Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
1.
2. RESUMO
A autoestima é considerada um importante indicador de saúde mental por interferir nas
condições afetivas, sociais e psicológicas do indivíduo. Os padrões de beleza não são estáticos,
e tem influenciado no desenvolvimento de transtornos relacionados à distorção da imagem
corporal. O objetivo deste trabalho busca verificar a relação entre a construção do conceito
de beleza e da autoestima, e o desenvolvimento do transtorno dismórfico corporal; bem
como o papel do psicólogo no tocante a problemática. O mesmo caracteriza-se por uma
pesquisa bibliográfica desenvolvida a partir da investigação da literatura atual sobre o tema.
Para tratar da temática foi discorrido o conceito de beleza ao longo da história da
humanidade bem como a influência desses padrões na saúde física e psicológica dos
indivíduos; o conceito e a construção da autoestima na infância e adolescência; a definição do
transtorno dismórfico corporal; a correlação entre o transtorno, os padrões de beleza e a
autoestima; e o papel do psicólogo embasado na terapia cognitivo-comportamental. Conclui-
se que os padrões de beleza influenciam em comparações entre o corpo real e o corpo ideal,
onde ocorre um grave fracasso que leva a perda da autoestima e a insegurança. É notório a
importância de uma autoestima fortalecida para ir contra esses padrões estéticos, buscando
elevar a importância de se aceitar como é, além de buscar outras formas de se adquirir bem-
estar que não se resumem somente a padrões estereotipados de beleza.
O presente trabalho parte da preocupação com tais questões, uma vez que, quando há uma
fragilidade na construção da autoestima, é possível verificar a maior vulnerabilidade para o
desenvolvimento de transtornos relacionados a imagem.
A autoestima (AE) possui três pilares fundamentais: gostar de si mesmo, acreditar em suas
capacidades e ter autoconfiança (SCHMITZ, 2004). Não é estática, apresenta altos e baixos
(MOSQUERA; STOBÃUS 2006); e a autocrítica, a autoconfiança, o autoconceito, a autoimagem
e a imagem corporal, são correlatas ao conceito (GUERREIRO, 2011).
A autoimagem serve como base para a autoestima, visto que reside no conhecimento
individual de si mesmo e no desenvolvimento das próprias potencialidades, e na percepção
dos sentimentos, atitudes e ideias que se refere à dinâmica pessoal (MOSQUERA; STOBHAUS,
2008). De acordo com Loiola (2014 apud Kakeshita; Almeida, 2006) é desenvolvida e
reavaliada continuamente durante toda a vida, pois a relação estabelecida entre o indivíduo e
seu ambiente sociocultural será capaz de influenciar a sua construção.
De acordo com o DSM-V (Manual Diagnóstico e Estatístico, 2014), o TDC é descrito como um
transtorno que desencadeia prejuízos significativos no funcionamento social, profissional ou
em áreas importantes da vida do indivíduo.
Com relação ao tratamento do TDC, segundo Ramos et al. (2005) a terapia cognitiva
comportamental é a mais eficaz para esses pacientes.
As mulheres são as que mais buscam por alterações corporais para pertencer a um grupo
social de referência, baseado nos ideais de beleza atual. O ideal feminino de emancipação dos
movimentos feministas de liberdade, sucumbiu à ditadura de uma estética corporal que se
opõe à obesidade e ao envelhecimento (LOPES; PAIXÃO, 2014).
O objetivo deste trabalho foi verificar a relação entre a construção do conceito de beleza e da
autoestima, e o desenvolvimento do transtorno dismórfico corporal; bem como o papel do
psicólogo enquanto profissional da saúde que pontualmente é solicitado para auxiliar no
cuidado de casos que apresentam o TDC.
Para tratar a temática, foi trabalhado no capítulo 3, o conceito de belo ao longo da história da
humanidade, e a influência dos padrões de beleza socialmente estabelecidos que se
transformam inconscientemente numa obsessão que vem menosprezando a saúde física e
psicológica.
Para trabalhar o conceito de autoestima, bem como a sua construção na infância e sua
influência na vida do adolescente e do futuro adulto; foi descrito no capítulo 4, a sua
conceituação, de acordo com diferentes autores.
No capítulo 6, foi tratado a correlação entre o TDC, os padrões de beleza e a autoestima; visto
que os padrões de beleza influenciam diretamente na autoestima e podem assim, contribuir
para o desenvolvimento do transtorno.
Com relação ao papel do psicólogo, foi apresentado no capítulo 7, as técnicas, baseadas na
terapia cognitivo comportamental; as características clínicas; e os estudos mais recentes com
relação ao tratamento farmacológico, que faz parte do tratamento associado à terapia.
4. MÉTODO
O presente trabalho caracteriza-se por uma pesquisa bibliográfica desenvolvida a
Conforme afirma Gil (2006, p. 44) “a pesquisa bibliográfica é desenvolvida com base em
material já elaborado, constituído principalmente de livros e artigos científicos”.
Após a seleção dos artigos baseada nas palavras-chaves, realizou-se a leitura exploratória de
todo o material relevante, leitura seletiva das fontes selecionadas e o registro de informações
extraídas em instrumentos específicos. Posteriormente foi realizada uma análise descritiva
das informações compiladas, para ampliar o conhecimento sobre o tema pesquisado e
elaborar o referencial teórico.
De acordo com Araujo e Leoratto (2013, p. 721) a visão estética corporal e visual “alterou-se
de períodos em períodos, construindo imagens a serem idealizadas e conquistadas”. O corpo
é o suporte da identidade do indivíduo, é a estrutura básica que estabelece as primeiras
relações do ser com o meio (ARAUJO; LEORATTO, 2013). Não obstante, a roupa é considerada
como uma forma de linguagem, pois comunica os desejos dos indivíduos, e como tal, altera a
estrutura física do corpo por ser uma extensão do mesmo (ARAUJO; LEORATTO, 2013).
Sendo assim, se faz necessário elucidar a beleza ao longo da história da humanidade. Sua
busca é tão antiga quanto à existência dos seres humanos (SUENEGA et al., 2012).
O histórico da beleza teve início na pré-história. Existem muitos relatos dos quais configuram
que, entre os povos primitivos era considerado belo a pintura dos rostos e dos corpos, além
de ser uma forma de agradar aos deuses e afugentar os maus espíritos (SUENAGA et al.,
2012).
Entre os hebreus, a beleza também estava associada a hábitos de limpeza só que destinados à
conservação da pele, dos cabelos e dos dentes em geral, onde passavam azeite de oliva e óleo
de semente de uva para hidratar e proteger à pele; também preparavam pomada de hissopo
(planta aromática localizada próxima ao Mar Negro e da Ásia Central), mirra em pó e romã
para a limpeza da pele (SUENAGA et al., 2012).
De acordo com Suenaga et al (2012, p. 5) “os padrões de beleza e harmonia criados na Grécia
Clássica (V e IV d. C) são imitados até hoje”. As mulheres gregas passavam muito tempo
cuidando dos cabelos – considerado o símbolo da beleza feminina da época – lavando,
trançando e os enrolando com ferro. Os exercícios físicos eram comuns entre homens e
mulheres, e o ideal de corpo masculino se baseava na boa forma física (PEREIRA, 2014). O
corpo admirável era aquele possuidor de capacidades atléticas, saúde e fertilidade; sendo
elemento não somente de adoração, mas também de interesse do estado, para as
competições nos Jogos Olímpicos, e para as guerras com outros povos (FARHAT, 2008).
No entanto, diferente do que é considerado belo no século XXI, o corpo bronzeado não era
sinônimo de beleza entre os gregos, mas sim a pele branca, que era considerada símbolo de
status (SUENAGA et al., 2012). Para proteger a pele dos raios solares, se banhavam em azeite
de oliva e depois polvilhavam seus corpos com areia fina. Também de acordo com Farhat
(2008, p. 17) “os cabelos loiros eram raros e admirados pelos gregos e ambos os sexos
tentavam descolorir seus cabelos com infusões de flores amarelas”. Demonstrando desde
então, o caráter autoritário dos padrões de beleza.
Na Idade Média o ideal de beleza feminino era baseado na imagem da Virgem Maria (pele
branca, cabelos loiros e ar virginal). O belo, estava conectado ao divino e às virtudes morais
(SUENAGA et al., 2012). A vestimenta feminina era longa, pois quanto mais exteriorizasse o
corpo feminino, mais valiosa era a interioridade de sua alma (MACEDO, 1998).
Com o domínio do cristianismo, atos de vaidade (como maquiagem, os costumes dos banhos
e as massagens) passaram a ser considerados pecados (SUENAGA et al., 2012) e a mulher que
pintasse a face ou alterasse a cor dos cabelos – ou seja, a mulher que tentasse alterar a sua
aparência – estava contestando a imagem que Deus lhe deu (MACEDO, 1998).
O luxo passou a se tornar visível, e os acessórios passaram a ser considerados belos – homens e
mulheres passaram a aderir ao uso de joias, maquiagens e fragrâncias – além do uso garantir o
poder social (SUENAGA et al., 2012).
No século XVI, a atenção era voltada para a parte superior do corpo feminino: rosto, ombros e
busto. As características marcantes eram a delicadeza e intensidade dos olhos. Nos séculos
seguintes, a ênfase recaía nas pernas, quadris e cinturas femininas (ARAUJO, LEORATTO,
2013).
O uso de maquiagens novamente tornou-se comum entre homens e mulheres, no século XVII,
que usavam pós de arroz e as “la mouche” (pintas artificiais) na face (LOPES; CARVALHO,
2011). O ideal de corpo feminino era baseado em cinturas bem marcadas, e para tanto, as
mulheres utilizavam espartilhos apertados para afinar a cintura. Durante essa época também
era considerado belo o uso de perucas e lenços; a vestimenta era marcada pelo uso da seda e
do cetim, e nas femininas, os decotes chegavam até os mamilos (PEREIRA, 2014).
Foi nas primeiras décadas do século XIX que ocorreu a mudança na visão estética sobre o
corpo, mirando em direção à magreza e a renegação da obesidade
(FREITAS et al, 2010).
No século XX, o ideal de corpo feminino valorizava o corpo curvilíneo e a cintura fina, onde as
mulheres deviam ser altas e magras. Esse século, também foi marcado pelas grandes
transformações em relação às noções de beleza em um breve período de tempo, e por
disseminar a necessidade de se alcançar um corpo ideal (ARAUJO; LEORATTO, 2013). Serão
brevemente destacadas a seguir, as principais mudanças que ocorreram nessa época.
Nos anos de 1910, o ideal de corpo feminino se baseava em seios volumosos. Era comum o
uso de corseletes entre as mulheres, para disciplinar as cinturas. Os vestidos longos e o uso de
chapéus extravagantes eram símbolo de status entre as mulheres (GOSTINSKI, 2009).
Com a primeira guerra mundial (1914-1918) e com os homens adentrando aos campos de
batalha; as mulheres foram conduzidas aos mercados de trabalho. Com isso, as vestimentas
tiveram que se adequar à rotina das fábricas e dos escritórios, e os corseletes foram
substituídos pelos sutiãs, que tiveram suas primeiras versões durante essa época. Gostinski
(2009, p. 49) ressalta que “o figurino feminino passou de frágil para funcional: surgiram os
cabelos curtos e as roupas foram repaginadas de modo a constituir uma silhueta que não
mais valorizava o corpo.”
Nos anos de 1920, a elegância era sinônimo de simplicidade (GOSTINSKI, 2009). As mulheres
passaram a ter mais liberdade nas vestimentas que mostravam as pernas e o colo. A silhueta
idealizada era geometrizada: cintura, seios e quadris deveriam ter medidas parecidas. Para
isso, as mulheres disfarçavam as curvas usando vestidos retos e enrolavam faixas sobre os
seios para achatá-los (GOSTINSKI, 2009).
Os anos de 1930, elegeram as costas femininas como o novo foco de atenção. A mulher dessa
época devia ser magra, bronzeada e esportiva.” (Gostinski, 2009, p. 60).
Nos anos de 1940, a vestimenta da década vislumbrava as saias rodadas e compridas, assim
como o uso de luvas e sapatos de salto alto (GOSTINSKI, 2009).
Nos anos de 1950, foi resgatado a feminilidade e o padrão de beleza feminino era baseado na
sensualidade. A referência era a atriz Marilyn Monroe. Já entre os homens, a referência era o
cantor de rock Elvis Presley, e por esse motivo, os topetes masculinos ganharam destaque
(GOSTINSKI, 2009).
Durante os anos de 1960, o ideal de beleza feminino valorizava o corpo com aspecto “natural”
– ou seja, a beleza inata (SIQUEIRA; FARIA, 2007). A década também foi marcada por um
momento de emancipação feminina, relacionado a vestimenta: consagrando-se o visual
unissex – calças jeans e sapatos baixos (SUENAGA et al., 2012). “Pela primeira vez, a mulher
ousava se vestir com roupas tradicionalmente masculinas, como o smoking” (GOSTINSKI, p.
72, 2009). Para os homens, também houve uma revolução: passaram a ser aceitos os cabelos
compridos (SUENAGA et al., 2012).
Nos anos de 1970, surgiram duas tendências que influenciaram o mundo da moda e o
conceito de beleza: o movimento hippie e o punk, que foram iniciados devido às pessoas:
alienavam e envolviam numa engrenagem de que eles, como indivíduos, eram apenas
uma peça a mais, esses jovens propunham uma vida baseada no amor a todas as coisas e
Os hippies destacaram as camisetas estampadas (as Pop Art: estamparias com a reprodução
de famosos, histórias em quadrinho, etc.); as saias compridas ganharam destaque; surgiram
as flores enfeitando os cabelos; foram responsáveis por fazerem dos jeans peças chiques – foi
o auge das calças com boca de sino
(CIDREIRA, 2008).
Durante os anos de 1980, o ideal de beleza era o “corpo saudável”. A busca por um corpo
perfeito passou a ser uma obsessão: adoção de hábitos saudáveis, rotina de exercícios, uma
boa alimentação, etc.” (ARAUJO; LEORATTO, 2013, p. 722). Os homens desenvolveram o culto
à musculação, mais especificamente ao fisiculturismo (ARAUJO; LEORATTO, 2013).
Nos anos de 1990, o estereótipo de beleza feminino se baseava em mulheres magras e com
cabelos curtíssimos (GOSTINSKI, 2009). A silhueta ideal era estilo manequim: com braços e
pernas finas. Deu-se início a era da cirurgia plástica, especialmente em relação ao silicone – o
busto se tornou a zona erógena que valorizava os decotes (ARAUJO; LEORATTO, 2013).
A lingerie passou a fazer parte das vestimentas, ganhando notoriedade. Surgiu também o
Grunge, movimento impulsionado pelo rock; onde os jovens passaram a utilizar
calças/bermudões largos e camisas xadrez; além da ascensão dos piercings e das tatuagens
entre os jovens (ARAUJO; LEORATTO, 2013).
No século XXI, o padrão de beleza feminino se baseia em corpos com sinuosidade, pele
bronzeada, abdomens definidos, pernas saradas, cabelos pintados, unhas embelezadas, uso
constante de maquiagem e pelas buscas em retardar o envelhecimento – através de cremes
rejuvenescedores e/ou métodos estéticos (SUENEGA et al, 2012).
De acordo com Murari e Dorneles (2018), ao estudar o histórico do corpo percebese que este
nunca deixou de ser criticado, mesmo que atualmente tenha se libertado de algumas
amarras, ainda se encontra aprisionado.
De acordo com Barros (2013, p. 76) “as formas de problematizar as aparências, os modos de
conceber e de produzir noções de beleza são modificados ao longo do tempo na sociedade”.
Floriani; Marcante e Braggio (2010, p.1) concluem que “mesmo tendo em mente que o que
importa é a essência, na realidade a aparência é fundamental”, pois o que verdadeiramente
importa é estar dentro dos padrões determinados, independente das consequências
(FERREIRA; CASTRO; GOMES, 2005).
Vigarello (2006 apud SUENEGA et al, 2012) afirma que o corpo se tornou “o nosso mais belo
objeto de consumo”, ou seja, o corpo real é descartado em prol do modelo desejado e
imaginado (FERREIRA; CASTRO; GOMES, 2005).
A beleza, também passou a adquirir um valor social que concomitantemente, garante sucesso
nas relações interpessoais e na vida profissional (BORBA; THIVES, 2011). A imagem corporal
influência o poder, o status e a atração exercida sobre o sexo oposto. Por vezes, a beleza é
associada à ideia de felicidade, saúde e sucesso social, profissional e amoroso (PINHEIRO;
FIGUEREDO, 2012). O corpo é visto como um veículo que espelha a personalidade e descreve
que quanto mais bonito, mais se tem a condição de bem-estar (SECCHI; CAMARGO;
BERTOLDO, 2009).
Frequentemente nos deparamos com pessoas preocupadas com a saúde ou com a estética de
seus corpos. Com relação à saúde, trata-se de uma medida preventiva contra problemas
como obesidade, hipertensão, entre outros; de extrema importância para a saúde física. Com
relação à estética, a preocupação está vinculada a ideia de corpo perfeito demasiadamente
vendido pela mídia; que estimula a busca desenfreada por essa imagem ideal, através de altos
investimentos, como cirurgias plásticas e medicamentos que prometem a perda rápida de
peso (FARHAT, 2008).
Ser belo não é mais um dever social e sim um dever moral (NOVAES; VILHENA, 2003), onde as
pessoas são responsabilizadas, devendo corrigir as imperfeições, já que o corpo perfeito é a
representação do sucesso pessoal (BENEVIDES; RODRIGUES, 2017).
A obsessão por esse estigma de beleza preconizado tem se tornado exacerbado ao ponto
onde se tem preterido a própria saúde (BARROS, 2013). O conflito entre o corpo real e o
corpo ideal, estimula a busca por medidas rápidas e drásticas (MURARI; DORNELES, 2018),
onde as pessoas vem recorrendo às dietas e exercícios físicos exagerados; uso de diuréticos e
laxantes para a perca rápida de peso; excessivas cirurgias plásticas; e ao uso indiscriminado de
anabolizantes e/ou suplementos alimentares (SECCHI; CAMARGO; BERTOLDO, 2009); que
comprometem o comportamento alimentar, psicossocial, físico, cognitivo e a autoestima
(PETROSKI; PELEGRINI; GLANER, 2012). Além de influir em determinadas patologias, como a
depressão, bulimia, ansiedade social, transtorno dismórfico corporal, vigorexia, etc. (BORBA;
THIVES, 2011).
Mesmo se tendo o conhecimento “dos riscos que a saúde pode sofrer, ainda assim, esse
padrão estético é o desejo de muitas mulheres. ” (ARAUJO; LEORATTO, 2013, p. 720).
Benevides e Rodrigues (2017) postulam que a explicação, advém das recompensas
(emocionais, sociais ou materiais) e/ou das facilidades que são possibilitadas pela valorização
da beleza. Novaes e Vilhena (2003, p. 17) sugerem que “todo o investimento destinado aos
cuidados pessoais com a estética vinculase à visibilidade social que o sujeito deseja atingir.”
Desta forma, ao realizar comparações com esse modelo de beleza, advém as distorções na
percepção da imagem corporal, constituindo-se em grave fracasso que leva a perda da
autoestima e à insegurança (SECCHI; CAMARGO; BERTOLDO, 2009).
Aqueles que não se enquadram – pessoas acima do peso e mais velhas – são excluídos,
ridicularizados e marginalizados (CAMPOS; NETO, 2010). Flor (2009, p. 268) ainda afirma que
“essa discriminação se estende em todo o âmbito social, seja para encontrar um emprego, um
namorado, ou nos comentários maldosos feitos por outros indivíduos nas ruas e na própria
mídia, que ajuda a reforçar os estereótipos.” Teixeira (2001, p. 197) lembra que “apelidos que
remetem às imperfeições estéticas podem ser cruéis e acompanhar suas vítimas ao longo de
quase toda vida. No caso de crianças, tal conotação pejorativa pode enveredar para o
chamado bullying”.
Estas pessoas acabam culminando sentimentos de vergonha e ódio ao próprio corpo, por não
conseguirem atingir esse ideal, apesar do discurso ser de que é um fator facilmente alcançado
(BENEVIDES; RODRIGUES, 2017). Isso também se torna evidente ao realizar comparações com
o constrangimento de antigamente diante da nudez, que residia em decência e pudor; mas
atualmente, o constrangimento se remete a vergonha de que sejam expostas as suas
imperfeições corporais (BENEVIDES; RODRIGUES, 2017).
Os fatores psíquicos que indicam que a pessoa ultrapasse a fase de alerta são: negação da
realidade, intolerância em lidar com a frustração e a baixa autoestima. Na fase final, o
indivíduo pode ser acometido pela depressão e ansiedade (PINHEIRO; FIGUEREDO, 2012).
Apesar da divulgação midiática que basta apenas uma alimentação equilibrada, a prática
regular de exercícios físicos e empenho e determinação, para obter um corpo perfeito, essa
realidade não é acessível a todas as pessoas, principalmente aquelas de menor poder
aquisitivo, no entanto, não estão isentas dessas exigências (BRAGA; MOLINA; CADE, 2007). Foi
possível constatar que a preocupação com a beleza é fator motivacional para os que grupos
economicamente desfavorecidos cometam infrações (furtos na busca de alisantes de cabelo,
lentes de contato, roupas, etc.) e até mesmo agressões contra aqueles que correspondem aos
padrões vigentes (PINHEIRO; FIGUEREDO, 2012).
O Brasil é o segundo país que mais realiza cirurgias plásticas (as mais buscadas são,
respectivamente, a toxina botulínica, aumento das mamas, lipoaspiração, blefaroplastia, e a
abdominoplastia) perdendo apenas para os EUA (ISAPS, 2016). De acordo com autores, no
Brasil “a cirurgia plástica atuaria como um meio de adquirir um corpo que funciona
plenamente, ou seja, a ser usado como estímulo a vencer na vida, não sendo, em tempo
algum e de nenhuma forma, contribuinte do fracasso” (BENEVIDES; RODRIGUES, 2017, p. 88).
De acordo com os autores, as mulheres são mais cobradas do que os homens no que se refere
à beleza (SUENEGA et al, 2012), pois a imagem do feminino continua sendo fortemente
associada ao belo, e, portanto, se tem menos tolerância para os desvios nos padrões estéticos
(SECCHI; CAMARGO; BERTOLDO, 2009). Basta uma depilação por fazer, uma maquiagem fora
de tom ou uma raiz malfeita para que surjam duras críticas duras com relação à sua imagem
(NOVAES; VILHENA, 2003). Pode-se assim, concluir que o ideal feminino de emancipação,
pregado pelos movimentos feministas de liberdade, sucumbiu à ditadura de uma estética
corporal que se opõe à obesidade e ao envelhecimento (LOPES; PAIXÃO, 2014).
Para os homens as preocupações com a beleza são mais sutis, pois o descuido está
intimamente relacionado à falta de tempo que possuem, em função do ritmo profissional
(NOVAES; VILHENA, 2003). O que nos faz despertar para a questão do machismo que pode
estar atrelado ao terrorismo com relação à beleza feminina.
Contraditório a isso, apesar da constatação que o ideal sobressai nas mulheres, cada vez mais
os homens estão lidando com a mesma intensidade de pressão, para adquirir a forma física
“perfeita”, que as mulheres enfrentam há séculos (FERREIRA;
CASTRO; GOMES, 2005). Essa mesma sociedade, mantém uma visão preconceituosa com
relação aos homens que investem excessivamente na aparência física, onde o cuidado com a
aparência é considerado como uma prática homossexual (NOVAES; VILHENA, 2003).
A motivação que faz com que os adolescentes se preocupem exacerbadamente com a boa
aparência, vai além da sedução e do prazer em ser admirado/elogiado. Está mais relacionada
a uma obrigação social de bem-estar, pois já é propagado na mente destes jovens que a
aparência é um dever, sendo relativa à aceitação, inclusive profissionalmente (BENEVIDES;
RODRIGUES, 2017).
Levando em consideração que o atual padrão de beleza resulta em inúmeras cobranças nos
indivíduos, serão levantados o conceito e a construção da autoestima, que ocorre na tenra
idade, e com boa formação da mesma, diminuiria as cobranças irreais e idealizadas nos
indivíduos.
Ã
6. CONCEITO E CONSTRUÇÃO DA AUTOESTIMA
Neste capítulo enfatiza-se o conceito de autoestima (AE), na visão de diversos autores, pois
muitas foram às denominações atribuídas a ela.
A auto-estima virou uma palavra mágica. Cabe no anúncio do profissional que trata a
depressão, que faz hipnose, regressão de memória e usam florais. Cabe também nos dos
tarólogos, dos astrólogos e até nos entendidos de anjos. Em todos, a promessa de elevar
A respeito desse modismo, Moysés (2007) salienta que os estudos e as pesquisas no campo
da autoestima foram alcançando refinamentos cada vez maiores, com enfoques e concepções
diferentes.
Nas décadas de 1970 e 1980 outros estudos foram iniciados sobre o autoconceito; dentre os
estudiosos estavam: W. Brookover, Stanley Coopersmith e William Purkey, que chegaram ao
consenso de que “o autoconceito é a percepção que a pessoa tem de si mesma, ao passo que
a autoestima é a percepção que ela tem do seu próprio valor” (MOYSÉS, 2007, p.18). Já
James, “entendeu que a autoestima é a percepção do que se é e do que se faz, determinada
pela relação das supostas realidades e potencialidades individuais” (ASSIS; AVANCI, 2004, p.
26).
Para James, a autoestima pode ser melhorada, com o aumento dos sucessos ou com a
diminuição das pretensões. Cada indivíduo tem dentro de si a capacidade de avaliar o seu
sucesso ou o fracasso, elegendo os atributos que considerar mais valorosos, considerando os
parâmetros de cada sociedade e cultura (ASSIS; AVANCI, 2004). Essa ligação da autoestima
com o social na produção do preparo emocional de cada indivíduo se concretiza no caráter
multidimensional do self: Self material (bens materiais); Self social (como o indivíduo é
percebido pelos outros) e Self espiritual (formado pelas faculdades psicológicas), (ASSIS;
AVANCI, 2004).
De acordo com Mruk (1995 apud Assis; Avanci, 2004) nos 60 anos seguintes, os estudos sobre
a autoestima não se desenvolveram. No século XX, a fenomenologia introduziu novos estudos
acerca do autoconceito; que para Combs e Snygg (1949 apud Assis; Avanci, 2004), era algo
funcional e estrutural. Dentro da organização das percepções de si e do ambiente,
respeitando a visão particular e singular de cada indivíduo (ASSIS; AVANCI, 2004).
Rosenberg (1989 apud Assis; Avanci, 2004), em 1965 introduziu em seus estudos sobre a
autoestima teóricos do interacionismo simbólico, relatando a importância do sujeito se tornar
membro de um grupo social (MEAD, 1953; GOFFMAN, 2002 apud ASSIS; AVANCI, 2004). Em
seu estudo epidemiológico, com cinco mil estudantes de Nova Iorque/EUA, Rosenberg julgou
a autoestima como uma avaliação que o indivíduo desenvolve e mantém, se manifestando em
atitudes de aprovação positiva ou desaprovação negativa em relação a “si mesmo”. Envolve
não somente o sentimento, mas também a percepção e a cognição, na formação das atitudes
e julgamentos (ASSIS; AVANCI, 2004).
Outros autores que também estudaram e contribuíram para o estudo da autoestima foram
Stanley Coopersmith (1967 apud Assis; Avanci, 2004), Branden (1969 apud Assis; Avanci,
2004) e Carl Rogers (1997 apud Assis; Avanci, 2004).
Stanley Coopersmith, em 1967, publicou o livro The Antecedents of Self-Esteem, onde definiu
a autoestima como sendo a avaliação que o indivíduo faz de si mesmo, levando em
consideração seu valor pessoal e o seu sucesso (ASSIS; AVANCI, 2004). Nataniel Branden
(1969) foi um psicólogo norteado pela abordagem humanística, em seu trabalho enfatizou os
dois principais componentes da autoestima: o valor próprio e a competência para realizar as
atividades (ASSIS; AVANCI, 2004). Carl Rogers (1977) em 1959 considerou que a autoestima
depende da coragem em se tornar autêntico, respeitando a sua individualidade e a do outro
(ASSIS; AVANCI, 2004).
Para Schultheisz e Aprile (2013), a autoestima corresponde ao valor que o sujeito faz sobre si
em diversas situações, a partir de um conjunto de valores atribuídos a ele como positivos ou
negativos trazidos de sua história de vida, até o momento. Para esses autores, a autoestima
reflete na forma como as pessoas aceitam a si mesmas, valorizam as outras pessoas e
projetam as suas expectativas nas diversas situações da vida.
Essa interferência é de grande relevância, já que o sujeito necessita estar bem consigo para
que possa vivenciar sua vida e suas condições de maneira favorável, dentro daquilo que é
apropriado a si.
Mosquera e Stobaus (2006), caracterizam a AE como instável, pois apresenta altos e baixos,
variando entre as diferentes situações: sociais, emocionais e psíquicofisiológicos
(psicossomáticos).
qualidades sem maiores vaidades; não considerar-se superior e nem inferior aos outros;
saber admitir limitações e aspectos menos favoráveis da personalidade; ser aberto e
Ao possuirmos uma AE mais real, teremos a tendência a gostar mais dos outros, ser mais
afetuosos e a trabalhar mais os aspectos considerados positivos em nós e nas outras pessoas.
Já a baixa autoestima, favorece o egoísmo, leva a dependência, arruinando as relações
interpessoais (MOSQUERA; STOBAUS, 2006). Todos esses aspectos negativos da baixa
autoestima prejudicam a vida do indivíduo, abrangendo da área profissional à área afetiva.
Rogers (1977 apud Assis; Avanci, 2004), salienta que as pessoas significativas para a criança,
como os pais, podem facilitar a auto-aceitação e diminuir os conflitos, facilitando a construção
do respeito e da confiança em si ao acolherem a visão e os valores infantis.
Os adultos costumam reagir aos comportamentos das crianças em algumas situações com
aplausos e incentivos, já em outras, com repreensões. Dessa forma a criança seguirá ouvindo
ora que é “boazinha e bonitinha” outrora que é “boba e feia”. Com o passar do tempo e a
repetição dos padrões de comportamentos, as experiências que surgiram como um processo
interpessoal, irão incorporar a estrutura cognitiva da criança, se transformando em sua visão
pessoal. A partir de então, a criança se tornará a sua própria jurada, sendo agora a
responsável por se aplaudir diante de uma vitória ou se entristecer diante de um fracasso
(MOYSÉS, 2007).
Ainda assim, Vygotsky apresenta que a passagem dos conteúdos interpsicológicos não
acontece automaticamente; antes disso, os conteúdos irão interagir com os conteúdos já
existentes na mente da criança, criando um novo sistema com as suas próprias leis. A
internalização ocorrerá de modo particular, já que cada criança traz em si marcas da sua
individualidade, o resultado final será a junção do meio social, com o individual de cada
indivíduo (MOYSÉS, 2007).
Acerca da construção da identidade, Bettelheim (1988 apud Moysés, 2007) afirma que a
principal motivação da criança é obter amor e aprovação dos pais e das pessoas significativas
para ela, como confirma no parágrafo a seguir:
imbuídas de sentimentos positivos por nosso filho convencem-no de sua importância para
nós, uma experiência de que ele necessita desesperadamente para poder acreditar que
também pode ser importante para outros. (Bettelheim, 1988, p.52 apud Moysés, 2007,
p.25)
O mesmo autor destaca que a empatia destinada aos filhos pelos pais, é de extrema
importância na busca pela identidade dos mesmos, e que os pais devem se manter solidários
a todos os avanços e recuos no processo de se autoconhecer e se autoafirmar pois, os elos
saudáveis construídos, favorecerão a formação de uma identidade viável e consistente, para
enfrentar os desafios da vida (MOYSÉS, 2007).
Na família acontecem os contatos mais significativos para a criança, onde ela encontra espaço
para expressar os seus conflitos e afinidades, já que o impacto da convivência familiar no
desenvolvimento da autoestima da criança é essencial, Castro (1998 apud Assis; Avanci,
2004).
Como uma instituição social, a família tradicional passou por mudanças no decorrer da
história e de acordo com cada cultura, assumindo configurações diversificadas. No século
XVIII, a família assumiu um modelo nuclear. Ela pode apresentar elementos positivos, pois
oferece um núcleo afetivo de apoio e solidariedade, mas também podem apresentar
elementos negativos geradores de conflitos e ambiguidades Camargo e Buralli (1998 apud
Assis; Avanci, 2004).
Assis e Avanci (2004) salientam que o movimento histórico trouxe muitas transformações na
estrutura da família, mas também levou a apresentar uma independência de modelos, onde
existem várias “famílias” com sua própria estrutura e estilo de funcionamento. Nesse aspecto
Bilac (1997 apud Assis; Avanci, 2004) comunica que “a variabilidade histórica da instituição
família desafia qualquer conceito geral de família”.
Dentro do sistema familiar, cada membro tem um lugar e um papel a desempenhar, esse
lugar depende de alguns fatores como idade, sexo e ordem de nascimento. O modelo
ecológico do desenvolvimento humano vê a família como um microssistema, o qual é o
primeiro sistema onde o ser humano em desenvolvimento interage, buscando relações
estáveis, recíprocas e com equilíbrio entre os diversos papéis desempenhados por cada
membro. Os processos vivenciados não são independentes um do outro, podendo promover
ou dificultar o desenvolvimento do sistema familiar (ASSIS; AVANCI, 2004).
Ribeiro (1988 apud Avanci; Assis, 2004) considera três linhas de pensamento sobre o divórcio:
a primeira considera que o divórcio influencia negativamente no desenvolvimento dos filhos;
a segunda que os filhos se ajustam, mesmo com as consequências negativas; a terceira
mostra que o divórcio não influencia os filhos, e que em alguns casos pode ser o melhor para
a família. Ribeiro saliente que alguns aspectos devem ser considerados; como a idade dos
filhos, o sexo da criança e do adolescente e o conflito que envolve a família.
Rosenberg (1989 apud, Assis; Avanci, 2004) considera que o impacto da separação sobre a
autoestima da criança e/ou adolescente depende em primeiro lugar de quem se divorciou ou
enviuvou, em segundo lugar, quando ocorreu, e em terceiro lugar, o que aconteceu após. Em
relação aos efeitos da morte sobre os filhos, Bowlby (1998 apud, Assis; Avanci, 2004) reafirma
que a forma como o genitor sobrevivente reage, vai influir no comportamento da criança
e/ou adolescente em relação à perda.
O grupo familiar deveria ter como premissa, manter a estabilidade e o equilíbrio, pois a
ansiedade causada por diversas mudanças em suas configurações gera ansiedade e angústia
em seus membros (ASSIS; AVANCI, 2004).
De acordo com a Sociedade Brasileira de Pediatria (2001 apud Assis; Avanci, 2004), a violência
pode ser: física, onde ocorre o uso de força física com o intento de ferir, danificar, podendo
deixar marcas ou não; sexual, ato ou jogos sexuais, podendo ser heterossexual ou
bissexual, praticado por agressor em desenvolvimento psicossexual mais
adiantado do que a vítima; psicológica, caracterizada por inferências negativas do adulto sobre
a criança e sua competência, isolando-a das experiências sociais comuns a sua idade, criando
expectativas e exigências irreais sobre o seu rendimento e suas capacidades; negligência,
sendo privações essências ao seu desenvolvimento, como privação de alimentos,
medicamentos e ausência de proteção contra severidades de seu meio, a negligência é uma
das formas de violência mais difíceis de serem detectadas, devido às situações precárias da
maioria da população. Uma das formas mais comuns de negligência é o abandono, podendo
ser parcial (ausência temporária dos pais) ou ausência total (os pais deixam as crianças
desamparadas e expostas a perigos).
Em famílias onde ocorre a violência infantil a criança poderá ter efeitos e consequências que
afetarão as esferas física, social, comportamental, emocional e cognitiva, que
consequentemente serão: o baixo peso ao nascer, isolamento social, desnutrição,
insegurança, cefaleia e distúrbios psicossomáticos (ASSIS; AVANCI, 2004).
Com relação aos divórcios e separações em famílias onde ocorrem agressões, angústias,
inseguranças, intolerância e negligencia, os efeitos do afastamento se constituem como
favoráveis (ASSIS; AVANCI, 2004).
Para Garbarino (1995 apud Assis; Avanci, 2004) a família de sucesso é aquela que tem
habilidade de transformar crianças em adultos competentes, produzindo crianças
emocionalmente fortalecidas, que se realizam profissionalmente e que mantêm bons
relacionamentos sociais.
A escola é outra instituição formadora da autoestima, ela tem o papel de criar condições que
levem a criança desenvolver uma relação lógica com o mundo, Ferreira e Thompson (2002
apud ASSIS: AVANCI, 2004).
Os idealistas a veem como uma instituição formadora de caráter e preparação para a vida;
para os céticos ela deveria ser denunciada pela sua função de perpetuar a dominação e a
desigualdade; para os mais realistas a escola reflete as condições sociais de um grupo, e sua
influência para modificar essas condições e transformálas, pois, leva ao desenvolvimento de
crianças e adolescentes (ASSIS; AVANCI, 2004).
Mesmo com toda a diversidade de opiniões e com as crises com que passam as instituições de
ensino do Brasil, seu papel nunca foi valorizado na sociedade brasileira, pois as necessidades
são voltadas para as exigências do mercado de trabalho. Todavia as mudanças advindas da
década de 90 proporcionaram o aumento do número de crianças na escola e a diminuição no
índice de analfabetismo FERREIRA; THOMPSON (2002 apud ASSIS; AVANCI, 2004).
A violência vivida no ambiente escolar guarda particularidades, mas existem outros tipos de
violência que habitam e influem na vida dos jovens, como a violência estrutural (precariedade
nas condições de sobrevivência e desigualdade social) presente na vida familiar, sendo este
um espaço tanto para socializar, quanto como uma escola de violência. A violência familiar
potencializa a violência social, pois influi na forma como a criança enfrentará a violência
sofrida na escola e na comunidade em que vive (ASSIS; AVANCI, 2004).
A violência no Brasil é uma das principais causas de mortes de crianças e adolescentes a partir
dos 5 anos de idade, essa população sofre com a restrição dos seus direitos básicos, como o
direito à escola, a assistência à saúde e os cuidados necessários para o seu desenvolvimento
saudável. Muitas dessas crianças e adolescentes são submetidas à mão-de-obra para ajudar
no sustento da família, outras são exploradas sexualmente, e em algumas situações são
abandonadas, tendo que sobreviver nas ruas. Nesse cenário, são alvos de violência que
comprometem a saúde física e mental dessas crianças e adolescentes, Sociedade Brasileira de
Pediatria (2001 apud Assis; Avanci, 2004).
As complicações mais frequentes são a baixa qualidade de vida, cirurgias plásticas excessivas
e muitas vezes desnecessárias, e tentativas de suicídio (FIGUEIRA; NARDI; MARQUES;
VERSIANI, 1999). Indivíduos com início do transtorno antes dos 18 anos, merecem maior
atenção, pois os maiores índices de suicídios e comorbidades ocorrem nessa fase (BRITO et al,
2013).
O TDC tem origem multifatorial, que inclui fatores genéticos, orgânicos, ambientais e
culturais. Apesar da gravidade do transtorno, os estudos científicos sobre o transtorno ainda
estão no início e por isso, existem conteúdos limitados com relação à temática (MORIYAMA,
2007).
De acordo com a CID-10 (1993) raramente se apresenta pela primeira vez após os cinquenta
anos de idade, e não há indícios de delírios sobre funções ou formas corporais. Como critérios
diagnósticos deve haver a presença de dois fatores: preocupação persistente com uma
suposta deformidade ou desfiguramento, e recusa em aceitar que não há nenhuma
anormalidade física.
A maioria dos pacientes com TDC apresentam comorbidades, tais como: transtornos de
ansiedade (principalmente a fobia social, caracterizada pela esquiva social, que é comum
entre esses pacientes); transtorno obsessivo compulsivo; abuso de substâncias dependentes;
depressão; transtornos alimentares; e transtornos de personalidade, como narcisista e
histriônica (BRITO et al, 2013).
Com relação ao medo da avaliação social negativa, Conrado (2009, p. 572) afirma que esses
pacientes evitam contato com outras pessoas, além de não conseguirem trabalhar ou ter
relacionamentos sociais e afetivos devido “a preocupação de parecer “feio” ou ao medo de
que outras pessoas estejam fazendo comentários depreciativos em relação ao seu defeito”.
O TDC também é associado a outro transtorno mental: a vigorexia. Esta é caracterizada pela
prática excessiva de exercícios físicos que provocam manifestações físicas (lesões, cansaço
constante, dores musculares, fraqueza) psíquicas e/ou emocionais (perda de apetite, perda de
peso, irritabilidade, agressividade, diminuição da concentração, ansiedade e depressão). O
TDC pode desencadear a vigorexia, e a vigorexia pode desencadear o TDC (SUEITTI, 2014).
Com relação ao seu histórico, foi descrito pela primeira vez em 1886, pelo psiquiatra
Enrico Morselli e, foi inicialmente nomeado por “dismorfofobia” (BRITO et al, 2013). Na
literatura dermatológica são encontradas descrições de pacientes cujo quadro clínico fora
denominado por uma hipocondria dermatológica (CONRADO, 2009).
O TDC foi negligenciado por muito tempo, entretanto, está cada vez mais ganhando
reconhecimento dos profissionais da saúde e de outras áreas (CONRADO, 2009). Somente foi
mencionado pela primeira vez no DSM, na terceira edição, em 1980, como Transtorno
Somatoforme Atípico. Seu pouco reconhecimento se deve ao fato de ter sido associado por
muitos anos, como sintoma de outras doenças psiquiátricas, como a esquizofrenia,
transtornos de humor e transtornos de personalidade.
Um aspecto clínico que deve ser relevado, é o fato dos pacientes com TDC terem dificuldades
em relatar aos profissionais de saúde mental a existência de seus sintomas, pois sentem
vergonha destes e reafirmam que seus problemas serão resolvidos por alguma área da
estética (CONRADO, 2009). Por isso, a grande parte dos pacientes com o TDC buscam
inicialmente por cirurgias plásticas ao invés de buscarem por tratamento psicológico, pois não
reconhecem fatores psicológicos envolvidos na gênese de seus sintomas (FIGUEIRA; NARDI;
MARQUES; VERSIANI, 1999) e acabam se submetendo a infindáveis procedimentos cirúrgicos,
estéticos e dermatológicos (AMÂNCIO, 2002).
De maneira geral, esses pacientes não se sentem satisfeitos com os resultados dos métodos,
reincidindo numa nova busca, caracterizando um comportamento aditivo na busca por estes
procedimentos (BRITO et al, 2013). Isto ocorre porque o corpo continua sendo discriminado
da mesma maneira, o que ocorre é a substituição do defeito imaginado por outro
(MORIYAMA, 2007).
O transtorno, como dito anteriormente, tem origem multifatorial. A respeito dos fatores
genéticos, foram observados padrões de hereditariedade, havendo relatos de histórico
familiar com o mesmo transtorno (CONRADO, 2009). Em seu desenvolvimento, fatores
orgânicos podem estar associados, como funções anormais de serotonina e dopamina
(CONRADO, 2009). Com relação aos fatores ambientais que podem ter relevância para o
desenvolvimento do transtorno, de acordo com Moriyama (2007) existem aspectos comuns
na história de vida dos pacientes com TDC, como a educação rígida; pais “super” protetores;
poucos amigos na fase escolar; ganhos secundários; famílias que dão maior ênfase aos
conceitos estereotipados de beleza; comentários dos outros com relação a aspectos
indesejáveis da aparência; e acidentes traumáticos com a parte específica do corpo em que se
tem preocupação. A literatura aponta que fatores culturais – ou seja, a ênfase dada à beleza
na cultura ocidental – influência no desenvolvimento do transtorno (MORIYAMA, 2007).
No que se refere aos instrumentos de diagnóstico, tem-se material escasso. Um dos primeiros
instrumentos foi desenvolvido por Cooper, Taylor, Cooper e Fairburn (1987) denominado
como Body Shape Questionnaire (BSQ), que é constituído por 34 questões, segundo uma
escala Likert de seis pontos. Tem por objetivo avaliar o medo em adquirir ganhar peso, os
sentimentos de autoestima com relação a aparência, o desejo de perder peso e a insatisfação
corporal.
O MBSRQ (Multidimensional Body-Self Relations) foi desenvolvido em 1990 por Brown, Cash e
Mikulka. É considerado sensível para discriminar qualquer aspecto da aparência e não
somente a insatisfação com relação ao corpo, sendo utilizado para diagnóstico do TDC, de
transtornos alimentares e até a obesidade mórbida. O instrumento engloba 60 itens e é
dividido em dez subescalas, sendo as mais importantes para o TDC a subescala BAS, AE e AO.
O instrumento mais recente e utilizado pelos profissionais da saúde para diagnosticar o TDC, é
a Escala de Avaliação do TDC (EA-TDC) que é composto por 35 itens de escala Likert de quatro
pontos. De acordo com Ramos (2009, p.33) ainda existem algumas limitações como “o
número limitado de participantes, aplicação inadequadas da análise fatorial devido à amostra
pequena (N=30) e o fato de ter poucos itens relacionados ao diagnóstico diferencial.”
Não há maneiras de prevenir o TDC, no entanto, o diagnóstico precoce auxilia para que o
transtorno não evolua a quadros mais graves como a esquiva social e aos comportamentos de
risco; visto que, a maioria dos pacientes com TDC chegam a uma clínica psicológica após onze
anos desde o aparecimento dos primeiros sintomas (CONRADO, 2009). Sem tratamento, os
comportamentos obsessivos evoluem e se agravam, e são nesses casos, que há maiores
indícios de suicídio (MORIYAMA, 2007).
O TDC é descrito como a "feiura imaginária”, seu principal traço é a preocupação excessiva
com um aspecto ou defeito na aparência, que leva a sofrimento e prejuízos na vida social e
ocupacional. Essa importância com a beleza, e comparação com padrões idealizados são
significativos no desenvolvimento dos sintomas do TDC (FERRAO; MIGUEL; TORRES, 2005).
O autoconceito pode ser definido como a imagem do que se pensa ser, é a percepção do
indivíduo em relação a si, corresponde às atitudes, sentimentos e autoconhecimento sobre as
suas capacidades, competências, aparência física e aceitação social (NUNES, 2010). Pode ser
considerado como um conjunto de conceitos de imagens, de juízos descritivos e valorativos a
respeito do próprio sujeito, esse juízo faz relação aos aspectos do próprio corpo, do
comportamento, da situação atual e relações sociais (CARVALHO, 2003).
as vivências do presente, segundo Tavares (2003 apud Emiliano; Urbano, 2013). Pode ser
definida como a consciência e o sentimento que a pessoa tem de si, juntamente com o seu
autoconceito que é o que a mesma pensa sobre si (ALMEIDA, 2001).
Com relação à autoestima, ela é considerada um ponto importante na saúde mental, pois
define a confiança que o sujeito tem em sua capacidade de pensar, agir e enfrentar a vida. A
aparência física será um dos principais pontos a influenciar a autoestima do sujeito (DICCINI;
MARCOLAN; YOSHINAGA, 2008). Ela se relaciona com o amor próprio, satisfação pessoal e
estar bem consigo mesmo, ao primeiro sinal de insatisfação, ela implicará na autoimagem do
sujeito, que perderá a sua autoconfiança ao sentir que o corpo que se tem não corresponde
ao estereótipo idealizado pela sociedade (CARVALHO, 2003).
A imagem corporal refere-se à interpretação que o indivíduo tem do próprio corpo e como
age em relação a ele, esta imagem estará constantemente se modificando devido aos
diversos fatores que atuam durante todo o ciclo de vida dos sujeitos, como os padrões
formalizados pela sociedade e cultura de cada época (RUSSO, 2005).
Dessa forma constata-se que a imagem corporal está ligada com a autoestima que,
consequentemente essa insatisfação refletirá na autoimagem, Bucaretchi (2003 apud
Emiliano; Urbano, 2013). A imagem corporal não se forma somente com as impressões ou
sensações táteis, mas com os meios externos, como fotos, vídeos, revistas, modelos e atrizes
famosas, terão grande influência em sua formação Tavares (2003 apud Emiliano; Urbano,
2013).
Em todas as diversas culturas do mundo, existe um padrão de corpo ideal, que determina
essa imposição que se torna cada vez mais opressiva e generalizada, Tavares (2003 apud
Emiliano; Urbano, 2013).
Essa busca excessiva por padrões idealizados leva a práticas corporais de manipulação e
mutilação, transformando o corpo normal em artificial. Estudos mostram a grande relação
com o TDC, pois estima-se que cerca de 9% dos portadores desse transtorno, se submetem a
cirurgias plásticas (EMILIANO; URBANO, 2013). Nessa busca por um modelo inatingível de
beleza, é notável que não somente a autoestima está prejudicada, mas que também a saúde
física e mental desses indivíduos (AMÂNCIO et al, 2002). Os pacientes além de apresentarem
grande investimento com a aparência, possuem uma avaliação negativa da imagem corporal,
o que é responsável pelo extremo sofrimento desses pacientes. As respostas emocionais mais
frequentes com relação a própria aparência física são descritas como vergonha, nojo, aversão,
ódio e ansiedade. Os indivíduos com TDC são extremamente preocupados que o ideal estético
não está alinhado ao conceito de beleza (BRITO et al, 2013).
Com toda a exposição da mídia e de uma sociedade cada vez mais exigente com a imagem
corporal, é possível verificar que o paciente com TDC sofrerá com essa influência, com os
fatores relacionados à educação na infância, que refletirá na autoestima, e na auto percepção
corporal, dessa forma o indivíduo poderá procurar aperfeiçoar a sua imagem corporal através
de diversos procedimentos estéticos, buscando resolver e suprir o seu problema psicológico
(EMILIANO; URBANO, 2013).
Sendo de grande relevância no tratamento do TDC, no capítulo seguinte será exposto as
técnicas utilizadas pela TCC e a importância do psicólogo nesse processo.
Tratar pacientes somatoformes se constitui como um grande desafio para o clínico, pois na
maioria das vezes, estes pacientes estão insatisfeitos com o atendimento; discordam dos
diagnósticos recebidos e apresentam resistências quanto a procura por um atendimento
psiquiátrico, como mencionado anteriormente. Portanto, é vital que o clínico tenha um
conhecimento aprofundado sobre o transtorno e evite intervenções desnecessárias
(FIGUEIRA; NARDI; MARQUES; VERSIANI, 1999).
É necessário que todos os pacientes com um transtorno mental coexistente, como todas as
comorbidades mencionadas, busquem pelo tratamento psicológico e farmacológico (KNAPP,
2004).
A TCC é um termo genérico que abrange mais de vinte abordagens dentro do modelo
cognitivo e cognitivo-comportamental. Todas as terapias compartilham de algumas
características: a atividade cognitiva influencia o comportamento; a atividade cognitiva pode
ser monitorada e alterada; e o comportamento desejado pode ser influenciado mediante a
mudança cognitiva (KNAPP, 2004).
É uma terapia ativa que busca ensinar o paciente a reconhecer seus pensamentos e suas
crenças, em especial às ideias disfuncionais que geram seus problemas. Ela indica a
importância da relação entre pensamento, afeto e comportamento, buscando examinar os
pensamentos distorcidos, instruindo o indivíduo a substituir esses pensamentos por
interpretações voltadas para a realidade, estabelecendo afetos e comportamentos mais
positivos. Sua finalidade visa diminuir a angústia relacionada à distorção cognitiva, alterando
as interpretações erradas que prejudicam a vida do sujeito (KNAPP, 2004).
Para Silva e Marinho (2008), no tratamento da baixa autoestima, presente nos pacientes com
TDC, alguns aspectos devem ser considerados em relação ao cliente, como: o repertório
comportamental e o sentir-se inadequado frente a sua sintomatologia.
A reestruturação cognitiva tem por intuito desenvolver pensamentos mais realistas, que
levem a aceitação da beleza como sendo subjetiva e também trabalhar a compreensão de que
os seres humanos são mais complexos do que somente a definição única de sua aparência,
segundo Veale et al. (1996 apud Cândido, 2014).
Outras formas de intervenção que também vêm sendo utilizadas no tratamento do TDC são:
treinamento de habilidades sociais, questionamento socrático, role-play, a exposição com
prevenção de resposta (EPR), e a psicoeducação (RAMOS et al, 2005).
O questionamento socrático, é uma técnica bastante utilizada na TCC, que tem por objetivo
buscar reestruturar as crenças irracionais ou pouco realistas, fazendo com que o paciente faça
uma avaliação das evidências que apoiam e as que são contrárias ao seu pensamento
disfuncional; a fim de descobrir formas alternativas de interpretar suas sensações e emoções
(MORIYAMA, 2007).
Moriyama (2007) conclui que o comportamento verbal do terapeuta, baseado nos estímulos
discriminativos, reforçadores e nas instruções, estão intimamente relacionadas às mudanças
de comportamento do paciente. Portanto, as atitudes saudáveis e realistas em relação a
autoimagem por parte do terapeuta, podem ajudar a prevenir o desenvolvimento e o
agravamento dos sintomas (BRITO et al, 2013).
De acordo com RUIZ; SADOCK; SADOCK (2007 apud CÂNDIDO, 2014) ainda não é possível ser
definido um tempo para o término do tratamento, mesmo após o desaparecimento dos
sintomas.
10.CONSIDERAÇÕES FINAIS
Durante a trajetória deste estudo sobre a relação entre o conceito de beleza na formação da
autoestima e o desenvolvimento do transtorno dismórfico corporal, foi possível perceber que
os padrões de beleza existem desde o início da história da humanidade e não se mantiveram
os mesmos; no entanto, sempre impuseram às pessoas a forma como devem se vestir e o
modelo de corpo ideal que devem seguir.
Foi possível perceber ao longo da pesquisa, que os padrões de beleza contribuem para a
deterioração da autoestima e influenciam no desenvolvimento de transtornos relacionados a
distorção da imagem corporal, como é o caso do transtorno dismórfico corporal.
É evidente que a mídia exerce influência na forma como as pessoas percebem o próprio
corpo, criando imagens de beleza ilusórias difíceis de ser alcançada. Essa forma de imposição
acontece de maneira tão sutil, que o sujeito não percebe a alienação por trás desses discursos
travestidos de saúde e bem-estar. Compreende-se que o intuito velado, é produzir lucro para
o mercado da estética e conduzir as pessoas no culto ao corpo.
Verificou-se que o transtorno dismórfico corporal foi negligenciado por muitos anos, e ainda é
pouco reconhecido devido à alta incidência de comorbidades que confundem o diagnóstico
do mesmo. Desta forma, é importante o diagnóstico diferencial para o tratamento adequado.
Há determinada limitação de conteúdos relacionados ao tema, o que dificultou a
investigação, relevando assim, a
11. REFERÊNCIAS
ALMEIDA, R.Auto-imagem:Abordagem Conscienciométrica.Revista Conscientia, Foz do
Iguaçu, v.5, n.2, p. 43-53, 2001. Disponível em:
<http://www.ceaec.org/index.php/conscientia/article/view/304/297>. Acesso em: 01, out.
2018.
BRANDEN, N.Auto-Estima e os seus seis pilares. São Paulo: Editora Saraiva, 1995. cap.1, p.1.
BRAGA, P. D.; MOLINA, M. C. B.; CADE, N. V. Expectativas de adolescentes em relação a
mudanças do perfil nutricional. Ciênc. Saúde coletiva, Rio de Janeiro, v. 12, n. 5, p. 1221-1228,
2007. Disponível em:<http://www.scielo.br/scielo.php? script=sci_arttext&pid=S1413-
81232007000500019&lng=en&nrm=iso>. Acesso em: 10, jun. 2018.
BRITO, M.J.A.; NAHAS F.X.; CORDÁS, T.A.; FELIX, G.A.A.; SABINO, N. M.; FERREIRA, L.M.
Compreendendo a psicopatologia do transtorno dismórfico corporal de pacientes de cirurgia
plástica: resumo da literatura. Rev. Bras. Cir. Plást. v. 29, n.4, p. 599-608, 2014. Disponível
em: <http://www.rbcp.org.br/details/1589/ptBR/compreendendo-a-psicopatologia-do-
transtorno-dismorfico-corporal-depacientes-de-cirurgia-plastica--resumo-da-literatura>.
Acesso em: 21, fev. 2018.
FERREIRA, M. E. C.; CASTRO, A. P. A.; GOMES, G. A obsessão masculina pelo corpo: malhado,
forte e sarado. Revista Brasileira de Ciências do Esporte, Campinas, v.27, n.1, p. 167-182,
2005. Disponível em:
<http://revista.cbce.org.br/index.php/RBCE/article/view/141/150>. Acesso em: 07, set. 2018.
FIGUEIRA, I.; NARDI, A. E.; MARQUES, C.; VERSIANI, M. Diagnóstico e tratamento dos
transtornos somatoformes. Jornal Brasileiro de Psiquiatria, v. 48, n. 1, p. 35-42, 1999.
FLOR, G. Corpo, Mídia e Status Social: reflexões sobre os padrões de beleza. Rev.
Estud. Comun., v. 10, n. 23, p. 267-274, 2009. Disponível em:
<https://periodicos.pucpr.br/index.php/estudosdecomunicacao/article/viewFile/2
2317/21415>. Acesso em: 30, jun. 2018.
GIL, C. A. Como elaborar projetos de pesquisa. 4. ed. São Paulo: Atlas, 2002. p. 4158.
GOSTINSKI, C. Relevâncias da história da moda: dos anos 10 à virada do século XX. Revista
Intelecto C. n.5, 2009 – Novo Hamburgo: Catânia. p. 48-91. Disponível em:
<http://www.intelectoc.com.br/files/artigos/Relevancias_da_historia_da_moda_dos_
anos_10_a_virada_do_seculo_XX.pdf >. Acesso em: 23, jun. 2018.
M. de F.; PAIXÃO, J. A. da. Alterações corporais como fenômeno estético e identitário entre
universitárias. Saúde Debate. Rio de Janeiro, v.38, n. 101, p. 267-276, jun., 2014.
Disponível em: <http://www.scielo.br/scielo.php?
script=sci_arttext&pid=S010311042014000200267&lng=en&nrm=iso>. Acesso em: 23, fev.
2018.
MACEDO, J. R. A face das filhas de Eva - os cuidados com a aparência num manual de beleza do
século XIII. Revista História, v. 17-18, p. 293-314, 1998-1999. Disponível em:
<http://www.rotadoromanico.com/SiteCollectionDocuments/Romanico_Mais%20Inf
ormacao/Artigos/Sociedade/Cuidados_com_a_Aparencia_num_Manual_de_Beleza_
do_Sec_XIII.pdf>. Acesso em: 08, jul. 2018.
NETO, B. I.; CAMPOS, I. G. de. A Influência Da Mídia Sobre O Ser Humano Na Relação
Com O Corpo E A Auto-Imagem De Adolescentes. Caderno de Educação Física.v.9, n.17, p. 87-
99, 2010.Disponívelem: <http://e-
revista.unioeste.br/index.php/cadernoedfisica/article/view/4531/3854>. Acesso em: 19,
fev. 2018.
NOVAES, J. V.; VILHENA, J. de. De Cinderela a Moura Torta: sobre a relação mulher, beleza e
feiura. Interações, v. 8, n. 15, p. 9-36, 2003. Disponível em
<http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?
script=sci_arttext&pid=S141329072003000100002&lng=pt&nrm=iso>. Acesso em: 10, jul.
2018.
PEREIRA, A. M. Plus size: Uma reflexão acerca do perfil das consumidoras e do mercado da
moda voltado para esse segmento. 2014. Trabalho de Conclusão de
Curso (especialização) – Instituto de Artes e Design, Universidade Federal de Juiz de
Fora, Juiz de Fora. Disponível em:
<http://www.ufjf.br/posmoda/files/2014/11/Monografia-Ana-Maria-Pereira.pdf>. Acesso em:
21, jun. 2018.
SIQUEIRA, D. C. O.; FARIA, A. A. Corpo, saúde e beleza: representações sociais nas revistas
femininas. Revista Comunicação, Mídia e Consumo.v.4. n.9, p. 171-188, 2007.
Disponível em:
<http://revistacmc.espm.br/index.php/revistacmc/article/view/95/96>. Acesso em: 28,
jun. 2018.
O texto publicado foi encaminhado por um usuário do site por meio do canal colaborativo
Monografias. O Brasil Escola não se responsabiliza pelo conteúdo do artigo publicado, que é
de total responsabilidade do autor. Para acessar os textos produzidos pelo site, acesse:
http://www.brasilescola.com.
MAIS AVALIADOS
1º A importância do lúdico na educação infantil
2º Centro Cultural
3º Oferta e Procura
4º Alexandre Magno
5º História da Moeda
ESTRATÉGIA DE ENSINO
Utilize o stop motion nas aulas de Biologia !