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Universidade São Tomás de Moçambique

Faculdade de Ética e Ciências Humanas

Clércia Lucas Cuambe

Relação entre o conceito de beleza na construção da autoestima e o


desenvolvimento do transtorno dismórfico corporal: uma revisão da literatura

Maputo, Novembro de 2022

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Universidade São Tomás de Moçambique
Faculdade de Ética e Ciências Humanas

Clércia Lucas Cuambe

Relação entre o conceito de beleza na construção da autoestima e o


desenvolvimento do transtorno dismórfico corporal: uma revisão da literatura

Supervisor: Alcido Muasse. Projeto de Pesquisa a ser


apresentado na cadeira de Metodologia de Investigação
Científica para efeitos de avaliação.

Maputo, Novembro de 2022

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Índice
1. Introdução..................................................................................................................4

2. Justificativa................................................................................................................5

3. Problema....................................................................................................................5

4. Hipóteses....................................................................................................................5

5. Objetivos....................................................................................................................6

5.1. Objetivo geral.....................................................................................................6

5.2. Objectivos específicos........................................................................................6

6. Enquadramento teórico..............................................................................................6

7. Metodologia...............................................................................................................7

8. Resultados esperados.................................................................................................8

10. Orçamento..............................................................................................................9

11. Referências...........................................................................................................10

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1. Introdução

“A autoestima é considerada importante indicador de saúde mental por intervir nas


condições afetivas, sociais e psicológicas do indivíduo, ou seja, influência nas decisões
da pessoa” (SCHULTHEISZ; APRILE, 2013).

Com o tempo, o conceito de beleza mudou em cada época, de acordo com


particularidades e tendências da estética. “Na cultura do século XXI, o corpo é visto
como objeto; e aqueles que não se enquadram nos padrões – pessoas acima do peso e
mais velhas – são excluídos e marginalizados” (NETO; CAMPOS, 2010).

A falha no processo quotidiano de cuidados emocionais e construção da autoestima


pode engendrar efeitos que vão desde comparações entre o que se é e o que se idealiza
ser até distúrbios mentais causados pelo fracasso na busca do ser ideal. “É possível
observar pelas mídias televisivas e redes sociais, o crescente desenvolvimento de
transtornos relacionados a distorção da imagem corporal” (MURARI; DORNELES,
2018). “Portanto, destaca-se que os padrões de beleza construídos socialmente, têm
influenciado as pessoas por uma busca excessiva em se igualar ao modelo corporal
idealizado, e assim, acaba por influir em determinadas patologias, como a depressão,
bulimia, ansiedade social, transtorno dismórfico corporal, entre outras” (BORBA;
THIVES, 2011).

O presente trabalho parte da preocupação com tais questões, uma vez que, quando há
uma fragilidade na construção da autoestima, é possível verificar a maior
vulnerabilidade para o desenvolvimento de transtornos relacionados a imagem. E o
presente estudo circunscreve-se à temática de Transtorno Dismórfico Corporal (TDC)
relacionado com os padrões de beleza estabelecidos pela sociedade.

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2. Justificativa

A escolha dessa temática de pesquisa, justifica-se pela sua tamanha relevância para a
sociedade no geral, visto que se trata de uma problemática que influência sobre maneira
na saúde mental de adolescentes e jovens. Constitui um avanço nos esforços de pesquisa
de forma de combate no transtorno Dismórfico corporal e reconstrução de autoestima
sustentável que, independem os conceitos e padrões de beleza socialmente
estabelecidos.

Igualmente, para a comunidade académica constitui um subsídio bibliográfico, para


Presentes e futuras consultas.

3. Problema

O culto por beleza corporal aprovada pela sociedade tem ocupado sobre maneira os
esforços da humanidade como destaca Birman, na sua reflexão sobre o sujeito na
contemporaneidade, a citar:

“A insatisfação corporal nunca foi um assunto tão pertinente como nos dias atuais, onde
o corpo assumiu um lugar de tamanha importância que o indivíduo está cada vez mais
voltado aos cuidados do corpo. Nesse sentido, os hábitos, rotinas, rituais, têm como
objetivo manter o corpo cada vez melhor, numa busca pela satisfação pelo corpo
perfeito, ideal, colocado o corpo num patamar primordial.” (BIRMAN, 2014).

A construção teórica e concetual de um corpo belo por parte da sociedade parte exerce
sobre a vida de muitos adolescentes, jovens e outros, um grande impacto na construção
da autoestima, manutenção ou destruição desta e em alguns casos pode contribuir para o
desenvolvimento de distúrbios mentais.

Diante destes factos levanta-se a seguinte problemática de pesquisa: até que ponto o
conceito de beleza pode afetar a autoestima e catalisar o desenvolvimento dismórfico
corporal?

4. Hipóteses

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 Existe uma relação directa entre o conceito de beleza e o desenvolvimento do
transtorno dismórfico corporal;
 O conceito de beleza levanta comparações entre o corpo real e o corpo ideal e
leva a perda de autoestima e insegurança;
 O conceito de beleza não influência na construção da autoestima e no transtorno
dismórfico corporal.

5. Objetivos

5.1. Objetivo geral

 Analisar a relação entre o conceito de beleza na construção da autoestima e o


desenvolvimento do transtorno dismórfico corporal.

5.2. Objectivos específicos

 Conceptualizar o Transtorno Dismórfico Corporal (TDC);


 Identificar as fases do desenvolvimento do Transtorno Dismórfico Corporal
(TDC);
 Descrever o papel do psicólogo no impacto dos padrões de beleza na construção
da autoestima, e no desenvolvimento do Transtorno Dismórfico Corporal
(TDC).

6. Enquadramento teórico

Beleza

“Poder, beleza e riqueza são estabelecidos culturalmente” (FERREIRA, CASTRO,


GOMES, 2005)

O padrão de beleza e o conceito do belo não são estáticos, estão sempre se modificando.
Desde a antiguidade, a humanidade se depara com estes padrões de beleza que foram se
refinando e adaptando, contribuindo para o desenvolvimento estético, por exemplo: Nos
anos 1990 o estereótipo de beleza feminina se baseava em mulheres magras e com

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cabelos curtíssimos, a silhueta era ideal estilo manequim, com braços e pernas finas.
(GOSTINSKI, 2013,p.722).

Já no século XXI “o padrão de beleza feminino se baseia em corpos com sinuosidade,


pele brossada, abdómens definidos, pernas saradas, cabelos pintados, unhas
embelezadas, uso constante de maquiagem e pela busca em retardar o envelhecimento
através de cremes, rejuvenescedores e/ou métodos estéticos” (SUENEGO, el Al, 2012) .

Autoestima

Na literatura académica, diversas expressões são utilizadas para definir a autoestima,


dependendo da abordagem teórica, os autores poderão privilegiar um ou outro aspecto
(SCHUL THEISZ; APRILE, 2013).

Entretanto, segundo SCHMITZ, 2004, “A autoestima pode ser entendida Como a


capacidade de amar a si mesmo, aceitar a si mesmo e valorizar o outro “.

No meio científico, o sentido hedonístico de autoestima se modificou, pois foram


acrescentados em sua definição a responsabilidade do sujeito por si próprio e sua
relação consigo e com os demais, mudando a importância desse conceito para área de
saúde, da educação e para vida de forma geral (ASSIS, AVANCI, 2004,p.26).

Transtorno Dismórfico Corporal

O transtorno dismórfico corporal (TDC), é descrito como um transtorno mental, que


envolve a preocupação exagerada com anomalias imaginárias na aparência ou com um
defeito mínimo presente, levado à prejuízos significativos no funcionamento social e,
profissional ou em áreas importantes da vida do indivíduo (CONRADO, 2009).

As aplicações mais frequentes são a baixa qualidade de vida, cirurgias plásticas


excessivas e muitas vezes desnecessárias e tentativas de suicídios (FIGUEIRRA,
NARD, MARQUES, VERSIANE, 1999)

Indivíduos com início do transtorno antes dos 18 anos merecem maior atenção, pois os
maiores índices de suicídios e comorbidades ocorrem nessa fase (BRITO ET Al, 2013)

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7. Metodologia

O presente trabalho caracteriza-se por uma pesquisa bibliográfica que é desenvolvida a


partir da investigação da literatura contemporânea sobre a temática, conforme afirma
Gil (2006, p.44). “A pesquisa bibliográfica é desenvolvida com base em material já
elaborado, constituído principalmente de livros e artigos científicos “.

Utilizar-se-á as seguintes palavras-chave: padrões de beleza, Autoestima, transtorno


dismórfico corporal, e tratamento psicológico.

8. Resultados esperados

Denunciando os males que uma busca frenética, pelo corpo que responde aos padrões de
beleza construídos pelo Homem para aumentar receitas e lucro na indústria da estética,
pode causar à vida emocional, espera-se suscitar um olhar diferente àquilo que a
indústria de moda nos sugere diariamente. Principalmente por parte dos mais
vulneráveis, adolescentes e jovens, este olhar pode ser um passo vital para cultivar o
amor próprio e preservar a autoestima. Olha-se, também, no bem que a pesquisa pode
constituir na vida do Psicólogo que busca encontrar melhor entendimento sobre o
fenómeno e métodos de tratamento aplicáveis nos casos de TDC (Transtorno
Dismórfico Corporal) causado pelo fracasso na busca pela forma física ideal.

9. Cronograma

Actividades Dez./2022 Jan./2023 Fev./2023 Mar./2023


Pesquisa bibliográfica
Coleta e seleção de dados
Análise critica do material
Análise e compilação dos
dados obtidos
Elaboração preliminar do
texto
Entrega ao supervisor para
correção
Revisão e elaboração final
Entrega oficial

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10. Orçamento

CUSTEIO
Item Quantidade Preço Unitário TOTAL

Material de consumo (escritório) Variável variável 1.100,00


Serviços de terceiros 1 1 1.500,00 1.500,00
(assistência à pesquisa:
sistematização de tabelas)
Serviços de terceiros 2: 600 2,00 1.200,00
reprografia
Transporte Variável Variável 3.000,00
SUBTOTAL - - 6.800,00

CAPITAL
Item Quantidade Preço Médio TOTAL
Material bibliográfico (manuais, 15 500,00 7.500,00
livros físicos e digitais)
Notebook Hp probook, Core i5 1 16.500,00 16.500,00
6gen, 8ram, 1TB
SUBTOTAL - - 24.000,00

Custeio - - 6.800,00
Capital - - 24.000,00
TOTAL GERAL - - 30.800,00

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11. Referências

ASSIS, G. S; AVANCI, Q. J. Labirinto de espelhos: formação da auto-estima na


infância e na adolescência. Rio de Janeiro: Editora FIOCRUZ, 2004. cap. 1, p. 25-
39, cap.3, p-81-83.

BIRMAN, Joel. Estilo e Modernidade em Psicanálise. Editora 34 Ltda., 1a Ed.


São Paulo, 1997.

BORBA, T. J; THIVES, F. M. Uma Reflexão Sobre a Influência da Estética na


Autoestima, Auto-motivação e Bem-estar do ser humano. Universidade do Vale
do Itajaí –Univali, Florianópolis: 2011, p. 21. Disponível em:
<http://siaibib01.univali.br/pdf/Tamila%20Josiane%20Borba.pdf>. Acesso em: 27,
Out. 2022.

FERREIRA, M. E. C.; CASTRO, A. P. A.; GOMES, G. A obsessão masculina


pelo corpo: malhado, forte e sarado. Revista Brasileira de Ciências do Esporte,
Campinas, v.27, n.1, p. 167-182, 2005. Disponível em:
<http://revista.cbce.org.br/index.php/RBCE/article/view/141/150>. Acesso em: 1,
Nov. 2022.
FIGUEIRA, I.; NARDI, A. E.; MARQUES, C.; VERSIANI, M. Diagnóstico e
tratamento dos transtornos somatoformes. Jornal Brasileiro de Psiquiatria, v.
48, n. 1, p. 35-42, 1999.
GUERREIRO, D. P. N. V. Necessidade Psicológica de Auto-Estima/Auto-Crítica:
Relação com Bem-Estar e Distress Psicológico, 2011. Dissertação (Mestrado em
Psicologia) –Núcleo de Psicoterapia Cognitiva, Comportamental e Integrativa,
Universidade de Lisboa. Disponível em: <
http://repositorio.ul.pt/bitstream/10451/4960/1/ulfpie039658_tm.pdf>. Acesso em: 1,
Nov. 2022.
NETO, B. I.; CAMPOS, I. G. de. A Influência Da Mídia Sobre O Ser Humano
Na Relação Com O Corpo E A Auto-Imagem De Adolescentes. Caderno de
Educação Física.v.9, n.17, p. 87-99, 2010.Disponívelem:
<http://e-revista.unioeste.br/index.php/cadernoedfisica/article/view/4531/3854>.
Acesso em: 3, Nov. 2022.

MURARI, K. S.; DORNELES, P. P. Uma Revisão Acerca do Padrão de


Autoimagem em Adolescentes. Revista Perspectiva: Ciência e Saúde. v.3, n.1, p.
155-168, 2018. Disponível em:
<https://www.researchgate.net/publication/
324262536_UMA_REVISAO_ACERCA_D
O_PADRAO_DE_AUTOIMAGEM_EM_ADOLESCENTES>. Acesso em: 3,
Nov. 2022.
SCHULTHEISZ, T. S. V., APRILE M. R. Autoestima, conceitos correlatos e
avaliação. Revista Equilíbrio Corporal e Saúde.v.5, n.1, p. 36-48, 2013. Disponível
em:
<https://www.academia.edu/12178758/AUTOESTIMA_CONCEITOS_CORRELA
TOS_E _AVALIA%C3%87%C3%95ES>. Acesso em: 3, Nov. 2022.

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