Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
SOROCABA
2015
UNIP - UNIVERSIDADE PAULISTA
Instituto de Ciências Humanas
Curso de Psicologia
SOROCABA
2015
AGRADECIMENTOS
Primeiramente, o nosso agradecimento a Deus, que nos deu o dom da vida, o maior
mestre, que uma pessoa pode conhecer e reconhecer.
Aos nossos pais, que nos ensinaram a retidão do caminho. À nossa família que nos
momentos de ausência dedicados ao estudo, sempre fizeram entender que o futuro, é feito a
partir da constante dedicação no presente.
Aos colegas de classe, que fortaleceram os laços da igualdade, em um ambiente
fraterno e respeitoso.
Nossos agradecimentos e gratidão a todos que colaboraram para a concretização deste
trabalho, aos professores, aos profissionais entrevistados, que permitiram compartilhar
conosco suas experiências, e em especial à nossa orientadora Professora Dra. Cybele Carolina
Moretto, agradecemos a paciência e a dedicação.
“Nós somos responsáveis pelo outro, estando
atento a isto ou não, desejando ou não, torcendo
positivamente ou indo contra, pela simples razão
de que, em nosso mundo globalizado, tudo o que
fazemos (ou deixamos de fazer) tem impacto na
vida de todo mundo e tudo o que as pessoas
fazem (ou se privam de fazer) acaba afetando
nossas vidas”.
(Zygmunt Bauman)
SUMÁRIO
1. INTRODUÇÃO............................................................................................................................7
1.1. Apresentação..........................................................................................................................7
1.7. Hipóteses..............................................................................................................................12
1.8. Justificativa...........................................................................................................................12
2. MÉTODOS..................................................................................................................................13
2.1. Participantes.........................................................................................................................13
2.2. Instrumentos.........................................................................................................................13
2.3. Aparatos...............................................................................................................................13
3. RESULTADOS...........................................................................................................................16
4. DISCUSSÃO...............................................................................................................................21
5. CONCLUSÕES...........................................................................................................................37
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS..............................................................................................40
O presente trabalho de pesquisa apresenta uma análise e reflexão a respeito da relação entre o
Transtorno Dismórfico Corporal (TDC) e as cirurgias de caráter estético. O objetivo é
investigar como se dá o desenvolvimento da imagem corporal distorcida que se manifesta no
TDC e, mais especificamente, compreender como se dá a prática dos profissionais que atuam
com pacientes com TDC, bem como de que forma é feito o resgate da qualidade de vida
desses indivíduos e discutir as dificuldades encontradas pelos profissionais da área.
Participaram do estudo dois psicólogos, dois cirurgiões plásticos e dois dermatologistas, todos
da rede privada de saúde, que trabalham em atividades relacionadas à estética corporal nos
municípios de Sorocaba e região. Utilizamos o método qualitativo, através de entrevistas
semiestruturadas e pesquisas bibliográficas. Para os entrevistados, o componente social é de
extrema importância no desenvolvimento do TDC e o seu diagnóstico ainda se mostra
incomum, assim como os encaminhamentos para outros profissionais. Concluímos ser
necessário maior conhecimento por parte dos cirurgiões, dermatologistas e psicólogos acerca
do transtorno, da identificação do mesmo e também da definição de práticas que sejam
capazes de minimizar o sofrimento dessa população. Sendo assim compreendemos o papel do
psicólogo como sendo essencial.
1. INTRODUÇÃO
1.1. Apresentação
7
Ainda, segundo Aguiar (2000, p. 126-127), “trata-se, neste caso, de adotar uma
visão de indivíduo concreto, mediado pelo social, determinado histórica e socialmente,
que não pode, jamais, ser compreendido independentemente de suas relações e
vínculos”.
Esta pesquisa teve como objetivo conhecer como o indivíduo, inclusive, os
profissionais da área da saúde física e mental, tem lidado com pessoas que apresentam
este tipo de problema. Objetiva, também, conhecer como é construída a noção de
corporeidade, ou seja, se é algo individual, pessoal ou socialmente construído. Para
tanto, foram realizadas entrevistas com profissionais da saúde e da estética como:
cirurgiões estéticos, esteticistas e psicólogos da rede particular, visto que as cirurgias
estéticas não são realizadas pelo Sistema Único de Saúde – SUS. Os profissionais que
contribuíram para essa pesquisa foram escolhidos de acordo com a disponibilidade e
proximidade da Região de Sorocaba.
De acordo com Tavares et al. (2013), desde o início do século XX, a imagem
corporal é alvo de pesquisas que tinham como foco principal investigar os efeitos que
as lesões acarretavam na percepção de um indivíduo sobre seu próprio corpo.
A imagem corporal está ligada aos significados que temos do nosso corpo,
ligada à nossa identidade, assim como nossas relações com o mundo e a interação de
processos conscientes e inconscientes.
8
Tavares et al. (2013, p. 510) definem a imagem corporal como “a
representação mental do corpo existencial. É dinâmica, mas com um cerne mais
estável, que legitima a existência singular e original do ser humano no mundo”.
Atualmente a sociedade vigia a exibição da imagem corporal. Com efeito, na
contemporaneidade o corpo é totalmente influenciado pela mídia. O narcisismo é a
expressão da cultura em que o corpo é o refletor da mesma, pois as pessoas acreditam
que para se atingir a perfeição da beleza é preciso fazer com que o corpo se torne esse
espetáculo exigido pela sociedade. As relações sociais são estabelecidas através das
imagens, o que podemos chamar de sociedade do espetáculo, na qual as relações são
mediadas pelas imagens corporais.
O padrão atual de beleza física ocidental, proposto pela publicidade e pela mídia, é o
da figura longilínea, tipo físico das modelos Claudia Schiffer, Cindy Crawford e
Naomi Campbell, ou o das estrelas de cinema como Sharon Stone, Julia Roberts ou
Demi Moore (...) (ANZAI, 2000, p.73 apud FREITAS, 2010, p. 390). Tal afirmação
é feliz ao mencionar a influência da mídia como contribuinte importante na
definição do referido padrão e sugerir a magreza peculiar das modelos de atrizes
como tal. (FREITAS, 2010, p. 390).
Devido à preocupação exagerada da pessoa com a sua imagem, de acordo com tudo
que lhe é exigido, a imagem corporal passa a ser uma parte externa do sujeito, que está na
exteriorização de seu interior psíquico. O corpo-imagem é o que o outro vê, ou seja, o outro
(sociedade) é o espelho. Vemos um exemplo desse aspecto quando Wolf (1992) citado por
FREITAS (2010) relata que “as revistas femininas foram responsáveis pela democratização da
beleza, especialmente quando começaram a publicar anúncios na virada do século XIX para o
XX”. (WOLF, 1992 apud FREITAS, 2010, p. 394).
Até o século XIX, ter corpos volumosos ou obesos como são conhecidos na
atualidade, era algo normal entre os nobres e poderosos que tinham uma vida
totalmente livre de qualquer esforço físico, sendo que nessa época “a gordura foi
sinônimo de saúde, beleza e sedução” (ANDRADE, 2003, p.126 apud FREITAS,
2010, p. 393). Somente no início do século XIX, começaram as mudanças de padrão
de beleza, quando a sociedade foi “fechando os olhos para a obesidade e mirando em
direção à magreza” (FREITAS, 2010, p. 393).
De acordo com o DSM IV de 1995:
9
[...] a característica essencial do transtorno dismórfico corporal (historicamente
conhecido como dismorfofobia) é uma preocupação com um defeito na aparência. O
defeito ou é imaginário ou, quando presente, a preocupação do indivíduo é
excessiva, causando sofrimento significativo ou prejuízo nas atividades cotidianas.
(DSM IV, 1995 apud SOUSA&ARAÚJO, 2005, p. 61).
Para Tavares et al. (2013) uma insatisfação contínua com o próprio corpo pode gerar
uma preocupação exagerada e, consequentemente, o estabelecimento de uma imagem
corporal negativa. Quando essa imagem corporal se torna negativa, há a possibilidade de
surgimento de distúrbios de imagem que prejudicam a vida social, profissional e pessoal do
indivíduo (Thompson, 1999 apud Tavares et al., 2013). Uma vez que essa condição pode
causar ao indivíduo uma sensação de que as outras pessoas estão observando seus defeitos, o
que muitas vezes não ocorre de fato. Pode ocorrer também, de o indivíduo evitar situações
em que seu corpo seja exibido, manifestando as características comportamentais do distúrbio.
(TAVARES et al., 2013)
Evidenciando os aspectos cognitivos dos distúrbios de imagem corporal,
podemos citar a “crença de alcançar uma expectativa irreal em relação à certa
característica da aparência” (TAVARES et al, 2013 p. 510). Quanto aos aspectos
afetivos, pode-se apontar sintomas como ansiedade, preocupação excessiva com a
aparência e estresse. (TAVARES et al., 2013).
11
1.6. Objetivos Específicos
1.7. Hipóteses
1.8. Justificativa
12
2. MÉTODOS
2.1. Participantes
2.2. Instrumentos
13
a possibilidade de discorrer sobre o tema em questão sem se prender à indagação
formulada” (MINAYO, 1993, p. 64).
2.3. Aparatos
14
O procedimento de análise dos dados coletados através da análise de conteúdo
se deu em fases: pré-exploração e leitura flutuante do material; seleção das unidades
para análise; categorização dos dados (Campos, 2004).
O objetivo aqui foi alcançar as finalidades apontadas por Minayo para essa
etapa que são: “estabelecer uma compreensão dos dados coletados, confirmar ou não
os pressupostos da pesquisa e/ou responder às questões formuladas, e ampliar o
conhecimento sobre o assunto pesquisado, articulando-o ao contexto cultural da qual
faz parte” (MINAYO, 2000, p. 69).
15
3. RESULTADOS
Tendo em vista os dados obtidos através das entrevistas, foi possível perceber
que a história de vida dos pacientes é um fator determinante para que possamos pensar
em como o Transtorno Dismórfico Corporal se instaura, visto que essa questão se fez
presente no discurso de todos os profissionais.
Somos seres inseridos num contexto social e a construção de nossa
subjetividade acontece através da relação com o outro. Essa relação tem início no
ambiente familiar, em como somos percebidos e em como se dá a nossa percepção
através desse olhar. Junto a isso, precisamos levar em consideração as questões
culturais que permeiam nosso existir. A construção social vai acontecendo e vamos
adquirindo e assimilando valores, conceitos e costumes.
17
O que acontece é que nesse meio existe um modo padronizado de existir, onde
há uma culinária específica, um modo de agir e se comportar, uma vestimenta que
corresponde àquele grupo e, com isso, esses padrões vão sendo assimilados.
No decorrer da história, um dos padrões assimilados foi o corporal que passou,
e ainda passa, por transformações, sobre o qual podemos dizer que vem sendo
estabelecido como referencial de beleza. Hoje, com o avanço da tecnologia, tudo se
tornou mais acessível e percebemos que as pessoas vivem em torno do imediatismo.
Essa facilidade em trocar informações e a alta exposição de padrões de beleza
impostos pela mídia, levam muitas pessoas a buscar esse ideal imaginário para se
sentirem pertencentes e se destacarem como as figuras com as quais se espelham.
Ocorre que tudo tem um limite aceitável e percebemos que a busca desse referencial
acaba se tornando um gerador de sofrimento, pois a pessoa começa a desenvolver um
comportamento disfuncional, uma busca constante por algo muitas vezes inatingível.
Somado a isso, devemos levar em consideração que o ser humano é um ser
biopsicossocial, portanto, alguns conseguem lidar com tais questões com mais
facilidade que outros. Cada indivíduo tem o seu grau de valorização da vida, suas
expectativas, seus sonhos a conquistar. Nesse percurso, o modo de existir corresponde
àquilo que o indivíduo pode fazer naquele momento e a pessoa com do Transtorno
Dismórfico Corporal parece estar presa em si mesma e não tem a capacidade de
perceber que projeta em sua autoimagem corporal possíveis vivências, das quais, ainda
não conseguiu abstrair o sentido real e se fixa num ponto específico, num automatismo
que a protege de olhar para a sua dor. Entretanto esse processo gera um sofrimento
constante, pois ela nunca alcança o ideal imaginado.
3.3. O estado psicológico: da expectativa à satisfação
20
4. DISCUSSÃO
21
seu papel social e em outros aspectos importantes de sua vida. (Sadock & Sadock,
2007 apud Brandão, 2011)
Nas entrevistas realizadas, a maioria dos profissionais conceituaram o TDC
dessa forma.
“[...]a pessoa tem uma visão errônea do que ela é. Eu não estou muito por dentro
dessa área, porque não estou estudando isso, mas que eu saiba é uma visão
distorcida da imagem corporal dela”. (D2, 17 anos de atuação)
22
“[...] eu acho que depende de valores culturais, eu acho que depende muito da mídia,
tem uma mídia perversa aí cobrando acima de tudo essa questão da estética e que as
pessoas hoje em dia eu vejo que elas fazem qualquer coisa a qualquer preço por uma
imagem. O principal motivo disso eu acho que é a história de vida da pessoa,
questões culturais e a mídia que contribui muito para isso”. (P2, 04 anos de atuação)
“Então isso é a própria mídia que vem causando na busca de uma perfeição que você
não vai atingir nunca, porque nunca parte só da satisfação do resultado, está na
cabeça e às vezes não no próprio corpo”. (CP1, 28 anos de atuação)
24
“[...] a pessoa quer sempre mais, então tem que falar com muita delicadeza que tem
um problema psicológico, é claro que eu não vou falar, você tem um problema
psicológico! ” (D1, 18 anos de atuação)
“Eu sempre encaminho para o psicólogo e até psiquiatra, essas pessoas que se
automutilam cutucando, ás vezes tiram pedacinhos de pele com pinça, alfinetes,
agulhas, o que for, elas não aceitam que é delas, elas acreditam que elas têm alguma
coisa dentro da pele e que ela está à procura daquele bichinho e fica cutucando. Mas
aí eu não sei se caberia enquadrar nesse transtorno, mas nesse caso eu indico”. (D2,
17 anos de atuação)
“[...] eu encaminho paciente para psicólogo quando eu acho que o problema dela não
vai ser resolvido com a cirurgia e sim porque está em outro lugar. Se depois mais
tarde, quando ela melhorar bem, ela quiser fazer a cirurgia aí eu faço”. (CP1, 28
anos de atuação)
“[...] se realmente a paciente tem um transtorno psicológico eu tenho que sacar isso,
mas eu direciono ela para outro profissional adequado”. (CP2, 14 anos de atuação)
4.2. História de vida: uma leitura biopsicossocial do sujeito e o TDC
27
[...] a paciente vem com o olhar entristecido e tentando depositar e transferir para o
seu contorno corporal uma insatisfação que não é culpa do contorno corporal. [...]
(CP2,14 anos de atuação).
28
4.3. O Estado Psicológico: da expectativa à satisfação
[...] tem que entender o porquê a pessoa vem, se é uma pessoa que está sempre se
cuidando, desde os 20, 30 anos, sempre se cuidou, faz parte da rotina dela fazer um
Botox, fazer preenchimento, um peeling, se cuidar. De repente aparece uma pessoa
que nunca fez nada, você precisa entender o que acontece, e também entender o que
ela está esperando, porque ela cria uma imagem e acha que vai resolver todos os
seus problemas, mas eu não vou resolver os problemas dela, eu vou ajudar ela se
sentir melhor, sua autoestima, e não resolver um problema amoroso, por exemplo.
[...] A pessoa tem que entender, que se ela não está se sentindo bem, aí você tem que
saber por que está acontecendo isso, ou se ela quer realmente ficar melhor para ela,
pois o mais importante é ficar melhor para ela. (D2, 18 anos de atuação)
Ainda segundo Jaimovich (2002), a imagem que a pessoa constrói de si, e que
pensa ser, está inter-relacionada com três distintas informações: a imagem idealizada,
a imagem representada pelas informações externas ou, ainda, a imagem objetiva, a
propriocepção, como a pessoa vê e sente seu próprio corpo. No entanto, muitas vezes
quando a pessoa procura por um procedimento estético, seu nível de expectativa está
relacionado no outro, aquilo que a sociedade espera, desconsiderando sua própria
vontade e subjetividade, descaracterizando assim seu perfil e sua realidade de vida.
[...] Hoje existe um padrão de beleza e aí existe esse culto ao corpo que para você se
encaixar nesse padrão você tem que ter determinadas medidas, você tem que ter
determinadas curvas, você tem que ter determinado nariz, você tem que ter
determinado cabelo, determinado padrão. Não estar dentro desse padrão para certas
pessoas gera muito sofrimento, então essas pessoas vão em busca incessantemente
de procedimentos de beleza, procedimentos estéticos, cirúrgicos, para tentar se
enquadrar e se encaixar nesse lugar e que me parece que não tem fim nunca, porque
nunca é satisfeito, ele nunca é satisfeito. (P1, 5 anos de atuação)
29
recuperar ou restaurar alguma enfermidade ou defeito congênito, já a segunda tem
caráter de embelezamento. Ambas, porém, desejam alcançar um equilíbrio da estrutura
corporal.
De acordo com Ferreira (2000), pessoas que procuram pela cirurgia estética
que não possuem alterações patológicas, os resultados do tratamento cirúrgico devem
ser investigados com base nos ganhos psicológicos após a cirurgia. Sendo assim, o
fator psicológico é de extrema importância, no que se refere a procedimentos
cirúrgicos, uma vez que, ao receber um paciente que procura por tais procedimentos,
deve ser analisado prioritariamente seu estado psicológico, através dos relatos das
queixas que os trouxeram até os profissionais, verificando se os mesmos são
condizentes com uma real correção. Onde há uma queixa sendo visível para os
profissionais, em casos onde o indivíduo tem o TDC, muitas das vezes ele encontra
defeitos inexistentes, ou após a realização de um procedimento, em curto prazo já
encontra outro, assim descaracterizando sua imagem e criando uma imagem distorcida
de si.
Existem pacientes que estão sempre à procura de algum tipo de procedimento
cirúrgico estético, razão pela qual os profissionais devem estar atentos para não
confundirem “vaidade extrema” com TDC, uma vez que esses pacientes sempre
estarão satisfeitos com o resultado final, ao contrário do paciente que possui o TDC.
[...] não classificar e taxar todo mundo a vaidosa ao extremo, sendo o transtorno
dismórfico, você tem que ter muita sensibilidade para saber até onde é um e outro,
[...] e o limite de uma mulher vaidosa, você tem que saber até aonde é transtorno e
até aonde é vaidade, tem pacientes que são tão vaidosos que, às vezes, você acha que
está em um transtorno, mais aí ela aceita aquilo que foi feito e ela gosta, quem tem o
transtorno nunca está perfeito [...] (D2, 18 anos de atuação)
30
Considerando que cada indivíduo possui um perfil e ao procurar mudar
completamente seu padrão, descaracterizando sua imagem e a visão de si, existe,
portanto, um grande indício de que há um problema psicológico, pois através do
procedimento, ele procura preencher um vazio que há dentro de si. O indivíduo cria
uma imagem com a certeza de que através do procedimento terá todos os seus
problemas resolvidos. Alguns procedimentos cirúrgicos estéticos conseguem obter um
grau de satisfação de curto prazo, como um auxílio para o indivíduo obter uma
melhora esteticamente na sociedade, enquanto realiza um acompanhamento
psicológico para encontrar a causa do problema, sendo algumas correções ocasionadas
pelo fator emocional, por exemplo.
[...] e muitos dos pacientes têm um ideal de corpo, o ideal de peso dele num pré-
operatório, essa dificuldade de se localizar dentro da própria imagem é super comum
acontecer. (P2, 4 anos de atuação)
[...] sempre existe um grau de insatisfação, a gente percebe que o paciente [...] nunca
consegue preencher aquele vazio que está dentro dele, pois sobre aquele problema
eu acho que está voltado para outros aspectos, outros assuntos sobre a vida dela.
(D1, 17 anos de atuação)
[...] uma vez que ela me escolheu como cirurgião, ela tem que confiar que o que eu
vou fazer é o melhor que pode ser feito por ela. Essa relação de confiança bem
estabelecida faz com que ela enxergue um bom resultado. [...] tem uma frase que o
Dr. Ivo Pitangui colocou há algum tempo que é “o cirurgião plástico é o psicólogo
de bisturi”, está errado, mas tem as suas verdades, não adianta achar que uma
pessoa com a baixa autoestima, depressiva e com uma auto-aceitação baixa, que
você vá operar e você vai recuperar tudo isso, não vai, não vai, a gente não
consegue. (CP2, 14 anos de atuação)
Leal, Catrib, Amorim e Montagner (2000), chamam a atenção aos fatores que
podem influenciar um paciente no pós-cirúrgico, uma vez que não estão preparados
31
emocionalmente para eventuais mudanças que venham a ocorrer a partir de uma
cirurgia a qual ele será submetido, acarretando em alterações profundas no caráter,
bem como na personalidade do indivíduo.
Os profissionais da saúde que trabalham com cirurgia plástica estética
apresentaram dificuldades em relação ao trabalho com pacientes que possuem o TDC,
pois utilizam conversas e aconselhamento para que o indivíduo perceba que não
existe nada de errado com sua imagem, sendo fundamental o encaminhamento para
um profissional de psicologia.
[...] mas no final por mais que você converse, quando a pessoa tem um problema
psicológico “entra por um lado e sai pelo outro”, ela não absorve o que você está
falando. (D2, 18 anos de atuação)
Fica evidente que o acompanhamento psicológico é de extrema importância,
pois tanto a expectativa do paciente, que se submete a um procedimento cirúrgico,
quanto o nível de satisfação estão relacionados com o estado psicológico no qual ele
se encontra, pois se o fator psicológico não estiver estável, ele nunca encontrará
satisfação o suficiente para recuperar sua autoestima e autorrealização, o papel do
psicólogo dentro dessa área, portanto, é essencial.
4.4. A prática profissional: um cuidado integral
32
defeito quando você tem que saber até onde é transtorno e até onde é vaidade (D2,
18 anos de atuação).
Conheço bastante [...] em Campinas existe uma associação que se chama Sociedade
Brasileira para Reabilitação dos Defeitos Craniofaciais, eu fiz meu R4 lá. [...] e
quando eram deformidades faciais existia todo um preparo que você fazia com o
paciente porque no caso da mudança que ele tinha da imagem corporal após a
cirurgia. [...] Isto eu estou falando os casos mais sérios de imagem corporal real. A
dismorfofobia mesmo é aquela que enxerga o que não existe, aquela que enxerga
um defeito tão grande e que você não consegue enxergar (CP1, 18 anos de atuação).
O transtorno dismórfico corporal, que algumas pessoas chamam também de
dismorfofobia, é uma pessoa que ao se olhar no espelho, ao ver as suas próprias
impressões, são diferentes daquilo que realmente está sendo apresentada a ela (CP2,
13 anos de atuação).
Pensando em como esses profissionais conseguem identificar pessoas com
TDC que chegam aos seus consultórios, indagamos aos entrevistados se já atenderam
essas pessoas e realizaram procedimentos de análise do estado emocional dos
pacientes antes dos procedimentos solicitados e como procedem quando percebem que
estes nunca ficam satisfeitos com os resultados obtidos. Por sua vez, as respostas nos
mostraram que nenhum dos profissionais faz encaminhamento prévio para psicólogos
com intuito de que seja realizada uma avaliação do estado emocional do paciente. Por
fim, os encaminhamentos eventuais só são realizados se identificada a necessidade por
perceberem que os problemas de seus pacientes não se resolverão com uma cirurgia ou
um procedimento estético.
[...] é claro que quando você identifica isso, que o paciente tem o transtorno, você
tem que ter muita cautela com o que você vai fazer com essa paciente, porque ela
nunca vai estar feliz, também não classificar e taxar todo mundo a vaidosa ao
extremo, sendo o transtorno dismórfico, você tem que ter muita sensibilidade para
saber até onde é um e outro, e quando você atende, você tem que entender, tem que
saber se ela está tomando algum remédio, se está fazendo acompanhamento. [...] eu
tento conversar antes de fazer algum tipo de procedimento, porque essa pessoa por
mais que você faça, ela não vai ficar feliz, porque o problema é ela. [... ] (D2, 18
anos de atuação).
Já atendi vários e foi aquilo que eu te falei, eu caí fora. Porque o problema disso, é
que a paciente não conta isso para você, então quando você percebe logo de cara,
você acaba dando uma saída legal [...] já ocorreu de eu desistir da cirurgia por
perceber alguma patologia psicológica. [...] eu nunca encaminho paciente para
psicólogo, no sentido assim de preparar ela para a cirurgia, eu encaminho paciente
para psicólogo quando eu acho que o problema dela não vai ser resolvido com a
cirurgia e sim porque está em outro lugar. Se depois mais tarde, quando ela melhorar
bem, ela quiser fazer a cirurgia aí eu faço [...] (CP1, 28 anos de atuação).
Segundo Conrado (2009), dentre os pacientes que procuram por
dermatologistas e cirurgiões estão o maior número de pessoas com TDC, o que
demanda um maior conhecimento por parte desses profissionais sobre o tema, para
que seja mais eficiente a sua identificação e diferenciação do transtorno para uma
vaidade exagerada, por exemplo, como uma das dermatologistas entrevistadas diz:
33
[...] você tem que saber até aonde é transtorno e até aonde é vaidade, tem pacientes
que são tão vaidosos que às vezes você acha que está com um transtorno, mas aí ela
aceita aquilo que foi feito e ela gosta, quem tem o transtorno nunca está perfeito, ela
sempre vai achar alguma coisa que não está legal [...] (D2, 18 anos de atuação).
Isso é um ponto importante? É. tem um professor lá em São Paulo que ele fala para a
gente assim:” se a paciente passou, ou seja, em mais de três cirurgiões, fez o nariz
com um, a pálpebra com outro, a barriga com outro, não opere, não opere porque
não é possível que os três não agradaram a ela, que ela não repetiu nenhum deles.”
(CP2, 13 anos de atuação).
Poderíamos fazer aqui uma comparação da frase de Thomas Rees citada por
Jaimovich (2002) que diz, “o meu patrimônio eu construí com os pacientes que operei;
a minha reputação com os que eu não operei” (JAIMOVICH, 2002, p. 51). Com a
prática de muitos cirurgiões e dermatologistas que realizam seus procedimentos sem
colocar a vida do outro em primeiro plano como citam alguns dos profissionais
entrevistados:
[...] teve uma paciente que até era conhecida minha, ela veio aqui, ela estava nessa
crise de 50 anos de idade, estava terrível, tinha engordado “300kg” veio aqui e
queria que eu fizesse e eu falei que a cabeça dela não estava boa, que ela teria que
pensar bem, que ela teria que melhorar para que quando ela se sentisse melhor eu
iria fazer. Ela brigou comigo, fez a cirurgia com outro cirurgião, e ficou brava com
ele. Porque ele não atingiu o resultado [...] (CP1, 28 anos de atuação).
[...] Paciente de tratamento estético, chega aqui, quer uma coisa fora da realidade,
que é uma coisa que não vai dar o resultado que ela quer ou não tem indicação [...]
Eu não faço, se ela chega muito viajando em alguma coisa fora da realidade, eu não
faço, eu vou estar centrada, se ela não aceita quem procura ajudar ela vai procurar
alguém que viaje junto, e tem que viajar junto, infelizmente, tem que viajar junto
com o paciente [...] eu prefiro manter o habitual o que é do paciente, suavizar o que
o tempo levou, mas mudar o que ela é eu não faço, tem quem faz, mas eu não (D1,
17 anos de atuação).
Concluímos, então, que a relação do paciente com TDC e os procedimentos
cirúrgicos e estéticos estão relacionados como uma forma de dependência, quem não
se satisfaz por muito tempo com o procedimento realizado e busca incessantemente
por uma satisfação que dificilmente virá, pode ser o alerta que o profissional necessita
para a identificação do TDC, pois segundo Tavares (2013), tal insatisfação constante
pode vir a gerar uma imagem corporal negativa, que seria uma das principais
características do transtorno.
A mídia a todo o momento lança a ideia de que corpo bonito é o corpo magro,
com curvas definidas, cabelo liso, pele clara e lisa, tais afirmações acabam por
estigmatizar grupos de pessoas que não se encaixam nesse padrão esteticamente
perfeito causando prejuízos sociais, profissionais e pessoais em indivíduos, podendo
levá-los, inclusive, a adoecerem. Quando se convencem de que a ideia de corpo ideal
que é vendida a todo o momento pela mídia é o que precisam para que suas vidas
34
mudem de repente, acabam banalizando os riscos que vários procedimentos cirúrgicos
possuem, pensando somente na melhoria idealizada, e isso causa dor e sofrimento à
pessoa com TDC. Para saber como é realizado o trabalho do psicólogo com essas
pessoas, entrevistamos duas psicólogas, ambas trabalham em hospitais com pacientes
pré-operatórios de cirurgia bariátrica.
Perguntamos se elas achavam necessário o encaminhamento para avaliação
psiquiátrica do paciente com suspeita de TDC ou se somente encaminhavam para
psicoterapia e as respostas foram:
[...] eu tenho muito cuidado com os encaminhamentos a serem feitos, para, de
qualquer forma, de qualquer natureza, mas o que eu observo é assim, se o paciente
tem além desse transtorno, né, ele tem essa distorção, mas ele também tem uma
ansiedade associada, uma outra patologia associada eu encaminho para uma
avaliação psiquiátrica, não necessariamente precisa de uma medicação, agora a
psicoterapia é fundamental, isso em todos os casos, o encaminhamento psicológico
para a psicoterapia é feito sim, mas não necessariamente medicamentoso, somente
se ele estiver associado a alguma patologia, é um caso depressivo, é um caso de
ansiedade, algum transtorno alimentar que pode estar associado ou não, aí é feito
juntamente com o encaminhamento para a psicoterapia [...] (P1, 5 anos de atuação).
[...]Então existem pacientes que chegam aqui e até eu conversar com o paciente eu
não sei se é homem eu não sei se é mulher, que perde totalmente é... o que
caracteriza o corpo a individualidade de um corpo, é como se fossem todos iguais.
[...] a gente acaba fazendo uma avaliação psicológica para ver se o paciente tem
condições psíquicas neste momento, de sustentar essa mutilação, porque não deixa
de ser uma mutilação do corpo, não deixa de ser também um procedimento invasivo
[...] a cirurgia bariátrica ela vai tratar a consequência, não a causa. [...] (P2, 4 anos
de atuação).
Sabemos que imagem corporal é aquela imagem que temos de nós mesmos e
que sua construção se faz com os significados que temos do nosso corpo, assim como
as nossas relações com o mundo, pois ao nascermos somos lançados num mundo já
repleto de significados e logo temos que nos apropriar deles. Se esses significados
mudam, temos que ressignificar as coisas do mundo, logo, se a sociedade em que uma
pessoa vive lhe mostra que o que é certo é ter um corpo magro e curvilíneo, e ela não
se enquadra nesse perfil, provavelmente essa pessoa buscará todos os meios para se
encaixar nesse padrão. Contudo, caso não ocorra, haverá dor e sofrimento.
Um dos meios buscados para a obtenção do corpo perfeito é a cirurgia
bariátrica que é destinada a pessoas com obesidade mórbida, que se encaixam nesse
perfil por terem suas vidas em risco devido a outros problemas clínicos que a
acompanham. Vasconcellos (2011) cita que após a realização da cirurgia bariátrica a
pessoa passa por uma mudança extrema, pois além da grande perda de peso, há toda
uma modificação necessária nos hábitos alimentares do sujeito. Esse choque de
35
mudanças pode atrapalhar o indivíduo em diversas áreas de sua vida, tanto
socialmente, como afetivamente. Em conversa com as psicólogas que trabalham com
esse público, ambas destacam em seus discursos a banalização da cirurgia bariátrica
quando perguntado como é trabalhada a imagem corporal com seus pacientes.
[...] todo sintoma tem uma história e é como se na Psicanálise ou na terapia, na
análise a gente fosse percorrer esse caminho, essa história do sintoma, para quem
sabe esse sujeito conseguir ressignificar e lidar com essas questões do corpo de um
outro jeito de uma forma menos sofrida, menos dolorosa e abrir mão desse
sintoma, porque é muito difícil né, o sujeito abrir mão, ele fica ali enraizado com o
sintoma, isso faz parte até , às vezes da própria estruturação psíquica, então sair
desse lugar e ir para um outro lugar, exige aí um movimento muito grande do
paciente e aí eu acho que a psicoterapia acaba sendo o maior indicação para isso, ta?
[...] (P1, 5 anos de atuação).
[...] o que a gente faz aqui muitas vezes é apontamento para o paciente, que existe
essa questão da imagem ela existe e a gente aponta para o paciente e o paciente até
durante os atendimentos ele vai identificando isso. [...] O paciente que acha: “ah eu
faço a cirurgia porque eu estou acima do peso, eu tenho dificuldade para emagrecer
e manter o peso”, mas não porque ele tem um quadro de obesidade. Então antes de
ele ir para uma cirurgia ele tem que ter noção corporal, então a gente trabalha dessa
maneira, fazer com que o paciente se aproxime desse corpo através de orientações e
informações [...] (P2, 4 anos de atuação)
O que podemos observar é que o trabalho do psicólogo no que diz respeito à
pessoa com TDC, sem ser na psicoterapia como é no caso das psicólogas entrevistadas
que trabalham em hospital e não em clínica, é o de prevenção, ou seja, fazendo
apontamentos, passando informações e procurando assim orientá-los a se cuidar e
buscando ao máximo realizar o resgate social.
36
5. CONCLUSÕES
37
A teoria e a prática nos mostraram que a satisfação do indivíduo com o
procedimento cirúrgico é relativa ao seu grau de expectativa. Confirmamos, ainda, que
o indivíduo com o TDC tende a ficar satisfeito por um breve período de tempo e logo
voltará a enxergar defeitos em áreas específicas de seu corpo. O profissional deve
entender o que o paciente deseja alcançar com o resultado dos processos cirúrgicos ou
estéticos, pois muitas vezes esperam resultados inatingíveis. O papel do psicólogo
dentro dessa área é essencial, pois tanto a expectativa quanto o nível de satisfação
estão relacionados ao estado psicológico no qual o indivíduo se encontra. Dessa
forma, para que a satisfação esperada seja obtida, é necessária uma estabilidade
emocional.
Essa pesquisa corresponde à sua justificativa acadêmica ao passo que, diante
da escassez de pesquisas relacionadas ao TDC, se coloca como estudo atual acerca do
tema. Em relação à relevância social do estudo, apresentamos a importância do fator
social para o desencadeamento do transtorno e apontamos para a necessidade de uma
mudança cultural em relação aos padrões de beleza que são difundidos pela mídia e
pela sociedade e que são tidos como ideais e requisitos para adequação do indivíduo a
determinados grupos sociais. Concluímos ser necessário maior conhecimento por parte
dos profissionais cirurgiões, dermatologistas e psicólogos acerca do transtorno, da
identificação do mesmo e também da definição de práticas que sejam capazes de
minimizar o sofrimento dessa população.
Evidenciamos que, nos discursos, os profissionais relatam haver uma linha
muito tênue entre as atitudes características de uma vaidade extrema presentes no
TDC, o que acaba gerando dificuldades não só na definição do transtorno ou de uma
hipótese diagnóstica, mas também nos encaminhamentos para psicólogos e
psiquiatras. Essa dificuldade também está relacionada a pouca visibilidade do TDC e à
escassez de estudos na área, principalmente nos últimos cinco anos.
Essa pesquisa não esgota as interpretações a respeito do tema e tampouco a
necessidade de se realizarem novos estudos, à medida que, para sua realização
encontramos dificuldades relacionadas à produção bibliográfica e também na falta de
profissionais no território abrangente, bem como a dificuldade em relação ao tempo
disponível dos profissionais encontrados, o que pode estar relacionado ao excesso de
trabalho devido à demanda existente. Devido a essa escassez bibliográfica e ao
38
número limitado de profissionais entrevistados, não foi possível que mais dados e
informações fossem coletados. Acreditamos que novos estudos sobre o tema podem
ser realizados com um número maior de participantes, ampliando assim informações
sobre o TDC.
Considerando os resultados obtidos e as limitações encontradas nesse estudo,
ainda não há um consenso a respeito da causa do TDC. Sabe-se que o componente
social está fortemente relacionado ao transtorno. Porém, não se esgota como fator
único para seu desencadeamento. Podemos indicar, como pesquisas futuras do tema, a
compreensão da complexidade deste tema.
39
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
41
n. 1, Campinas, 2010. Disponível em: <http://www.scielo.br/scielo.php?
script=sci_arttext&pid=S0102-79722012000100002>. Acesso em 27 de abril de 2015.
RIBEIRO, P. R. L.; TAVARES, M. C. F. As contribuições de Seymour Fisher para os
estudos em imagem corporal. Motricidade, vol. 7, n. 4, Campinas, 2011. Disponível em:
<http://www.scielo.mec.pt/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1646-
107X2011000400009&lng=pt&nrm=isso>. Acesso em 27 de abril de 2015.
RIBEIRO, P. R. L.; TAVARES, M. C. G. C. F.; CAETANO, A. S. Contribuições de Fisher
para a compreensão do desenvolvimento da percepção corporal. Psico-USF [online].
2012, vol.17, n.3, pp. 379-386. Disponível em: <http://www.scielo.br/scielo.php?pid=S1413-
82712012000300004&script=sci_arttext>. Acesso em 22 de outubro de 2014.
RUSSO, R. Imagem corporal: construção através da cultura do belo. Movimento &
Percepção, Espírito Santo do Pinhal, v. 5, n. 6, 2005. Disponível em:
<https://portalsaudebrasil.com/artigospsb/psico029.pdf>. Acesso em 16 de abril de 2014.
ANEXOS
43
ANEXO I: MODELOS DE ENTREVISTAS SEMIESTRUTURADA
44
3) Como você age quando o paciente vê defeitos inexistentes ou faz várias
cirurgias e nunca está satisfeito?
4) É realizado algum procedimento para verificar o estado psicológico do paciente
antes da cirurgia solicitada? Já ocorreu de pacientes desistirem da cirurgia após
intervenção de um psicólogo?
5) Você conhece o Transtorno Dismórfico Corporal? Se sim, o que seria e como
se dá o Transtorno?
Se a resposta anterior for sim:
6) Em sua experiência como profissional, já atendeu casos de pessoas com esse
transtorno? E como procedeu?
Escolha do tema
Levantamento
bibliográfico
Formulação do
problema
Traçar os
objetivos gerais e
específicos
Levantamento das
hipóteses
Justificar a
escolha da
pesquisa
Escolha da
metodologia a ser
utilizada
Revisão
bibliográfica
Definição dos
instrumentos
45
Definição dos
participantes da
pesquisa
Coleta de dados
Análise e
discussão dos
dados
Conclusão
Apresentação dos
resultados
46
Universidade Paulista – UNIP
Campus Sorocaba
Av. Independência, 210 - Éden
CEP: 18087-101 – Sorocaba/SP
Fone: (15) 3412-1000
Caro Participante:
Gostaríamos de convidá-lo a participar como voluntário da pesquisa intitulada
“Imagem corporal: algumas compreensões psicológicas sobre a cirurgia estética e o
dismorfismo”, que se refere a um projeto de Trabalho de Conclusão de Curso das alunas
Elaine, Gislaine, Laura e Silvana, do curso de Psicologia da Universidade Paulista – UNIP.
O objetivo deste estudo é investigar como se dá o desenvolvimento dessa imagem
distorcida que muitos indivíduos têm sobre seu corpo, assim como, se o Transtorno
Dismórfico Corporal (TDC) seria um conceito socialmente construído e se há patologias
existentes por trás desse processo de busca pelo corpo ideal. Os resultados contribuirão para o
aumento de bibliografia sobre o tema que, no Brasil, é muito limitada; para o entendimento do
dismorfismo como uma construção social, bem como de que maneira se dá o seu
entendimento e seu atendimento pelos profissionais de saúde.
Resumidamente, a pesquisa será realizada da seguinte forma: os pesquisadores
realizarão entrevistas semiestruturadas com os participantes para coletar dados pertinentes à
pesquisa. Os participantes deverão responder a essa entrevista da maneira que melhor lhe
parecer, sem limite de tempo. As entrevistas realizadas serão gravadas para posterior
transcrição por parte dos pesquisadores envolvidos. Sua forma de participação consiste em
participar da pesquisa respondendo à entrevista semiestruturada. Seu nome não será utilizado
em qualquer fase da pesquisa, o que garante seu anonimato, e a divulgação dos resultados será
feita de forma a não identificar os voluntários. Não será cobrado nada, não haverá gastos e
não estão previstos ressarcimentos ou indenizações.
Considerando que toda pesquisa oferece algum tipo de risco, nesta pesquisa o risco
pode ser avaliado como: mínimo.
Gostaríamos de deixar claro que sua participação é voluntária e que poderá recusar-se
a participar ou retirar o seu consentimento, ou ainda interromper sua participação se assim o
preferir, sem penalização alguma ou sem prejuízo ao seu cuidado. Nos casos em que se
utilizar questionário ou entrevista, você poderá recusar-se a responder as perguntas que
causem eventuais constrangimentos de qualquer natureza a você.
Desde já, agradecemos sua atenção e participação e colocamo-nos à disposição para
maiores informações. Se você desejar, poderá ter acesso a este trabalho do qual participou.
Você ficará com uma cópia deste Termo e em caso de dúvidas ou necessidade de
outros esclarecimentos sobre esta pesquisa, você poderá entrar em contato com o pesquisador
principal: Professora Dra. Cybele Carolina Moretto, CRP: 06/69161. Av. Independência, 210
- Éden – Sorocaba/SP. CEP 18087-101. Tel.: (15) 3412-1000 / Fax: (15) 3412-1009.
......................................................................................................................................................
47
Universidade Paulista – UNIP
Campus Sorocaba
Av. Independência, 210 - Éden
CEP: 18087-101 – Sorocaba/SP
Fone: (15) 3412-1000
_____________________________
Assinatura do participante
Eu ______________________________________________________________ obtive de
forma apropriada e voluntária o Consentimento Livre e Esclarecido do participante da
pesquisa ou seu representante legal.
______________________________________________
Assinatura do membro da equipe que apresentar o TCLE
______________________________________________
Prof.ª Dr.ª Cybele Carolina Moretto
CRP: 06/69161
O projeto da presente pesquisa teve seus aspectos técnicos, acadêmicos e éticos previamente
examinados e aprovados pelo Centro de Estudos e Pesquisas em Psicologia e Educação –
CEPPE do Instituto de Ciências Humanas da Universidade Paulista – UNIP.
Contato:
CEPPE - ICH
UNIP - Campus Indianópolis
Rua Dr. Bacelar, 1212 – 2º andar – Vila Clementino
CEP: 04026-002 – Fone: (11) 5586-4204
E-mail: ceppe@unip.br
Responsáveis:
Prof. Dr. João Eduardo Coin de Carvalho
Prof. Dr. Waldir Bettoi
Profa Dra. Mônica Cintrão França Ribeiro
48