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MATÉRIA: ESTUDOS REGIONAIS - REFUGIADOS

TEXTOS BASE:

-Conceitos fundamentais em demografia


•Termo
* estudo das populações humanas
- tamanho, distribuição, estrutura, composição, características...
• Perspectivas
* medidas
- razão: relação entre valores de populações distintas
- proporção: relação entre grandezas de mesma população
- taxa: magnitude de evento
* itens principais
- povo/população: quantidade de habitantes de determinado local
- natalidade - relação entre número de pessoas nascidas vivas e a população
- fecundidade - relação entre pessoas nascidas vivas e a população feminina reprodutiva
- mortalidade - relação entre pessoas mortas e população
- esperança de vida: número médio de anos que habitante costuma viver em local
- imigração - quantidade de pessoas que saem de um local e migram para o de análise
- emigração - quantidade de pessoas que saem do local de análise para outro
• Variáveis estruturais
* sexo e gênero
- fator biológico/morfológico + comportamental
* etnia
- sentimento de pertencimento
* ocupação
- profissão: atividade econômica + formação: escolha e interesses
• elementos
* natalidade/fecundidade/mortalidade
- políticas públicas
- questões econômicas
- dilemas sociais
- questões de segurança
- etc
* imigração/emigração
- urbanização
- conflitos nacionais e internacionais
- problemas econômicos
- etc
• Pirâmides etárias
* Histograma que apresenta a distribuição de indivíduos de uma população
* dados trabalhados
- idade (mais novos na base, mais velhos no topo)
- sexo (homens à esquerda, mulheres à direita)
* divisão
- 0 aos 14 anos; 15 aos 64 anos; 65 ou mais
* elementos
- evolução da taxa de fecundidade: fator decisivo
- evolução da expectativa de vida: fator coadjuvante
- evolução das migrações: fator imponderável
MATÉRIA: ESTUDOS REGIONAIS - REFUGIADOS

TEXTOS BASE: LARAIA, ROQUE DE BARROS. CULTURA: UM CONCEITO ANTROPOLÓGICO. RIO DE JANEIRO: JORGE ZAHAR ED., 2003. CUCHE, DENYS.
A NOÇÃO DE CULTURA NAS CIÊNCIAS SOCIAIS / DENYS CUCHE; TRADUÇÃO DE VIVIANE RIBEIRO. BAURU: EDUSC, 1999

- Antropologia e seus debates


• Antropologia como “filha de seu tempo”
* Atração e separação de populações
• Ideia de raça
* Tipo hereditário comum / morfologia
• Conceito de etnia
* Definição via
- Características culturais
- Lingüísticas
- Históricas
• Separação do debate
* Raça como pertencimento originário / fenótipo
* Etnia como construção subjetiva do pertencimento via costumes, história
* Nação como constructo com fins políticos, agenda, conteúdo programático
• Heterogeneidade x homogeneidade
* Assimilação
- Enclaves étnicos – Segregação como geradora de lugar e função social
- Manutenção de grupo maior; desaparecimento de grupo menor
- Pendência de uniformização
* Paradoxo da etnicidade
- Manutenção das identidades, fortalecimento das características
- Grupos étnicos se tornam símbolos, marcas
- Identidades particulares como “fontes de mobilização coletiva”

- Importância de se tratar do tema identidade


• Necessidade de solução política / jurídica
• Impacto nos direitos individuais / fundamentais e na liberdade
* Imposição de negações / proibições
• A lógica da auto-estima
* Auto-estima pessoal
* Auto-estima coletiva
- Reconhecimento
- Participação política
* Poder como meio / forma; poder como fim em si mesmo
- Para confirmar status
- Para alcançar algo intangível, remoto
• Lógica do poder político
* Se não está no poder, está fora dele
* Se não está no poder, está abaixo do poder do outro
- Em momentos de vazio de poder, emerge o conflito
- Medo da hierarquia
* Desconfiança – Busca de vantagens – antipatias – suspeitas
• Lógica do interesse
* Interesses semelhantes / diferentes
- Poder / evitar poder do outro
- Igualdade / poder para si – eliminação
- Inclusão de si / exclusão do outro
* Igualdade – prioridade – exclusividade
* Assimetria entre grupos – relativização
- Busca do valor absoluto x resultado que reduza a parcela do outro
- Responder à questão “qual a divisão?” e não à “quantos”
MATÉRIA: ESTUDOS REGIONAIS - REFUGIADOS

TEXTOS BASE: RANGEL, LEANDRO DE ALENCAR. A CONSTRUÇÃO DO CONCEITO DE DIREITO À IDENTIDADE CULTURAL: DIÁLOGOS ENTRE O DIREITO, A
ANTROPOLOGIA E A SOCIOLOGIA. BELO HORIZONTE, 2008.

- Concepções sobre a sociedade


• liberal
* Formação do ser humano
- maneira independente – pré-social e pré-político
- momento da interseção entre indivíduo e comunidade: aquele já fez suas escolhas
- indivíduos se filiam pelo interesse e pela racionalidade
* bem comum
- busca da justiça
- primazia da liberdade e da igualdade
- direitos humanos como direitos morais
- inviabilidade de adoção de um único bem comum – privilégio da justiça
• comunitarista
* criação das identidades
- moldadas via a ação dos grupos sociais
- comunidades seriam mais amplas do que a totalidade de seus membros
- sistemas morais só possuem validade relativa
* bem comum
- foco da sociedade - cada grupo social deve buscar suas próprias respostas para seus próprios desejos
- Solução: diversidade de bens comuns
- foco em coletividades que transcendam simples somatório quantitativo de seus membros
• fragilidade do termo identidade cultural
* Multiplicidade de visões
- Universalismo x relativismo
- Objetiva inserção ou diferenciação
* Evolução dos direitos humanos
- civis, políticos, econômicos, sociais, culturais
* Mudança veloz dos conceitos/teorias e da prática/realidade
• Lógica de disputas culturais
* Grupo exercita sua cultura em local com identidade diferente
- Multiplicidade de interesses
* Grupo tenta criar vantagem sobre identidade diferente
- Sociedades multiculturais
- Não há foco / particularismo – conflito contra qualquer um
* Grupos com concepções diferentes
- Individualidade x sociedade
- Tendências universais
- Pano de fundo de conflitos culturais / identitários
MATÉRIA: ESTUDOS REGIONAIS - REFUGIADOS

TEXTOS BASE: HALL, STUART. A IDENTIDADE CULTURAL NA PÓS-MODERNIDADE. 11A ED. RIO DE JANEIRO: DP&A EDITORA, 2006.

- Identidade contemporânea
• Perspectivas
* Identidade “dada”, “entregue”
- Tradições – Família
- Estruturas sociais – Etnia, sexo, raça
- Caráter divino – Religião
* Fatores de libertação
- Religião/Reforma – Liberta consciência individual
- Humanismo – Homem como centro do universo
- Ciência (Decartes: “Penso, logo existo”) – Capacidade de questionar
- Iluminismo – Ode à razão
* Fatores de evolução
- Marxismo – Determinismo histórico - História é feita por homens, mas nas condições da própria história
- Freud: inconsciente: o eu só existe na fantasia de si mesmo; identidade não é inata, é construída
- Língua: a linguagem, a comunicação é social, então há vícios, há subjetividade na relação eu x outro
- Poder disciplinar: sociedade vive em constante vigilância
- Pessimismo: traz a idéia do “pessoal é político”, ou seja, família, sexualidade, etc; identidade é construção
* Aspectos modernos
- Ampliação de contatos
- Liberdade de expressão
- Secularização
- Urbanização
- Mudança na noção de fronteira
- Globalização
• Crise identitária
* Deslocamento de um lugar ao mundo social
* Deslocamento de si mesmo
• Concepções
* Sujeito do Iluminismo (racional, centrado, unificado)
- Concepção no “interior”
* Sujeito sociológico (não autônomo, não auto-suficiente, relacional)
- Concepção no “entre interior-exterior”
* Sujeito pós-moderno (sem identidade fixa, única/celebração móvel)
- Concepção no exterior
- Não há identidade fixa, ou centro identitário
TEXTOS BASE: PERALVA, Angelina. Globalização, migrações transnacionais e identidades nacionais

- Migrações e impactos identitários


• demografia
* estudo das populações humanas
- tamanho, distribuição, estrutura, composição, características...
* mudanças sociais
- povo/população, natalidade, fecundidade, mortalidade, esperança de vida...
- imigração - quantidade de pessoas que saem de um local e migram para o de análise
- emigração - quantidade de pessoas que saem do local de análise para outro
* motivos
- migrações alteram as estruturas da sociedade
- fator biológico/morfológico, fator comportamental
- sentimento de pertencimento, cultura + padrões fenotípicos
- profissão, atividade econômica, formação
* elementos
- políticas públicas
- questões econômicas
- dilemas sociais
- questões de segurança
- urbanização
- conflitos nacionais e internacionais
• questões
* países receptores de mão-de-obra
- sentimentos nacionalistas
- reação contra os estrangeiros
* países exportadores de mão-de-obra
- espalhamento das religiões e grupos sociais
* migrante enquanto ator
- lógica da fuga da miséria
- global X local
- problema da coesão social, e do sentimento de pertencimento
• Conflitos
* choques culturais
- macro: entre Estados
- micro: nas fronteiras de contato entre culturas
- linhas de fratura
* países rasgados
- Meio econômico – político/ vontade popular/ disposição das elites do outro
* acomodação étnica
- política da identidade nacional
- necessidade de reconfiguração social
* Regulação
- Vivência das divisões sociais / étnicas
- peça fundamental – acordo entre lideranças
- técnicas: coalizão, veto, alocação de oportunidades, autonomia, concessões
* Relação com economia
- acompanha ocupação profissional
- dogma da “capacidade étnica”
- Divisão do trabalho gera divisão dos negócios
* Relação com cultura
- Divergências culturais
- poucos valores partilhados, falta de interesse comum
MATÉRIA: ESTUDOS REGIONAIS - REFUGIADOS

TEXTOS BASE: GIOVANNI, Filoramo; PRANDI, Carlo. As Ciências das Religiões. São Paulo: Paulus, 1999; ELIADE, Mircea. O Sagrado e o
Profano: a Essência das Religiões. São Paulo, Martins Fontes, 2001;

- Importância da religião
• poder da religião
* constitui sistema simbólico com plausibilidades próprias
* se caracteriza como a afirmação de que existe algo transcendental
-portanto, mais fundamental ou mais poderoso do que a esfera que nos é acessível
* se compõe de várias dimensões
- fé, institucional, ritualista, da experiência religiosa e da ética
* cumpre funções individuais e sociais.
- dá sentido para a vida
- alimenta esperanças
- pode ter funções políticas
- integra socialmente
* Pólos de compreensão
- Religião como consolo
- Religião como símbolo
- Religião como explicação
* lógica da incompreensão
- Deus está além, fora da ordem – medida, número e peso não se relacionam com Ele
- Consciência humana de Deus é a própria consciência humana de si
- Bem e mal como segredo de Deus
- sagrado como qualidade daquilo que o homem não domina ou compreende
- Sagrado pré-existe à razão; permite a existência da razão
• perspectiva do mito
* revelação + modelo exemplar
* função
- consolidar os ritos
- revelar as hierofanias, em especial a cosmogonia
- auxilia homem na avocação da criação do mundo à imagem e semelhança de deus
• componente civilizacional
* mais alto agrupamento cultural de pessoas e o mais amplo nível de identidade cultural
* definido por elementos objetivos
- linguagem, história, religião, costumes, instituições, etc
- religião como a mais importante e fundamental
* Diferenças entre as civilizações não são apenas reais, mas básicas
• fé
* relação fé e ideologia
- dimensões complementares da experiência humana
- fé: relação com o fim visado que dinamiza todo o processo de ir em direção a ele
- ideologia: racionalização, consideração do que está no caminho, processo
* fé religiosa
- fé em um grau de intensidade absoluto
- confiança plena na aposta
- momento em que a fé nos absorve (e não é absorvida pelo homem)
* momento de entrega
- individual: decisão pela mobilização, pelo questionamento do modo de ser
- coletivo: constituição de um "grupo ativo"
- relação entre fé individual e coletiva anima o indivíduo e o povo
* espírito
- capacidade do homem sair de si, de transcender
- lógica relacional
- entrega sem perda da humanidade
* entrega
- ser humano dominado pela abrangência absoluta
- momento em que sua vida ganha sentido (para a morte e, portanto, para a vida)
MATÉRIA: ESTUDOS REGIONAIS - REFUGIADOS

TEXTOS BASE: CHÂTELET, François et alii. História das Idéias Políticas. Rio de Janeiro: Zahar, 1985 (cap III)

- A concepção de nação
• perspectiva temporal
* séc XIX
* motivos
- novo ambiente das RI, pós-westphaliano
- aprofundamento da lógica povo-território-soberania
* mitologia
- como história do sagrado, fundacional
- verdade antiga que revela pertencimento original
• conceito
* Elementos
- raça: caracteres biológicos, fenotípicos
- meio: tradição, crenças, institutos (em algum grau, cultura)
- momento: circunstâncias que desencadeiam a ação
* Elite como fiel depositária da essência da nação, do povo, da história, da cultura
* nacionalismo, portanto, tratado como a politização da etnicidade
- gera, fundamentalmente, a divisão Eu X Outros
• lógica
* transformação de súditos em cidadãos
* transformação do estado em uma comunidade política
- de origem e de destino
- territorialmente delimitada e exclusiva (e exclusivista)
* "momentos"
- nação política: capacidade, cidadania
- nação pré-política: herança social
• filosofia
* liberal
- não-democrática: homem não seria realmente soberano, só aparentemente
- democrática: igualdade e liberdade
* valores
- pertencimento à comunidade cívica
- participação na vida política da sociedade
- indivíduo como parte do todo, mas observado em si mesmo
- princípios: liberdade (negativa) e igualdade (limitação)
- sociedade: comunidade onde indivíduo exerce potencialidade
* características
- importância das representações políticas
- Defesa do povo como defesa do território, da coletividade
- Constituição como reflexo da tradição
- consciência coletiva como tema fundamental
- unidade é confirmada, e re/obtida através do passado
• momentos
* EUA (1776)
- luta contra coroa britânica
- Estado cria a Nação
* França (1789)
- luta contra os opressores, a tirania
- Estado emana da nação
MATÉRIA: ESTUDOS REGIONAIS - REFUGIADOS

TEXTOS BASE: HOROWITZ, Donald.Ethnic groups in conflict. Berkeley: University of California Press, 1985.

- Conflitos identitários
• Conflitos entre grupos de pertencimento
* medo existencial
* Violência identitária
- Constituição de uma identidade como ato de poder
• A matematização do conflito
* Conexões pessoais
- K = N (N – 1) (K= Links / N= Pessoas)
2
* Motivações
- A + B + C = Y / A + B + C = X (Y= Paz / X = Violência)
* Lógica do gatilho
* Causas
- Estado não gera bem-comum
- Falta de legitimidade estatal
- Falhas de informação; falta de confiança
- Poder / governo se torna objetivo
* Etnia como acelerador do círculo vicioso
• Valoração/avaliação
* Comparações
* Cristalização de estereótipos
• Grupos sociais
* Backward – desproporcionalidade para baixo
- Auto-referência: pobre, preguiçoso, tradicional, ineficiente, indolente, feudal,
submisso, burro, dependente
* Avançados – desproporcionalidade para cima
- Agressivo, industrial, bem sucedido, inteligente, sério, trabalhador, ambicioso,
eficiente, impiedoso
• Emergência do conflito
* Auto-avaliação: grupo tende a se ver como empecilho
- Solução: emular, replicar características do outro
- Copiar para competir / a não aceitação da cópia / cisão interna
* Mudança como fim
- Valores culturais em jogo: o que o qualifica como algo bom e algo ruim
- A busca de auxílio: políticas preferenciais; pressão por resultados;
-Tempo da ajuda; dominação e extinção; Quem serei eu?
* Não-ajuda
- caracteriza o fim do grupo
* Do surgimento deste sentimento
- Medo de subordinação
- Medo de extinção como ansiedade – Desproporção entre estímulo e reação
- Auto-estima, ansiedade, preconceito
- A.E > Ansiedade > Preconceito > Hostilidade
- Medo de extinção como projeção
• Tendência dicotômica
* Antipatias
* Terceiras partes como amplificadores
* Pequenas diferenças e sua importância; necessidade de base comparativa
MATÉRIA: ESTUDOS REGIONAIS - REFUGIADOS

TEXTOS BASE:

- Ecopolítica
• Visão geral

Meio Ambiente Produtos humanos

- atmosfera/clima - biotecnologia
Teoria - recursos naturais - químicos tóxicos Teoria
Reducionista - matas - agricultura Sistêmica
- diversidade - resíduos/lixo
- recursos hídricos - resíduos radioativos
- oceanos e mares
______________________________________________________________________________

Ciência Economia Questões sociais Soberania

- certeza - recursos financeiros - impacto sócio-cultural - áreas soberanas


- interesse - desenvolvimento sustentável - bens comunais
- objetivos

• Princípios
* soberania
* ação preventiva
* cooperação
* desenvolvimento sustentável
* precaução
* poluidor-pagador
* responsabilidade comum, porém diferenciada
* outros
• Refugiado ambiental
* conceito de refugiado
- indivíduo que se encontra fora do país de sua nacionalidade
- por motivos de perseguição racial, religiosa, de nacionalidade
* refugiado ambiental
- pessoa que abandonou zona de tradicional vivência
- por motivos de declínio visível do ambiente
- colocando sua subsistência em perigo
* ecomigrante
- meio ambiente influencia migração
- migração influencia meio ambiente
* exemplo de dados
- relação 1 para 4 migrantes (conflitos X meio ambiente)
- Há mais de 200 milhões de migrantes no mundo
MATÉRIA: ESTUDOS ESTRATÉGICOS II – SEGURANÇA HUMANA

TEXTOS BASE: PARIS, Roland. Human Security. In.: International Security, Vol. 26, No. 2, pp. 87–102

- Segurança Humana
 Conceito tradicional de segurança
* Garantir a segurança do território de agressões externas, ou como proteção dos interesses nacionais na política externa ou como
segurança global da ameaça do holocausto nuclear
 Conceito de segurança humana
* principais aspectos da segurança humana:
- salvo de ameaças crônicas como fome, doenças e repressão
- proteção de rompimentos no padrão da vida diária - seja nos lares, trabalhos ou nas comunidades
* Conceito amplo
- quase tudo pode ser considerado um problema de segurança humana
 Elementos que compreendem a Segurança Humana
* Segurança Econômica: Livre da pobreza
* Segurança Alimentar: Acesso a comida
* Segurança de saúde: acesso a cuidados médicos e proteção de doenças
* Segurança Ambiental: proteção a perigos como poluição e depedração ambiental
* Segurança Pessoal: Salvo de coisas como torturas, guerras, ataques criminosos, violência doméstica, uso de drogas, suicídio, e
acidentes de trânsito
* Segurança Comunitária: Sobrevivência de culturas tradicionais e grupos étnicos, assim como a segurança física destes grupos
* Segurança Política: gozo dos direitos civis e políticos, e liberdade da opressão política.
 dificuldade prática
* conceito que explica tudo, mas ao mesmo tempo explica nada
* Falta de objetividade do conceito
* Vários pesquisadores criaram suas próprias definições, de maneira arbitrária
* Existe algum conceito menos altruísta e mais prático?
 Tentativas de Limitar o conceito
* Conceitos de King e Murray
- Trata elementos essenciais - poverty, health, education, political freedom, and democracy
* Kanti Bajpai
- Exame de segurança humana - that would include measures of “direct and indirect threats to individual bodily safety and
freedom,” as well as measures of different societies’ “capacity to deal with these threats, namely, the fostering of norms,
institutions, and . . . representativeness in decisionmaking structures.
* Ambas abordagens permanecem com problemas:
- A primeira não explicita questões relativas a conflitos
- A outra hierarquiza alguns tópicos sem justificá-los
* Existe muito desacordo entre os pesquisadores
* O problema da valoração
* O uso retórico do termo
MATÉRIA: ESTUDOS REGIONAIS - SISTEMA INTERNACIONAL DE PROTEÇÃO AO REFUGIADO

TEXTOS BASE: BÁSICA 11 - UNHCR - DOCUMENTOS PROTETIVOS 1, BÁSICA 12 - UNHCR - DOCUMENTOS PROTETIVOS 2, BÁSICA 13 - LOESCHER -
CRISE DE REFUGIADOS (CAPS. 1, 2, 3, 4), BÁSICA 19 - PENNINX - DINÂMICAS DE MIGRAÇÃO INTERNACIONAL E NA EUROPA (CAP. 1)

- Direito de asilo e refúgio


• Sistema pré-onusiano
* ocorrências de refúgio e migração política são históricas
, Grécia, Egito, Roma, entre outros, possuíam normas relativas ao asilo
* direito de asilo na Idade Média se vincula à ideia religiosa
. espaços sagrados como locais imunes à perseguição
. religião e igreja como elementos mais amplos que Estados
* Idade Moderna gera grande impacto conceitual e prático
. Reforma Protestante como veículo de ampliação dos refugiados
. proposta de Grotius: asilo e auxílio humanitário como direitos naturais
. perseguições deveriam ser de natureza política ou religiosa (ou seja, não são incluídos atos ilícitos)
. laicização do direito ao refúgio e asilo
* processo de constitucionalização
. relacionada com o desenvolvimento do Estado Nacional e do Estado de Direito
. desenvolvimento dos conceitos de liberdade negativa (ausência de coerção) e positiva (consenso coletivo)
. consequência: criação de legislação geral X análise caso-a-caso
* período do entre guerras gera necessidade de reavaliação do sistema
. Liga das Nações passa a se preocupar com a temática
. para além do problema diplomático-político, havia uma grave crise de refugiados
. criação de um Alto Comissariado (vocacionado, até 1929, para os refugiados russos)
. criação do passaporte Nansen, identificador da pessoa impedida de retorno
. período de criação das primeiras normativas e conceitos globais para refugiados
• Sistema onusiano
* reação emergencial
. criação da Organização Internacional par Refugiados (mandato de 1948-1952)
. função de proteção dos refugiados da II Guerra Mundial
. DUDH – proclama o direito universal ao asilo1
* construção do regime de proteção ao refúgio e asilo
. Desenvolvimento da Declaração sobre Direito do Asilo (1967)
. documento que apresenta alguns dos conceitos principais do regime (em especial, non-refoulement e a questão
do ato de inimizade)
. desenvolvimento dos sistemas regionais de proteção: americano e europeu
. criação do Alto Comissariado para Refugiados (ACNUR) (1951)
. construção das ideias de apolitização e humanitarização
. definição das funções precípuas:proteção ao refugiado

1
Artigo 14
I) Todo o homem, vítima de perseguição, tem o direito de procurar e de gozar asilo em outros países.
II) Este direito não pode ser invocado em casos de perseguição legitimamente motivada por crimes de direito comum ou por atos contrários
aos objetivos e princípios das Nações Unidas.
MATÉRIA: ESTUDOS REGIONAIS - SISTEMA INTERNACIONAL DE PROTEÇÃO AO REFUGIADO

TEXTOS BASE: BÁSICA 11 - UNHCR - DOCUMENTOS PROTETIVOS 1, BÁSICA 12 - UNHCR - DOCUMENTOS PROTETIVOS 2, BÁSICA 13 - LOESCHER -
CRISE DE REFUGIADOS (CAPS. 1, 2, 3, 4), BÁSICA 19 - PENNINX - DINÂMICAS DE MIGRAÇÃO INTERNACIONAL E NA EUROPA (CAP. 1)

- Sistema normativo
• Documentos
* Convenção Relativa ao Estatuto dos Refugiados – CRER (1951)
. apresenta a definição jurídica de refugiado
. limitação temporal - indivíduos em situação de refúgio até 1º de janeiro de 1951
. limitação geográfica - indivíduos em situação de refúgio na Europa (cláusula facultativa)
* Protocolo Relativo ao Estatuto dos Refugiados – PRER (1967)
. elimina a limitação temporal
. mantém a possibilidade de limitação geográfica
• lógica dos documentos
* estatuto significa status
. condição do indivíduo em face da lei
. refúgio como instituto jurídico, não apenas um recurso
* asilo
. perseguição política
. direito de asilo seria cedido ao indivíduo, pelo Estado, após avaliação
. seria um direito a ser adquirido
* refúgio
. perseguição racial, religiosa, por opinião política, por pertencimento a grupo social, por nacionalidade
. refugiado é condição, é status, não direito
. cumpridos os critérios necessários, o indivíduo é refugiado
• princípios
* proteção humana
. perseguição como ato que atenta contra os requisitos básicos de humanidade
* cooperação e solidariedade internacionais
. solução é multilateral, do país exportador ao receptor
* não-devolução (non-refoulement)
. coração do sistema protetitvo
. impossibilidade de devolver refugiado ao seu país de origem ou enviá-lo a terceiro país
* boa-fé
. dever de cumprimento na totalidade e de forma interessada
* supremacia do direito de refúgio
. cessão de refúgio não é ato de ofensa a Estado
* unidade familiar
. manutenção da família: cessão de refúgio a um significa cessão a todos
* não-discriminação
. refúgio deve ser dado a qualquer pessoa
• critérios para enquadramento
* perseguição
. dilema do alcance – ameaça à vida em seus direitos básicos
. definição do agente perseguidor – Estado e, na visão ampliada, agentes não-estatais
* fundado temor
. elemento subjetivo – estado de espírito
. elemento objetivo – situação objetiva que justifica o temor
* extraterritorialidade
. necessidade do indivíduo estar fora do Estado de onde surge seu temor
. deslocados, apesar de protegidos pelo ACNUR, não possuem o status de refugiado
MATÉRIA: ESTUDOS REGIONAIS - SISTEMA INTERNACIONAL DE PROTEÇÃO AO REFUGIADO

TEXTOS BASE: BÁSICA 11 - UNHCR - DOCUMENTOS PROTETIVOS 1, BÁSICA 12 - UNHCR - DOCUMENTOS PROTETIVOS 2, BÁSICA 13 - LOESCHER -
CRISE DE REFUGIADOS (CAPS. 1, 2, 3, 4), BÁSICA 19 - PENNINX - DINÂMICAS DE MIGRAÇÃO INTERNACIONAL E NA EUROPA (CAP. 1)

- Sistema institucional
• sistemas regionais
* União Africana
. Convenção Relativa aos Aspectos Específicos dos Refugiados Africanos (1969)
. lógica similar à Convenção de 1951; ampliação: perspectiva coletiva de proteção
. elementos novos: agressão exterior, ocupação, domínio estrangeiro e perturbação à ordem pública
* Organização dos Estados Americanos
. Declaração de Cartagena das Índias (1984)
. sistema idêntico ao internacional; ampliação: perspectiva coletiva e individual
. elementos novos: violência generalizada e violação grave, individual ou coletiva, de direitos humanos
• limites ao refúgio
* Exclusão
. indivíduos que já desfrutam de assistência
. tenham cometidos crimes tipificados no sistema internacional (contra a paz, contra a humanidade, hediondo,
terrorismo e tráfico de drogas)
. atuem contra os princípios da ONU
* Cessação
. voltar a ser protegido pelo Estado de origem
. adquirir nova nacionalidade
• Atuação do ACNUR
* Estrutura
. organismos: Alto Comissário, Comitê Executivo, agentes internacionais
. vínculo com o Secretário Geral e com o ECOSOC
* Alto Comissário
. função prioritariamente humanitária
. busca por solução permanente
* Comitê Executivo
. 85 Estados
. funções: assessorar, aconselhar, discutir, propor e auxiliar o ACNUR
* agentes
. aproximadamente 7 mil funcionários
. ação prioritária em campo
* estratégias de atuação
. alocação em campos de refugiados
. integração local
. repatriação
. reassentamento
* orçamento
. atuação apolítica
. orçamento independente (proveniente de contribuições dos Estados)
. média de US$ 2 bilhões por ano
. aproximadamente 30 milhões de pessoas sob proteção
MATÉRIA: ESTUDOS REGIONAIS - SISTEMA INTERNACIONAL DE PROTEÇÃO AO REFUGIADO

TEXTOS BASE: BÁSICA 13 - LOESCHER - CRISE DE REFUGIADOS (CAPS. 6, 7); BÁSICA 14 - ALBORZI - EFETIVIDADE DO DIREITO DOS REFUGIADOS (CAPS.
4, 5); BÁSICA 15 - SIMEON - QUESTÕES SOBRE DIREITO DOS REFUGIADOS; (INTRODUÇÃO, CAPS. 1, 2, 6); BÁSICA 19 - PENNINX - DINÂMICAS DE
MIGRAÇÃO INTERNACIONAL E NA EUROPA (CAPS. 10, 11)

- Dilemas do sistema internacional de proteção aos refugiados


• Problemas gerais dos Direitos Humanos
* Domínio de determinadas áreas
. Influência da política (Estado é legislador e alvo da norma)
. Debate jus-filosófico (norma surge antes do estado ou é criada por ele?)
* Eficácia e efetividade
. Obrigatoriedade/vinculação e Reserva (Assinatura e ratificação)
. Processo de jurisdicionalização e litigação (punir ou reformar?)
. Imprecisão jurídica (normas interpretáveis)
. desrespeitos
* Limitações
. Marginalidade do tema (High politics vs. Low politics)
. Cooperação vs. Coerção (benefício ao infrator)
. DH como exemplo da política externa européia (cristão, ocidental)
. Avoidance (fuga de proposições controversas)
. Idealismo (entendimento romântico dos DH)
.* Simplismo (distanciamento das questões práticas)
• problemas específicos do sistema de refugiados
* Pressão sobre o sistema, em virtude do aumento do número de refugiados
* Problemas das crises humanitárias recorrentes
* Dificuldade do aprofundamento da cooperação multilateral
* Isolamento e atuação do alto comissariado
* Problemas de cooperação com outras agências e ONGs
. Verbas
. Responsabilidades compartilhadas
. Estratégias
. Liderança
* Complexidade de responder aos principais elementos evolutivos
. Harmonização de interesses
. Determinação de responsabilidades institucionais
. Coordenação
. Alocação de recursos
• Principais elementos
* Constrições de recurso
. Dependência das contribuições voluntárias
. Pequeno orçamento regular onusiano para atividades (perto de 5%)
. Necessidade do AC de assumir responsabilidades emergenciais e inesperadas (programas especiais)
* Papel dual do AC
. Mandato contraditório – proteção aos refugiados e coordenação de operações de auda humanitária
. Dependência dos estados ricos para execução de ambas as tarefas – capital e aquiescência
. Atuação eventual em situações de conflito – guerras civis, etc, gerando papel “político”
* Obrigações dos Estados
. Falta de capacidade de imposição pelo AC, e de compliance por parte dos Estados
. Sistema como, prioritariamente, um conjunto de standards gerais
. Interpretações estatais alternativas e alternantes
* Problemas conceituais
. Ambiguidades do termo refugiado, e nas definições dos critérios do status
. Regionalismos mais específicos e profundos que o sistema universal
. Motivações espúrias escondidas nas posições dos Estados
* Proteção ao refugiado
. Desrespeito ao princípio do non-refulement
. Apropriação de lacunas normativas para, legalmente, escapar das responsabilidades
. Necessidade de se preencher completamente, e perfeitamente, os critérios
* Alcance do sistema
. Há muitos países não-signatários do sistema – atualmente apenas 142 países assinaram convenção e protocolo
. Falta de clareza do alcance de jus cogens das normas do sistema
. Falta de monitoramento competente, seja pelo AC, seja ela rede
. Lentidão da resposta do AC às crises emergenciais
* Custo das soluções definitivas
. Reassentamentos são oferecidos para ínfima parcela dos refugiados - perto de 1 a 2%
. Maior parte dos Estados receptores são pobres e tem dificuldades de receber refugiados pela integração
. Repatriação depende da mudança efetiva das condições político-econômicas no país de origem
* Restrições em se tratar das causas políticas
. Sistema trataria apenas das consequências, e não das causas das crises de refugiados
. Desenho lógico do sistema busca a não-politização, porém depende da politização para conceder status
* Imagem da questão dos refugiados
. Problema é visto como crítico, porém sem solução
. Carga pessimista da visão sobre a crise

http://www.theguardian.com/world/2015/sep/06/refugee-crisis-un-agencies-broke-failing

http://www.refworld.org/pdfid/505187992.pdf
MATÉRIA: ESTUDOS REGIONAIS - SISTEMA INTERNACIONAL DE PROTEÇÃO AO REFUGIADO

TEXTOS BASE: BÁSICA 13 - LOESCHER - CRISE DE REFUGIADOS (CAPS. 6, 7); BÁSICA 14 - ALBORZI - EFETIVIDADE DO DIREITO DOS REFUGIADOS (CAPS.
4, 5); BÁSICA 15 - SIMEON - QUESTÕES SOBRE DIREITO DOS REFUGIADOS; (INTRODUÇÃO, CAPS. 1, 2, 6); BÁSICA 19 - PENNINX - DINÂMICAS DE
MIGRAÇÃO INTERNACIONAL E NA EUROPA (CAPS. 10, 11)

- Sistema Europeu Comum de Asilo


• Diretivas sobre asilo e refúgio
* critérios de concessão ou de recusa do estatuto de refugiado
. variam entre os Estados-Membros, devido à especificidade dos sistemas constitucionais e administrativos
. devem ser asseguradas garantias comuns
* acesso a procedimentos de asilo equitativos e eficazes
. apresentação e a análise do pedido
. tipo de ajuda à disposição do requerente de asilo
. apresentação de recurso contra uma decisão negativa
* Requisitos para obter o estatuto de refugiado
. reconhecimento do estatuto de refugiado
. requerentes que não satisfaçam os referidos critérios têm direito a proteção subsidiária
* diretiva relativa ao estatuto de refugiado
. clarifica as condições para a concessão de proteção internacional
.harmoniza direitos concedidos
. garante que os interesses de crianças e as questões de género são tidos em conta na análise dos pedidos
. melhora o acesso dos beneficiários de proteção internacional aos direitos e às medidas de integração
• Diretivas sobre qualificação e condições de acolhimento
* visa assegurar o acesso dos requerentes
. habitação, alimentação, cuidados de saúde e emprego, cuidados médicos e psicológicos
. lista exaustiva dos fundamentos de detenção
. especial atenção a menores e vítimas de tortura, garantindo-lhes tratamento psicológico
. solicitante poderia trabalhar por um período de nove meses
* Diretiva de Procedimento de Asilo
. regulamenta processo para a apresentação de um pedido de asilo (Regulamento Dublin III)
. recepção pela polícia ou pelo agente de fronteiras, recolhimento das impressões digitais, entrevista por
especialistas em direito europeu e direito internacional,
. responsabilidade pela análise do pedido é do Estado receptor, visando evitar o forum shopping
. geração de mecanismo de alerta rápido, para emergências
. permissão de estada no território enquanto aguarda avaliação e eventual recurso
. deve-se assegurar assistência judiciária gratuita a pedido do requerente
. processo não pode levar mais de 11 meses para decisão
• Regulação EuroDAC
* cria uma base de dados de impressões digitais da União Europeia em matéria de asilo
. fixa prazos céleres para a transmissão das impressões digitais
. permite às forças de polícia nacionais e à Europol compararem impressões digitais com investigações criminais

A harmonização dentro do bloco é um assunto delicado, em pesquisa sobre o potencial de harmonização de normas migratórias dentro do
bloco europeu, GIVENS & LUEDTKE (2004: 149), revelam que quanto mais “saliência” (e por saliência entenda-se a capacidade de alguns
temas em mobilizar numerosos setores da sociedade em um debate, de serem abordados pela mídia e de sofrerem politização) gozar a norma
que se quer harmonizar, mais difícil será essa harmonização entre os Estados-membros. Caso ela ocorra, se dará em padrões mais restritos,
em o que se chama de um “mínimo denominador comum” entre os estados em questão. Em suas palavras, os autores entendem que as
propostas de harmonização em assuntos de alta saliência têm uma possibilidade menor de atingir sucesso e, caso atinjam, a harmonização
será menos expansiva. Exemplos disso podem ser vistos na legislação proposta pelo Conselho da Europa em termos de harmonização das
práticas referentes ao refúgio. Em 2001 foi proposta pelo Conselho a Diretiva de Condições Mínimas de Recepção aos solicitantes de asilo, a
saliência desse assunto era alta, a Diretiva foi adotada, mas o conteúdo é muito restritivo (GIVENS & LUEDTKE, 2004: 150). O mesmo ocorreu
quando da adoção do Regulamento Dublin, que determinaria o Estado-membro responsável pela avaliação da solicitação de refúgio dos
indivíduos, o assunto era extremamente controverso e debatido, de grande saliência, o regulamento foi adotado, também com conteúdo
restritivo. Já o Fundo Europeu para Refugiados, implementado no ano 2000, teve menos saliência, pois os países mais desenvolvidos da UE
acordaram disponibilizar um montante em dinheiro, ainda que mínimo, para que os países mais afetados pela imigração, depois da
implementação do SECA, pudessem melhorar as condições de recepção dos solicitantes e refugiados, devido à baixa saliência do tema, o
consenso foi atingido com regras de conteúdo mais expansivo (GIVENS & LUEDTKE, 2004: 152-153). Diante do exposto, percebe-se que a
questão da harmonização das práticas e normativas não deve ser apresentada como uma panaceia para resolução dos problemas do refúgio
na Europa, já que o que se percebe é que os Estados-membros apenas conseguem chegar a um acordo sobre a harmonização de normas em
casos de assuntos que gerem menos polêmica, ou, como os autores chamaram, menos saliência. No que concerne à divisão de
responsabilidades pelos solicitantes de asilo e refugiados entre os Estados-membros da UE, THIELEMANN (2003: 255) evidencia dois
enfoques, ora complementares, ora divergentes, que foram adotados por esses países, antes do final da implementação do Sistema Europeu
Comum de Asilo. O primeiro se caracteriza por uma visão de custo-benefício, ou seja, de acordo com a teoria “consequencialista”, essa visão
requer que os Estados-membros ajam, no âmbito da integração, de for-ma a antever os resultados de determinadas políticas com o intuito de
maximizar suas vantagens finais, mesmo que em princípio tenham de abrir mão de vantagens no curto prazo (THIELEMANN, 2003: 255). Esse
enfoque prioriza o pensamento racional acerca dos resultados das ações implementadas no âmbito do bloco. O segundo enfoque,
fundamentado na norma, tem qualidade deontológica e leva em consideração o princípio da solidariedade entre os atores que fazem parte do
bloco.

Nesse contexto, em 2003, o Regulamento de Dublin II, que sucedeu a Convenção de Dublin, foi implementado de forma a “identificar o mais
breve possível o estado- -membro responsável pelo processamento das solicitações de refúgio, de forma a prevenir a prática de forum
shopping e limitar o tempo de fixação de responsabilidade para o processamento das solicitações.
O Regulamento de Dublin II é fundamentado no princípio de que as solicitações de asilo devem ser processadas por um único Estado-membro
no bloco. Embora haja um conjunto hierárquico de regras a serem seguidas nessa determinação, a maioria delas coloca na mão dos Estados-
membros a decisão do processamento de pedidos, não do indivíduo solicitante. Esse marco legal, tirou do solicitante a prerrogativa de escolha
do estado onde gostaria de solicitar refúgio e deu às autoridades estatais essa possibilidade. O art. 9º do regulamento prevê que os solicitantes
são obrigados a fazer o pedido no país de primeira entrada no continente.
banco de dados unificado, o sistema consegue identificar pessoas que entram por um
MATÉRIA: ESTUDOS REGIONAIS - PADRÕES DE MIGRAÇÃO EUROPEUS: PROCESSOS

TEXTOS BASE: BÁSICA 16 - WALLACE,_STOLA - PADRÕES DE MIGRAÇÃO NA EUROPA (CAPS. 1, 2, 3, 6)

- Tendências migratórias na Europa


• Formas de migração
* Migrantes permanentes – buscam inserção social e familiar
* Migrantes em trânsito – buscam chegar a outra área
* Refugiados e em busca de asilo – buscam salvaguarda de condições da terra de origem
* Negociantes “menores” – venda de produtos entre regiões
* Migrantes trabalhistas – buscam emprego temporário
• Dilemas das análises sobre migração e refúgio
* Problemas de adequação das teorias clássicas sobre migração
. Falta de teoria; visões ultrapassadas; dificuldade de avaliação integral
*Necessidade X Suficiência
. Análises que respondem a apenas algumas das questões (as mais óbvias e superficiais)
* Papel das políticas estatais e supraestatais
. Pouca responsabilidade estatal e institucional (seja na recepção, seja na responsabilização pela migração)
* Questão do estado de bem-estar social
. Organização estatal baseada na cidadania, na personalidade jurídica; distinções dos modelos estatais na Europa
* Perspectiva de gênero e família
. Dinâmicas sociais nas famílias de migrantes; posição da mulher; questão do gênero e do trabalho
* Debate sobre comunicação e redes
. Padrões de comunicação entre migrantes e refugiados influencia os padrões de migração
• Tensões migratórias europeias
* entre a globalização/regionalização e o pertencimento nacional
* entre pensamentos tradicionais e formas de migração contemporâneas
* entre ideais monoculturais e realidades multiculturais
* entre a facilidade de se transitar internacionalmente e a crescente burocratização e restrição
* entre a demanda por trabalhadores imigrantes e o controle de fronteira
* entre a cultura de consumo e a queda das receitas pessoais e familiares
• buffer zones
* áreas de trânsito e controle de migrantes
. falsa corresponsabilidade entre Europa central e suburbana
* funções
. econômica – reduzir impacto sobre Europa
. institucional – local de atuação e adaptação ao ocidente
. migratória – controle da quantidade e da qualidade do refugiado
MATÉRIA: ESTUDOS REGIONAIS - PADRÕES DE MIGRAÇÃO EUROPEUS: PROCESSOS

TEXTOS BASE: BÁSICA 16 - WALLACE,_STOLA - PADRÕES DE MIGRAÇÃO NA EUROPA (CAPS. 1, 2, 3, 6)

- Questões europeias sobre refugiados


• Elementos de atenção
* mudança no tipo de migrantes
. assentamento e tratamento definitivo
. problemática dos êxodos em massa
. fragilidades das soft laws
* problema supra-nacional
. geração de consensos
. importância da harmonização dos processos
. foco na partilha dos encargos
* questão societal
. comunitarização dos debates sobre refúgio
. categoria da proteção temporária
. respeito ao non-refoulement
• critérios de qualificação europeus (para proteção)
* baseados na Direitiva 2004/83/EC (Diretiva Qualificadora)
* celeridade de proteção
. gerou backlash: interpretações mais duras sobre quem se qualifica
. permitiu idiossincrasias: cada Estado tem sua posição e postura
. criou subsistema: que está nas mãos dos atores estatais
* exigência material e individual
. prova de perseguição e fundado temor ficou mais complexa
. mais complexa que o sistema internacional de refúgio, na prática
. perseguição tem de ser ao indivíduo, particular
. risco individual tem de sobrepujar o risco coletivo
* conceito de conflito armado
. seja internacional, seja interno, não se sabe qual sua relação com o DHum
• conclusões sobre o sistema europeu
* as provisões financeiras, jurídicas e administrativas do sistema são insuficientes
* ampliação das hard laws, com obrigações e sanções mais duras
* importância de se tratar o fenômeno do refugiado como coletivo, e não individualmente
* deve-se ter mais atenção aos deslocados, mesmo quando não sejam refugiados bona fide
* necessário encerrar as políticas díspares sobre refugiados de regiões distintas (double standard)
* soluções e apoios aos Estados “produtores” de refugiados
.

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