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UNIVERSIDADE CEUMA
PRÓ-REITORIA DE GRADUAÇÃO
CURSO DE PSICOLOGIA
São Luís
2016
1
São Luís
2016
2
BANCA AVALIADORA
________________________________________________
Profª. Ma. Michelle de Sousa Fontes Martins
________________________________________________
1º Avaliador
________________________________________________
2° Avaliador
3
RESUMO
ABSTRACT:
4
This article came upon results of research into the aesthetic pressures suffered by
women to suit the pattern of beauty, as well as contributions on the feminist
movement about female empowerment (especially on fat-phobia), and the actions of
automatic thoughts in the construction of body image. The survey was conducted
only with female students of psychology, for we conceive to be the most apparent
demand in complaints about fat-phobia and difficulty accepting the body, part of it
due to the large media influences, body culture "pattern" and "ideal" and be in
question a course that has approaches in studies related to this theme. Initially we
intended to accomplish this quantitatively research, but after a bigger approximation
with the object to be investigated, we realized that for the study of the same,
qualitative research would be more appropriate, because we wanted to create a
better knowledge base and better observe the phenomenon that is present. In
interpreting the results, we collected the responses from questionnaires and reports
of participants who felt comfortable in exposing personal situations related questions
previously applied. Finally, we assess that most women feel vulnerable and / or
rejected in relation to their appearance, wishing to get a considered body "pattern",
making even physical changes (weight loss or fat) for suggestions or criticism from
people near and / or by media influences, as well as realize the naturalization of
behaviors and beliefs fat-phobias.
percebem a sua autoimagem, o que poderiam falar sobre a influência midiática com
relação ao padrão de beleza e/ou como lidam ou se portam diante do preconceito.
Dessa forma, a importância do trabalho fez-se em especial por se fazer
possível explanar sobre a vivência das mulheres em relação ao seu corpo, como se
sentem sobre ele e como as mesmas lidam com a influência ou pressão por
seguirem um padrão, além de promover uma construção acadêmica importante já
que o tema em si será relacionado também com a abordagem cognitivo
comportamental e o estudo a respeito do movimento social feminista permitindo
dessa forma a desnaturalização, e possibilitando um maior empoderamento feminino
buscando a representatividade e estudos em relação às mulheres gordas na
sociedade.
2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
2
Em uma busca rápida por meio de blogs e páginas na internet, temos como tradução que a palavra
em inglês tem uma associação com “estar em boa forma física”, onde fit: “boa forma” e ness: “sufixo
que transforma esse adjetivo em um substantivo”.
11
Ainda sobre Wolf (1992), a autora comenta que o mito da beleza não
necessariamente se relaciona com a percepção das mulheres em relação às suas
aparências e competições femininas, mas sim com às “instituições masculinas e ao
poder institucional dos homens” (WOLF, 1992, p. 17).
Dessa forma, o que está em jogo é que o mito da beleza é determinado
pelos comportamentos e não necessariamente pela a aparência. A partir disso,
segundo a autora, a juventude e a virgindade passam a ser considerados como
comportamentos belos a serem valorizados onde representam a inocência,
ignorância sexual e falta de experiência. Em contrapartida o envelhecimento, é
considerado algo desprezível, ruim, inadequado que precisa ser evitado a qualquer
custo sendo justificado pelo fato das mulheres adquirirem poder com o passar do
tempo (WOLF, 1992). Complementando, temos:
As mulheres mais velhas temem as jovens, as jovens temem as velhas, e o
mito da beleza mutila o curso da vida de todas. E o que é mais instigante, a
nossa identidade deve ter como base a nossa "beleza", de tal forma que
permaneçamos vulneráveis à aprovação externa, trazendo nosso amor-
próprio, esse órgão sensível e vital, exposto a todos (WOLF, 1992, p.17).
desse movimento social, suas características e de que forma ele propõe uma
reflexão em torno da imagem corporal e padrão de beleza.
não permite que as mulheres falem do lado escuro de ser tratada como um
belo objeto (WOLF, 1992, p. 379).
3
Termo inglês que se refere a atos de violência física ou psicológica, intencionais e repetidos,
praticados por um indivíduo ou grupo de indivíduos.
14
produtos, comprando a roupa ideal, fazendo a dieta perfeita, dentre outras coisas. A
gordofobia é opressão, mas não individual, e sim estrutural e se confirma cada vez
mais na nossa sociedade, especialmente quando percebemos que a própria
sociedade não é inclusiva com pessoas com corpos grandes, (por exemplo locais
extremamente apertados que restringem o uso de corpos de tamanhos variados, a
afirmação que gordo é necessariamente sinônimo de ruim, lento, preguiçoso e
doente etc.) (MEDEIROS, 2016).
A partir disso, precisamos reforçar que a importância do movimento
feminista tem o papel fundamental de quebrar rótulos e padronizações,
preocupando-se também em problematizar a respeito do modelo de “mulher perfeita”
que a mídia e as novas tecnologias criaram. A representação da mulher que é
extremamente preocupada com a beleza, que não se sente nunca satisfeita com o
corpo, que é bem-sucedida, forte, sempre jovem e obrigatoriamente bela vem sido
desconstruída por esse movimento, de forma a empoderar as mulheres a aceitarem
os seus corpos e se sentirem livres em relação as escolhas da própria imagem
(LACERDA; LORIANNY; OLIVEIRA, 2011).
Finalizando, é cada vez mais perceptível a pressão sofrida pelas
mulheres em se encaixarem em um padrão, onde nossos corpos são sempre
monitorados e julgados. É importante frisar que apesar da magreza ser um padrão,
muitas mulheres magras já sofreram ou sofrem constantemente críticas e pressões
para mudar o corpo, porém não podemos esquecer que o preconceito contra
pessoas gordas é vivenciado e estruturado de forma bem diferente em relação ao
preconceito às pessoas magras, um fato em especial é justamente na palavra
“gorda” ser considerada um xingamento, quando nada mais é do que uma
característica corporal.
Outro ponto relevante, observado em pesquisas com temas como: padrão
de beleza, vida saudável, fitness, dentre outros temas similares, é o de que o corpo
menor ainda é sempre associado à saúde, enquanto corpos grandes sempre são
associados à má alimentação, estilo de vida inadequado, frustração e acomodação.
Em contrapartida, atualmente percebe-se uma mudança de exposição desses temas
onde refutações atuais são expostas com o objetivo de esclarecer e desconstruir
inúmeros pré-conceitos em grande parte aqueles de que tamanho de corpo não
necessariamente tem a ver com a qualidade de vida que a pessoa possa apresentar
ou buscar.
15
3 MÉTODO
4 RESULTADOS E DISCUSSÕES
Imagem Corporal
120
100 96
80 75
67
60
40 33
25
20
4
0
Já se submeteram a Já desejou ter o corpo de Já fez algum tipo de dieta
algum procedimento alguma pessoa famosa da moda
estético
SIM NÃO
Imagem Corporal
70
60
50
40
30
20
10
0
A maioria das vezes Apenas algumas Quase nunca Nunca
sim vezes
Padrão de Beleza
120
80
40
0
SIM NÃO
(Gráfico 3)
19
Padrão de Beleza
100
80
60
40
20
0
SIM NÃO
(Gráfico 4)
SIM NÃO
(Gráfico 5)
SIM NÃO
(Gráfico 6)
Gordofobia
120
80
40
0
SIM NÃO
(Gráfico 7)
Gordofobia
90
60
30
0
SIM NÃO
(Gráfico 8)
4
Plus-size é um termo inglês que se refere a “Tamanho- maior”, termo utilizado para mulheres que
utilizam manequins entre tamanhos 44 -50 (ou mais).
23
contribuindo para que seja possível desconstruir sobre esses inúmeros preconceitos
em relação a imagem corporal, uma das discussões trazidas pela Naomi Wolf em
seu livro “O mito da Beleza”, traz a ideia que “A cultura obcecada por magreza
feminina não é obcecada pela beleza da mulher, mas sim pela obediência feminina.
A dieta é o sedativo político mais potente na história da mulher [...]” (WOLF, p. 248,
1992).
Ou seja, a sociedade impõe que as mulheres sigam um padrão, como
citado anteriormente, as mesmas são vistas como objetos sem escolhas, e se
tornam “anestesiadas” a seguirem esse modelo. Nos remete então que ao homem
esse mesmo modelo não é imposto, a forma de opressão se torna diferente e a
mulher passa a não poder se considerar bela e segura se ela não apresentar o
corpo ideal indicado pela sociedade em que se encontra.
Um outro ponto relevante do movimento feminista na atualidade que não
poderíamos deixar de citar, são as articulações de ideias e construções trazidas
desse movimento pelo meio virtual, o que denominados “ciberfeminismo”. Este, tem
possibilidades de alcançar um maior número de pessoas, já que por meio de sites,
blogs, e revistas eletrônicas vários conteúdos relacionados a esse movimento, são
disseminados. Possibilitando uma maior compreensão e exploração sobre essa
temática. É nesse meio que vemos campanhas sendo difundidas sobre aceitação do
corpo, desconstrução de padrões estéticos, e a luta da equidade entre gêneros ser
melhor difundida e discutida. (COELHO, 2016).
Sobre os resultados das influências dos pensamentos automáticos, a
partir do momento que entendemos que esses pensamentos estão no dia a dia
fazendo parte e contribuindo para as nossas escolhas, fica claro o entendimento do
porquê muitas das entrevistadas se sentiram mal ou desistiram de sair para lugares
que pudessem mostrar o corpo, já que as crenças possuem uma gama de
pensamentos automáticos gerando uma grande variedade de distorções cognitivas
(STALLARD, 2009).
Uma das participantes relatou que o pensamento começa da seguinte
forma: “Alguém liga para mim perguntando se quero ir para uma piscina, eu lembro
que não estou magra o suficiente para poder usar uma roupa de banho, penso que
será desconfortável não poder tomar banho na piscina e passar calor, tenho medo
que as pessoas me olhem e julguem o tamanho do meu corpo e começo a me sentir
culpada e triste pelo meu corpo, por fim nego o convite e decido não sair e/evitar
25
situações dessa forma”. Esse, dentre outros relatos parecidos, nos fazem perceber
como além de todas as influências midiáticas, pressões estéticas e padronizações,
há muita influência de como o outro me vê e julga meu corpo e/ou o que visto. Se
essas distorções de pensamentos não são corrigidas em algum momento, podemos
supor que a frequência de evitar locais ou atividades reforçadoras para essas
mulheres seja cada vez maior, podendo inclusive proporcionar baixa autoestima e
em alguns casos mais graves, transtornos alimentares.
A partir disso podemos confirmar que os resultados foram satisfatórios
para confirmar as hipóteses da pesquisa, e aumentar o nosso olhar sobre os
objetivos da mesma. O que poderíamos propor é que novas pesquisas sejam
realizadas, de modo quali-quantitativo para que se tenham resultados ainda mais
eficazes e que se expanda para uma maior população objetivando maiores
produções acadêmicas no que se refere às construções teóricas em relação ao tema
abordado.
5 CONSIDERAÇÕES FINAIS
REFERÊNCIAS
BETTI, M.U. Beleza sem medidas? Corpo, gênero e consumo no mercado de moda
plus-size. Dissertação de Mestrado – Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências
Humanas – Universidade de São Paulo. São Paulo, 2014. Disponível em: <
http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/8/8134/tde-13052015-115256/pt-br.php >
Acesso em 14 Out. 2016.
HEINZELMANN, F. L.; et. al. A Tirania da Moda Sobre o Corpo: Submissão versus
Subversão Feminina. Revista Subjetividades, n. 14 (v.2), 297-305, 2014.
Disponível em: <http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1518-
61482014000200012>. Acesso em 2 Abr. 2016.
POPE, C.; MAYS, N. Pesquisa qualitativa na atenção à saúde. 3 ed. São Paulo:
Artmed, 2008.
APÊNDICES
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APÊNDICE - A
QUESTIONÁRIO DE PESQUISA
O peso da beleza na autoimagem
SIM NÃO
2) Você acredita que para ser uma pessoa saudável é necessário que se tenha um
corpo magro ou em forma?
SIM NÃO
3) Você acredita que uma pessoa considerada acima do peso possa ser
saudável?
SIM NÃO
30
SIM NÃO
SIM NÃO
6) Você já desejou ter um corpo de alguma pessoa famosa pelo simples fato
desta pessoa ser magra ou ter um corpo considerado malhado (Ex.: modelo,
atriz, cantora, etc.)?
SIM NÃO
7) Você se sente bem com seu corpo?
SIM NÃO
SIM NÃO
31
10) Você acredita que o corpo (magro ou gordo) pode influenciar em alguma
atividade acadêmica ou empregatícia de uma pessoa?
SIM NÃO
11) Você compra roupas de acordo com o que a moda indica ser apropriado para o
seu tipo de corpo?
12) Você já deixou de sair para um local porque não estava se sentindo bem com o
seu corpo?
14) Você já se sentiu triste por ter ouvido algum comentário negativo a respeito do
seu corpo?
15) Você já tomou alguma medicação com ou sem prescrição com o intuito de
alterar a forma física (emagrecer ou engordar)?
32
SIM NÃO
16) Você já tomou a decisão de mudar o corpo ou usar roupas de estilos diferentes
por sugestão ou críticas de outras pessoas?
18) Você acredita que mulheres são mais julgadas pela aparência (estética) que os
homens?
SIM NÃO
19) Você acredita que mulheres devem se preocupar mais com a aparência que os
homens com fins estéticos (Ex.: cuidar do corpo, fazer dietas, exercícios
físicos, etc.)?
SIM NÃO
SIM NÃO
21) Você acredita que as mulheres gordas são representadas pela mídia de uma
forma positiva?
33
23) Você concorda que pessoas acima do peso não se esforçam o suficiente para
ter um corpo bonito e/ou são preguiçosas para conseguir mudar o estilo de
vida?
SIM NÃO
24) Você acredita que pessoas magras sofram o mesmo preconceito que pessoas
gordas?
SIM NÃO
25) Você acredita que mulheres gordas são julgadas pelo seu peso e/ou corpo
tanto quanto homens gordos?
SIM NÃO
26) Você já foi vítima de alguma brincadeira por conta da sua aparência
física (magra ou gorda)?
SIM NÃO
34
(APÊNDICE B)
Atenciosamente,
__________________________________________
Juliana Alves da Silva
Discente de Psicologia
Universidade CEUMA
__________________________________________
Michelle Fontes
Profª Ma. de Psicologia
Universidade CEUMA
__________________________________________
Participante da Pesquisa
ANEXOS
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ANEXO I
TCC - ENCAMINHAMENTO
Atenciosamente,
______________________________
Assinatura do orientador
ANEXO II
Senhor Orientador,
1. ___________________________________________________
2. ___________________________________________________
Atenciosamente,
39
______________________________
Assinatura da Coordenadora
ANEXO III
ATA DE DEFESA DE TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO
1 IDENTIFICAÇÃO
ALUNO: Juliana Alves da Silva CPD: 979648
CURSO: Psicologia
2 TÍTULO DO TCC: O Peso da beleza na autoimagem: Análise sobre influências
estéticas entre alunas de Psicologia de uma Universidade Particular de São Luís.
.
3 APRESENTAÇÃO DO TCC
Data: _____/_____/_______
4 NOTAS
BANCA
NOTA
ITEM EXAMINADORA MÉDIA
MÁXIMA
1º 2º
Conteúdo 3,0 pts
Redação 2,0 pts
Normalização 1,0 pt
Exposição 2,0 pts
Argüição 2,0 pts
Total de Pontos 10,0 pts
Ciência do aluno:________________________________________________
5 JULGAMENTO FINAL
APROVADO REPROVADO APROVAÇÃO CONDICIONADA
ANEXO IV
Atenciosamente,
_________________________________________________________
Assinatura do (a) orientador (a) ou membro da banca responsável.
Em ____de______________________de 20___
42
ANEXO V