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UNIVERSIDADE CEUMA
PRÓ-REITORIA DE GRADUAÇÃO
CURSO DE PSICOLOGIA

JULIANA ALVES DA SILVA

O PESO DA BELEZA NA AUTOIMAGEM: Análise sobre influências estéticas


entre alunas de Psicologia de uma Universidade Particular de São Luís.
.

São Luís
2016
1

JULIANA ALVES DA SILVA

O PESO DA BELEZA NA AUTOIMAGEM: Análise sobre influências estéticas


entre alunas de Psicologia de uma Universidade Particular de São Luís.
.
Trabalho de conclusão de curso apresentado ao
curso de Psicologia da Universidade CEUMA para
obtenção do grau de graduação em Psicologia.

Orientadora: Ma. Michelle de Sousa Fontes


Martins.

São Luís
2016
2

JULIANA ALVES DA SILVA

O PESO DA BELEZA NA AUTOIMAGEM: Análise sobre influências estéticas


entre alunas de Psicologia de uma Universidade Particular de São Luís.

Aprovado em: ____/____ /______

BANCA AVALIADORA

________________________________________________
Profª. Ma. Michelle de Sousa Fontes Martins

________________________________________________
1º Avaliador

________________________________________________
2° Avaliador
3

O PESO DA BELEZA NA AUTOIMAGEM: Análise sobre influências estéticas


entre alunas de Psicologia de uma Universidade Particular de São Luís.

Juliana Alves da Silva

RESUMO

O presente artigo apoderou-se de resultados de pesquisas a respeito das pressões


estéticas sofridas pelas mulheres para se adequar ao padrão de beleza, assim como
as contribuições acerca do movimento feminista sobre o empoderamento feminino
(em especial sobre a gordofobia), e a atuação dos pensamentos automáticos na
construção da imagem corporal. A pesquisa foi realizada apenas com mulheres
estudantes de Psicologia, por concebermos ser a demanda mais aparente nas
queixas a respeito de gordofobia e dificuldade em aceitação do corpo, parte disso
devido às grandes influências midiáticas, cultura do corpo “padrão” e “ideal”, e por
ser em questão um curso que tem aproximações em estudos relacionados à essa
temática. Inicialmente tivemos a intenção de realizar essa pesquisa de forma
quantitativa, porém, após uma maior aproximação com o objeto a ser investigado,
percebemos que para o estudo do mesmo, a pesquisa qualitativa seria a mais
apropriada, pois desejávamos criar uma melhor base de conhecimento e observar
melhor o fenômeno que se apresentaria. Para a interpretação dos resultados,
colhemos as respostas dos questionários e relatos das participantes que se sentiram
confortáveis em expor situações pessoais relacionadas as perguntas aplicadas
anteriormente. Finalizando, aferimos que grande parte das mulheres se sentem
vulneráveis e/ou rejeitadas em relação à sua aparência, desejando obter um corpo
considerado “padrão”, realizando inclusive, mudanças físicas (emagrecer ou
engordar) por sugestões ou críticas de pessoas próximas e /ou por influências
midiáticas, assim como percebemos a naturalização de comportamentos e crenças
gordofóbicas.

Palavras-Chave: Imagem Corporal. Padrão de Beleza. Pensamentos Automáticos.


Feminismo. Gordofobia.

ABSTRACT:
4

This article came upon results of research into the aesthetic pressures suffered by
women to suit the pattern of beauty, as well as contributions on the feminist
movement about female empowerment (especially on fat-phobia), and the actions of
automatic thoughts in the construction of body image. The survey was conducted
only with female students of psychology, for we conceive to be the most apparent
demand in complaints about fat-phobia and difficulty accepting the body, part of it
due to the large media influences, body culture "pattern" and "ideal" and be in
question a course that has approaches in studies related to this theme. Initially we
intended to accomplish this quantitatively research, but after a bigger approximation
with the object to be investigated, we realized that for the study of the same,
qualitative research would be more appropriate, because we wanted to create a
better knowledge base and better observe the phenomenon that is present. In
interpreting the results, we collected the responses from questionnaires and reports
of participants who felt comfortable in exposing personal situations related questions
previously applied. Finally, we assess that most women feel vulnerable and / or
rejected in relation to their appearance, wishing to get a considered body "pattern",
making even physical changes (weight loss or fat) for suggestions or criticism from
people near and / or by media influences, as well as realize the naturalization of
behaviors and beliefs fat-phobias.

Keywords: Body image; Beauty pattern; Automatic thoughts; Feminism; Fat-phobia.


.
1 INTRODUÇÃO

O presente artigo tem como objetivos proporcionar reflexões relacionadas


à imagem corporal e estigmatizações de “corpos perfeitos”, onde julgamos
necessário adentrar nos estudos relacionados ao feminismo, movimento social este
relacionado dentre algumas causas ao empoderamento feminino e desconstruções a
respeito de padrão de beleza, em acompanhamento com o estudo a respeito do
termo “gordofobia”, e finalmente a atribuição da imagem corporal influenciada pelos
pensamentos automáticos.
A escolha do tema, veio relacionada à interesses pessoais e acadêmicos,
mais precisamente com a necessidade de construção acadêmica de um assunto
ainda desconhecido por grande parte das pessoas, como uma forma de buscar o
5

empoderamento e reconhecer o processo de exclusão social dos indivíduos que não


se encaixam dentro do padrão corporal de beleza atual, sendo alvo de preconceitos.
Inclusive quando se pensa por esse prisma de não haver pesquisas ou
informações no tema proposto, percebe-se o quanto a mulher considerada acima do
peso ainda é “invisível” nas suas particularidades. Ainda aceitamos os estereótipos
de que todas as mulheres gordas não são felizes com o seu corpo, não são
saudáveis, e nunca serão motivo de orgulho, bem-estar ou sucesso profissional.
Uma grande afirmação disso, são as inúmeras revistas de moda, filmes, comerciais
e novelas que sempre mostram um padrão de corpo ideal sendo o corpo magro.
Venda de roupas, produtos de beleza e entre outros, sempre associados ao um
modelo de mulher com corpo esbelto, utilizando-se sempre alguma modelo com o
corpo considerado “cheinho” ou “acima do peso ideal” associado a um corpo feio,
ruim, que precisa urgentemente ser mudado para alcançar o corpo “ideal” e
“perfeito”.
Quando falamos em “gordofobia”, é visível a expressão de
desconhecimento na maioria das pessoas, onde muitas acreditam erroneamente
que gordofobia seria sinônimo de “medo de engordar”, ao contrário, esse termo
refere-se ao sentimento de repulsa e acentuado desconforto para com pessoas
consideradas acima do peso, englobando de modo geral os preconceitos e
opressões sofridas pelas pessoas com esta característica corporal.
A averiguação desse tema e construção do mesmo na universidade, teve
como objetivos investigar a influência do padrão de beleza imposto pela mídia na
elaboração dos pensamentos automáticos e da imagem corporal, além da discussão
teórica sobre a vivência da pessoa gorda na sociedade atual, verificando assim os
pensamentos automáticos com as “falhas” na representação corporal e dessa forma
promovendo o empoderamento feminino, expandido conhecimentos a respeito da
luta feminista, seu estudo sobre desconstrução do padrão de beleza, e o
reconhecimento da então pouco conhecida gordofobia.
Obtivemos um valor grandioso com a pesquisa, em especial, pela
possibilidade de realização de pesquisa de campo com mulheres de variadas
idades, sendo todas discentes do curso de psicologia. Nesse ponto, criamos
expectativas sobre o que poderíamos colher de resultados, já que esperávamos com
curiosidade o que as discentes desse curso poderiam responder sobre como
6

percebem a sua autoimagem, o que poderiam falar sobre a influência midiática com
relação ao padrão de beleza e/ou como lidam ou se portam diante do preconceito.
Dessa forma, a importância do trabalho fez-se em especial por se fazer
possível explanar sobre a vivência das mulheres em relação ao seu corpo, como se
sentem sobre ele e como as mesmas lidam com a influência ou pressão por
seguirem um padrão, além de promover uma construção acadêmica importante já
que o tema em si será relacionado também com a abordagem cognitivo
comportamental e o estudo a respeito do movimento social feminista permitindo
dessa forma a desnaturalização, e possibilitando um maior empoderamento feminino
buscando a representatividade e estudos em relação às mulheres gordas na
sociedade.

2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

2.1 A TCC e os Pensamentos Automáticos.

A Terapia Cognitivo Comportamental (TCC) é uma abordagem que se


baseia no princípio central de que a forma como os indivíduos entendem e
percebem a realidade ou interpretam as experiências vivenciadas, influencia
diretamente na maneira como se comportam e se sentem. De uma maneira mais
objetiva, todo o tempo o ser humano processa as mais diversas informações do
meio em que vive, sejam elas: críticas, lembranças, situações desconfortáveis,
dentre outras, contribuindo para que ocorra uma avaliação interna que corrobore
para influenciar nas emoções e comportamentos do indivíduo (WRIGHT; BASCO;
THASE, 2008).
A TCC se estrutura por níveis de processamentos cognitivos que
geralmente se utilizam na prática clínica, para que possam facilitar o trabalho dos
terapeutas que utilizam essa abordagem de forma a proporcionar uma orientação
nas intervenções de tratamento. Para o presente artigo, focaremos em um dos
conceitos dos processamentos cognitivos que se define por pensamentos
automáticos (WRIGHT; BASCO; THASE, 2008).
De acordo com Beck e Knap (2008), a TCC supõe que existem
pensamentos rápidos e que são interpretados de forma espontânea nas fronteiras
da consciência, estes são os que denominados pensamentos automáticos. Esses
7

pensamentos automáticos, podem ser compreendidos como as diferentes formas de


uma pessoa reagir ou interpretar um determinado acontecimento e as reações
emocionais que ocorreram a partir dessa interpretação de forma que se
assemelharão ao seu modo de pensar (BECK; KNAP, 2008).
É correto afirmar que os pensamentos automáticos acontecem
corriqueiramente, de forma privada e rápida na medida que interpretamos e
percebemos as mais variadas situações corriqueiras, sendo normalmente
percebidas quando há a presença de emoções fortes. Estes, dependendo da forma
como o sujeito avalia e/ou interpreta, os pensamentos podem tornar-se
desadaptativos ou distorcidos, colaborando para que se apresente reações
emocionais desconfortáveis, e comportamentos disfuncionais (WRIGHT; BASCO;
THASE, 2008).
Buscamos nesse artigo discutir e deduzir quais seriam as relações e o
modo que os pensamentos automáticos influenciariam nas reações emocionais de
pessoas que sofrem gordofobia ou buscam incansavelmente se encaixarem em um
padrão de beleza, além de como acontece a percepção da imagem corporal, para
isso é necessário que se apresente brevemente sobre o que compreende imagem
corporal.
Segundo Cash (2002, p.23 apud CANAVARRO; MOREIRA; NAZARÉ,
2011), a imagem corporal pode ser entendida como a imagem que eu tenho sobre
mim, o que eu considero a partir do reflexo do espelho e da imagem mental que eu
possuo. O conceito de imagem corporal não fica restrito apenas a elementos
perceptivos, mas também a elementos subjetivos, como pensamentos e sentimentos
relacionados as características físicas e funcionais do meu corpo.
Em relação ao corpo, como foi dito anteriormente, a imagem que reflete
no espelho possui uma representação pequena considerando-se que as
insatisfações ou satisfações com o corpo, se relacionam com os produtos cognitivos,
dentre esses os pensamentos automáticos, aos quais está associada uma carga
emocional. Ou seja, uma pessoa que possui esquemas disfuncionais e emoções
negativas provavelmente terá uma auto avaliação à imagem corporal de maneira
negativa. Quanto mais distorções cognitivas, maiores serão as inseguranças e
insatisfação com o corpo (CASH, 2002, p.22 apud CANAVARRO; MOREIRA;
NAZARÉ, 2011).
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Dessa forma, é possível compreender que todas as pessoas possuem


pensamentos automáticos, porém o diferencial será a forma de reconhecimento
desses pensamentos, e de que forma eles afetam a vida do indivíduo. É certo que
pessoas que apresentam quadros de depressão, ansiedade, dentre outros
transtornos, poderão muitas das vezes apresentarem pensamentos distorcidos que
colaborarão para que elas apresentem emoções desconfortáveis como angústias,
tristezas, além de influenciarem em comportamentos que prejudiquem a qualidade
de vida dessas pessoas (WRIGHT; BASCO; THASE, 2008).
Focando-se em relação à imagem corporal, segundo os autores aqui
apresentados, pode-se aferir que pessoas no dia a dia ouvem e compartilham as
mais diversas informações a respeito de vários assuntos, em especial do seu próprio
corpo. Essas informações, sejam críticas positivas ou negativas, podem colaborar
para que se tenham pensamentos automáticos distorcidos a respeito da sua imagem
corporal, ocasionando uma preocupação ou culpa em relação ao corpo.
Nos tópicos seguintes abordaremos de maneira sucinta sobre padrão de
beleza, a discussão sobre preconceito contra pessoas gordas (gordofobia) e o papel
do feminismo, movimento social que busca o empoderamento e desconstrução de
inúmeros temas relacionados às mulheres.

2.2 Gordofobia: que termo é esse?

A gordofobia é um termo ainda muito recente em especial nas pesquisas


acadêmicas, e refere-se a um “processo de estigmatização que conta com aparatos
sociais, midiáticos, culturais e médicos para perpetuar modelos de corpos aceitáveis
(magros ou hipertróficos) ” (RODRIGUES; ARCOVERDE, 2014, p. 12). De uma
forma mais elaborada, temos a seguinte explicação:
O termo, constitui-se da junção da palavra gordo, (em latim gurdu), que
segundo o Dicionário Aurélio (2010) se refere a “quem tem muita gordura;
gorduroso, graxo; que tem o tecido adiposo desenvolvido e do termo fobia,
palavra vinda do latim phobia, que designa medo ou aversão a algo
(FERREIRA, 2010, p.355 apud ARCOVERDE; RODRIGUES, 2014).

Ou seja, a gordofobia poderia ser entendida como aversão a pessoas


gordas. Essa aversão se caracteriza de forma preconceituosa e julgadora, em
especial às mulheres gordas, já que “a gordofobia atinge mulheres e homens de
9

maneiras distintas: às mulheres gordas, o preconceito é mais forte e naturalizado do


que aos homens gordos” (ARCOVERDE; RODGRIGUES, 2014, p.11).
Ainda citando Arcoverde e Rodrigues (2014), atualmente nos
encontramos em uma tentativa de apropriação do corpo do outro, para que este se
adeque aos padrões vigentes, excluindo socialmente todas aquelas pessoas
consideradas acima do peso, e reforçando estereótipos relacionados à saúde e
corpo magro, à necessidade de se sentir bem apenas com o corpo que a mídia e a
representação social infere ser adequado, desconsiderando os gostos pessoais e
confirmando a hipótese que para uma pessoa ser sucedida e bonita ela precisa ter o
corpo “adequado” a essas duas características citadas anteriormente.
O indivíduo gordo é julgado por suas características físicas, muita das
vezes atribuída como uma falha intencional, sendo encaixado como uma pessoa que
não tem controle sobre o seu corpo, seu estilo de vida, possuindo ausência de
características como autodeterminação e disciplina (BETTI, 2014).
É nesse momento que frases como: “Nossa, você tem um rosto tão
bonito! Se fosse mais magro (a) seria mais bonito (a) ainda! ”, ou até mesmo “Estou
falando para você emagrecer, mas é por uma questão de saúde! Você vai ficar mais
saudável perdendo x quilos! ”, e outra mais absurda: “Nutricionista gordo (a) ?! Mas
a pessoa não cuida de si mesmo, vai conseguir cuidar dos outros? ”, ou “Não
contrato pessoas gordas para a minha empresa porque gordos são preguiçosos e
lentos” são exemplos de como a característica gorda se torna uma característica
associadas a coisas ruins, a algo que jamais poderá ter sucesso, reduzindo uma
pessoa com sobrepeso a nada mais do que uma “bola de gordura” ignorando todas
as particularidades pessoais (CABEDA; STREY, 2004).
Muitas das atitudes e de conceitos apresentados aqui são naturalizados
no dia a dia, de forma que muito deles não são percebidos como uma forma
preconceituosa para com as pessoas que se enquadram no biotipo gordo.
Brincadeiras abusivas são feitas dia após dia com quem não se encaixa no padrão,
o corpo não é mais algo individual, e sim algo universal, algo público, que precisa
ser bonito, agradável e essencial para todos (DINIZ; BARROS; SAVENHAGO,
2015).

2.3 Mas de onde vem esse Padrão de Beleza?


10

Durante todos os tempos históricos, foi possível identificar um padrão de


corpo, onde “ao falarmos de padrão de beleza, estamos falando de normas e regras
preestabelecidas por algo ou alguém” (STENZEL, 2003, p. 23). Seria então a forma
ou o jeito que devemos adequar o corpo para que ele possa ser considerado
adequado ou belo para um determinado grupo de indivíduos.
Nos tempos antigos, o corpo robusto era identificado como uma
propensão à riqueza e farturas, as mulheres representadas em obras sempre eram
de formas voluptuosas, porém com o passar do tempo, chegamos na modernidade
onde o culto ao corpo, à saúde, à qualidade de vida foi associado ao belo e ao
magro. Onde antes os corpos que gordos que inspiravam obras de arte e várias
representações artísticas, hoje é combatido na cultura ocidental (CABEDA; STREY,
2004).
Atualmente, a magreza é considerada algo extremamente importante e de
certa forma uma busca pelo prazer e poder. Os sacrifícios, as dietas, a busca
incessante pela beleza, configuram-se em demonstrar controle e determinação. Com
essa busca desenfreada, os esforços para privar o corpo de alimentos permitem
muita das vezes o surgimento de transtornos alimentares como a anorexia 1
(HEINZELMANN et al, 2014).
Há uma confusão em relação à corpo saudável e um corpo com poucas
medidas, no momento atual onde temos uma geração “fitness2” o corpo associado à
saúde possui características como sendo magro, com pouquíssimo porcentual de
gordura e com músculos aparentes. Mesmo que seja um corpo de uma maior
proporção, o que se espera é que sejam apenas músculos e nada de gordura, onde
se contribui mais ainda com o estereótipo de saúde ser apenas associado a pessoas
que possuam um corpo pequeno (HEINZELMANN et al, 2014).
Entendemos que estamos inseridos em um padrão, em algo que nos
determina como devemos manter o nosso corpo, a nossa alimentação e
consequentemente o nosso estilo de vida, porém de onde podemos aferir que isso
poderia encaixar-se como um mito, mais especificamente como o “mito da beleza”?
1
Segundo o Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais (DSM-5), a Anorexia é
identificada como um transtorno alimentar onde persiste o medo intenso de ganho de peso, a
restrição persistente da ingesta calórica e perturbações na percepção do próprio peso ou da própria
forma.

2
Em uma busca rápida por meio de blogs e páginas na internet, temos como tradução que a palavra
em inglês tem uma associação com “estar em boa forma física”, onde fit: “boa forma” e ness: “sufixo
que transforma esse adjetivo em um substantivo”.
11

Para a compreensão e explanação desse termo, achamos válido trazer a seguinte


citação:
[...] A "beleza" é um sistema monetário semelhante ao padrão ouro. Como
qualquer, sistema, ele é determinado pela política e, na era moderna no
mundo ocidental, consiste no último e melhor conjunto de crenças a manter
intacto o domínio masculino. Ao atribuir valor às mulheres numa hierarquia
vertical, de acordo com um padrão físico imposto culturalmente, ele
expressa relações de poder segundo as quais as mulheres precisam
competir de forma antinatural por recursos dos quais os homens se
apropriaram (WOLF, 1992, p.15).

Ainda sobre Wolf (1992), a autora comenta que o mito da beleza não
necessariamente se relaciona com a percepção das mulheres em relação às suas
aparências e competições femininas, mas sim com às “instituições masculinas e ao
poder institucional dos homens” (WOLF, 1992, p. 17).
Dessa forma, o que está em jogo é que o mito da beleza é determinado
pelos comportamentos e não necessariamente pela a aparência. A partir disso,
segundo a autora, a juventude e a virgindade passam a ser considerados como
comportamentos belos a serem valorizados onde representam a inocência,
ignorância sexual e falta de experiência. Em contrapartida o envelhecimento, é
considerado algo desprezível, ruim, inadequado que precisa ser evitado a qualquer
custo sendo justificado pelo fato das mulheres adquirirem poder com o passar do
tempo (WOLF, 1992). Complementando, temos:
As mulheres mais velhas temem as jovens, as jovens temem as velhas, e o
mito da beleza mutila o curso da vida de todas. E o que é mais instigante, a
nossa identidade deve ter como base a nossa "beleza", de tal forma que
permaneçamos vulneráveis à aprovação externa, trazendo nosso amor-
próprio, esse órgão sensível e vital, exposto a todos (WOLF, 1992, p.17).

É interessante questionar-se como o padrão de beleza fez-se tão


presente e tão obsessivo por inúmeras mulheres. O que se conclui é que esta
imagem “ideal” foi criada com o objetivo e se tornar algo que tivesse essa proposta,
já que “quando as mulheres na cultura demonstram personalidade, elas não são
desejáveis, em contraste com a imagem desejável da ingênua sem malícia [...] Onde
é permitido às mulheres uma mente ou um corpo” (WOLF, 1992, p.77-78).
Desse modo, inúmeros fatores contribuem para a permanência do
padrão de beleza e a não desconstrução de mitos em relação à mulher gorda.
Alguns movimentos sociais, dentre eles o feminismo, busca essa problematização
em relação ao tema aqui apresentado, no próximo tópico explicaremos a respeito
12

desse movimento social, suas características e de que forma ele propõe uma
reflexão em torno da imagem corporal e padrão de beleza.

2.4 O que o feminismo tem com isso?

O movimento feminista, segundo Borges e Figueiredo (2015) teve sua


origem durante a Revolução Francesa onde as mulheres envolvidas no movimento
pretendiam estender para a classe feminina, os ideais de igualdade, liberdade e
fraternidade, tendo nesse momento como foco do movimento a busca por direitos
civis.
Porém logo após a Segunda Guerra Mundial, o movimento começa a se
expandir assim também como os seus princípios e ideais, tanto que atualmente o
movimento tem como foco principal a busca de equidade de direitos entre os
gêneros, o empoderamento feminino em especial a relação sobre o controle e poder
do corpo (ARCOVERDE; RODRIGUES, 2014).
De forma sucinta, podemos identificar o movimento feminista de acordo
com três fases distintas, dentre elas:
[...] A primeira se situa na metade do século XIX, tendo como principal
reivindicação o direito ao voto (sufragismo); a segunda se associa aos
movimentos pós-segunda guerra, com o slogan: “O que é que os homens
fazem que as mulheres não possam fazer? ” e a terceira e atual, também
chamada de pós-feminismo, caracterizada pelo Backlash – movimento
reacionário contra o próprio feminismo (NOGUEIRA, 2001 P. 217 apud
COELHO, 2016).

O feminismo propõe a redescoberta das mulheres sobre seus corpos, e a


reflexão de como você lida com o seu corpo e você cuida dele independente do que
te falam para fazer, o movimento também vem com a proposta de desconstruir
muitos dos padrões impostos, além de ser relevante por promover abertamente
questões sobre opressões sofridas pela classe feminina, busca do empoderamento
em relação ao corpo, sexualidade e as mais variadas desigualdades dos âmbitos
sociais, fruto de uma sociedade patriarcal de forma a expor denúncias do machismo
e da visão estereotipada da mulher (BORGES; FIGUEIREIDO, 2015).
Dessa visão estereotipada, é válido trazer o seguinte comentário:
O nosso rosto e o nosso corpo se transformam em instrumentos para
castigar outras mulheres, muitas vezes usados sem o nosso controle e
contra a nossa vontade. [...] Ela força as mulheres a uma crítica penetrante
das "escolhas" que outras mulheres fazem com relação à aparência. Para
superar essa capacidade de divisão, as mulheres terão de destruir um
grande número de tabus que proíbem que se fale dela, incluindo aquele que
13

não permite que as mulheres falem do lado escuro de ser tratada como um
belo objeto (WOLF, 1992, p. 379).

O movimento, como comentado anteriormente, possui vários focos de


lutas, porém nos focaremos na luta para desconstrução do padrão de beleza, sobre
isso, um dos pontos discutidos pelo movimento, seria a respeito da falta de
representatividade da mulher gorda na sociedade pela mídia. Onde essa falta de
representatividade é observada quando vemos que a mulher que aparece sendo
bem-sucedida e usando roupas da moda, sempre possui um corpo esbelto,
excluindo os mais variados tipos de corpo. Além disso, outro problema encontrado é
que, quando há essa representatividade da mulher gorda, ela é feita de forma
preconceituosa e gordofóbica, como falado anteriormente, a mulher gorda é
mostrada como sendo sempre a tímida, sem sucesso nas relações sociais e
profissionais, e que sempre busca uma nova forma de se encaixar no padrão de
beleza estabelecido, sem jamais poder se reconhecer como algo belo e valorizado
(ARCOVERDE; RODRIGUES, 2014).
Ainda citando Arcoverde e Rodrigues (2014) a representação social é de
fato muito importante, já que é dessa forma se constrói uma autoimagem que serve
de base para um indivíduo que busca um lugar de fala na sociedade. É necessário
que seja reformulado as formas de representação da mulher gorda, já que é quase
inimaginável uma pessoa gostar do seu corpo, se ela não se vê representada de
forma positiva e por fim acaba por almejar um corpo diferente do seu próprio, por ter
a ideia que nunca conseguirá ter sucesso se não tiver o corpo das modelos
estampadas em revistas e comercias (ARCOVERDE; RODRIGUES, 2014).
Outro ponto interessante e de grande importância a ser comentado é a
diferença entre pressão estética e opressão. Quando se fala gordofobia, algumas
pessoas tendem a rebater o termo ou justificar comentando coisas como: “Ah, mas
pessoas magras também sofrem preconceito! ” “Eu sofri bullying3 na escola por ser
magrela! ” “Também fui chamada de nomes pejorativos por ser muito magra”. O que
precisamos compreender é que todos os indivíduos (em especial as mulheres)
sofrem a chamada “pressão estética”, isso vem do fato que vivemos em uma
sociedade capitalista que influencia as pessoas, em especial utilizando-se da mídia,
para que estas nunca se sintam satisfeitas com seus corpos, adquirindo mais

3
Termo inglês que se refere a atos de violência física ou psicológica, intencionais e repetidos,
praticados por um indivíduo ou grupo de indivíduos.
14

produtos, comprando a roupa ideal, fazendo a dieta perfeita, dentre outras coisas. A
gordofobia é opressão, mas não individual, e sim estrutural e se confirma cada vez
mais na nossa sociedade, especialmente quando percebemos que a própria
sociedade não é inclusiva com pessoas com corpos grandes, (por exemplo locais
extremamente apertados que restringem o uso de corpos de tamanhos variados, a
afirmação que gordo é necessariamente sinônimo de ruim, lento, preguiçoso e
doente etc.) (MEDEIROS, 2016).
A partir disso, precisamos reforçar que a importância do movimento
feminista tem o papel fundamental de quebrar rótulos e padronizações,
preocupando-se também em problematizar a respeito do modelo de “mulher perfeita”
que a mídia e as novas tecnologias criaram. A representação da mulher que é
extremamente preocupada com a beleza, que não se sente nunca satisfeita com o
corpo, que é bem-sucedida, forte, sempre jovem e obrigatoriamente bela vem sido
desconstruída por esse movimento, de forma a empoderar as mulheres a aceitarem
os seus corpos e se sentirem livres em relação as escolhas da própria imagem
(LACERDA; LORIANNY; OLIVEIRA, 2011).
Finalizando, é cada vez mais perceptível a pressão sofrida pelas
mulheres em se encaixarem em um padrão, onde nossos corpos são sempre
monitorados e julgados. É importante frisar que apesar da magreza ser um padrão,
muitas mulheres magras já sofreram ou sofrem constantemente críticas e pressões
para mudar o corpo, porém não podemos esquecer que o preconceito contra
pessoas gordas é vivenciado e estruturado de forma bem diferente em relação ao
preconceito às pessoas magras, um fato em especial é justamente na palavra
“gorda” ser considerada um xingamento, quando nada mais é do que uma
característica corporal.
Outro ponto relevante, observado em pesquisas com temas como: padrão
de beleza, vida saudável, fitness, dentre outros temas similares, é o de que o corpo
menor ainda é sempre associado à saúde, enquanto corpos grandes sempre são
associados à má alimentação, estilo de vida inadequado, frustração e acomodação.
Em contrapartida, atualmente percebe-se uma mudança de exposição desses temas
onde refutações atuais são expostas com o objetivo de esclarecer e desconstruir
inúmeros pré-conceitos em grande parte aqueles de que tamanho de corpo não
necessariamente tem a ver com a qualidade de vida que a pessoa possa apresentar
ou buscar.
15

Com isso, percebe-se então a necessidade de problematizar e


compreender mais ainda sobre a posição da mulher na sociedade atual no que se
diz respeito à forma como ela vivencia e é influenciada pelo padrão de beleza.
Fazendo-se pertinente a busca pela representatividade de corpos “reais” e mulheres
“reais” que por poucas vezes são representados pela mídia como algo bonito,
agradável, sendo maioria representado como algo que precisa ser “ajustado” ou
“consertado”, e também, como as mulheres tem a visão sobre o seu corpo e a que
ponto é possível proporcionar uma reflexão a respeito das escolhas e aceitações ao
padrão e normas que são apresentados pelas influências sociais, culturais e
midiáticas.

3 MÉTODO

Para um aproveitamento eficaz e producente da coleta de dados optamos


por realizar a pesquisa de forma qualitativa por meio da utilização de referências de
plataformas (Scielo, Biblioteca Virtual de Saúde – BVS, Lilacs, Revista Eletrônicas e
Blogs com temáticas feministas), aplicação de questionários e coleta de relatos que
nos informaram a respeito da vivência do padrão de beleza entre as mulheres, as
visões e construções a respeito do estigma da mulher gorda na sociedade atual,
além dos fatores cognitivos que contribuem na construção da imagem corporal.
O método qualitativo, pode ser entendido como o método onde não se
busca medir ou quantificar, mas sim explorar e explicar variados fenômenos sociais,
não necessariamente utilizando-se de números, mas sim de palavras e/ou falas. É
muito das vezes entendido como uma pesquisa interpretativa, já que este preocupa-
se em atribuir os significados das pessoas em relação a seus ambientes naturais e
não em experimentos ou ambientes artificiais, além de interpretar a relação dos
indivíduos com seu comportamento, meio e sociedade (POPE e MAYS, 2009).
O projeto de pesquisa foi analisado e aprovado pelo Comitê de Ética em
Pesquisa com Seres Humanos na Universidade CEUMA, mediante o envio dos
documentos pela Plataforma Brasil, CAAE: 57876816.1.0000.5084.
No intuito de responder as perguntas da pesquisa, a técnica de pesquisa
utilizada foi o questionário contendo 25 questões objetivas e fechadas, além da
coleta de alguns relatos das entrevistadas que se sentiram confortáveis em falar
sobre a pesquisa após a realização dos questionários.
16

Nossa amostra foi a de 100 respondentes, sendo todas mulheres na faixa


etária de 18 a 40 anos discentes pertencentes do curso de psicologia da
Universidade CEUMA, sendo escolhidas por amostra por conveniência, no qual
todas assinaram o TCLE – Termo de Consentimento Livre e Esclarecido, que
constavam as implicações éticas, tais como: garantia de sigilo do nome dos
participantes, divulgação dos resultados apenas para fins de pesquisa científica,
garantindo assim os direitos e deveres dos participantes da pesquisa.
Os critérios de inclusão na pesquisa foram: Pessoas na faixa etária entre
18 a 40 anos, sexo feminino e estudantes do curso de psicologia da Universidade
CEUMA, excluindo assim mulheres abaixo de 18 anos e acima de 40 anos, pessoas
do sexo masculino e alunas de outras faculdades/universidades e de outros cursos
de graduação. A coleta de dados foi realizada durante o período de setembro a
outubro de 2016.

4 RESULTADOS E DISCUSSÕES

Nesse estudo, analisamos a percepção da imagem corporal das mulheres


entrevistadas relacionando os pensamentos automáticos como influenciadores na
percepção de autoimagem, exploramos se de fato as mulheres sentem-se
pressionadas ou acreditam que exista um padrão de beleza, e se a vivência das
mulheres gordas é atribuída à preconceitos, como afirmam as construções teóricas.
Os questionários foram aplicados em uma amostra de 100 mulheres dos
18 aos 40 anos em inúmeras salas de psicologia de variados períodos na
Universidade CEUMA, onde nas salas fora explicado como seriam realizados os
questionários, o que se propunha pesquisar, a garantia do sigilo, e entrega do TCLE.
Foi percebido, ao aplicarmos os questionários, que a maioria das
participantes demonstraram interesse em responder a pesquisa quando explicado
sobre o tema, algumas inclusive ao final da entrega dos questionários se sentiram
confortáveis em realizar relatos sobre experiências pessoais que foram lembradas
ao responderem algumas perguntas dos questionários, em geral as relacionadas
especialmente com a imagem corporal.
Sobre as perguntadas relacionadas à imagem corporal, a maior parte das
entrevistadas respondeu que se sente bem com seu corpo, inclusive afirmando
nunca ter se submetido a realizar nenhum tipo de cirurgia com fins estéticos, em
17

contrapartida, essa mesma quantidade de entrevistadas afirma já ter desejado o


corpo de alguma pessoa famosa (atriz, cantora, influenciadora digital, etc.) sendo
esse corpo em especial magro ou fitness, também afirmando já ter se sentido
constrangida com o seu corpo.
Como citado anteriormente, algumas participantes fizeram relatos no
momento de entrega dos questionários, o que pudemos colher dentre esses
depoimentos é que muitas apesar de se sentirem confortáveis com o seu corpo,
lembravam que em um momento da vida já desejaram ter um corpo diferente para
ser aceita em um determinado ambiente. Quando perguntamos sobre o que as
fizeram aceitar o corpo, muitas afirmaram já ter lido assuntos relacionados à padrão
de beleza e algumas já terem procurado ajuda psicológica que as fizeram ter uma
visão diferente sobre o seu corpo e por fim aceitá-lo de forma satisfatória.
Para demonstrar as respostas dos questionários de maneira sucinta,
realizamos pequenos gráficos (1 e 2) para realizar essa apresentação:

Imagem Corporal
120
100 96

80 75
67
60
40 33
25
20
4
0
Já se submeteram a Já desejou ter o corpo de Já fez algum tipo de dieta
algum procedimento alguma pessoa famosa da moda
estético

SIM NÃO

(Gráfico 1: Imagem Corporal)

Imagem Corporal
70
60
50
40
30
20
10
0
A maioria das vezes Apenas algumas Quase nunca Nunca
sim vezes

Você se sente bem com seu corpo?


Você já se sentiu constrangida com o seu corpo?

(Gráfico 2: Imagem Corporal)


18

Em relação as questões relacionadas à padrão de beleza, nossas


perguntas tinham como objetivo averiguar comportamentos ou influências sofridas
pelas mulheres, sejam em relação a mídia ou moda. Os resultados nos mostram que
grande parte das entrevistas acreditam que exista de fato um padrão de beleza e um
culto ao corpo perfeito ou fitness, além de afirmarem já terem se sentidas
influenciadas a seguirem esse padrão, inclusive nas escolhas de roupas em que a
moda sugere que sejam adequadas ao seu tipo de corpo.
Aferimos também, que a maioria das mulheres participantes têm a crença
que mulheres são mais julgadas em relação a estética do que homens, porém uma
parte considerável afirma que as mulheres devam de fato se preocupar e cuidar
mais da estética do que homens, esses cuidados incluem: cuidados capilares,
cuidados com o corpo (realização atividade física em especial aquelas que tem
objetivo de alterar a forma física como a musculação), dentre outros.
Abaixo, temos os resultados nos gráficos (3 e 4):

Padrão de Beleza
120
80
40
0

SIM NÃO

(Gráfico 3)
19

Padrão de Beleza
100
80
60
40
20
0

SIM NÃO

(Gráfico 4)

Já sobre as influências dos pensamentos automáticos, coletamos que


muitas das entrevistadas já sofreram bullying por ter um determinado tipo físico
(gordo ou magro) e também já se sentiram mal por presenciarem comentários ou
críticas em relação ao seu corpo, o que colaborou para que muitas deixassem de
sair de casa e ir para lugares como: Praia, piscinas, festas, baladas etc. por se
sentirem constrangidas com o seu corpo e acreditarem estar sendo vítimas de
julgamentos, inclusive até afirmando já terem mudado a sua forma de se vestir ou
alguma característica do seu corpo, por acolher sugestões e críticas relacionadas a
isso.
Aqui também tivemos algumas participantes que relataram
acontecimentos, dentre eles, duas participantes afirmaram há alguns anos já não
frequentavam lugares como praia ou piscina por ter muita vergonha do seu corpo, e
não se sentir confortável em usar roupas de banho descritas como adequadas ao
seu tipo de corpo, evitando assim se expor nesses ambientes.
Temos como dados (Gráficos 5 e 6):
20

Influências - Pensamentos Automáticos


80
60
40
20
0

SIM NÃO

(Gráfico 5)

Influências - Pensamentos Automáticos


80
60
40
20
0

SIM NÃO

(Gráfico 6)

Finalmente sobre os resultados em relação à gordofobia, quase que todas


as entrevistadas acreditam que de fato exista preconceito contra pessoas gordas,
em especial mais contra mulheres gordas do que homens gordos, além de muitas
apontarem que as mesmas não são representadas de forma positiva pelos meios
midiáticos (revistas, internet, blogs, novelas, comerciais, etc.).
Como confirmamos no gráfico (7) abaixo:
21

Gordofobia
120
80
40
0

SIM NÃO

(Gráfico 7)

De certa forma ficamos surpresos com os resultados que obtivemos em


especial a esse tópico, porque pelo o observado nas respostas, a grande maioria
concorda sobre a possibilidade de se ter uma vida saudável sem esta estar
necessariamente associada com um corpo magro ou fitness, além de poucas
relatarem já ter tido algum comportamento gordofóbico (seja sentir aversão ou
desconforto por pessoas gordas), porém a maior parte ainda acredita que o corpo
pode sim influenciar em atividades empregatícias e/ou acadêmicas, como podemos
conferir no gráfico (8) abaixo:

Gordofobia
90
60
30
0

SIM NÃO

(Gráfico 8)

Partindo-se desses resultados, é importante abrirmos espaços para a


discussão dos mesmos.
22

Inicialmente, falando sobre padrão de beleza, pelo relatos ouvidos e


questionários recolhidos, percebemos que apesar das mulheres em grande maioria
terem afirmado que se sentem bem com seu corpo, essa mesma quantidade em
algum momento da vida já se questionou se realmente seu corpo era bonito, ou se
precisava mudar alguma coisa, visto que as “normas socioculturais têm perpetuado
o estereótipo da associação entre magreza e beleza entre as mulheres, fazendo
com que um corpo magro seja considerado ideal” (MARTINS, et al 2012 p.242).
Percebemos que a influência midiática se mostrou muito presente, visto
que os comerciais, novelas, e todos os meios midiáticos ainda se utilizam de um
padrão seja para vender roupas ou cosméticos, além de associar na maioria das
vezes a beleza como um principal atributo feminino, fazendo inclusive muitas
participantes afirmarem já ter desejado o corpo de alguma
modelo/atriz/apresentadora por apresentar um corpo com características magras ou
fitness. Em contrapartida, Betti (2014) nos informa que o mercado atualmente vem
se expandido de forma a questionar esses padrões corporais, inclusive com o
aumento de campanhas de modas plus-size4, onde o mercado vem se preocupando
em observar as diversidades dos tipos corporais incentivando a aceitação e
promovendo uma maior visibilidade das mulheres consideradas gordas/acima do
peso.
Outro ponto interessante nos resultados, foi a de que a maioria das
pessoas acredita que saúde não necessariamente é associada a um corpo “fitness”,
muitas afirmaram que é possível ser saudável sem necessariamente apresentar um
corpo com músculos ou do tipo que se julgue ser “malhado” ou “tonificado” por
exercícios. Nossa surpresa se fez por durante a pesquisa, na maioria dos
referenciais teóricos, nos depararmos sobre a crescente concepção de que um
corpo gordo é necessariamente relacionado à doença.
Nos deparamos com essa concepção porque segundo Betti (2014), a
gordura é vista como um inimigo do corpo e fomenta-se que as pessoas que
apresentam características de um corpo gordo são necessariamente sedentárias
e/ou não se preocupam com a sua saúde e nem com a sua alimentação, sendo
tratadas sem quaisquer particularidades, apenas preocupando-se com seu tamanho
corporal.

4
Plus-size é um termo inglês que se refere a “Tamanho- maior”, termo utilizado para mulheres que
utilizam manequins entre tamanhos 44 -50 (ou mais).
23

É positivo que as nossas entrevistadas tenham um olhar diferencial em


relação a esse aspecto, o que já contribuiu para que possamos de forma mais
abrangente compreender a vivência e opressões das mulheres que sofrem
gordofobia. Nesse aspecto, com exceção de uma entrevistada, todas as outras
acreditam haver de fato preconceito contra pessoas gordas, algo que esperávamos
como resposta, assim como também muitas afirmaram que as pessoas magras não
sofrem o mesmo preconceito que as pessoas gordas, nesse momento, é necessário
que expliquemos esse grande ponto da questão, já que fomos inclusive perguntados
e questionados se de fato as pessoas magras podem ou não sofrer o mesmo
preconceito que as mulheres gordas.
O que temos como resposta é que todas as mulheres sofrem pressão
estética, inclusive tivemos como maioria na pergunta se a entrevistada já havia
passado com alguma situação de bullying, ou por ser magra ou gorda, isso é fato. O
que difere de uma situação para outra é que a mulher gorda é oprimida, o
preconceito é cada vez mais naturalizado, de forma que segundo Kulick (2009 p.501
apud BETTI, 2014), “em muitos países ocidentais, as pessoas gordas são talvez o
único grupo social que ainda é perfeitamente legítimo e aceitável ridicularizar,
insultar e degradar abertamente”.
A mulher gorda é sempre considerada errada, é aquela que é associada a
algo ruim, feio, nojento, que apenas se preocupa em comer e nada mais. Não há
representatividade midiática, e quando há sempre é mostrado de uma forma cômica,
e nunca sendo representada como uma mulher poderosa, que aceita o seu corpo, e
que não está seguindo dietas milagrosas. Além do que o próprio termo “gorda” já é
equivalente a algo ruim e não uma característica corporal justamente como a palavra
“magra”. “Gorda (o) ” é reconhecido como um xingamento, a algo feio, ruim etc.
(RIBEIRO, 2016).
Discutindo-se também a diferença da vivência de preconceitos em relação
a homens e mulheres gordas (os), é afirmativo falar que ambos sofrem gordofobia,
porém nos resultados as entrevistadas acreditam que as mulheres sofram mais com
o preconceito do que os homens. Confirmando-se essa hipótese, Ribeiro (2016)
comenta que na sociedade machista a mulher é objetificada e padronizada, ou seja,
ela não possui direitos para decidir sobre seu corpo, ou aceitá-lo como ela gostaria
sem ser julgada ou oprimida.
Trazendo-se as discussões sobre o feminismo, que atualmente vem
24

contribuindo para que seja possível desconstruir sobre esses inúmeros preconceitos
em relação a imagem corporal, uma das discussões trazidas pela Naomi Wolf em
seu livro “O mito da Beleza”, traz a ideia que “A cultura obcecada por magreza
feminina não é obcecada pela beleza da mulher, mas sim pela obediência feminina.
A dieta é o sedativo político mais potente na história da mulher [...]” (WOLF, p. 248,
1992).
Ou seja, a sociedade impõe que as mulheres sigam um padrão, como
citado anteriormente, as mesmas são vistas como objetos sem escolhas, e se
tornam “anestesiadas” a seguirem esse modelo. Nos remete então que ao homem
esse mesmo modelo não é imposto, a forma de opressão se torna diferente e a
mulher passa a não poder se considerar bela e segura se ela não apresentar o
corpo ideal indicado pela sociedade em que se encontra.
Um outro ponto relevante do movimento feminista na atualidade que não
poderíamos deixar de citar, são as articulações de ideias e construções trazidas
desse movimento pelo meio virtual, o que denominados “ciberfeminismo”. Este, tem
possibilidades de alcançar um maior número de pessoas, já que por meio de sites,
blogs, e revistas eletrônicas vários conteúdos relacionados a esse movimento, são
disseminados. Possibilitando uma maior compreensão e exploração sobre essa
temática. É nesse meio que vemos campanhas sendo difundidas sobre aceitação do
corpo, desconstrução de padrões estéticos, e a luta da equidade entre gêneros ser
melhor difundida e discutida. (COELHO, 2016).
Sobre os resultados das influências dos pensamentos automáticos, a
partir do momento que entendemos que esses pensamentos estão no dia a dia
fazendo parte e contribuindo para as nossas escolhas, fica claro o entendimento do
porquê muitas das entrevistadas se sentiram mal ou desistiram de sair para lugares
que pudessem mostrar o corpo, já que as crenças possuem uma gama de
pensamentos automáticos gerando uma grande variedade de distorções cognitivas
(STALLARD, 2009).
Uma das participantes relatou que o pensamento começa da seguinte
forma: “Alguém liga para mim perguntando se quero ir para uma piscina, eu lembro
que não estou magra o suficiente para poder usar uma roupa de banho, penso que
será desconfortável não poder tomar banho na piscina e passar calor, tenho medo
que as pessoas me olhem e julguem o tamanho do meu corpo e começo a me sentir
culpada e triste pelo meu corpo, por fim nego o convite e decido não sair e/evitar
25

situações dessa forma”. Esse, dentre outros relatos parecidos, nos fazem perceber
como além de todas as influências midiáticas, pressões estéticas e padronizações,
há muita influência de como o outro me vê e julga meu corpo e/ou o que visto. Se
essas distorções de pensamentos não são corrigidas em algum momento, podemos
supor que a frequência de evitar locais ou atividades reforçadoras para essas
mulheres seja cada vez maior, podendo inclusive proporcionar baixa autoestima e
em alguns casos mais graves, transtornos alimentares.
A partir disso podemos confirmar que os resultados foram satisfatórios
para confirmar as hipóteses da pesquisa, e aumentar o nosso olhar sobre os
objetivos da mesma. O que poderíamos propor é que novas pesquisas sejam
realizadas, de modo quali-quantitativo para que se tenham resultados ainda mais
eficazes e que se expanda para uma maior população objetivando maiores
produções acadêmicas no que se refere às construções teóricas em relação ao tema
abordado.

5 CONSIDERAÇÕES FINAIS

Constatou-se que as mulheres deste estudo se sentem confortáveis com


o corpo que apresentam e a maioria nunca foi submetida a nenhuma intervenção
cirúrgica com fim puramente estético. Contudo, muitas ainda sofrem com o padrão
de beleza atual. Da mesma forma que pouquíssimas afirmam nunca ter tido algum
comportamento gordofóbico, a grande maioria acredita que exista preconceitos
contra mulheres gordas, e que de fato há uma busca incansável para se adequar a
esse padrão.
Ficamos extremamente felizes por proporcionar a realização de um
trabalho tão importante para o meio acadêmico, por conseguir considerar inúmeros
olhares e opiniões a respeito do tema proposto e confirmar várias hipóteses que
tínhamos sugeridos ao longo do projeto de pesquisa, contudo ao longo do período
onde fora colhido os resultados da pesquisa, observamos que poderíamos ter
contribuído e maneira ainda mais vantajosa se houvéssemos recorrido a uma
metodologia quali-quantitativa, onde poderíamos absorver e melhor interpretar as
vivências e as colocações das participantes do estudo, algo a ser considerado em
futuras pesquisas e/ou projetos.
26

Nesse ponto, a pesquisa tornou-se de grande importância para as


participantes, proporcionando que muitas refletissem o que as impede de fato de se
aceitar e amar o corpo que possuem e questionar o seguimento desse padrão.
Ainda sobre a pesquisa, gostaríamos de ter considerado outros cursos de graduação
que pudessem nos oferecer dados relevantes sobre a pesquisa, sendo estes:
Educação Física, Estética, Farmácia e Medicina; onde todos têm em comum a
preocupação com o corpo saudável em todos os âmbitos biopsicossociais, porém
não se fez possível devido ao tempo reduzido para a realização da pesquisa, fica
também uma outra sugestão para pesquisas futuras.
Concluindo, esperamos ter realizado um trabalho satisfatório e relevante,
que consiga proporcionar a todos uma reflexão especial sobre como ainda
naturalizamos a gordofobia, e como julgamos a aparência como algo tão relevante e
importante na vivência das mulheres brasileiras.

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personagem Perséfone na novela Amor à Vida. Projeto Final em Jornalismo –
Departamento de Jornalismo – Faculdade de Comunicação – Universidade de
Brasília. Brasília, 2014. Disponível em: < http://bdm.unb.br/handle/10483/8556 >
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da terapia cognitiva. Rev. Bras. Psiquiatr. (vol. 30), 54-64, 2008. Disponível em:
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27

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Interdisciplinar. n. 3. Porto Alegre: Edipucrs, 2004.

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COELHO, M.P. Vozes que ecoam: Feminismo e Mídias Sociais. Pesqui.Prát.


Psicossociais, São João Del-Rei, v.11, n.1, p. 214-224, jun. 2016.

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Mulheres. Rio de Janeiro. Ed. Rocco, 1992.

WRIGHT, J.H.; BASCO, M.R.; THASE, M.E. Aprendendo a Terapia Cognitivo-


Comportamental. Porto Alegre: Artmed, 2008.

APÊNDICES
29

APÊNDICE - A

QUESTIONÁRIO DE PESQUISA
O peso da beleza na autoimagem

Nome: ________________________________________ Idade: _____


Curso: ________________________________________

Nas questões abaixo preencha apenas uma opção*:

1) Você acredita que atualmente exista um padrão de beleza e um culto ao “corpo


perfeito” ou “fitness”?

SIM NÃO

2) Você acredita que para ser uma pessoa saudável é necessário que se tenha um
corpo magro ou em forma?

SIM NÃO

3) Você acredita que uma pessoa considerada acima do peso possa ser
saudável?

SIM NÃO
30

4) Você já fez ou faz algum tipo de dieta sem acompanhamento nutricional


profissional, apenas baseado por sugestões de pessoas não especialistas na
área?

SIM NÃO

5) Você já se percebeu influenciado pela mídia em relação a sua imagem


corporal?

SIM NÃO

6) Você já desejou ter um corpo de alguma pessoa famosa pelo simples fato
desta pessoa ser magra ou ter um corpo considerado malhado (Ex.: modelo,
atriz, cantora, etc.)?

SIM NÃO
7) Você se sente bem com seu corpo?

A maioria das vezes sim Quase nunca


Apenas algumas vezes Nunca

8) Você já se submeteu a algum procedimento cirúrgico com fins unicamente


estéticos para modificar alguma parte do seu corpo (Ex.: Cirurgia bariátrica,
plásticas em geral)?

SIM NÃO

9) Você já se sentiu incomodada em algum ambiente que as pessoas julgaram


você pela aparência, acreditando estar fora dos padrões de magreza exigido?

SIM NÃO
31

10) Você acredita que o corpo (magro ou gordo) pode influenciar em alguma
atividade acadêmica ou empregatícia de uma pessoa?

SIM NÃO

11) Você compra roupas de acordo com o que a moda indica ser apropriado para o
seu tipo de corpo?

A maioria das vezes sim Quase nunca


Apenas algumas vezes Nunca

12) Você já deixou de sair para um local porque não estava se sentindo bem com o
seu corpo?

A maioria das vezes sim Quase nunca


Apenas algumas vezes Nunca

13) Você se sente constrangida pelo seu corpo?

A maioria das vezes sim Quase nunca


Apenas algumas vezes Nunca

14) Você já se sentiu triste por ter ouvido algum comentário negativo a respeito do
seu corpo?

A maioria das vezes sim Quase nunca


Apenas algumas vezes Nunca

15) Você já tomou alguma medicação com ou sem prescrição com o intuito de
alterar a forma física (emagrecer ou engordar)?
32

SIM NÃO

16) Você já tomou a decisão de mudar o corpo ou usar roupas de estilos diferentes
por sugestão ou críticas de outras pessoas?

A maioria das vezes sim Quase nunca


Apenas algumas vezes Nunca

17) Você costuma comparar seu corpo com o de outras pessoas?

A maioria das vezes sim Quase nunca


Apenas algumas vezes Nunca

18) Você acredita que mulheres são mais julgadas pela aparência (estética) que os
homens?

SIM NÃO

19) Você acredita que mulheres devem se preocupar mais com a aparência que os
homens com fins estéticos (Ex.: cuidar do corpo, fazer dietas, exercícios
físicos, etc.)?

SIM NÃO

20) Você acha que existe preconceito contra pessoas gordas?

SIM NÃO

21) Você acredita que as mulheres gordas são representadas pela mídia de uma
forma positiva?
33

A maioria das vezes sim Quase nunca


Apenas algumas vezes Nunca

22) Você já sentiu algum tipo de desconforto ou sentimento de repulsa em relação


à alguma pessoa gorda?

A maioria das vezes sim Quase nunca


Apenas algumas vezes Nunca

23) Você concorda que pessoas acima do peso não se esforçam o suficiente para
ter um corpo bonito e/ou são preguiçosas para conseguir mudar o estilo de
vida?

SIM NÃO

24) Você acredita que pessoas magras sofram o mesmo preconceito que pessoas
gordas?

SIM NÃO

25) Você acredita que mulheres gordas são julgadas pelo seu peso e/ou corpo
tanto quanto homens gordos?

SIM NÃO

26) Você já foi vítima de alguma brincadeira por conta da sua aparência
física (magra ou gorda)?

SIM NÃO
34

(APÊNDICE B)

TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO

Prezado (a) Participante,

Em consonância com as determinações da Resolução nº 466 do


Conselho Nacional de Saúde (CNS), de 12 de dezembro de 2012, que esclarece as
normas éticas de pesquisa com seres humanos baseadas nos princípios de respeito
à dignidade humana, venho através deste documento prestar os seguintes
esclarecimentos acerca da pesquisa da qual Vª Sr.ª está sendo convidado (a) a
participar de forma livre e sem constrangimentos:
Sou Juliana Alves da Silva, discente do Curso de Psicologia da
Universidade CEUMA. Estou realizando uma pesquisa em nível de graduação sob
supervisão da professora Ma. Michelle Fontes cujo objetivo é investigar a influência
do padrão de beleza imposto pela mídia na elaboração dos pensamentos
automáticos e da imagem corporal.
Por se tratar de uma pesquisa quantitativa, sua participação envolve a
realização de questionários com duração aproximada de 20 minutos.
A participação neste estudo é voluntária e se você decidir não participar
ou quiser desistir de continuar em qualquer momento, tem absoluta liberdade de
fazê-lo.
35

Na publicação dos resultados desta pesquisa, sua identidade será


mantida no mais rigoroso sigilo. Serão omitidas todas as informações que permitam
identificá-lo (a).
Mesmo não tendo benefícios diretos em participar, indiretamente você
estará contribuindo para a compreensão do fenômeno estudado e para a produção
de conhecimento científico. A pesquisa não envolve riscos para os participantes.
Quaisquer dúvidas relativas à pesquisa poderão ser esclarecidas pelo
pesquisador nos contatos (98) 98211-8101, pela professora orientadora nos
contatos da Coordenação de Psicologia ou pelo Comitê de Ética em Pesquisa da
Universidade CEUMA nos contatos (98) 3214-4212 e pelo e-mail cep@ceuma.br.

Atenciosamente,

__________________________________________
Juliana Alves da Silva
Discente de Psicologia
Universidade CEUMA

__________________________________________
Michelle Fontes
Profª Ma. de Psicologia
Universidade CEUMA

Consinto em participar desta pesquisa e declaro ter recebido uma cópia


deste Termo de Consentimento.
36

__________________________________________
Participante da Pesquisa

São Luís, ____ de _______ de 2016.

ANEXOS
37

ANEXO I
TCC - ENCAMINHAMENTO

Aluno: Juliana Alves da Silva CPD: 979648


Orientador: Ma. Michelle de Sousa Fontes Martins
Título de Trabalho de Conclusão de Curso: O Peso da beleza na autoimagem:
Análise sobre influências estéticas entre alunas de Psicologia de uma Universidade
Particular de São Luís.

À Coordenadoria do Curso de Psicologia,

Tendo acompanhado a elaboração e examinado a versão final da


monografia/TCC realizada, considero satisfatório o resultado da pesquisa e
recomendo seu encaminhamento à banca examinadora.

Atenciosamente,
______________________________
Assinatura do orientador

Em: ____de_____________de 20____


38

DIA E HORA DA DEFESA: _____________________________________

ANEXO II

TCC – BANCA EXAMINADORA

Aluno: Juliana Alves da Silva CPD: 979648


Orientador: Ma. Michelle de Sousa Fontes Martins
Título de Trabalho de Conclusão de Curso: O Peso da beleza na autoimagem:
Análise sobre influências estéticas entre alunas de Psicologia de uma Universidade
Particular de São Luís.

Senhor Orientador,

Ficam indicados os professores, abaixo listados, para sob a presidência de


V.Sa., formarem a banca examinadora do TCC:

1. ___________________________________________________

2. ___________________________________________________

Atenciosamente,
39

______________________________
Assinatura da Coordenadora

Em: ____de_____________de 20____

DIA E HORA DA DEFESA: ______________________________________


40

ANEXO III
ATA DE DEFESA DE TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO

1 IDENTIFICAÇÃO
 ALUNO: Juliana Alves da Silva CPD: 979648
 CURSO: Psicologia
2 TÍTULO DO TCC: O Peso da beleza na autoimagem: Análise sobre influências
estéticas entre alunas de Psicologia de uma Universidade Particular de São Luís.
.
3 APRESENTAÇÃO DO TCC
 Data: _____/_____/_______

 Horário: de ________ às ______ horas.

 Tempo utilizado para apresentação: ______ minutos.

 Tempo utilizado para arguição: ______ minutos.

4 NOTAS
BANCA
NOTA
ITEM EXAMINADORA MÉDIA
MÁXIMA
1º 2º
Conteúdo 3,0 pts
Redação 2,0 pts
Normalização 1,0 pt
Exposição 2,0 pts
Argüição 2,0 pts
Total de Pontos 10,0 pts
Ciência do aluno:________________________________________________
5 JULGAMENTO FINAL
APROVADO REPROVADO APROVAÇÃO CONDICIONADA

DATA DA NOVA APRESENTAÇÃO: ____/______/______

RESPONSÁVEL PELA VERIFICAÇÃO: ___________________________________


6 DATA: _____/ ______/20_.
7 ASSINATURAS
BANCA EXAMINADORA: ASSINATURA
Presidente:
Membro:
41

ANEXO IV

PARECER FINAL SOBRE O TCC COM APROVAÇÃO CONDICIONADA

Aluno: Juliana Alves da Silva CPD: 979648


Orientador: Ma. Michelle de Sousa Fontes Martins
Título de Trabalho de Conclusão de Curso: O Peso da beleza na autoimagem:
Análise sobre influências estéticas entre alunas de Psicologia de uma Universidade
Particular de São Luís.
Data da defesa: _____ / ______/ _________

Professor (a) responsável pela verificação: _________________________________

À Coordenadoria do Curso de Psicologia,

Tendo examinado a versão corrigida do Trabalho de Conclusão de Curso


acima, verifiquei que o (a) aluno (a) cumpriu integralmente as exigências feitas pela
Banca Examinadora e que seu trabalho está apto a receber aprovação final.

Atenciosamente,

_________________________________________________________
Assinatura do (a) orientador (a) ou membro da banca responsável.

Em ____de______________________de 20___
42

ANEXO V

FREQUÊNCIA NAS ORIENTAÇÕES DE TCC

Nome do Aluno: Juliana Alves da Silva CPD: 979648

N° Data Tarefa apresentada Orientação para a Visto do Visto do


pelo aluno semana Aluno Professor
43

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