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UNIVERSIDADE MUSSA BIM BIQUE

LICENCIATURA EM PSICOLOGIA CLINICA


CADEIRA DE PSICOLOGIA DE DESENVOLVIMENTO
TRABALHO DO 6° GRUPO TURMA B
TEMA: AUTO - CONCEITO

Docente: Nelson Abílio Amade

Nampula, Maio 2020


UNIVERSIDADE MUSSA BIM BIQUE
LICENCIATURA EM PSICOLOGIA CLINICA
CADEIRA DE PSICOLOGIA DE DESENVOLVIMENTO
TRABALHO DO 6° GRUPO TURMA B
TEMA: AUTO - CONCEITO

Descentes:

Agnaldo Hermelindo Pedro


Alice Cristina Uataca
Arlete João Baptista
Hélder Manuel Luís de Oliveira
Judite Adriano Alves Colombo
Marcia Amina Tarieque
Neusa Francisco Canana

O presente Trabalho e de caracter


avaliativo da Cadeira de Psicologia
de Desenvolvimento, lecionada pelo
Dr. Nelson Abílio Amade

Nampula, Maio 2020


Índice

Introdução ....................................................................................................................................... 2
Definindo o autoconceito ................................................................................................................ 3
Auto-imagem .................................................................................................................................. 3
Autoestima na Adolescência ........................................................................................................... 3
Desenvolvimento do autoconceito .................................................................................................. 3
Baixa autoestima na adolescência ................................................................................................... 5
Identidade e autoestima................................................................................................................... 5
Como melhorar a autoestima .......................................................................................................... 6
Como melhorar a autoestima na adolescência e na fase adulta ...................................................... 6
A intensidade e as reações familiares na adolescência ................................................................... 6
Sociabilidade e Sexualidade ........................................................................................................... 8
Conclusão...................................................................................................................................... 15
Bibliografia recomendada ............................................................................................................. 16

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Introdução

O presente trabalho visa de forma clara ilustrar o conceito de autoconceito. O psicólogo social Roy
Baumeister diz que o autoconceito deve ser entendido como uma estrutura de conhecimento. As
pessoas prestam atenção a si mesmas, percebendo seus estados internos, respostas e seu
comportamento externo. Através dessa autoconsciência, as pessoas coletam informações sobre si
mesmas. O autoconceito é construído a partir dessas informações e continua a se desenvolver à
medida que as pessoas expandem suas ideias sobre quem são.

As primeiras pesquisas sobre o autoconceito padeciam da ideia de que ele era uma concepção
única, estável e unitária do eu. Mais recentemente, no entanto, os estudiosos reconheceram-na
como uma estrutura dinâmica e ativa que é impactada tanto pelas motivações do indivíduo quanto
pela situação social. Desenvolvimento do autoconceito do autoconceito começa a se desenvolver
na primeira infância. Este processo continua ao longo da vida. No entanto, é entre a primeira
infância e a adolescência que o autoconceito é o que mais experimenta crescimento.

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1.Definindo o autoconceito
O psicólogo social Roy Baumeister diz que o autoconceito deve ser entendido como uma estrutura
de conhecimento. As pessoas prestam atenção a si mesmas, percebendo seus estados internos,
respostas e seu comportamento externo.

Através dessa autoconsciência, as pessoas coletam informações sobre si mesmas. O autoconceito


é construído a partir dessas informações e continua a se desenvolver à medida que as pessoas
expandem suas ideias sobre quem são.

As primeiras pesquisas sobre o autoconceito padeciam da ideia de que ele era uma concepção
única, estável e unitária do eu. Mais recentemente, no entanto, os estudiosos reconheceram-na
como uma estrutura dinâmica e ativa que é impactada tanto pelas motivações do indivíduo quanto
pela situação social.

Auto-imagem
A autoimagem é a maneira como nos vemos. A autoimagem inclui o que sabemos sobre nós
mesmos fisicamente, nossos papéis sociais e nossos traços de personalidade.

Esse componente nem sempre corresponde à realidade. Alguns indivíduos possuem uma
percepção inflada de uma ou mais de suas características. Essas percepções infladas podem ser
positivas ou negativas. Um indivíduo pode ter uma visão mais positiva de certos aspectos do ‘eu’
e uma visão mais negativa dos outros.

2.Autoestima na Adolescência
A autoestima é o valor que colocamos em nós mesmos. Os níveis individuais de autoestima
dependem da maneira como nos avaliamos. Essas avaliações incorporam nossas comparações
pessoais com os outros, bem como as respostas de outras pessoas a nós.

Quando nos comparamos com os outros e descobrimos que somos melhores em algo, nossa auto-
estima nessa área cresce. Por outro lado, quando nos comparamos com os outros e descobrimos
que não somos tão bem sucedidos em uma determinada área, nossa auto-estima diminui.

Podemos ter uma auto-estima elevada em algumas áreas e, ao mesmo tempo, ter uma auto-estima
negativa em outras.

Desenvolvimento do autoconceito
O autoconceito começa a se desenvolver na primeira infância. Este processo continua ao longo da
vida. No entanto, é entre a primeira infância e a adolescência que o autoconceito é o que mais
experimenta crescimento.

Aos 2 anos, as crianças começam a se diferenciar das demais. Aos 3 e 4 anos, as crianças entendem
que são eus separados e únicos. Nesse estágio, a auto-imagem da criança é em grande parte
descritiva. Ela é baseada principalmente em características físicas ou detalhes concretos.

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No entanto, as crianças prestam cada vez mais atenção às suas capacidades. Por volta dos 6 anos,
as crianças podem comunicar o que querem e precisam. Eles também estão começando a se definir
em termos de grupos sociais.

Entre as idades de 7 e 11 anos, as crianças começam a fazer comparações sociais. Assim,


consideram como elas são percebidas pelos outros. Nesse estágio, as descrições das crianças sobre
si mesmas se tornam mais abstratas. Eles começam a se descrever em termos de habilidades e não
apenas detalhes concretos.

Por exemplo, uma criança nesta fase começará a se ver mais atlética do que outra e menos atlética
que outras. Nesse ponto, o eu ideal e a autoimagem começam a se desenvolver.

A adolescência é um período chave para o autoconceito. O autoconceito estabelecido durante a


adolescência geralmente é a base do autoconceito para o restante da vida. Durante a adolescência,
as pessoas experimentam diferentes papéis, personas e eus.

Para os adolescentes, o autoconceito é influenciado pelo sucesso em áreas que eles valorizam e as
respostas dos outros valorizados para eles. O sucesso e a aprovação podem contribuir para uma
maior autoestima e um autoconceito mais forte na vida adulta. Com a idade, esses referenciais
podem se modificar sempre e quando o sentimento de autonomia e independência for se
desenvolvendo.

Outro aspecto fundamental que se desenvolve durante esse período é a formação de toda uma
constelação de representações, muito influenciada por variáveis do entorno social da criança, sobre
a possibilidade ou não de mudar suas competências e atuações.
Nesse sentido uma criança pode, por exemplo, pensar que é ruim em matemática e acreditar que a
inteligência como ferramenta de compreensão de tal matéria é inata, ou seja, algo que nunca
conseguirá alcançar.
Essas pautas de autoconceito mais infantis são um dos referentes para que os pequenos tenham
uma autoestima baixa ou uma autoestima alta.
Por isso, pais carinhosos que demonstram interesse pelos diferentes aspectos do desenvolvimento
de seus filhos e que expressam expectativas razoáveis e ajustadas às capacidades das crianças
costumam gerar nelas um sentimento de autoavaliação positivo.
Esses pais e, no mundo acadêmico, os professores, conferem aos jovens uma sensação de
independência e competência.
Já pelo contrário, pais repressivos, autoritários e excessivamente preocupados em comparar seus
filhos com outras crianças tendem a gerar crianças com baixa autoestima, já que os pequenos
assumem como real a necessidade de seguir modelos externos para "controlar" e "melhorar" seu
comportamento e também acreditam que esses traços "errados" são permanentes ou com pouca
chance de mudar.
Outro referente são as crianças da mesma idade. Nessas faixas etárias, os pequenos tendem a se
comparar sistematicamente com os outros e a levar muito em conta suas opiniões e avaliações
sobre eles mesmos.
A autoestima e autoconceito gerados durante esses anos e a sua avaliação são de grande
importância para o desenvolvimento posterior do psicológico e emocional da criança. Muitas das
ideias que uma pessoa tem sobre si mesma e que são adquiridas durante essa idade tornam-se
dificilmente mutáveis.

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Baixa autoestima na adolescência
Durante a puberdade e os primeiros anos da adolescência, os jovens experimentam uma baixa
autoestima que irá se recuperando progressivamente. Atualmente já se contam com algumas
explicações para esse fenômeno.
Para alguns atores, como Symmons e Blyth, essa baixa autoestima se origina das mudanças
biológicas que os adolescentes sofrem, da necessidade de ajuste do seu psicológico e também de
uma maior consciência sobre os diversos aspectos da sua personalidade e do seu caráter.
Para outros profissionais da área, a mudança da escola primária para o ensino fundamental e depois
médio origina em muitos dos jovens sensações de desassossego e desorientação por se tratar de
uma passagem de um entorno confortável, controlado e no qual todos eram conhecidos e já tinham
uma identidade própria para um ambiente de maior competitividade e com uma relação mais adulta
com os professores.
Outra razão que também pode causar a baixa autoestima na adolescência é que o jovem une ao
seu espectro de expectativas e comparações novos âmbitos, como o do amor e da competitividade
em termos de estudo.
Isso traz consigo uma grande sensação de desorientação e insegurança. Durante a adolescência,
uma das tarefas mais difíceis é a de "se encontrar".
Como apontam Katheleen Stassen e Ross Thompson, os adolescentes devem "se construir"
como seres independentes do ambiente no qual se encontram, porém fazem isso junto com a
necessidade de manter conexões com o passado.
Os jovens se empenham em ser autônomos, mas ao mesmo tempo sentem a necessidade de
assegurar seu pertencimento a um grupo assumindo e aceitando valores, normas e princípios do
mesmo.

Identidade e autoestima
Nessa etapa da vida, é de extrema importância a construção de uma identidade madura, que irá se
refinando durante ela. A resolução desse processo tem um papel super relevante na autoavaliação
dos adolescentes. Assim, o desenvolvimento da autoestima, do autoconceito e da identidade do
adolescente é completamente necessário.
De acordo com as posturas tradicionais do psicólogo Erik Erikson, nas sociedades complexas, os
adolescentes encontram-se submetidos a pressões diferentes que os levam a analisar seu eu real,
seu autoconceito e promovem uma revisão destes e da autoestima a que está associada.
O modelo de Erikson supõe quatro estágios de desenvolvimento pessoal como o caminho a
recorrer para alcançar uma identidade ajustada, mas também aponta que esse caminho não é linear
e que nem todos conseguem alcançar essa identidade considerada como ótima.
De fato, durante a vida adulta, também se apresentam crises de identidade que podem indicar um
regresso momentâneo do indivíduo a algumas fases de identidade não bem resolvidas.
Os sujeitos que estiverem nos primeiros estágios de desenvolvimento da identidade e autoestima
costumam a ser indivíduos problemáticos e em permanente estado de crise de identidade e que,
portanto, são suscetíveis a não se sentirem adaptados.
O contrário também ocorre com os indivíduos que evolucionam até o quarto estágio da teoria
psicossocial do desenvolvimento de Erikson e que contam com um maior ajuste entre si mesmos
e a realidade. Para o profissional, o período da adolescência já não é interpretado em términos de
crise.

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Como melhorar a autoestima
Um dos maiores desafios que enfrentamos a partir do estudo da autoestima é como melhorar a
autoestima ou como recuperar a autoestima. Por isso, agora que temos toda a informação
necessária, vamos te oferecer algumas dicas de como elevar a autoestima.
Na adolescência, os jovens têm que se integrar de forma madura em novos desafios e âmbitos que
anteriormente pareciam distantes ou simplesmente inexistentes.
Uma identidade adequada, saudável psicologicamente e que se une a uma autoestima realista é
aquela que define um indivíduo comprometido com valores e metas não impostas, mas escolhidas
por ele mesmo.
Em todos os casos, tratam-se de indivíduos que indagam a realidade neles mesmos. Com pais que
o apoiam e um ambiente familiar acolhedor psicologicamente falando, ou seja, com um lugar onde
o adolescente possa expressar suas emoções, ideias e visões de realidade, o adolescente conta com
uma fonte de gratificação e segurança que o incentiva a explorar seu entorno e a se sentir mais
competente com a gestão da sua vida.
Como melhorar a autoestima na adolescência e na fase adulta
 Fazer exercícios de diálogo interno: se preocupar com o que pensamos e dizemos sobre a nossa
identidade e tentar enviar a nós mesmos mensagens e frases de autoestima positivas são técnicas
muito importantes para manter uma boa autoestima.
 Transformar a culpa em responsabilidade: todo mundo comete erros ao longo da vida, mas
carregar o peso da culpa não é nada positivo. Por isso, transforme a culpa em responsabilidade
para melhorar.
 Realizar autocuidados: muitas vezes nos esquecemos de nos proporcionar a atenção e cuidados
necessários, o que pode repercutir negativamente na nossa autoestima. Reserve um tempo para
cuidar de você mesmo.

3.A intensidade e as reações familiares na adolescência


A abordagem do adolescente exige postura adequada do profissional de saúde, conhecimentos
técnicos e das mudanças psicossociais que ocorrem nessa fase da vida do jovem, bem como
compreensao do impacto e dos conflitos que elas acarretam nas relaçoes familiares.
O conhecimento das dinâmicas familiares é de fundamental importância na avaliaçao, no
tratamento e na prevençao dos agravos a problemas de saúde apresentados pelos adolescentes. Para
isso, o profissional de saúde deve observar como a família e o adolescente estao atravessando essa
etapa da vida.A família é um sistema ativo em constante transformaçao, que se altera com o passar
do tempopara assegurar a continuidade e o crescimento psicossocial de seus membros (Minuchin,
1977). Nao podemos nos esquecer de realidades significativas que interagem com a família: a
escola, o trabalho dos pais, o bairro, a vizinhança e o grupo de amigos.

A adolescência é uma etapa do desenvolvimento humano marcada por profundas transformaçoes,


nao apenas físicas; é também o início da transiçao psicológica da infância para a idade adulta
(Hopkins, 1983). Esse período tem sido descrito desde Anna Freud como conflitivo; como crise
de identidade por Erikson e tem a denominaçao universalde "tempestade e estresse" (Sturm e
Drang). As características do desenvolvimento psicossocial que ocorrem paralelamente às
modificaçoes do corpo sao agrupadas no que Arminda Aberastury e Maurício Knobel
denominaram síndrome da adolescência normal (SAN). A adolescência é, assim, um conceito
relativo a um processo e o adolescente é o sujeito que está vivenciando esse processo.

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Como conseqüência, a adolescência afeta o ciclo vital familiar e seu estilo de vida mais do que
qualquer outra fase da vida, pois desestabiliza o sistema e provoca novos ajustes para manter as
relaçoes e a saúde mental de seus membros. Durante esse período as famílias também estao se
ajustando a novas demandas de seus membros, que estao entrando em novos estágios do ciclo de
vida. Os pais enfrentam questoes maiores, como a "crise do meio da vida" de um ou ambos os
cônjuges, com exploraçao das satisfaçoes e insatisfaçoes pessoais, profissionais e conjugais, ao
mesmo tempo em que os avós passam pela experiência da aposentadoria e possíveis mudanças,
como doença e morte. Os pais podem ter de se transformar em cuidadores de seus próprios pais ou
ajudá-los a integrar as perdas da velhice.

O adolescente, tentando descobrir novas direçoes e formas de vida, desafia e questiona a ordem
familiar até entao estabelecida. A ambivalência independência/dependência vivenciada por ele cria
tensao e instabilidade nas relaçoes familiares, o que freqüentemente leva a conflitos intensos que
podem tornar-se crônicos.

Por serem tao intensas, as demandas adolescentes por maior autonomia e independência
freqüentemente precipitam mudanças no relacionamento entre as geraçoes, fazendo aflorar
conflitos nao resolvidos entre pais e avós (dos adolescentes), em sua infância ou adolescência. Os
pais, além de reavaliar e analisar sua própria adolescência, bem como os pais de seu período
adolescente, enfrentam novos estágios de seu ciclovital, aparecendo entao novas preocupaçoes: a
perda do corpo jovem e a aproximaçao da aposentadoria e da velhice.

O estresse e a tensao normais provocados na família por um adolescente sao exacerbados quando
os pais sentem uma profunda insatisfaçao e sao compelidos a fazer mudanças em si mesmos. O
que muitas vezes se cria é um campo de demandas conflitantes, em que o estresse parece ser
transmitido para cima e para baixo entre as geraçoes. O conflito entre os pais e os avós pode ter
efeito negativo sobre o relacionamento entre os pais e o adolescente. O impasse também pode
ocorrer em direçao oposta: um conflito entre os pais e o adolescente pode afetar o relacionamento
conjugal, o que acaba prejudicando o relacionamento entre os pais e os avós.

Na adolescência, a evoluçao da dependência absoluta da infância à autonomia adulta pode ser um


momento doloroso para pais e filhos. Muitas vezes, os pais sentem um vazio quando os
adolescentes tornam-se mais independentes, pois percebem que nao sao mais necessários como
antes e, dessa forma, sentimentos de perda (perda da criança) e medo de abandono podem ocorrer.
As vezes os pais, incapazes em lidar com a perda da dependência do filho, podem apresentar-se
depressivos. Da mesma maneira, o adolescente precisa lidar com a perda do eu infantil e da família
como fonte primária de afeto. A perda desse primeiro vínculo romântico também pode desencadear
depressao no adolescente. Esse duplo movimento de luto do qual participam pais e filhos foi
denominado por Stone e Church ambivalência dual. Toda mudança implica em aceitaçao da perda.

Assim, a adolescência exige mudanças estruturais e renegociaçao de papéis nas famílias, que se
transformam. De unidades que protegem e nutrem os filhos, as famílias passam a ser o centro de
preparaçao para a entrada do adolescente no universo das responsabilidades e dos compromissos
do mundo adulto. Elas constituem fronteiras mais flexíveis, permitindo aos adolescentes se
aproximarem e serem dependentes nos momentos em que nao conseguem manejar suas vidas
sozinhos, e se afastarem e experimentaremos desafios, com graus crescentes de independência,
quando estao prontos. Isso exige esforços especiais de todos os membros da família.

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A construção psicológica do adolescente tem em conta sua história pessoal, bem como suas novas
competências sexuais, cognitivas e sociais. A história familiar do adolescente não se inicia na
adolescência, estando presente mesmo antes da infância, durante a gravidez, planejada ou não.

4.Sociabilidade e Sexualidade
Sexualidade

As transformações físicas e sexuais que ocorrem na puberdade alteram radicalmente a autoimagem


do adolescente, pois dos 2 aos 10 anos essas mudanças físicas são mais lentas do que na
adolescência. É comum que os membros da família fiquem ansiosos e confusos quando os
adolescentes começam a expressar seus novos interesses sexuais.

Apesar do amadurecimento físico da filha, os pais ficam receosos de que ela seja incapaz de se
proteger dos perigos do mundo como, por exemplo, gravidez não planejada, abuso ou exploração
sexual e doenças sexualmente transmissíveis (DSTs), que são problemas reais. Já a primeira
preocupação que surge com os filhos é de que seus interesses sexuais o distraiam de suas tarefas
escolares e prejudiquem seu futuro tanto profissional quanto pessoal.

As experiências pessoais com a sexualidade influenciam a maneira como os pais estabelecem


limites e suas expectativas, aceitando melhor a sexualidade do jovem. Isso não significa que todos
os pais que vivenciaram experiências negativas repetirão o padrão, mas é frequente observar nas
famílias a repetição de um início precoce da atividade sexual, da gravidez na adolescência ou até
mesmo de casos de abuso sexual.

Nas famílias em que a informação é abertamente compartilhada há maior possibilidade de


aceitação de transgressões menores e colocação de limites mais realistas. Por outro lado, quando
a sexualidade do adolescente é negada ou rejeitada pelos pais, o desenvolvimento de um
autoconceito sexual fica prejudicado e, consequentemente, os riscos de atividade sexual precoce
ou perigosa são maiores.

Na concepção de Freud, os impulsos incestuosos entre o adolescente e o progenitor de sexo oposto


provavelmente aumentarão. Um relacionamento até então amoroso entre pai e filha pode evoluir
rapidamente para um relacionamento hostil, com o pai sendo punitivo e possessivo e a filha,
provocadora. As mães que são mais próximas de seus filhos podem sentir confusão e conflito
quando eles começam a querer mais privacidade, assim como o desejo de proximidade da mãe
pode ser recebido por eles com agressão e rejeição. Ela pode, então, reagir de maneira semelhante.

Por outro lado, pais e filhos do mesmo sexo tendem a se envolver em lutas mais competitivas. A
teoria psicanalítica é de que os adolescentes competem pelo amor e pela atenção do progenitor do
sexo oposto (Freud, Blos). Outra suposição é de que eles competem em função de suas perceções
conflitantes de seus papéis de gênero. Portanto, na adolescência, o conflito pode ser mais intenso
com o progenitor do mesmo sexo, que geralmente serve de modelo na infância.

A maioria dos pais de adolescentes deverá revisar suas atitudes em relação ao papel sexual e tentar
fazer mudanças que se ajustem melhor aos padrões sexuais do momento, cada vez mais liberais.
Para muitos pais essa tarefa pode ser muito difícil.

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Sociabilidade

A sociabilidade é a qualidade de sociável que apresenta uma pessoa, ou seja, aquele que de maneira
natural tende a viver em sociedade, como também aquele indivíduo amável que se relaciona bem
com todas as pessoas.

Ainda a sociabilidade é qualidade de sociável que apresenta uma pessoa, ou seja, aquele que de
maneira natural tende a viver em sociedade, como também aquele indivíduo amável que se
relaciona bem com todas as pessoas.

Os seres humanos são por natureza animais sociais, estão naturalmente inclinados à vida em
sociedade, é praticamente impossível que um ser humano viva para si mesmo, de alguma maneira,
todos, até o mais egoísta, em algum momento necessita de relacionamento com os outros.

Um indivíduo pleno de sociabilidade por si é cativante pela amabilidade que apresenta, por sua
facilidade de conversa e por sua inclusão em qualquer área.

A sociabilidade, além disso, é de alguma maneira aquele valor que impulsiona os seres humanos
a buscar e cultivar relações com outras pessoas, combinando interesses mútuos e ideias para assim,
orientá-los em direção a um objetivo comum para além das circunstâncias pessoais que se
encontram cada um.

Sempre, o contato com o outro será benéfico para o nosso crescimento e desenvolvimento pessoal,
pois ao ter contato com outros indivíduos adquirimos outras experiências, outras perspetivas de
vida.

Enquanto isso, a sociabilidade é um elemento fundamental nas diferentes áreas de nossa vida,
pessoal, trabalhista, escolar, para atingir os objetivos que tenhamos propostos, e isto é basicamente
assim porque o conhecimento do outro, de suas ideias, sua problemática, seu ambiente, permitirá
entendê-lo, saber o que necessita e assim ajudá-lo que esteja bem e, portanto, quanto melhor estiver
melhor será seu rendimento em todas as ordens mencionadas.

Então, a sociabilidade é fundamental para progredir no trabalho, fazer amigos, encontrar uma
pessoa com quem queira compartilhar a vida e projetos pessoais que tenham, para construir uma
empresa, para compartilhar interesses e afinidades, entre outros.

É um fato comprovado que aqueles que vivem de acordo com a sociabilidade terão uma existência
mais gratificante e alegre do que aqueles que gostam da solidão e do ostracismo.

5. Adolescência na sociedade actual e visão da Psicologia


O objetivo deste trabalho é indicar aspectos que configuram a infância e a adolescência na
sociedade contemporânea, especificamente no que diz respeito à relação com o adulto. Este estudo
foi desenvolvido a partir da revisão de alguns autores em psicologia e demais áreas afins, e
pretende contribuir para o aprofundamento do debate sobre este tema. Na sociedade moderna, as
crianças e os adolescentes inserem–se em condições sociais específicas que acentuam a sua
dependência frente ao adulto. Hoje, no entanto, há uma nova forma de reconhecimento social

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dessas fases da vida que enfatiza um tratamento igualitário entre adulto, criança e adolescente. O
desvelamento desse processo permite caracterizar os contornos que essas etapas do
desenvolvimento humano vêm adquirindo atualmente e suas implicações na vida cotidiana.

As mudanças que vêm ocorrendo, dadas as transformações das condições sócio–históricas e


culturais, embora não sejam lineares, acabam por promover uma "bagunça" nas idades da vida;
isto é, na hierarquia de idades até então estabelecida, mesmo que essas mudanças não cheguem a
atingir todas as crianças e todos os adolescentes e jovens indistintamente, pois há uma infância e
uma adolescência não tuteladas, não protegidas e excluídas do consumo, enquanto que há uma
outra, de maior poder aquisitivo, inserida no consumo, tutelada e protegida.

Mesmo com essa ressalva, as mudanças que vêm ocorrendo desencadeiam um novo jeito de
compreender a infância e a adolescência que traz implicações na forma pela qual as crianças e os
adolescentes são representados e se constroem como indivíduos. Embora os critérios cronológicos
sejam ainda válidos, a faixa etária não pode ser mais entendida como uma dimensão básica para
definir os ciclos de vida.

Na modernidade, quando se aguçava o caráter preparatório do processo educativo, a diferença


entre criança, adolescente e adulto estava firmemente estabelecida. Hoje, no entanto, há uma nova
forma de reconhecimento social da infância, adolescência e juventude que tende a igualá–las à
idade adulta.

O questionamento ao "adultocentrismo" da sociedade e o reconhecimento da criança como sujeito


e com direitos sociais são uns dos aspectos que configuram a infância e a adolescência na sociedade
atual. A criança se torna visível, alvo de ofertas de bens e serviços sociais. Porém, uma certa
ambigüidade da sociedade na relação que se estabelece com as crianças, os adolescentes e jovens
permanece, e eles não têm, necessariamente, seus direitos sociais reconhecidos. As crianças, os
adolescentes e os jovens continuam distantes e excluídos de certas práticas sociais e políticas,
permanecendo em espaços sociais próprios.

Há uma maior liberdade e autonomia para as crianças e para os jovens, mas o poder do adulto
permanece. É o adulto quem assinala o espaço da criança e do jovem e essa designação se dá de
acordo com as diferentes classes sociais e de acordo com o gênero, mas a crítica ao adultocentrismo
pode estar levando a uma corrosão do poder do adulto, inclusive do poder paterno. Pelo exposto
acima, os critérios etários, embora importantes, mostram–se insuficientes para permitir a
apreensão da infância e da adolescência na atualidade, de forma que outros parâmetros devam ser
evocados.

Algumas das dimensões que caracterizam a infância e a adolescência na sociedade atual, como o
prolongamento da adolescência, principalmente nas camadas médias da população, o nível de
acesso ao consumo permitido às crianças e aos adolescentes, a informação não controlada, o nível
de simetria das relações entre crianças, adolescentes e adultos e na relação pais e filhos, a
insegurança dos pais quanto à imposição de limites, podem ser, parece–nos, parâmetros
promissores para pautar essa discussão e as definições que devemos construir.

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Tudo isso, enfim, determina modos de reconhecimento da infância e da adolescência que são
próprios da nossa época. É necessário, assim, reexaminar o processo de transição da infância e da
adolescência para a idade adulta na sociedade contemporânea, o que nos leva a fazer uma leitura
das etapas da vida conforme os contornos pelos quais se apresentam hoje para tentarmos apreendê–
las em toda a sua complexidade atual.

A adolescência é um período de transição conturbado onde ocorrem mudanças físicas e psíquica


esta transição é complicada pois o adolescente não é criança nem adulta, é um problema. É um
momento de indefinição, quer conquistar uma identidade mas é difícil." Deste modo, as
intervenções (ou mediações) feitas pelos educadores vão ser com base no tratamento da
adolescência como uma doença. Age-se sobre o efeito e não sobre a causa dos problemas e
conflitos vivenciados pelos adolescentes. Falta consciência reflexiva a esses profissionais, que têm
a sua atuação pouco transformadora, para não afirmar mantenedora, de uma situação injusta para
o adolescente. Quer dizer que, como essa é uma fase biologicamente determinada e todos vão
chegar a ela, então não há o que fazer, faltam boas propostas de intervenção e políticas públicas
que promovam um desenvolvimento saudável. O que existe são apenas medidas "curativas", como
por exemplo a FEBEM, o SOS criança, conselho tutelar, etc. O objetivo principal da intervenção
torna-se curar o adolescente de suas "crises e rebeldias", como se isso fosse da natureza dele e
também um comportamento padrão para todos, e não por causa das pressões sociais relacionadas
com o meio em que ele vive.

Um educador, que tem uma visão sócio histórica, vê o homem como um ser que constrói formas
para satisfazer suas necessidades junto com outros homens, ou seja, o homem é histórico e tem
suas características construídas nas relações sociais contextualizadas no tempo e no espaço
histórico em que ele vive. Portanto o homem é ativo, social e histórico; construindo-se ao construir
sua realidade. Desse modo, a concepção de adolescência tem uma abordagem histórico-cultural,
que é caracterizada como um processo de construção social com base nas relações sociais,
condições de vida e valores presentes na cultura do indivíduo, difundidos através de meios de
comunicação, literaturas, etc. As pessoas vão internalizando significados identificados de acordo
com o "pensamento" coletivo da sociedade.

"Eu tendo a pensar que o adolescente é alguém eu não fico muito com a idéia de que ‘vai passar’
apesar de ser um momento não é alguém que não é mais aquilo e que será outra pessoa. Ele tem
uma tarefa que é continuar sendo igual a ele mesmo, apesar das coisas que vêm e que passam que
é meio a tarefa de qualquer indivíduo em qualquer parte da vida.

Trabalhamos com o indivíduo enquanto totalidade, em um determinado momento sociocultural..."


(Profissional da área de "Meninos de rua").Adolescência certamente podem promover melhores
intervenções e condições para um desenvolvimento saudável, pois há uma valorização dos
aspectos sociais que envolvem os indivíduos, possibilitando assim que os adolescentes
compreendam sua inserção na sociedade e as multi-determinações da constituição da sua
existência. É uma ressignificação do sujeito para que ele se sinta como sujeito histórico ativo e útil
à sociedade, forme sua visão de mundo e assimile suas próprias mudanças como um processo
contínuo do desenvolvimento.

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Deste modo, o objetivo especial da intervenção feita pelo educador nesta visão histórico-cultural
é educar para a cidadania plena, levando os adolescentes a compreenderem sua própria trajetória
de vida, perceberem seus direitos e deveres e, enfim, fazer deles cidadãos que conquistem e
exerçam a cidadania em prol de toda a sociedade.

Para Rodrigues (apud Bock, 2001), a psicologia social (P. S.) é “o estudo das manifestações
comportamentais, suscitadas pela interação de uma pessoa com outras pessoas, ou pela mera
expectativa da interação”. O que se pode inferir a respeito, é que a psicologia social se refere, em
linhas gerias, ao estudo das interações sociais, mas devemos nos atentar para o fato, de que a
psicologia em si, é construída a partir das interações do individuo.

Partimos então do preceito de que toda a psicologia é social a partir do momento que percebe o ser
humano como um todo, sem reduzi-lo as suas patologias, seu desenvolvimento, suas
especificidades. Com isso não se busca negar que a psicologia social, tem suas especificidades, ela
continua preocupada com as interações e relações sociais e grupais, mas ela percebe que o ser
humano é ser reflexivo na história, pois ao mesmo tempo em que é modificado por ela, também a
modifica.

Lane (apud Bock, 2001) traz que, toda a psicologia é social, desde que assuma a natureza histórica
social do ser humano. O que corrobora para o que já foi mencionado acima, a psicologia se torna
social, a partir do momento que percebe o ser humano, como parte da história e participante ativo
da mesma

A Psicologia Social estuda o comportamento dos indivíduos em suas relações sociais. Para
Augusto Comte, considerado o fundador da Psicologia Social, seu questionamento estava em como
este indivíduo poderia ser construtor e construído, causa e conseqüência nestas relações. E foi com
este pensamento que os psicólogos sociais procuraram, através de várias pesquisas, resposta para
as crescentes tensões sociais desencadeadas no pós Primeira Guerra Mundial, durante muito tempo
a sociedade foi usada como fonte de “escavação arqueológica” para explicar o comportamento do
indivíduo, “traços de personalidade, atitudes, motivos, quando não por instintos”. (Lane, 1994)

A Psicologia Social produziu pesquisas e mais pesquisas em busca de formar teorias sociais. O
profissional passou a ser visto como acadêmico pesquisador. Concomitantemente a Psicologia
Social começou a entrar num processo de crise. E aqui no Brasil este processo se deu devido a
forma de trabalho do psicólogo que exportava idéias e teorias de outros contextos sociais que não
se articulavam com a nossa realidade, muitas vezes trabalhando de forma elitizada. Conforme nos
diz Lane (1994), “não temos utilizado esta ciência para responder às questões sociais específicas
do momento histórico em que vivemos”, ficando a Psicologia Social à margem sem construir um
projeto de transformação social significativo.

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Atualmente a Psicologia ampliou a visão da relação do sujeito com a sociedade

Da linha de pesquisa passou para a linha de ação. As psicologias ganharam um foco sócio-político
trabalhando o sujeito como um ser social, ativo e transformador instrumentalizando-o para a
conquista de uma melhor qualidade de vida. É neste contexto de transformação, de preocupação
com o sujeito em sua comunidade, que a Psicologia Social trará suas contribuições através das
intervenções, capacitações dos atores sociais, articulações entre os pólos do igual e do diferente,
informações e comunicações.

Mas, para trabalharmos num contexto de transformação precisamos entender que o sentido
é transformar+ ação. Para melhor explicitarmos, traremos um exemplo de Boarini (1989) onde
em seu trabalho Estágio em posto de saúde: prática e reflexão, podemos acompanhar como se deu
o processo de inserção de grupos de estagiários no espaço Posto de Saúde Comunitário do bairro
de Mandacarú, no município de Maringá.

O primeiro grupo iniciou suas atividades em agosto de 1984 sendo o estágio feito na área
de Psicologia Clínica e trabalho, supervisionados por dois professores das respectivas áreas. As
queixas principais vindas da supervisora-enfermeira do Posto de Saúde era que havia baixo índice
de procura ao atendimento prestado no posto devido a instituição se localizar numa comunidade
com alto nível sócio-econômico, porém, o que constatou-se foi uma realidade de miséria, péssimas
condições de saúde e desinformação sobre os serviços sociais oferecidos para a comunidade. De
início os estagiários trabalharam a divulgação dos serviços oferecidos pelo posto, desenvolveram
treinamentos dos funcionários, instrumentalizando os atendentes da instituição para acompanhar
um grupo de gestantes. Em seguida, abriu-se oportunidade ao atendimento psicoterápico individual
onde, de 32 pessoas que procuraram a terapia, apenas 2 deram continuidade enquanto os demais
limitaram-se apenas ao primeiro encontro.

O trabalho foi desenvolvido no período de um ano dando sequência com um novo grupo de
estagiários. Como no primeiro, o novo grupo priorizou o atendimento individual e tiveram o
mesmo insucesso. Também tentaram um trabalho de grupo com as pessoas que se encontravam na
sala de espera, mas, as dificuldades encontradas estavam desde a linguagem, a dinâmica à própria
aceitação do trabalho. O terceiro grupo a continuar o estágio também priorizou o atendimento
individual e sem nenhuma surpresa, não obteve êxito.

A exposição dos trabalhos realizados pelos três grupos foi motivo de reflexões acerca das
dificuldades enfrentadas. Surgiram, portanto, dois questionamentos: por que os estagiários

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resistem à um trabalho grupal e priorizam o atendimento individual mesmo que este seja inviável
nesta instituição?As dificuldades encontradas deveriam ser solucionadas dentro ou fora da
experiência? A prática do estágio tem significativa importância para o aperfeiçoamento do aluno.
No entanto, discutir a formação do psicólogo é de fundamental importância principalmente neste
caso onde a prática entra em desajuste com a teoria, ou seja, muitas vezes os recursos teóricos são
mal aplicados às reais condições do exercício do profissional, e não se adequam às reais
experiências numa sociedade de classes.

No caso do posto de saúde a dificuldade está no fato de os estagiários não perceberem que na
realidade daquela comunidade suas prioridades não adequam uma terapia individual, e sim um
atendimento médico, onde se encontra a maior demanda do posto. Onde as necessidades básicas
não se encontram atendidas, dificilmente uma terapia psicológica será percebida. Isso não significa
que diante das necessidades básicas desassistidas o homem não passe por sofrimentos, problemas
emocionais e não tenha direito a um atendimento terapêutico psicológico.

No entanto, como diz o Boarini “são as condições materiais que determinam a consciência” e se o
estagiário não conseguir perceber esta condição poderá criar uma falsa idéia de que as teorias
aprendidas funcionam apenas às classes dominantes. É, portanto, diante dessas considerações que
questionamos se uma terapia individual que desconsidera as condições materiais do indivíduo está
realmente comprometida com a igualdade e a liberdade que cada um possui para procurar o melhor
para si, e se a prática psicológica nesta condição mostrada acima realmente alcança uma classe
desfavorecida tirando da psicologia essa “marca” de elitizada ou dominante.

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Conclusão

Com tudo apesar de não ser obrigatória, a participação da família no atendimento ao adolescente
enriquece o processo de avaliação e torna possível a observação da relação do adolescente com
seus pais/responsáveis, irmãos e outros. O adolescente deve ser incentivado a envolver a família
no acompanhamento de seus problemas.
Quando o profissional de saúde entrevista um adolescente, deve considerar, na realidade, o
conjunto da família do indivíduo. Não existe "o indivíduo": cada um é uma colagem de gerações
anteriores, até mesmo as não conhecidas (transmissão transgeracional), embora cada um tenha a
sua marca própria em maior ou menor intensidade. É muito empobrecedor ver apenas o indivíduo.
Deve-se ter por objetivo uma visão dinâmica da pessoa no contexto familiar.
O profissional deve evitar uma postura autoritária e mostrar que está ali para ajudar a família e o
adolescente a encontrar a melhor forma de atravessar aquela fase da vida. Evitar também assumir
o papel de juiz, que está ali para emitir uma sentença, ou o de aliado e/ou defensor de quem parece
mais enfraquecido.

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Bibliografia

7. Coates V. Repercussões da adolescência no âmbito familiar. In: Coates V, Beznos GW,


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2 ed. Sarvier. 2003;9-17.
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prevençao e risco. Sao Paulo: Atheneu. 2001;145-58.2. Adamo VLCL. Processo de abordagem
com famílias. In: Saito MI, Silva LEV. Adolescência: prevençao e risco. Sao Paulo: Atheneu.
2001;159-67.
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estudo multidisciplinar. Rio de Janeiro: Cultura Médica. 1991;55-59.

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