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A RELAÇÃO ENTRE O CONCEITO DE BELEZA NA CONSTRUÇÃO

DA AUTOESTIMA E O DESENVOLVIMENTO DO TRANSTORNO DISMÓRFICO


CORPORAL
Estudo sobre a relação entre a construção do conceito de beleza e da autoestima e o desenvolvimento
do transtorno dismórfico corporal.
ÍNDICE
1. RESUMO
2. INTRODUÇÃO
3. MÉTODO
4. A BELEZA AO LONGO DA HISTÓRIA DA HUMANIDADE

4.1 IMPOSIÇÃO DOS PADRÕES DE BELEZA

5. CONCEITO E CONSTRUÇÃO DA AUTOESTIMA

5.1 CONSTRUÇÃO DA AUTO-ESTIMA NA INFÂNCIA E ADOLESCÊNCIA

6. TRANSTORNO DISMÓRFICO CORPORAL


7. RELAÇÃO ENTRE O TDC, PADRÕES DE BELEZA E A AUTOESTIMA
8. O PAPEL DO PSICÓLOGO COGNITIVO-COMPORTAMENTAL NO TDC
9. CONSIDERAÇÕES FINAIS
10. REFERÊNCIAS

1.
2. RESUMO
A autoestima é considerada um importante indicador de saúde mental por interferir nas
condições afetivas, sociais e psicológicas do indivíduo. Os padrões de beleza não são estáticos,
e tem influenciado no desenvolvimento de transtornos relacionados à distorção da imagem
corporal. O objetivo deste trabalho busca verificar a relação entre a construção do conceito
de beleza e da autoestima, e o desenvolvimento do transtorno dismórfico corporal; bem
como o papel do psicólogo no tocante a problemática. O mesmo caracteriza-se por uma
pesquisa bibliográfica desenvolvida a partir da investigação da literatura atual sobre o tema.
Para tratar da temática foi discorrido o conceito de beleza ao longo da história da
humanidade bem como a influência desses padrões na saúde física e psicológica dos
indivíduos; o conceito e a construção da autoestima na infância e adolescência; a definição do
transtorno dismórfico corporal; a correlação entre o transtorno, os padrões de beleza e a
autoestima; e o papel do psicólogo embasado na terapia cognitivo-comportamental. Conclui-
se que os padrões de beleza influenciam em comparações entre o corpo real e o corpo ideal,
onde ocorre um grave fracasso que leva a perda da autoestima e a insegurança. É notório a
importância de uma autoestima fortalecida para ir contra esses padrões estéticos, buscando
elevar a importância de se aceitar como é, além de buscar outras formas de se adquirir bem-
estar que não se resumem somente a padrões estereotipados de beleza.

Palavras-chave: Padrões de beleza. Autoestima. Transtorno dismórfico corporal.


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3. INTRODUÇÃO
A autoestima é considerada importante indicador de saúde mental por intervir nas condições
afetivas, sociais e psicológicas do indivíduo, ou seja, influência nas decisões da pessoa
(SCHULTHEISZ; APRILE, 2013).

Ao longo da história da humanidade pode-se observar que o conceito de beleza mudou em


cada época, de acordo com suas particularidades (SUENAGA; LISBOA; SILVA; PAULA, 2012). Na
cultura do século XXI, o corpo é visto como objeto; e aqueles que não se enquadram nos
padrões – pessoas acima do peso e mais velhas – são excluídos e marginalizados (NETO;
CAMPOS, 2010).

É possível observar pelas mídias televisivas e redes sociais, o crescente desenvolvimento de


transtornos relacionados a distorção da imagem corporal (MURARI; DORNELES, 2018).
Portanto, destaca-se que os padrões de beleza construídos socialmente, têm influenciado as
pessoas por uma busca excessiva em se igualar ao modelo corporal idealizado, e assim, acaba
por influir em determinadas patologias, como a depressão, bulimia, ansiedade social,
transtorno dismórfico corporal, entre outras. (BORBA; THIVES, 2011).

O presente trabalho parte da preocupação com tais questões, uma vez que, quando há uma
fragilidade na construção da autoestima, é possível verificar a maior vulnerabilidade para o
desenvolvimento de transtornos relacionados a imagem.

De acordo com os autores Borba e Thives (2011), as pessoas associam o bem-estar e a


autoestima como uma condição adquirida através de procedimentos estéticos e cirúrgicos.
Esses procedimentos evidentemente podem produzir aumento da autoestima, no entanto,
deve-se estar alerta para os transtornos decorrentes dessa busca, pois colocam em risco a
própria saúde física e mental do sujeito.

Destaca-se a importância de uma autoestima fortalecida para ir contra esses padrões


estéticos, buscando elevar a importância de se aceitar como é; e que existem outras formas
de se adquirir bem-estar, tais como o amor próprio, o equilíbrio emocional e as realizações;
não somente os meios estéticos ou padrões corporais socialmente ditados (BORBA; THIVES,
2011).

Na literatura acadêmica, diversas expressões são utilizadas para definir a autoestima.


Dependendo da abordagem teórica, os autores poderão privilegiar um ou outro aspecto
(SCHULTHEISZ; APRILE, 2013). Porém, vamos defini-la como a capacidade de amar a si
próprio, aceitar a si mesmo e valorizar o outro (SCHMITZ, 2004).
De acordo com Branden (1995, p.1), “a autoestima tem dois componentes: o sentimento de
competência pessoal e o sentimento de valor pessoal, ela reflete na capacidade de lidar com
os desafios da vida e no direito de ser feliz”. Para Guilhardi (2002) ela não nasce com a
pessoa, é desenvolvida durante toda a vida. É possível verificar que o bem-estar e a saúde
mental do indivíduo depende, entre outras variáveis, da maneira como o indivíduo se vê e a
maneira como interpreta o que ocorre ao seu redor; e que a autoestima está correlacionada à
autoimagem e a imagem corporal.

A autoestima (AE) possui três pilares fundamentais: gostar de si mesmo, acreditar em suas
capacidades e ter autoconfiança (SCHMITZ, 2004). Não é estática, apresenta altos e baixos
(MOSQUERA; STOBÃUS 2006); e a autocrítica, a autoconfiança, o autoconceito, a autoimagem
e a imagem corporal, são correlatas ao conceito (GUERREIRO, 2011).

A autoimagem serve como base para a autoestima, visto que reside no conhecimento
individual de si mesmo e no desenvolvimento das próprias potencialidades, e na percepção
dos sentimentos, atitudes e ideias que se refere à dinâmica pessoal (MOSQUERA; STOBHAUS,
2008). De acordo com Loiola (2014 apud Kakeshita; Almeida, 2006) é desenvolvida e
reavaliada continuamente durante toda a vida, pois a relação estabelecida entre o indivíduo e
seu ambiente sociocultural será capaz de influenciar a sua construção.

Considerando que os padrões de beleza influenciam nos transtornos relacionados a distorção


da imagem corporal, faz se necessário explicitar o Transtorno Dismórfico Corporal (TDC), que
dentre as várias causas associadas ao seu surgimento, está a baixa autoestima.

De acordo com o DSM-V (Manual Diagnóstico e Estatístico, 2014), o TDC é descrito como um
transtorno que desencadeia prejuízos significativos no funcionamento social, profissional ou
em áreas importantes da vida do indivíduo.

A maioria dos pacientes apresentam comorbidades tais como: transtorno obsessivo


compulsivo; depressão; fobia social; transtornos alimentares; abuso de substâncias
dependentes; e transtornos de personalidade como narcisista e histriônica (DSM-V, 2014).

Com relação ao tratamento do TDC, segundo Ramos et al. (2005) a terapia cognitiva
comportamental é a mais eficaz para esses pacientes.

Diante do exposto, muitas questões foram suscitadas e desencadearam perguntas de


investigação, como por exemplo: De que forma está relacionada a autoestima e o TDC? Ou
ainda, de que maneira pode o psicólogo atuar junto a problemática do TDC?
Foi possível perceber que este corpo construído no inconsciente das pessoas pelo poder
midiático, está influenciando de maneira perversa a autoestima e autoimagem, causando um
sofrimento psíquico; e muitos desses desejos estéticos por perfeição, refletem sentimentos
compensatórios de inferioridade e insegurança (NETO; CAMPOS; 2010). Floriani; Marcante e
Braggio (2010) sugerem que quanto maior essa busca, menor a autoestima.

As mulheres são as que mais buscam por alterações corporais para pertencer a um grupo
social de referência, baseado nos ideais de beleza atual. O ideal feminino de emancipação dos
movimentos feministas de liberdade, sucumbiu à ditadura de uma estética corporal que se
opõe à obesidade e ao envelhecimento (LOPES; PAIXÃO, 2014).

Ressalta-se a importância do despertar do olhar dos diversos profissionais, tanto da área da


estética, quanto da educação (em todos os segmentos: em escolas ou academias) da
necessidade em perceber indícios de distúrbios relacionados à imagem corporal; bem como
estar preparados para trabalhar em conjunto com os profissionais da saúde – como
psicólogos, psiquiatras e nutricionistas – buscando minimizar os danos dessa procura
desesperada em adquirir um padrão de beleza irreal (FERREIRA; CASTRO; GOMES, 2005).

O objetivo deste trabalho foi verificar a relação entre a construção do conceito de beleza e da
autoestima, e o desenvolvimento do transtorno dismórfico corporal; bem como o papel do
psicólogo enquanto profissional da saúde que pontualmente é solicitado para auxiliar no
cuidado de casos que apresentam o TDC.

Para tratar a temática, foi trabalhado no capítulo 3, o conceito de belo ao longo da história da
humanidade, e a influência dos padrões de beleza socialmente estabelecidos que se
transformam inconscientemente numa obsessão que vem menosprezando a saúde física e
psicológica.

Para trabalhar o conceito de autoestima, bem como a sua construção na infância e sua
influência na vida do adolescente e do futuro adulto; foi descrito no capítulo 4, a sua
conceituação, de acordo com diferentes autores.

A respeito do TDC, foi trabalhado no capítulo 5 o histórico, a etiologia, as características, as


comorbidades e os instrumentos para diagnóstico clínico. Também foi apresentado aspectos
comuns na história de vida destes pacientes, visto que possui origem multifatorial.

No capítulo 6, foi tratado a correlação entre o TDC, os padrões de beleza e a autoestima; visto
que os padrões de beleza influenciam diretamente na autoestima e podem assim, contribuir
para o desenvolvimento do transtorno.
Com relação ao papel do psicólogo, foi apresentado no capítulo 7, as técnicas, baseadas na
terapia cognitivo comportamental; as características clínicas; e os estudos mais recentes com
relação ao tratamento farmacológico, que faz parte do tratamento associado à terapia.
4. MÉTODO
O presente trabalho caracteriza-se por uma pesquisa bibliográfica desenvolvida a

partir da investigação da leitura atual sobre a temática.

Conforme afirma Gil (2006, p. 44) “a pesquisa bibliográfica é desenvolvida com base em
material já elaborado, constituído principalmente de livros e artigos científicos”.

As fontes que forneceram o conteúdo adequado em relação à temática foram 8 livros,


publicados no período de 1993 a 2014; e 52 artigos publicados no período de 1998 a 2018.

Utilizou-se as seguintes palavras-chaves: Padrões de Beleza, Autoestima, Transtorno


Dismórfico Corporal e Tratamento Psicológico.

Após a seleção dos artigos baseada nas palavras-chaves, realizou-se a leitura exploratória de
todo o material relevante, leitura seletiva das fontes selecionadas e o registro de informações
extraídas em instrumentos específicos. Posteriormente foi realizada uma análise descritiva
das informações compiladas, para ampliar o conhecimento sobre o tema pesquisado e
elaborar o referencial teórico.

A seguir, o quadro retratando a coleta de dados para análise da temática:


5. A BELEZA AO LONGO DA HISTÓRIA DA HUMANIDADE
É inegável que alguns valores como poder, beleza e riqueza, são estabelecidos culturalmente
(FERREIRA; CASTRO; GOMES, 2005). O padrão de beleza e o conceito de belo não são
estáticos, estão sempre se modificando. Desde a antiguidade, a humanidade se depara com
estes padrões de beleza que foram se refinando e adaptando, contribuindo para o
desenvolvimento da estética (LOPES; CARVALHO,
2011).

Não existe um corpo impermeável às marcas da cultura, ou seja, não há possibilidade de


dissociar o corpo da cultura (SUENEGA et al., 2012). Nele estão localizados os valores culturais
de determinada sociedade (BARROS, 2013). “O corpo enuncia e presentifica os valores” de
cada contexto histórico (ARAUJO; LEORATTO, 2013, p. 718).

De acordo com Araujo e Leoratto (2013, p. 721) a visão estética corporal e visual “alterou-se
de períodos em períodos, construindo imagens a serem idealizadas e conquistadas”. O corpo
é o suporte da identidade do indivíduo, é a estrutura básica que estabelece as primeiras
relações do ser com o meio (ARAUJO; LEORATTO, 2013). Não obstante, a roupa é considerada
como uma forma de linguagem, pois comunica os desejos dos indivíduos, e como tal, altera a
estrutura física do corpo por ser uma extensão do mesmo (ARAUJO; LEORATTO, 2013).

Sendo assim, se faz necessário elucidar a beleza ao longo da história da humanidade. Sua
busca é tão antiga quanto à existência dos seres humanos (SUENEGA et al., 2012).

O histórico da beleza teve início na pré-história. Existem muitos relatos dos quais configuram
que, entre os povos primitivos era considerado belo a pintura dos rostos e dos corpos, além
de ser uma forma de agradar aos deuses e afugentar os maus espíritos (SUENAGA et al.,
2012).

Os egípcios também pintavam os rostos e as unhas – utilizavam carvão, açafrão, pedra


malaquíta moída e outros pós coloridos – como parte de seus hábitos de embelezamento
diário. Esses povos se preocupavam excessivamente com a limpeza, que era considerada
sinônimo de proteção contra o mal e às doenças (SUENAGA et al., 2012). O ideal de corpo
feminino entre os egípcios, era bem acinturado e com os seios firmes (PEREIRA, 2014).

Entre os hebreus, a beleza também estava associada a hábitos de limpeza só que destinados à
conservação da pele, dos cabelos e dos dentes em geral, onde passavam azeite de oliva e óleo
de semente de uva para hidratar e proteger à pele; também preparavam pomada de hissopo
(planta aromática localizada próxima ao Mar Negro e da Ásia Central), mirra em pó e romã
para a limpeza da pele (SUENAGA et al., 2012).

De acordo com Suenaga et al (2012, p. 5) “os padrões de beleza e harmonia criados na Grécia
Clássica (V e IV d. C) são imitados até hoje”. As mulheres gregas passavam muito tempo
cuidando dos cabelos – considerado o símbolo da beleza feminina da época – lavando,
trançando e os enrolando com ferro. Os exercícios físicos eram comuns entre homens e
mulheres, e o ideal de corpo masculino se baseava na boa forma física (PEREIRA, 2014). O
corpo admirável era aquele possuidor de capacidades atléticas, saúde e fertilidade; sendo
elemento não somente de adoração, mas também de interesse do estado, para as
competições nos Jogos Olímpicos, e para as guerras com outros povos (FARHAT, 2008).

No entanto, diferente do que é considerado belo no século XXI, o corpo bronzeado não era
sinônimo de beleza entre os gregos, mas sim a pele branca, que era considerada símbolo de
status (SUENAGA et al., 2012). Para proteger a pele dos raios solares, se banhavam em azeite
de oliva e depois polvilhavam seus corpos com areia fina. Também de acordo com Farhat
(2008, p. 17) “os cabelos loiros eram raros e admirados pelos gregos e ambos os sexos
tentavam descolorir seus cabelos com infusões de flores amarelas”. Demonstrando desde
então, o caráter autoritário dos padrões de beleza.

Na Idade Média o ideal de beleza feminino era baseado na imagem da Virgem Maria (pele
branca, cabelos loiros e ar virginal). O belo, estava conectado ao divino e às virtudes morais
(SUENAGA et al., 2012). A vestimenta feminina era longa, pois quanto mais exteriorizasse o
corpo feminino, mais valiosa era a interioridade de sua alma (MACEDO, 1998).

Com o domínio do cristianismo, atos de vaidade (como maquiagem, os costumes dos banhos
e as massagens) passaram a ser considerados pecados (SUENAGA et al., 2012) e a mulher que
pintasse a face ou alterasse a cor dos cabelos – ou seja, a mulher que tentasse alterar a sua
aparência – estava contestando a imagem que Deus lhe deu (MACEDO, 1998).

Para os medievais e outros conjuntos culturais, os cabelos detinham de signos de status


sexual. Os cabelos grandes simbolizavam uma sexualidade não restringida, enquanto o cabelo
curto simbolizava a sexualidade restringida, e a cabeça totalmente raspada, simbolizava a
abstinência sexual (MACEDO,1998).

Na época do renascimento, o ideal de corpo feminino retratava mulheres com corpos


volumosos. A gordura era sinônimo de saúde, sendo disponível para um seleto grupo da
classe dominante “já que o viver deles era abastecido do melhor alimento da época e se
afastava de qualquer atividade física desgastante” (FREITAS et al, 2010, p. 393). De acordo
com Pereira (2014, p. 11) o excesso de gordura também “garantia uma reserva para a
gestação, quadris largos facilitavam o trabalho de parto e seios volumosos eram perfeitos
para amamentar”.

O luxo passou a se tornar visível, e os acessórios passaram a ser considerados belos – homens e
mulheres passaram a aderir ao uso de joias, maquiagens e fragrâncias – além do uso garantir o
poder social (SUENAGA et al., 2012).

No século XVI, a atenção era voltada para a parte superior do corpo feminino: rosto, ombros e
busto. As características marcantes eram a delicadeza e intensidade dos olhos. Nos séculos
seguintes, a ênfase recaía nas pernas, quadris e cinturas femininas (ARAUJO, LEORATTO,
2013).

O uso de maquiagens novamente tornou-se comum entre homens e mulheres, no século XVII,
que usavam pós de arroz e as “la mouche” (pintas artificiais) na face (LOPES; CARVALHO,
2011). O ideal de corpo feminino era baseado em cinturas bem marcadas, e para tanto, as
mulheres utilizavam espartilhos apertados para afinar a cintura. Durante essa época também
era considerado belo o uso de perucas e lenços; a vestimenta era marcada pelo uso da seda e
do cetim, e nas femininas, os decotes chegavam até os mamilos (PEREIRA, 2014).

Foi nas primeiras décadas do século XIX que ocorreu a mudança na visão estética sobre o
corpo, mirando em direção à magreza e a renegação da obesidade
(FREITAS et al, 2010).

No século XX, o ideal de corpo feminino valorizava o corpo curvilíneo e a cintura fina, onde as
mulheres deviam ser altas e magras. Esse século, também foi marcado pelas grandes
transformações em relação às noções de beleza em um breve período de tempo, e por
disseminar a necessidade de se alcançar um corpo ideal (ARAUJO; LEORATTO, 2013). Serão
brevemente destacadas a seguir, as principais mudanças que ocorreram nessa época.

Nos anos de 1910, o ideal de corpo feminino se baseava em seios volumosos. Era comum o
uso de corseletes entre as mulheres, para disciplinar as cinturas. Os vestidos longos e o uso de
chapéus extravagantes eram símbolo de status entre as mulheres (GOSTINSKI, 2009).

Com a primeira guerra mundial (1914-1918) e com os homens adentrando aos campos de
batalha; as mulheres foram conduzidas aos mercados de trabalho. Com isso, as vestimentas
tiveram que se adequar à rotina das fábricas e dos escritórios, e os corseletes foram
substituídos pelos sutiãs, que tiveram suas primeiras versões durante essa época. Gostinski
(2009, p. 49) ressalta que “o figurino feminino passou de frágil para funcional: surgiram os
cabelos curtos e as roupas foram repaginadas de modo a constituir uma silhueta que não
mais valorizava o corpo.”

Nos anos de 1920, a elegância era sinônimo de simplicidade (GOSTINSKI, 2009). As mulheres
passaram a ter mais liberdade nas vestimentas que mostravam as pernas e o colo. A silhueta
idealizada era geometrizada: cintura, seios e quadris deveriam ter medidas parecidas. Para
isso, as mulheres disfarçavam as curvas usando vestidos retos e enrolavam faixas sobre os
seios para achatá-los (GOSTINSKI, 2009).

Os anos de 1930, elegeram as costas femininas como o novo foco de atenção. A mulher dessa
época devia ser magra, bronzeada e esportiva.” (Gostinski, 2009, p. 60).

Nos anos de 1940, a vestimenta da década vislumbrava as saias rodadas e compridas, assim
como o uso de luvas e sapatos de salto alto (GOSTINSKI, 2009).

Nos anos de 1950, foi resgatado a feminilidade e o padrão de beleza feminino era baseado na
sensualidade. A referência era a atriz Marilyn Monroe. Já entre os homens, a referência era o
cantor de rock Elvis Presley, e por esse motivo, os topetes masculinos ganharam destaque
(GOSTINSKI, 2009).

Durante os anos de 1960, o ideal de beleza feminino valorizava o corpo com aspecto “natural”
– ou seja, a beleza inata (SIQUEIRA; FARIA, 2007). A década também foi marcada por um
momento de emancipação feminina, relacionado a vestimenta: consagrando-se o visual
unissex – calças jeans e sapatos baixos (SUENAGA et al., 2012). “Pela primeira vez, a mulher
ousava se vestir com roupas tradicionalmente masculinas, como o smoking” (GOSTINSKI, p.
72, 2009). Para os homens, também houve uma revolução: passaram a ser aceitos os cabelos
compridos (SUENAGA et al., 2012).

Nos anos de 1970, surgiram duas tendências que influenciaram o mundo da moda e o
conceito de beleza: o movimento hippie e o punk, que foram iniciados devido às pessoas:

Perceberem que os valores da sociedade em que viviam não os faziam felizes, os

alienavam e envolviam numa engrenagem de que eles, como indivíduos, eram apenas

uma peça a mais, esses jovens propunham uma vida baseada no amor a todas as coisas e

no presente, sem hipotecas sobre o futuro.

(CIDREIRA, R. P., p.36, 2008)

Os punks espelhavam em sua estética a revolta, a destrutividade e a negatividade (CIDREIRA,


2008) através de roupas rasgadas, cabelos coloridos e cortes “moicanos”, jaquetas de couro e
coturnos (GOSTINSKI, 2009). Nas mulheres, as roupas realçaram as nádegas – com os jeans
apertados e o surgimento das mini saias/mini vestidos (CIDREIRA, 2008).

Os hippies destacaram as camisetas estampadas (as Pop Art: estamparias com a reprodução
de famosos, histórias em quadrinho, etc.); as saias compridas ganharam destaque; surgiram
as flores enfeitando os cabelos; foram responsáveis por fazerem dos jeans peças chiques – foi
o auge das calças com boca de sino
(CIDREIRA, 2008).

Entretanto, os dois movimentos que pregavam a liberdade, acabaram por contribuir


indiretamente com o desenvolvimento da indústria do consumo (CIDREIRA, 2008). De forma
positiva, os dois movimentos contribuíram para a massificação da moda, que passou a ser
acessível a todos e não mais expressão das diferenças entre classes sociais (CIDREIRA, 2008).

Durante os anos de 1980, o ideal de beleza era o “corpo saudável”. A busca por um corpo
perfeito passou a ser uma obsessão: adoção de hábitos saudáveis, rotina de exercícios, uma
boa alimentação, etc.” (ARAUJO; LEORATTO, 2013, p. 722). Os homens desenvolveram o culto
à musculação, mais especificamente ao fisiculturismo (ARAUJO; LEORATTO, 2013).

Nos anos de 1990, o estereótipo de beleza feminino se baseava em mulheres magras e com
cabelos curtíssimos (GOSTINSKI, 2009). A silhueta ideal era estilo manequim: com braços e
pernas finas. Deu-se início a era da cirurgia plástica, especialmente em relação ao silicone – o
busto se tornou a zona erógena que valorizava os decotes (ARAUJO; LEORATTO, 2013).

A lingerie passou a fazer parte das vestimentas, ganhando notoriedade. Surgiu também o
Grunge, movimento impulsionado pelo rock; onde os jovens passaram a utilizar
calças/bermudões largos e camisas xadrez; além da ascensão dos piercings e das tatuagens
entre os jovens (ARAUJO; LEORATTO, 2013).

No século XXI, o padrão de beleza feminino se baseia em corpos com sinuosidade, pele
bronzeada, abdomens definidos, pernas saradas, cabelos pintados, unhas embelezadas, uso
constante de maquiagem e pelas buscas em retardar o envelhecimento – através de cremes
rejuvenescedores e/ou métodos estéticos (SUENEGA et al, 2012).

Já o ideal masculino, se baseia em homens musculosos, que devem apresentar certa


agressividade e demonstrar poder em relação aos demais, através de bens de consumo,
despesas significativas e cargos de chefia (SUENEGA et al, 2012).
Diante do exposto, é possível concluir que o corpo se transformou em símbolo de status e se
constitui como o principal meio de representação do indivíduo, além de espelhar poder e
excluir aqueles que não fazem parte dos padrões vigentes (ARAUJO; LEORATTO, 2013).

De acordo com Murari e Dorneles (2018), ao estudar o histórico do corpo percebese que este
nunca deixou de ser criticado, mesmo que atualmente tenha se libertado de algumas
amarras, ainda se encontra aprisionado.

5.1. IMPOSIÇÃO DOS PADRÕES DE BELEZA

De acordo com Barros (2013, p. 76) “as formas de problematizar as aparências, os modos de
conceber e de produzir noções de beleza são modificados ao longo do tempo na sociedade”.

Floriani; Marcante e Braggio (2010, p.1) concluem que “mesmo tendo em mente que o que
importa é a essência, na realidade a aparência é fundamental”, pois o que verdadeiramente
importa é estar dentro dos padrões determinados, independente das consequências
(FERREIRA; CASTRO; GOMES, 2005).

O corpo, que se transformou num objeto do narcisismo do ser humano, é submisso às


exigências da sociedade e a busca pela imagem corporal idealizada (ARAUJO; LEORATTO,
2013). Ferreira; Castro e Gomes (2005, p. 171) afirmam que a busca neurótica pelo corpo
perfeito se constitui “nos dias atuais, uma verdadeira “epidemia” que assola as sociedades
industrializadas acometendo sobretudo, adolescentes e adultos jovens”.

Vigarello (2006 apud SUENEGA et al, 2012) afirma que o corpo se tornou “o nosso mais belo
objeto de consumo”, ou seja, o corpo real é descartado em prol do modelo desejado e
imaginado (FERREIRA; CASTRO; GOMES, 2005).

A beleza, também passou a adquirir um valor social que concomitantemente, garante sucesso
nas relações interpessoais e na vida profissional (BORBA; THIVES, 2011). A imagem corporal
influência o poder, o status e a atração exercida sobre o sexo oposto. Por vezes, a beleza é
associada à ideia de felicidade, saúde e sucesso social, profissional e amoroso (PINHEIRO;
FIGUEREDO, 2012). O corpo é visto como um veículo que espelha a personalidade e descreve
que quanto mais bonito, mais se tem a condição de bem-estar (SECCHI; CAMARGO;
BERTOLDO, 2009).

No entanto, este mesmo corpo é apontado “como fonte de frustração e sofrimento,


constituindo-se como o meio de expressão do mal-estar contemporâneo” (NETO; CAMPOS,
2010, p. 89).
Compreende-se que a mídia tem influência na opinião pública, assim como na percepção que
o indivíduo faz a respeito do próprio corpo (SUENEGA et al, 2012). “A insatisfação em relação
ao corpo continua permanentemente, enquanto o padrão idealizado pela mídia continua
mudando.” (NETO; CAMPOS, 2010, p. 91).

A cultura midiática tem criado/estabelecido “imagens de beleza, muitas vezes ilusórias,


através do uso de dublês de corpos, de ferramentas que alteram o formato físico (como o
photoshop); disfarçando imperfeições, retocando indivíduos” (ARAUJO; LEORATTO, 2013, p.
720). Flor (2009, p. 271) compreende que “para a mídia, a mensagem da boa forma e beleza é
algo que produz lucro; desta forma o assunto é propagado em todos os veículos de
comunicação exaustivamente.”

Frequentemente nos deparamos com pessoas preocupadas com a saúde ou com a estética de
seus corpos. Com relação à saúde, trata-se de uma medida preventiva contra problemas
como obesidade, hipertensão, entre outros; de extrema importância para a saúde física. Com
relação à estética, a preocupação está vinculada a ideia de corpo perfeito demasiadamente
vendido pela mídia; que estimula a busca desenfreada por essa imagem ideal, através de altos
investimentos, como cirurgias plásticas e medicamentos que prometem a perda rápida de
peso (FARHAT, 2008).

Portanto, o culto ao corpo estimula um modo de pensar regressivo, infantil e onipotente.


Foucault (2009 apud BENEVIDES; RODRIGUES, 2017) destaca em sua obra Vigiar e Punir, o
processo de disciplinarização dos corpos presente em diversas instituições – como na família,
na escola e no trabalho –ressaltando que esse tipo de dominação age de maneira tão sutil,
que nem mesmo são percebidas. As pessoas não conseguem discernir que essas normas,
travestidas de discursos como cuidado para com a saúde e bem-estar; na realidade, se
constituem como uma imposição (PINHEIRO; FIGUEREDO, 2012), que vem produzindo uma
obsessão ao corpo e gerando inúmeros transtornos naqueles – se não todos – que querem
pertencer a um grupo social e consequentemente, não serem excluídos (PINHEIRO;
FIGUEREDO, 2012).

Ser belo não é mais um dever social e sim um dever moral (NOVAES; VILHENA, 2003), onde as
pessoas são responsabilizadas, devendo corrigir as imperfeições, já que o corpo perfeito é a
representação do sucesso pessoal (BENEVIDES; RODRIGUES, 2017).

A obsessão por esse estigma de beleza preconizado tem se tornado exacerbado ao ponto
onde se tem preterido a própria saúde (BARROS, 2013). O conflito entre o corpo real e o
corpo ideal, estimula a busca por medidas rápidas e drásticas (MURARI; DORNELES, 2018),
onde as pessoas vem recorrendo às dietas e exercícios físicos exagerados; uso de diuréticos e
laxantes para a perca rápida de peso; excessivas cirurgias plásticas; e ao uso indiscriminado de
anabolizantes e/ou suplementos alimentares (SECCHI; CAMARGO; BERTOLDO, 2009); que
comprometem o comportamento alimentar, psicossocial, físico, cognitivo e a autoestima
(PETROSKI; PELEGRINI; GLANER, 2012). Além de influir em determinadas patologias, como a
depressão, bulimia, ansiedade social, transtorno dismórfico corporal, vigorexia, etc. (BORBA;
THIVES, 2011).

Mesmo se tendo o conhecimento “dos riscos que a saúde pode sofrer, ainda assim, esse
padrão estético é o desejo de muitas mulheres. ” (ARAUJO; LEORATTO, 2013, p. 720).
Benevides e Rodrigues (2017) postulam que a explicação, advém das recompensas
(emocionais, sociais ou materiais) e/ou das facilidades que são possibilitadas pela valorização
da beleza. Novaes e Vilhena (2003, p. 17) sugerem que “todo o investimento destinado aos
cuidados pessoais com a estética vinculase à visibilidade social que o sujeito deseja atingir.”

Desta forma, ao realizar comparações com esse modelo de beleza, advém as distorções na
percepção da imagem corporal, constituindo-se em grave fracasso que leva a perda da
autoestima e à insegurança (SECCHI; CAMARGO; BERTOLDO, 2009).

Aqueles que não se enquadram – pessoas acima do peso e mais velhas – são excluídos,
ridicularizados e marginalizados (CAMPOS; NETO, 2010). Flor (2009, p. 268) ainda afirma que
“essa discriminação se estende em todo o âmbito social, seja para encontrar um emprego, um
namorado, ou nos comentários maldosos feitos por outros indivíduos nas ruas e na própria
mídia, que ajuda a reforçar os estereótipos.” Teixeira (2001, p. 197) lembra que “apelidos que
remetem às imperfeições estéticas podem ser cruéis e acompanhar suas vítimas ao longo de
quase toda vida. No caso de crianças, tal conotação pejorativa pode enveredar para o
chamado bullying”.

Estas pessoas acabam culminando sentimentos de vergonha e ódio ao próprio corpo, por não
conseguirem atingir esse ideal, apesar do discurso ser de que é um fator facilmente alcançado
(BENEVIDES; RODRIGUES, 2017). Isso também se torna evidente ao realizar comparações com
o constrangimento de antigamente diante da nudez, que residia em decência e pudor; mas
atualmente, o constrangimento se remete a vergonha de que sejam expostas as suas
imperfeições corporais (BENEVIDES; RODRIGUES, 2017).

Na sociedade contemporânea, os padrões de beleza se constituem como potencialmente


estressores (PINHEIRO; FIGUEREDO, 2012). O estresse é desencadeado
por um desequilíbrio e seu processo se desencadeia em três fases: a de alerta, a de resistência
e a de exaustão. A fase de alerta se caracteriza pela mobilização. Na resistência, o indivíduo
enfrenta o elemento estressor. Na exaustão o indivíduo já não reage mais, chegando ao seu
esgotamento.

Os fatores psíquicos que indicam que a pessoa ultrapasse a fase de alerta são: negação da
realidade, intolerância em lidar com a frustração e a baixa autoestima. Na fase final, o
indivíduo pode ser acometido pela depressão e ansiedade (PINHEIRO; FIGUEREDO, 2012).

Apesar da divulgação midiática que basta apenas uma alimentação equilibrada, a prática
regular de exercícios físicos e empenho e determinação, para obter um corpo perfeito, essa
realidade não é acessível a todas as pessoas, principalmente aquelas de menor poder
aquisitivo, no entanto, não estão isentas dessas exigências (BRAGA; MOLINA; CADE, 2007). Foi
possível constatar que a preocupação com a beleza é fator motivacional para os que grupos
economicamente desfavorecidos cometam infrações (furtos na busca de alisantes de cabelo,
lentes de contato, roupas, etc.) e até mesmo agressões contra aqueles que correspondem aos
padrões vigentes (PINHEIRO; FIGUEREDO, 2012).

Na percepção da sociedade contemporânea, alterar a aparência é uma maneira de se


potencializar (BENEVIDES; RODRIGUES, 2017). Portanto, a idealização corporal serve como
divisor social, pois os gastos excessivos com dietas, cosméticos, cirurgias, academias e
personal trainners, proporcionam status diante da sociedade (FLOR, 2009), assim como
exerce vantagem nas relações sociais (FLORIANI; MARCANTE; BRAGGIO, 2010).

Os seres humanos raramente atingem um estado completo de satisfação, pois a cada


necessidade satisfeita, outra surge (BORBA; THIVES, 2011). Segundo a pesquisa global
realizada pela ISAPS (International Society of Aesthetic Plastic Surgery) em 2016, entre os
procedimentos em prol da estética e da beleza mais procurados mundialmente estão o uso de
toxina botulínica (conhecida por botox) com estimativa de 4.931.577; aumento das mamas
(próteses de silicone) com estimativa de 1.449.337; lipoaspiração com estimativa de
1.453.340; blefaroplastia (levantamento da pálpebra superior ou inferior) com estimativa de
1.347.509; rinoplastia (alteração do formato do nariz) com estimativa de 786.852;
abdominoplastia com estimativa de 769.067 e aumento das nádegas com estimativa de
300.791.

O Brasil é o segundo país que mais realiza cirurgias plásticas (as mais buscadas são,
respectivamente, a toxina botulínica, aumento das mamas, lipoaspiração, blefaroplastia, e a
abdominoplastia) perdendo apenas para os EUA (ISAPS, 2016). De acordo com autores, no
Brasil “a cirurgia plástica atuaria como um meio de adquirir um corpo que funciona
plenamente, ou seja, a ser usado como estímulo a vencer na vida, não sendo, em tempo
algum e de nenhuma forma, contribuinte do fracasso” (BENEVIDES; RODRIGUES, 2017, p. 88).
De acordo com os autores, as mulheres são mais cobradas do que os homens no que se refere
à beleza (SUENEGA et al, 2012), pois a imagem do feminino continua sendo fortemente
associada ao belo, e, portanto, se tem menos tolerância para os desvios nos padrões estéticos
(SECCHI; CAMARGO; BERTOLDO, 2009). Basta uma depilação por fazer, uma maquiagem fora
de tom ou uma raiz malfeita para que surjam duras críticas duras com relação à sua imagem
(NOVAES; VILHENA, 2003). Pode-se assim, concluir que o ideal feminino de emancipação,
pregado pelos movimentos feministas de liberdade, sucumbiu à ditadura de uma estética
corporal que se opõe à obesidade e ao envelhecimento (LOPES; PAIXÃO, 2014).

Para os homens as preocupações com a beleza são mais sutis, pois o descuido está
intimamente relacionado à falta de tempo que possuem, em função do ritmo profissional
(NOVAES; VILHENA, 2003). O que nos faz despertar para a questão do machismo que pode
estar atrelado ao terrorismo com relação à beleza feminina.

Contraditório a isso, apesar da constatação que o ideal sobressai nas mulheres, cada vez mais
os homens estão lidando com a mesma intensidade de pressão, para adquirir a forma física
“perfeita”, que as mulheres enfrentam há séculos (FERREIRA;
CASTRO; GOMES, 2005). Essa mesma sociedade, mantém uma visão preconceituosa com
relação aos homens que investem excessivamente na aparência física, onde o cuidado com a
aparência é considerado como uma prática homossexual (NOVAES; VILHENA, 2003).

O período da adolescência é marcado por inúmeras mudanças físicas e corporais; também


sendo caracterizada como um período de maior vulnerabilidade e risco, principalmente no
que tange às exigências impostas pela mídia (BRAGA; MOLINA; CADE, 2007, p. 1222), que
“dominam o imaginário das adolescentes” (NETO; CAMPOS, p. 93, 2010). Este corpo
construído no inconsciente das pessoas pelo poder midiático, está influenciando de maneira
perversa a autoestima e autoimagem dos pré-adolescentes e adolescentes (NETOS; CAMPOS,
2010).

A motivação que faz com que os adolescentes se preocupem exacerbadamente com a boa
aparência, vai além da sedução e do prazer em ser admirado/elogiado. Está mais relacionada
a uma obrigação social de bem-estar, pois já é propagado na mente destes jovens que a
aparência é um dever, sendo relativa à aceitação, inclusive profissionalmente (BENEVIDES;
RODRIGUES, 2017).

Portanto, é necessário relevar a importância das intervenções realizadas por profissionais e


serviços de saúde durante essa fase da vida, para evitar possíveis problemas futuros como
distúrbios de imagem e/ou distúrbios alimentares (PETROSKI; PELEGRINI; GLANER, 2012).
Atualmente, nos deparamos com um movimento, ainda lento, porém forte, que busca dar um
basta nessa exclusão social em contraposição à ditadura da beleza. Esse movimento, liderado
por mulheres, busca “a liberdade de ser feliz como é, sem ter que ir contra a natureza do
próprio corpo e/ou estrutura física” (PEREIRA, p. 24, 2014).

Levando em consideração que o atual padrão de beleza resulta em inúmeras cobranças nos
indivíduos, serão levantados o conceito e a construção da autoestima, que ocorre na tenra
idade, e com boa formação da mesma, diminuiria as cobranças irreais e idealizadas nos
indivíduos.

Ã
6. CONCEITO E CONSTRUÇÃO DA AUTOESTIMA
Neste capítulo enfatiza-se o conceito de autoestima (AE), na visão de diversos autores, pois
muitas foram às denominações atribuídas a ela.

Moysés (2007), diz que:

A auto-estima virou uma palavra mágica. Cabe no anúncio do profissional que trata a

depressão, que faz hipnose, regressão de memória e usam florais. Cabe também nos dos

tarólogos, dos astrólogos e até nos entendidos de anjos. Em todos, a promessa de elevar

a auto-estima do pretenso cliente mediante meia dúzia de “passos” (MOYSÉS,2007, p.17)

A respeito desse modismo, Moysés (2007) salienta que os estudos e as pesquisas no campo
da autoestima foram alcançando refinamentos cada vez maiores, com enfoques e concepções
diferentes.

Na literatura acadêmica, diversas expressões são utilizadas para definir a autoestima,


dependendo da abordagem teórica, os autores poderão privilegiar um ou outro aspecto
(SCHULTHEISZ; APRILE, 2013) porém, podemos defini-la como a capacidade de amar a si
próprio, aceitar a si mesmo e valorizar o outro (SCHMITZ, 2004).

No meio científico o sentido hedonístico de autoestima se modificou, pois foram


acrescentadas em sua definição a responsabilidade do sujeito por si próprio, e sua relação
consigo e com os demais, mudando a importância desse conceito para a área da saúde, da
educação e da vida de forma geral (ASSIS; AVANCI, 2004).

O primeiro teórico a estudar o autoconceito e a autoestima, foi William James, também


conhecido por ser o precursor dos estudos da Psicologia; em uma publicação do ano de 1890,
James definiu o autoconceito como tudo aquilo que o indivíduo pode chamar de seu, seu
corpo, suas capacidades físicas, seus familiares e seus bens materiais (ASSIS; AVANCI, 2004).

Nas décadas de 1970 e 1980 outros estudos foram iniciados sobre o autoconceito; dentre os
estudiosos estavam: W. Brookover, Stanley Coopersmith e William Purkey, que chegaram ao
consenso de que “o autoconceito é a percepção que a pessoa tem de si mesma, ao passo que
a autoestima é a percepção que ela tem do seu próprio valor” (MOYSÉS, 2007, p.18). Já
James, “entendeu que a autoestima é a percepção do que se é e do que se faz, determinada
pela relação das supostas realidades e potencialidades individuais” (ASSIS; AVANCI, 2004, p.
26).

Para James, a autoestima pode ser melhorada, com o aumento dos sucessos ou com a
diminuição das pretensões. Cada indivíduo tem dentro de si a capacidade de avaliar o seu
sucesso ou o fracasso, elegendo os atributos que considerar mais valorosos, considerando os
parâmetros de cada sociedade e cultura (ASSIS; AVANCI, 2004). Essa ligação da autoestima
com o social na produção do preparo emocional de cada indivíduo se concretiza no caráter
multidimensional do self: Self material (bens materiais); Self social (como o indivíduo é
percebido pelos outros) e Self espiritual (formado pelas faculdades psicológicas), (ASSIS;
AVANCI, 2004).

O componente afetivo da autoestima é de extrema importância para James, pois ele é


concebido como um sentimento que depende das atitudes e dos valores sociais atribuídos a
determinada pessoa. Também, a autoestima é destacada pelo mesmo autor como dinâmica e
sujeita a diversas mudanças durante toda a vida (ASSIS; AVANCI, 2004).

De acordo com Mruk (1995 apud Assis; Avanci, 2004) nos 60 anos seguintes, os estudos sobre
a autoestima não se desenvolveram. No século XX, a fenomenologia introduziu novos estudos
acerca do autoconceito; que para Combs e Snygg (1949 apud Assis; Avanci, 2004), era algo
funcional e estrutural. Dentro da organização das percepções de si e do ambiente,
respeitando a visão particular e singular de cada indivíduo (ASSIS; AVANCI, 2004).

Rosenberg (1989 apud Assis; Avanci, 2004), em 1965 introduziu em seus estudos sobre a
autoestima teóricos do interacionismo simbólico, relatando a importância do sujeito se tornar
membro de um grupo social (MEAD, 1953; GOFFMAN, 2002 apud ASSIS; AVANCI, 2004). Em
seu estudo epidemiológico, com cinco mil estudantes de Nova Iorque/EUA, Rosenberg julgou
a autoestima como uma avaliação que o indivíduo desenvolve e mantém, se manifestando em
atitudes de aprovação positiva ou desaprovação negativa em relação a “si mesmo”. Envolve
não somente o sentimento, mas também a percepção e a cognição, na formação das atitudes
e julgamentos (ASSIS; AVANCI, 2004).
Outros autores que também estudaram e contribuíram para o estudo da autoestima foram
Stanley Coopersmith (1967 apud Assis; Avanci, 2004), Branden (1969 apud Assis; Avanci,
2004) e Carl Rogers (1997 apud Assis; Avanci, 2004).

Stanley Coopersmith, em 1967, publicou o livro The Antecedents of Self-Esteem, onde definiu
a autoestima como sendo a avaliação que o indivíduo faz de si mesmo, levando em
consideração seu valor pessoal e o seu sucesso (ASSIS; AVANCI, 2004). Nataniel Branden
(1969) foi um psicólogo norteado pela abordagem humanística, em seu trabalho enfatizou os
dois principais componentes da autoestima: o valor próprio e a competência para realizar as
atividades (ASSIS; AVANCI, 2004). Carl Rogers (1977) em 1959 considerou que a autoestima
depende da coragem em se tornar autêntico, respeitando a sua individualidade e a do outro
(ASSIS; AVANCI, 2004).

Todos os autores citados anteriormente contribuíram para a definição do conceito de


autoestima, os autores que seguirão abaixo são contemporâneos e muitas de suas ideias
foram baseadas nos pioneiros da temática.

Para Schultheisz e Aprile (2013), a autoestima corresponde ao valor que o sujeito faz sobre si
em diversas situações, a partir de um conjunto de valores atribuídos a ele como positivos ou
negativos trazidos de sua história de vida, até o momento. Para esses autores, a autoestima
reflete na forma como as pessoas aceitam a si mesmas, valorizam as outras pessoas e
projetam as suas expectativas nas diversas situações da vida.

De acordo com Schultheisz; Aprile (2013) a AE é considerada importante indicador de saúde


mental, por interferir nas diversas condições do sujeito como: as afetivas, sociais e
psicológicas. Ela se evidencia no nível e satisfação com as situações vividas.

Essa interferência é de grande relevância, já que o sujeito necessita estar bem consigo para
que possa vivenciar sua vida e suas condições de maneira favorável, dentro daquilo que é
apropriado a si.

Mosquera e Stobaus (2006), caracterizam a AE como instável, pois apresenta altos e baixos,
variando entre as diferentes situações: sociais, emocionais e psíquicofisiológicos
(psicossomáticos).

Os autores também apresentam os traços do que seria a auto estima positiva:

Ter segurança e confiança em si mesmo; procurar a felicidade; reconhecer nossas

qualidades sem maiores vaidades; não considerar-se superior e nem inferior aos outros;
saber admitir limitações e aspectos menos favoráveis da personalidade; ser aberto e

compreensivo; ser capaz de superar os fracassos com categoria; saber estabelecer

relações sociais saudáveis; ser crítico construtivo; e, principalmente, ser coerente e

consequente consigo mesmo e com os outros (MOSQUERA; STOBAUS, 2006, p. 85).

Ao possuirmos uma AE mais real, teremos a tendência a gostar mais dos outros, ser mais
afetuosos e a trabalhar mais os aspectos considerados positivos em nós e nas outras pessoas.
Já a baixa autoestima, favorece o egoísmo, leva a dependência, arruinando as relações
interpessoais (MOSQUERA; STOBAUS, 2006). Todos esses aspectos negativos da baixa
autoestima prejudicam a vida do indivíduo, abrangendo da área profissional à área afetiva.

De acordo com a definição de cada autor, a AE é bastante complexa, pois se trata de um


constructo interno e interpessoal influenciado pelo contexto social e cultural, no qual o
indivíduo está inserido, portanto a sua definição dependerá dessas influências (SCHULTHEISZ;
APRILE, 2013). Como também não existe um consenso na literatura acerca do grau de
instabilidade ou estabilidade da autoestima (ASSIS; AVANCI, 2004).

6.1. CONSTRUÇÃO DA AUTO-ESTIMA NA INFÂNCIA E ADOLESCÊNCIA

O processo de formação do autoconceito será determinado pelas primeiras relações que a


criança vai estabelecendo com familiares, professores e com o grupo social a que convive:
estas serão determinantes para a opinião e os valores que a criança irá construir sobre si,
HUEBNER (1997 apud ASSIS; AVANCI, 2004). Dessas experiências vivenciadas pelas crianças,
se muitas forem de críticas excessivas, humilhações e depreciações, inevitavelmente os
valores que a criança atribuirá a si serão referentes a essas vivências negativas (ASSIS;
AVANCI, 2004).

Rogers (1977 apud Assis; Avanci, 2004), salienta que as pessoas significativas para a criança,
como os pais, podem facilitar a auto-aceitação e diminuir os conflitos, facilitando a construção
do respeito e da confiança em si ao acolherem a visão e os valores infantis.

Os adultos costumam reagir aos comportamentos das crianças em algumas situações com
aplausos e incentivos, já em outras, com repreensões. Dessa forma a criança seguirá ouvindo
ora que é “boazinha e bonitinha” outrora que é “boba e feia”. Com o passar do tempo e a
repetição dos padrões de comportamentos, as experiências que surgiram como um processo
interpessoal, irão incorporar a estrutura cognitiva da criança, se transformando em sua visão
pessoal. A partir de então, a criança se tornará a sua própria jurada, sendo agora a
responsável por se aplaudir diante de uma vitória ou se entristecer diante de um fracasso
(MOYSÉS, 2007).

Ainda assim, Vygotsky apresenta que a passagem dos conteúdos interpsicológicos não
acontece automaticamente; antes disso, os conteúdos irão interagir com os conteúdos já
existentes na mente da criança, criando um novo sistema com as suas próprias leis. A
internalização ocorrerá de modo particular, já que cada criança traz em si marcas da sua
individualidade, o resultado final será a junção do meio social, com o individual de cada
indivíduo (MOYSÉS, 2007).

Contudo, a rede de influência dos conteúdos interpsicológicos é muito ampla, indo da


construção social e histórica e sendo intermediado pelos diversos tipos de linguagem, de
reações e interpretações, o que impede de tratar o autoconceito e a autoestima de forma
linear (MOYSÉS, 2007).

Acerca da construção da identidade, Bettelheim (1988 apud Moysés, 2007) afirma que a
principal motivação da criança é obter amor e aprovação dos pais e das pessoas significativas
para ela, como confirma no parágrafo a seguir:

Todas as situações pai/filho estão carregadas de sentimentos. Só as ações paternas

imbuídas de sentimentos positivos por nosso filho convencem-no de sua importância para

nós, uma experiência de que ele necessita desesperadamente para poder acreditar que

também pode ser importante para outros. (Bettelheim, 1988, p.52 apud Moysés, 2007,

p.25)

O mesmo autor destaca que a empatia destinada aos filhos pelos pais, é de extrema
importância na busca pela identidade dos mesmos, e que os pais devem se manter solidários
a todos os avanços e recuos no processo de se autoconhecer e se autoafirmar pois, os elos
saudáveis construídos, favorecerão a formação de uma identidade viável e consistente, para
enfrentar os desafios da vida (MOYSÉS, 2007).

Esse processo de aprovação poderá dar origem a um autoconceito positivo, o contrário,


poderá levar a um autoconceito negativo, com a vivência de permanentes desaprovações,
levará a criança a reagir negativamente como forma de defesa ou retaliação consigo própria e
com os pais. Isso caracteriza a importância dos pais e dos outros significantes na formação do
autoconceito e da autoestima, pois será com eles que a criança estabelecerá as relações mais
importantes para a formação da sua identidade (MOYSÉS, 2007).
Para Coopersmith (1967 apud Assis; Avanci, 2004) dentre os fatores determinantes para o
desenvolvimento da autoestima, está o valor que a criança recebe dos outros, os quais são
expressos em afetos, elogios e atenção às suas necessidades; a experiência que a criança tem
com o sucesso ou com o fracasso, a partir dessas experiências cada criança terá sua definição
individual de sucesso e de fracasso; e a maneira de reagir às críticas.

Os comportamentos negativos destinados às crianças, como a humilhação, rejeição,


ridicularização e a punição, levam a baixa autoestima. Crianças que vivenciam menos
experiências de amor e sucesso, tendem a se tornar submissas e passivas, mesmo mudando
de comportamento em algumas ocasiões, para a agressão e a dominação (ASSIS; AVANCI,
2004). Segundo o mesmo autor, crianças criadas nessas circunstâncias são menos realistas e
afetivas no seu dia-a-dia, tendendo a apresentar comportamentos antissociais. Mead (1953
apud Assis; Avanci, 2004), também concorda que crianças ignoradas, rejeitadas e que
vivenciam muitas experiências negativas, tendem a se sentirem sujeitos merecedores de
desrespeito, perante os demais.

Com relação a importância e relevância da autoestima para crianças e adolescentes, faz-se


necessário que as instituições socializadoras, principalmente a família e a escola que exercem
os principais papéis na origem e no desenvolvimento da autoestima, se tornem conscientes
do seu papel nesse processo.

Na família acontecem os contatos mais significativos para a criança, onde ela encontra espaço
para expressar os seus conflitos e afinidades, já que o impacto da convivência familiar no
desenvolvimento da autoestima da criança é essencial, Castro (1998 apud Assis; Avanci,
2004).

Como uma instituição social, a família tradicional passou por mudanças no decorrer da
história e de acordo com cada cultura, assumindo configurações diversificadas. No século
XVIII, a família assumiu um modelo nuclear. Ela pode apresentar elementos positivos, pois
oferece um núcleo afetivo de apoio e solidariedade, mas também podem apresentar
elementos negativos geradores de conflitos e ambiguidades Camargo e Buralli (1998 apud
Assis; Avanci, 2004).

Assis e Avanci (2004) salientam que o movimento histórico trouxe muitas transformações na
estrutura da família, mas também levou a apresentar uma independência de modelos, onde
existem várias “famílias” com sua própria estrutura e estilo de funcionamento. Nesse aspecto
Bilac (1997 apud Assis; Avanci, 2004) comunica que “a variabilidade histórica da instituição
família desafia qualquer conceito geral de família”.
Dentro do sistema familiar, cada membro tem um lugar e um papel a desempenhar, esse
lugar depende de alguns fatores como idade, sexo e ordem de nascimento. O modelo
ecológico do desenvolvimento humano vê a família como um microssistema, o qual é o
primeiro sistema onde o ser humano em desenvolvimento interage, buscando relações
estáveis, recíprocas e com equilíbrio entre os diversos papéis desempenhados por cada
membro. Os processos vivenciados não são independentes um do outro, podendo promover
ou dificultar o desenvolvimento do sistema familiar (ASSIS; AVANCI, 2004).

Com as mudanças que ocorreram nos modelos de conjugalidade, onde as famílias se


constroem e se desconstroem; as crianças passam a aprender a refazer as alianças ao longo
da vida, ao passar por situações de términos e rompimentos em suas relações sociais e
emocionais (ASSIS; AVANCI, 2004).

Ribeiro (1988 apud Avanci; Assis, 2004) considera três linhas de pensamento sobre o divórcio:
a primeira considera que o divórcio influencia negativamente no desenvolvimento dos filhos;
a segunda que os filhos se ajustam, mesmo com as consequências negativas; a terceira
mostra que o divórcio não influencia os filhos, e que em alguns casos pode ser o melhor para
a família. Ribeiro saliente que alguns aspectos devem ser considerados; como a idade dos
filhos, o sexo da criança e do adolescente e o conflito que envolve a família.

Rosenberg (1989 apud, Assis; Avanci, 2004) considera que o impacto da separação sobre a
autoestima da criança e/ou adolescente depende em primeiro lugar de quem se divorciou ou
enviuvou, em segundo lugar, quando ocorreu, e em terceiro lugar, o que aconteceu após. Em
relação aos efeitos da morte sobre os filhos, Bowlby (1998 apud, Assis; Avanci, 2004) reafirma
que a forma como o genitor sobrevivente reage, vai influir no comportamento da criança
e/ou adolescente em relação à perda.

O grupo familiar deveria ter como premissa, manter a estabilidade e o equilíbrio, pois a
ansiedade causada por diversas mudanças em suas configurações gera ansiedade e angústia
em seus membros (ASSIS; AVANCI, 2004).

Família conflituosa, ambiente familiar pobre fisicamente, emocionalmente e


intelectualmente; pais que depreciam os filhos e lhes tratam com desatento e negligência;
famílias onde não há regras e possuem um sistema de punição baseado na força e na perda
do amor, são algumas das condições indesejadas que podem influenciar negativamente na
visão que a criança terá de si, se comparadas àquelas que percebem sua família de forma
positiva (ASSIS; AVANCI, 2004).
O reconhecimento da violência na família varia de acordo com as visões culturais e históricas
sobre a infância e a adolescência e as regras e leis voltadas para essa faixa etária (ASSIS,
AVANCI, 2004).

De acordo com a Sociedade Brasileira de Pediatria (2001 apud Assis; Avanci, 2004), a violência
pode ser: física, onde ocorre o uso de força física com o intento de ferir, danificar, podendo
deixar marcas ou não; sexual, ato ou jogos sexuais, podendo ser heterossexual ou
bissexual, praticado por agressor em desenvolvimento psicossexual mais
adiantado do que a vítima; psicológica, caracterizada por inferências negativas do adulto sobre
a criança e sua competência, isolando-a das experiências sociais comuns a sua idade, criando
expectativas e exigências irreais sobre o seu rendimento e suas capacidades; negligência,
sendo privações essências ao seu desenvolvimento, como privação de alimentos,
medicamentos e ausência de proteção contra severidades de seu meio, a negligência é uma
das formas de violência mais difíceis de serem detectadas, devido às situações precárias da
maioria da população. Uma das formas mais comuns de negligência é o abandono, podendo
ser parcial (ausência temporária dos pais) ou ausência total (os pais deixam as crianças
desamparadas e expostas a perigos).

Em famílias onde ocorre a violência infantil a criança poderá ter efeitos e consequências que
afetarão as esferas física, social, comportamental, emocional e cognitiva, que
consequentemente serão: o baixo peso ao nascer, isolamento social, desnutrição,
insegurança, cefaleia e distúrbios psicossomáticos (ASSIS; AVANCI, 2004).

Com relação aos divórcios e separações em famílias onde ocorrem agressões, angústias,
inseguranças, intolerância e negligencia, os efeitos do afastamento se constituem como
favoráveis (ASSIS; AVANCI, 2004).

Para Garbarino (1995 apud Assis; Avanci, 2004) a família de sucesso é aquela que tem
habilidade de transformar crianças em adultos competentes, produzindo crianças
emocionalmente fortalecidas, que se realizam profissionalmente e que mantêm bons
relacionamentos sociais.

A escola é outra instituição formadora da autoestima, ela tem o papel de criar condições que
levem a criança desenvolver uma relação lógica com o mundo, Ferreira e Thompson (2002
apud ASSIS: AVANCI, 2004).

Os idealistas a veem como uma instituição formadora de caráter e preparação para a vida;
para os céticos ela deveria ser denunciada pela sua função de perpetuar a dominação e a
desigualdade; para os mais realistas a escola reflete as condições sociais de um grupo, e sua
influência para modificar essas condições e transformálas, pois, leva ao desenvolvimento de
crianças e adolescentes (ASSIS; AVANCI, 2004).

Mesmo com toda a diversidade de opiniões e com as crises com que passam as instituições de
ensino do Brasil, seu papel nunca foi valorizado na sociedade brasileira, pois as necessidades
são voltadas para as exigências do mercado de trabalho. Todavia as mudanças advindas da
década de 90 proporcionaram o aumento do número de crianças na escola e a diminuição no
índice de analfabetismo FERREIRA; THOMPSON (2002 apud ASSIS; AVANCI, 2004).

O ambiente escolar e o relacionamento entre educadores e alunos serão relevantes para a


formação da autoestima da criança, já que um aluno criticado pelos educadores e frustrado
com seu desempenho, poderá vir a apresentar agressividade, pouca interação social,
imaturidade, problemas em se comunicar, tornando-se fechado para a capacidade de criar e
transformar. Outras situações também podem afetar a autoestima da criança; como a
violência nas escolas, as balas perdidas, os estupros etc., fatos esses que afetam o cotidiano
escolar de alunos e funcionários (ASSIS; AVANCI, 2004).

A violência vivida no ambiente escolar guarda particularidades, mas existem outros tipos de
violência que habitam e influem na vida dos jovens, como a violência estrutural (precariedade
nas condições de sobrevivência e desigualdade social) presente na vida familiar, sendo este
um espaço tanto para socializar, quanto como uma escola de violência. A violência familiar
potencializa a violência social, pois influi na forma como a criança enfrentará a violência
sofrida na escola e na comunidade em que vive (ASSIS; AVANCI, 2004).

A violência no Brasil é uma das principais causas de mortes de crianças e adolescentes a partir
dos 5 anos de idade, essa população sofre com a restrição dos seus direitos básicos, como o
direito à escola, a assistência à saúde e os cuidados necessários para o seu desenvolvimento
saudável. Muitas dessas crianças e adolescentes são submetidas à mão-de-obra para ajudar
no sustento da família, outras são exploradas sexualmente, e em algumas situações são
abandonadas, tendo que sobreviver nas ruas. Nesse cenário, são alvos de violência que
comprometem a saúde física e mental dessas crianças e adolescentes, Sociedade Brasileira de
Pediatria (2001 apud Assis; Avanci, 2004).

Portanto é de consenso entre os autores citados, que a construção da autoestima será


determinada por diferentes variáveis; pelos afetos positivos recebidos, pelos afetos negativos,
pela relação estabelecida com os pais e com as pessoas significativas, como também da
cultura na qual a criança está inserida.
Considerando que os padrões de beleza influenciam nos transtornos relacionados a distorção
da imagem corporal, faz se necessário explicitar o Transtorno Dismórfico Corporal (TDC), que
dentre as várias causas está a baixa autoestima, associada ao seu surgimento.

7. TRANSTORNO DISMÓRFICO CORPORAL


O transtorno dismórfico corporal (TDC) é descrito como um transtorno mental, que envolve a
preocupação exagerada com anomalias imaginárias na aparência ou com um defeito mínimo
presente, levando a prejuízos significativos no funcionamento social, profissional ou em áreas
importantes da vida do indivíduo (CONRADO, 2009). A média de idade mais comum é entre
12 e 13 anos; as preocupações subclínicas se desenvolvem gradualmente, até o transtorno
completo; no entanto, há indivíduos que experimentam o início abrupto do transtorno (DSM-
V, 2014).

As complicações mais frequentes são a baixa qualidade de vida, cirurgias plásticas excessivas
e muitas vezes desnecessárias, e tentativas de suicídio (FIGUEIRA; NARDI; MARQUES;
VERSIANI, 1999). Indivíduos com início do transtorno antes dos 18 anos, merecem maior
atenção, pois os maiores índices de suicídios e comorbidades ocorrem nessa fase (BRITO et al,
2013).

Também conhecido como dismorfia muscular, o TDC é caracterizado pela distorção da


percepção corporal. De acordo com Conrado (2009) a prevalência na população geral é de 1 a
2% e, em pacientes dermatológicos e de cirurgia cosmética, de 2,9 a 16%. De acordo com
alguns estudos o TDC é ligeiramente mais prevalente em mulheres (CONRADO, 2009).

O TDC tem origem multifatorial, que inclui fatores genéticos, orgânicos, ambientais e
culturais. Apesar da gravidade do transtorno, os estudos científicos sobre o transtorno ainda
estão no início e por isso, existem conteúdos limitados com relação à temática (MORIYAMA,
2007).

De acordo com o DSM-V (2014), o TDC apresenta as seguintes características diagnósticas: as


falhas percebidas para si, são leves ou não observáveis pelas outras pessoas; foco nos defeitos
da pele, do cabelo, do nariz ou em qualquer outra área do corpo; cerca de 3 a 8h do dia, são
destinadas a preocupações, as quais são difíceis de resistir ou controlar; comportamentos
excessivos relacionados a comparação com outros indivíduos; busca constante por espelhos
ou objetos refletores; uso de maquiagem, chapéu e roupas para camuflar os aspectos
indesejáveis da aparência; excesso de exercícios físicos e procedimentos estéticos; e prejuízos
significativos na vida do indivíduo.
Na CID-10 (1993), o TDC está presente na classificação dos transtornos somatoformes (f45),
sendo descrito ainda como transtorno hipocondríaco (f45.2). Os transtornos somatoformes
são caracterizados pela ausência de anormalidades nos exames físicos ou laboratoriais, ou
como anormalidades mínimas que não justificam o transtorno (FIGUEIRA; NARDI; MARQUES;
VERSIANI, 1999).

De acordo com a CID-10 (1993) raramente se apresenta pela primeira vez após os cinquenta
anos de idade, e não há indícios de delírios sobre funções ou formas corporais. Como critérios
diagnósticos deve haver a presença de dois fatores: preocupação persistente com uma
suposta deformidade ou desfiguramento, e recusa em aceitar que não há nenhuma
anormalidade física.

A maioria dos pacientes com TDC apresentam comorbidades, tais como: transtornos de
ansiedade (principalmente a fobia social, caracterizada pela esquiva social, que é comum
entre esses pacientes); transtorno obsessivo compulsivo; abuso de substâncias dependentes;
depressão; transtornos alimentares; e transtornos de personalidade, como narcisista e
histriônica (BRITO et al, 2013).

É importante o diagnóstico diferencial com relação a outros transtornos mentais,


principalmente os transtornos alimentares; devido à similaridade entre eles. Os dois
transtornos possuem suas particularidades, no entanto, podem ocorrer simultaneamente
(CONRADO, 2009). De acordo com Moriyama (2007, p. 3) “a incidência de comorbidades,
além de dificultar a classificação traz problemas para se determinar a prevalência, pois
confunde o diagnóstico”.

Com relação ao medo da avaliação social negativa, Conrado (2009, p. 572) afirma que esses
pacientes evitam contato com outras pessoas, além de não conseguirem trabalhar ou ter
relacionamentos sociais e afetivos devido “a preocupação de parecer “feio” ou ao medo de
que outras pessoas estejam fazendo comentários depreciativos em relação ao seu defeito”.

O TDC também é associado a outro transtorno mental: a vigorexia. Esta é caracterizada pela
prática excessiva de exercícios físicos que provocam manifestações físicas (lesões, cansaço
constante, dores musculares, fraqueza) psíquicas e/ou emocionais (perda de apetite, perda de
peso, irritabilidade, agressividade, diminuição da concentração, ansiedade e depressão). O
TDC pode desencadear a vigorexia, e a vigorexia pode desencadear o TDC (SUEITTI, 2014).

Com relação ao seu histórico, foi descrito pela primeira vez em 1886, pelo psiquiatra
Enrico Morselli e, foi inicialmente nomeado por “dismorfofobia” (BRITO et al, 2013). Na
literatura dermatológica são encontradas descrições de pacientes cujo quadro clínico fora
denominado por uma hipocondria dermatológica (CONRADO, 2009).

O TDC foi negligenciado por muito tempo, entretanto, está cada vez mais ganhando
reconhecimento dos profissionais da saúde e de outras áreas (CONRADO, 2009). Somente foi
mencionado pela primeira vez no DSM, na terceira edição, em 1980, como Transtorno
Somatoforme Atípico. Seu pouco reconhecimento se deve ao fato de ter sido associado por
muitos anos, como sintoma de outras doenças psiquiátricas, como a esquizofrenia,
transtornos de humor e transtornos de personalidade.

É comum entre os pacientes, que as preocupações envolvam áreas da face, relacionadas às


acnes, rugas, textura da pele e cicatrizes. Nos pacientes do sexo masculino, é habitual
preocupações com os genitais, com o peso e com os cabelos; enquanto que, nos pacientes do
sexo feminino, as preocupações estão voltadas para com o peso, quadris, pernas, mamas e
estrias (CONRADO, 2009).

Um aspecto clínico que deve ser relevado, é o fato dos pacientes com TDC terem dificuldades
em relatar aos profissionais de saúde mental a existência de seus sintomas, pois sentem
vergonha destes e reafirmam que seus problemas serão resolvidos por alguma área da
estética (CONRADO, 2009). Por isso, a grande parte dos pacientes com o TDC buscam
inicialmente por cirurgias plásticas ao invés de buscarem por tratamento psicológico, pois não
reconhecem fatores psicológicos envolvidos na gênese de seus sintomas (FIGUEIRA; NARDI;
MARQUES; VERSIANI, 1999) e acabam se submetendo a infindáveis procedimentos cirúrgicos,
estéticos e dermatológicos (AMÂNCIO, 2002).

De maneira geral, esses pacientes não se sentem satisfeitos com os resultados dos métodos,
reincidindo numa nova busca, caracterizando um comportamento aditivo na busca por estes
procedimentos (BRITO et al, 2013). Isto ocorre porque o corpo continua sendo discriminado
da mesma maneira, o que ocorre é a substituição do defeito imaginado por outro
(MORIYAMA, 2007).

Devido à grande ansiedade decorrente do transtorno, muitos pacientes utilizam estratégias


para camuflar, disfarçar e desviar a atenção do defeito percebido ou inexistente utilizando um
certo tipo de vestimenta, ou acessórios (óculos, piercing, bolsas, boné, touca, etc.) e
maquiagens (BRITO et al, 2013). Também costumam apresentar comportamentos obsessivos
e disfuncionais, como checar constantemente a aparência em espelhos ou objetos refletores;
realizar constantes mudanças no corte e na tonalidade dos cabelos; apresentam gastos
elevados com salões de beleza, cosméticos, roupas novas, e procedimentos estéticos,
dermatológicos e cirúrgicos (CONRADO, 2009).

Alguns pacientes também apresentam comportamentos auto-agressivos, como os chamados


DIY (Do it yourself), que são caracterizados como comportamentos extremos para tentar
alterar a forma física(BRITO et al, 2013); assim como o
skinpicking, que é caracterizado pelo uso de alfinetes, clipes, lâminas; que causam lesões
notáveis como infecções ou cicatrizes profundas (CONRADO, 2009); uso de cianoacrilato
(conhecido como superbonder) e esparadrapos para esconder manchas; e o uso de
pregadores de roupa com a finalidade de afinar o nariz (BRITO et al, 2013). Todavia, é
importante destacar que estes pacientes não têm por objetivo ou a intenção de se machucar
(CONRADO, 2009).

O transtorno, como dito anteriormente, tem origem multifatorial. A respeito dos fatores
genéticos, foram observados padrões de hereditariedade, havendo relatos de histórico
familiar com o mesmo transtorno (CONRADO, 2009). Em seu desenvolvimento, fatores
orgânicos podem estar associados, como funções anormais de serotonina e dopamina
(CONRADO, 2009). Com relação aos fatores ambientais que podem ter relevância para o
desenvolvimento do transtorno, de acordo com Moriyama (2007) existem aspectos comuns
na história de vida dos pacientes com TDC, como a educação rígida; pais “super” protetores;
poucos amigos na fase escolar; ganhos secundários; famílias que dão maior ênfase aos
conceitos estereotipados de beleza; comentários dos outros com relação a aspectos
indesejáveis da aparência; e acidentes traumáticos com a parte específica do corpo em que se
tem preocupação. A literatura aponta que fatores culturais – ou seja, a ênfase dada à beleza
na cultura ocidental – influência no desenvolvimento do transtorno (MORIYAMA, 2007).

Sobre os fatores psicológicos envolvidos no transtorno, duas teorias psicológicas se


propuseram a esclarecer suas causas. De acordo com a teoria psicanalítica, o TDC emerge a
partir de sentimentos de inferioridade e culpa (CONRADO, 2009), e os motivos inconscientes
para o desenvolvimento dos sintomas está intimamente relacionado ao deslocamento de
conflitos sexuais e emocionais, advindos de desejos incestuosos e da ansiedade de castração
(FIGUEIRA; NARDI; MARQUES; VERSIANI, 1999).

De acordo com a cognitiva comportamental, a causa se deve a interação entre fatores


comportamentais, cognitivos e emocionais; podendo resultar de reforços positivos nas
características da aparência, relacionado a sua importância pela mídia e pelo meio social
(CONRADO, 2009).
Na prática clínica de cirurgiões plásticos, o TDC é constante. Os pacientes que apresentam os
critérios diagnósticos, incluindo a esquiva de situações públicas e sociais, e a excessiva prática
de exercícios, não devem ser submetidos a tratamentos cirúrgicos, devendo ser
encaminhados para tratamento psicológico e/ou farmacológico (BRITO et al, 2013). Existem
alguns casos em que, após um período de tratamento, o paciente pode procurar novamente
por tratamento cirúrgico, se houver a supervisão de profissionais da saúde mental (BRITO et
al, 2013).

No que se refere aos instrumentos de diagnóstico, tem-se material escasso. Um dos primeiros
instrumentos foi desenvolvido por Cooper, Taylor, Cooper e Fairburn (1987) denominado
como Body Shape Questionnaire (BSQ), que é constituído por 34 questões, segundo uma
escala Likert de seis pontos. Tem por objetivo avaliar o medo em adquirir ganhar peso, os
sentimentos de autoestima com relação a aparência, o desejo de perder peso e a insatisfação
corporal.

O MBSRQ (Multidimensional Body-Self Relations) foi desenvolvido em 1990 por Brown, Cash e
Mikulka. É considerado sensível para discriminar qualquer aspecto da aparência e não
somente a insatisfação com relação ao corpo, sendo utilizado para diagnóstico do TDC, de
transtornos alimentares e até a obesidade mórbida. O instrumento engloba 60 itens e é
dividido em dez subescalas, sendo as mais importantes para o TDC a subescala BAS, AE e AO.

O instrumento mais recente e utilizado pelos profissionais da saúde para diagnosticar o TDC, é
a Escala de Avaliação do TDC (EA-TDC) que é composto por 35 itens de escala Likert de quatro
pontos. De acordo com Ramos (2009, p.33) ainda existem algumas limitações como “o
número limitado de participantes, aplicação inadequadas da análise fatorial devido à amostra
pequena (N=30) e o fato de ter poucos itens relacionados ao diagnóstico diferencial.”

Não há maneiras de prevenir o TDC, no entanto, o diagnóstico precoce auxilia para que o
transtorno não evolua a quadros mais graves como a esquiva social e aos comportamentos de
risco; visto que, a maioria dos pacientes com TDC chegam a uma clínica psicológica após onze
anos desde o aparecimento dos primeiros sintomas (CONRADO, 2009). Sem tratamento, os
comportamentos obsessivos evoluem e se agravam, e são nesses casos, que há maiores
indícios de suicídio (MORIYAMA, 2007).

Considerando a importância da formação da autoestima para ir contra padrões estéticos


socialmente ditados pela sociedade, será apresentado, no capítulo seguinte, a relação entre o
transtorno dismórfico corporal e a autoestima.
8. RELAÇÃO ENTRE O TDC, PADRÕES DE BELEZA E A AUTOESTIMA
Considerando que não é somente a autoestima que influencia no desenvolvimento dos
sintomas do TDC, mas em especial os padrões formalizados pela cultura e sociedade podem
inferir na diminuição da mesma, levando ao aparecimento dos sintomas desse transtorno. O
atual culto ao corpo está presente em todas as classes sociais e faixas etárias, levando muitas
vezes um discurso que exclui a questão da estética, e noutras um discurso que ignora a
preocupação com a saúde, levando o sujeito a submeter-se a procedimentos estéticos
abusivos e excessivos, buscando resolver o seu problema psicológico. (EMILIANO; URBANO,
2013).

O TDC é descrito como a "feiura imaginária”, seu principal traço é a preocupação excessiva
com um aspecto ou defeito na aparência, que leva a sofrimento e prejuízos na vida social e
ocupacional. Essa importância com a beleza, e comparação com padrões idealizados são
significativos no desenvolvimento dos sintomas do TDC (FERRAO; MIGUEL; TORRES, 2005).

Considerando o sofrimento do paciente com TDC, faz-se necessário demonstrar três


importantes construtos que são correlatos e importantes para um desenvolvimento sólido e
realista do ser humano, são eles: autoconceito, autoimagem e autoestima.

O autoconceito pode ser definido como a imagem do que se pensa ser, é a percepção do
indivíduo em relação a si, corresponde às atitudes, sentimentos e autoconhecimento sobre as
suas capacidades, competências, aparência física e aceitação social (NUNES, 2010). Pode ser
considerado como um conjunto de conceitos de imagens, de juízos descritivos e valorativos a
respeito do próprio sujeito, esse juízo faz relação aos aspectos do próprio corpo, do
comportamento, da situação atual e relações sociais (CARVALHO, 2003).

A autoimagem é desenvolvida juntamente com o corpo e a identidade do indivíduo, ela está


sempre em desenvolvimento no que se refere às experiências da infância e

as vivências do presente, segundo Tavares (2003 apud Emiliano; Urbano, 2013). Pode ser
definida como a consciência e o sentimento que a pessoa tem de si, juntamente com o seu
autoconceito que é o que a mesma pensa sobre si (ALMEIDA, 2001).

Com relação à autoestima, ela é considerada um ponto importante na saúde mental, pois
define a confiança que o sujeito tem em sua capacidade de pensar, agir e enfrentar a vida. A
aparência física será um dos principais pontos a influenciar a autoestima do sujeito (DICCINI;
MARCOLAN; YOSHINAGA, 2008). Ela se relaciona com o amor próprio, satisfação pessoal e
estar bem consigo mesmo, ao primeiro sinal de insatisfação, ela implicará na autoimagem do
sujeito, que perderá a sua autoconfiança ao sentir que o corpo que se tem não corresponde
ao estereótipo idealizado pela sociedade (CARVALHO, 2003).

A imagem corporal refere-se à interpretação que o indivíduo tem do próprio corpo e como
age em relação a ele, esta imagem estará constantemente se modificando devido aos
diversos fatores que atuam durante todo o ciclo de vida dos sujeitos, como os padrões
formalizados pela sociedade e cultura de cada época (RUSSO, 2005).

Dessa forma constata-se que a imagem corporal está ligada com a autoestima que,
consequentemente essa insatisfação refletirá na autoimagem, Bucaretchi (2003 apud
Emiliano; Urbano, 2013). A imagem corporal não se forma somente com as impressões ou
sensações táteis, mas com os meios externos, como fotos, vídeos, revistas, modelos e atrizes
famosas, terão grande influência em sua formação Tavares (2003 apud Emiliano; Urbano,
2013).

Em todas as diversas culturas do mundo, existe um padrão de corpo ideal, que determina
essa imposição que se torna cada vez mais opressiva e generalizada, Tavares (2003 apud
Emiliano; Urbano, 2013).

Essa busca excessiva por padrões idealizados leva a práticas corporais de manipulação e
mutilação, transformando o corpo normal em artificial. Estudos mostram a grande relação
com o TDC, pois estima-se que cerca de 9% dos portadores desse transtorno, se submetem a
cirurgias plásticas (EMILIANO; URBANO, 2013). Nessa busca por um modelo inatingível de
beleza, é notável que não somente a autoestima está prejudicada, mas que também a saúde
física e mental desses indivíduos (AMÂNCIO et al, 2002). Os pacientes além de apresentarem
grande investimento com a aparência, possuem uma avaliação negativa da imagem corporal,
o que é responsável pelo extremo sofrimento desses pacientes. As respostas emocionais mais
frequentes com relação a própria aparência física são descritas como vergonha, nojo, aversão,
ódio e ansiedade. Os indivíduos com TDC são extremamente preocupados que o ideal estético
não está alinhado ao conceito de beleza (BRITO et al, 2013).

Com toda a exposição da mídia e de uma sociedade cada vez mais exigente com a imagem
corporal, é possível verificar que o paciente com TDC sofrerá com essa influência, com os
fatores relacionados à educação na infância, que refletirá na autoestima, e na auto percepção
corporal, dessa forma o indivíduo poderá procurar aperfeiçoar a sua imagem corporal através
de diversos procedimentos estéticos, buscando resolver e suprir o seu problema psicológico
(EMILIANO; URBANO, 2013).
Sendo de grande relevância no tratamento do TDC, no capítulo seguinte será exposto as
técnicas utilizadas pela TCC e a importância do psicólogo nesse processo.

9. O PAPEL DO PSICÓLOGO COGNITIVO-COMPORTAMENTAL NO TDC


A maioria dos estudos que envolvem o tratamento do TDC consiste em relatos de casos e
pequenos ensaios clínicos não controlados, onde foram utilizadas uma série de técnicas
psicológicas, educacionais e o treinamento de habilidades sociais, associadas ao tratamento
farmacológico (MORIYAMA, 2007).

Tratar pacientes somatoformes se constitui como um grande desafio para o clínico, pois na
maioria das vezes, estes pacientes estão insatisfeitos com o atendimento; discordam dos
diagnósticos recebidos e apresentam resistências quanto a procura por um atendimento
psiquiátrico, como mencionado anteriormente. Portanto, é vital que o clínico tenha um
conhecimento aprofundado sobre o transtorno e evite intervenções desnecessárias
(FIGUEIRA; NARDI; MARQUES; VERSIANI, 1999).

É necessário que todos os pacientes com um transtorno mental coexistente, como todas as
comorbidades mencionadas, busquem pelo tratamento psicológico e farmacológico (KNAPP,
2004).

A farmacoterapia é baseada em antidepressivos inibidores seletivos da recaptação da


serotonina (BRITO et al, 2013). Os mais receitados são a fluoxetina, a clomipramina, a
fluvoxamina, e o citalopram, no entanto, foi constatado que a suspensão deste último
medicamento levou a uma brusca recaída dos sintomas (CONRADO, 2009). De acordo com
estudos recentes, avenlafaxina é o antidepressivo que demonstrou melhor resposta no
tratamento do TDC, por se constituir como um antidepressivo de dupla ação (MORIYAMA,
2007).

Para o tratamento psicológico, segundo Ramos et al. (2005), a terapia cognitiva


comportamental (TCC) é a mais eficaz.

A TCC é um termo genérico que abrange mais de vinte abordagens dentro do modelo
cognitivo e cognitivo-comportamental. Todas as terapias compartilham de algumas
características: a atividade cognitiva influencia o comportamento; a atividade cognitiva pode
ser monitorada e alterada; e o comportamento desejado pode ser influenciado mediante a
mudança cognitiva (KNAPP, 2004).
É uma terapia ativa que busca ensinar o paciente a reconhecer seus pensamentos e suas
crenças, em especial às ideias disfuncionais que geram seus problemas. Ela indica a
importância da relação entre pensamento, afeto e comportamento, buscando examinar os
pensamentos distorcidos, instruindo o indivíduo a substituir esses pensamentos por
interpretações voltadas para a realidade, estabelecendo afetos e comportamentos mais
positivos. Sua finalidade visa diminuir a angústia relacionada à distorção cognitiva, alterando
as interpretações erradas que prejudicam a vida do sujeito (KNAPP, 2004).

Para Silva e Marinho (2008), no tratamento da baixa autoestima, presente nos pacientes com
TDC, alguns aspectos devem ser considerados em relação ao cliente, como: o repertório
comportamental e o sentir-se inadequado frente a sua sintomatologia.

O tratamento psicológico do TDC baseado na TCC, envolve a reestruturação cognitiva. Essa


técnica se baseia na identificação, monitoração e modificação dos pensamentos e das crenças
disfuncionais, relacionadas à aparência (RAMOS et al, 2005).

A reestruturação cognitiva tem por intuito desenvolver pensamentos mais realistas, que
levem a aceitação da beleza como sendo subjetiva e também trabalhar a compreensão de que
os seres humanos são mais complexos do que somente a definição única de sua aparência,
segundo Veale et al. (1996 apud Cândido, 2014).

Outras formas de intervenção que também vêm sendo utilizadas no tratamento do TDC são:
treinamento de habilidades sociais, questionamento socrático, role-play, a exposição com
prevenção de resposta (EPR), e a psicoeducação (RAMOS et al, 2005).

O treinamento de habilidades sociais envolve desenvolver um repertório verbal e


comportamental, reforçando o contato social (MORIYAMA, 2007).

O questionamento socrático, é uma técnica bastante utilizada na TCC, que tem por objetivo
buscar reestruturar as crenças irracionais ou pouco realistas, fazendo com que o paciente faça
uma avaliação das evidências que apoiam e as que são contrárias ao seu pensamento
disfuncional; a fim de descobrir formas alternativas de interpretar suas sensações e emoções
(MORIYAMA, 2007).

O role-play compreende o treinamento de respostas adequadas, onde o terapeuta e paciente


reproduzem as situações da vida real que geram incômodo (BARRETO, 2012), podendo ser
realizadas in vivo ou por imaginação (MORIYAMA, 2007). O objetivo é treinar o paciente para
lidar com as situações sociais cotidianas (BARRETO, 2012).
A técnica de exposição com prevenção de resposta (EPR), consiste na exposição do paciente a
situações aversivas; como por exemplo, prevenir a verificação de respostas frente ao espelho:
levar a comportamentos de exposição em público sem utilizar objetos que camuflem uma
suposta deformidade; eliminar comparações com outras pessoas e ocultar elogios. As
exposições seguem uma sequência hierárquica da situação evitada: da que causa menor grau
de estresse para aquela que causa maior grau (CROSSOVER; GLEAVES, 2001; VEALE, 2002;
ROSEN, 2003
apud CÂNDIDO, 2014).

A psicoeducação, se utilizada no início do tratamento, vem sendo considerada com um


importante elemento nesse processo (VERAS, 2010). Essa tem como objetivo aumentar o
conhecimento do paciente acerca do transtorno, da origem dos sintomas, dos efeitos
colaterais dos medicamentos, os procedimentos e etapas para remoção dos sintomas (KNAPP,
2014).

Em relação à prevenção de recaída e término do tratamento, Cordioli et al. (2008 apud


Cândido, 2014), destaca que o paciente é estimulado a antecipar e planejar o pós térmico do
tratamento, que vai acontecendo de modo gradual. As expectativas em relação aos futuros
problemas que poderão surgir são examinadas; salientando que a terapia cognitivo-
comportamental não dará imunidade aos problemas, mas sim um ensinamento de como lidar
quando estes surgirem.

Para a estruturação do tratamento, o primeiro passo a ser salientado é a relação de confiança


e aceitação, onde o terapeuta deve realizar o acolhimento frente a história do sujeito,
demonstrando respeito e interesse. Outro aspecto presente é a resistência, a qual o
terapeuta terá que lidar, compreendendo que os comportamentos já instalados geram
segurança e conforto ao indivíduo (BRITO et al, 2013).

Moriyama (2007) conclui que o comportamento verbal do terapeuta, baseado nos estímulos
discriminativos, reforçadores e nas instruções, estão intimamente relacionadas às mudanças
de comportamento do paciente. Portanto, as atitudes saudáveis e realistas em relação a
autoimagem por parte do terapeuta, podem ajudar a prevenir o desenvolvimento e o
agravamento dos sintomas (BRITO et al, 2013).

O psicólogo deve compreender que cada paciente necessita de um repertório de técnicas,


pois algumas delas podem contribuir para a melhora bem como, dependendo do paciente.
Para a manutenção dos sintomas; como por exemplo, o uso de técnicas que comparem as
características do paciente com a média da população é eficaz para aqueles que evitam
examinar seus defeitos, mas é altamente prejudicial para aqueles que apresentam
comportamentos de olhar-se fixamente no espelho (MORIYAMA, 2007).

De acordo com RUIZ; SADOCK; SADOCK (2007 apud CÂNDIDO, 2014) ainda não é possível ser
definido um tempo para o término do tratamento, mesmo após o desaparecimento dos
sintomas.

Diante do exposto, foi possível compreender a contribuição e a importância do papel do


psicólogo frente à sintomatologia e ao sofrimento do TDC.

10.CONSIDERAÇÕES FINAIS
Durante a trajetória deste estudo sobre a relação entre o conceito de beleza na formação da
autoestima e o desenvolvimento do transtorno dismórfico corporal, foi possível perceber que
os padrões de beleza existem desde o início da história da humanidade e não se mantiveram
os mesmos; no entanto, sempre impuseram às pessoas a forma como devem se vestir e o
modelo de corpo ideal que devem seguir.

Foi possível perceber ao longo da pesquisa, que os padrões de beleza contribuem para a
deterioração da autoestima e influenciam no desenvolvimento de transtornos relacionados a
distorção da imagem corporal, como é o caso do transtorno dismórfico corporal.

É evidente que a mídia exerce influência na forma como as pessoas percebem o próprio
corpo, criando imagens de beleza ilusórias difíceis de ser alcançada. Essa forma de imposição
acontece de maneira tão sutil, que o sujeito não percebe a alienação por trás desses discursos
travestidos de saúde e bem-estar. Compreende-se que o intuito velado, é produzir lucro para
o mercado da estética e conduzir as pessoas no culto ao corpo.

O transtorno dismórfico corporal é um transtorno mental, caracterizado pela potencialização


de um defeito mínimo na aparência, que leva a comportamentos obsessivos que colocam a
própria saúde do indivíduo em risco.

Um fator predominante para o reconhecimento do transtorno é reincidência na busca de


procedimentos estéticos e cirúrgicos, pois esses pacientes nunca estão satisfeitos com o
resultado obtido, pois possuem dificuldades para perceber que se trata de um problema
psicológico.

O tratamento baseado na terapia cognitivo-comportamental envolve a reestruturação


cognitiva, treinamento de habilidades sociais, questionário socrático, role-play, exposição
com prevenção de respostas e a psicoeducação. É importante que o comportamento do
terapeuta envolva empatia e mais atitudes realistas para ajudar no sofrimento do paciente,
bem como evitar o agravamento dos sintomas.

Verificou-se que o transtorno dismórfico corporal foi negligenciado por muitos anos, e ainda é
pouco reconhecido devido à alta incidência de comorbidades que confundem o diagnóstico
do mesmo. Desta forma, é importante o diagnóstico diferencial para o tratamento adequado.
Há determinada limitação de conteúdos relacionados ao tema, o que dificultou a
investigação, relevando assim, a

necessidade do desenvolvimento de mais pesquisas com relação a temática.

Desta forma, ressaltamos a importância do despertar do olhar dos profissionais da saúde, da


estética e da educação para o reconhecimento de comportamentos que colocam em risco a
saúde física, mental e social do indivíduo, em prol de padrões de beleza que influenciam
altamente nas distorções da imagem corporal.

Relevamos a boa formação da autoestima para minimizar as cobranças irreais e idealizadas


nos pacientes diagnosticados com o TDC, buscando elevar a importância de se aceitar como é,
e que existem outras formas de se adquirir bemestar, que não se resumem somente a seguir
padrões socialmente ditados.

11. REFERÊNCIAS
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Por Caroline Rodrigues Padilha e Renata Aparecida Benassi

Publicado por: Caroline Rodrigues Padilha

O texto publicado foi encaminhado por um usuário do site por meio do canal colaborativo
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