caracteriza uma pessoa que chegou ao seu limite e sente-se esgotada. No entanto, há uma
ligação da Síndrome que a desvincula da depressão, do estresse rotineiro, da ansiedade.
Para ser considerada Síndrome de Burnout, necessariamente, toda esta estafa física,
mental e emocional tem de estar ligada ao trabalho

A síndrome de burnout é um processo que se inicia com prolongados e


excessivos níveis de estresse (tensão) no trabalho. 

Já os principais fatores de risco vinculados às características de personalidade


(ou do indivíduo), envolvem aqueles com traços excessivamente
competitivos, perfeccionistas, pessimistas, controladores, passivos, exigen
tes ou com grandes expectativas ou idealismo em relação à profissão.

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