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TEXTOS BASE:
TEXTOS BASE: LARAIA, ROQUE DE BARROS. CULTURA: UM CONCEITO ANTROPOLÓGICO. RIO DE JANEIRO: JORGE ZAHAR ED., 2003. CUCHE, DENYS.
A NOÇÃO DE CULTURA NAS CIÊNCIAS SOCIAIS / DENYS CUCHE; TRADUÇÃO DE VIVIANE RIBEIRO. BAURU: EDUSC, 1999
TEXTOS BASE: RANGEL, LEANDRO DE ALENCAR. A CONSTRUÇÃO DO CONCEITO DE DIREITO À IDENTIDADE CULTURAL: DIÁLOGOS ENTRE O DIREITO, A
ANTROPOLOGIA E A SOCIOLOGIA. BELO HORIZONTE, 2008.
TEXTOS BASE: HALL, STUART. A IDENTIDADE CULTURAL NA PÓS-MODERNIDADE. 11A ED. RIO DE JANEIRO: DP&A EDITORA, 2006.
- Identidade contemporânea
• Perspectivas
* Identidade “dada”, “entregue”
- Tradições – Família
- Estruturas sociais – Etnia, sexo, raça
- Caráter divino – Religião
* Fatores de libertação
- Religião/Reforma – Liberta consciência individual
- Humanismo – Homem como centro do universo
- Ciência (Decartes: “Penso, logo existo”) – Capacidade de questionar
- Iluminismo – Ode à razão
* Fatores de evolução
- Marxismo – Determinismo histórico - História é feita por homens, mas nas condições da própria história
- Freud: inconsciente: o eu só existe na fantasia de si mesmo; identidade não é inata, é construída
- Língua: a linguagem, a comunicação é social, então há vícios, há subjetividade na relação eu x outro
- Poder disciplinar: sociedade vive em constante vigilância
- Pessimismo: traz a idéia do “pessoal é político”, ou seja, família, sexualidade, etc; identidade é construção
* Aspectos modernos
- Ampliação de contatos
- Liberdade de expressão
- Secularização
- Urbanização
- Mudança na noção de fronteira
- Globalização
• Crise identitária
* Deslocamento de um lugar ao mundo social
* Deslocamento de si mesmo
• Concepções
* Sujeito do Iluminismo (racional, centrado, unificado)
- Concepção no “interior”
* Sujeito sociológico (não autônomo, não auto-suficiente, relacional)
- Concepção no “entre interior-exterior”
* Sujeito pós-moderno (sem identidade fixa, única/celebração móvel)
- Concepção no exterior
- Não há identidade fixa, ou centro identitário
TEXTOS BASE: PERALVA, Angelina. Globalização, migrações transnacionais e identidades nacionais
TEXTOS BASE: GIOVANNI, Filoramo; PRANDI, Carlo. As Ciências das Religiões. São Paulo: Paulus, 1999; ELIADE, Mircea. O Sagrado e o
Profano: a Essência das Religiões. São Paulo, Martins Fontes, 2001;
- Importância da religião
• poder da religião
* constitui sistema simbólico com plausibilidades próprias
* se caracteriza como a afirmação de que existe algo transcendental
-portanto, mais fundamental ou mais poderoso do que a esfera que nos é acessível
* se compõe de várias dimensões
- fé, institucional, ritualista, da experiência religiosa e da ética
* cumpre funções individuais e sociais.
- dá sentido para a vida
- alimenta esperanças
- pode ter funções políticas
- integra socialmente
* Pólos de compreensão
- Religião como consolo
- Religião como símbolo
- Religião como explicação
* lógica da incompreensão
- Deus está além, fora da ordem – medida, número e peso não se relacionam com Ele
- Consciência humana de Deus é a própria consciência humana de si
- Bem e mal como segredo de Deus
- sagrado como qualidade daquilo que o homem não domina ou compreende
- Sagrado pré-existe à razão; permite a existência da razão
• perspectiva do mito
* revelação + modelo exemplar
* função
- consolidar os ritos
- revelar as hierofanias, em especial a cosmogonia
- auxilia homem na avocação da criação do mundo à imagem e semelhança de deus
• componente civilizacional
* mais alto agrupamento cultural de pessoas e o mais amplo nível de identidade cultural
* definido por elementos objetivos
- linguagem, história, religião, costumes, instituições, etc
- religião como a mais importante e fundamental
* Diferenças entre as civilizações não são apenas reais, mas básicas
• fé
* relação fé e ideologia
- dimensões complementares da experiência humana
- fé: relação com o fim visado que dinamiza todo o processo de ir em direção a ele
- ideologia: racionalização, consideração do que está no caminho, processo
* fé religiosa
- fé em um grau de intensidade absoluto
- confiança plena na aposta
- momento em que a fé nos absorve (e não é absorvida pelo homem)
* momento de entrega
- individual: decisão pela mobilização, pelo questionamento do modo de ser
- coletivo: constituição de um "grupo ativo"
- relação entre fé individual e coletiva anima o indivíduo e o povo
* espírito
- capacidade do homem sair de si, de transcender
- lógica relacional
- entrega sem perda da humanidade
* entrega
- ser humano dominado pela abrangência absoluta
- momento em que sua vida ganha sentido (para a morte e, portanto, para a vida)
MATÉRIA: ESTUDOS REGIONAIS - REFUGIADOS
TEXTOS BASE: CHÂTELET, François et alii. História das Idéias Políticas. Rio de Janeiro: Zahar, 1985 (cap III)
- A concepção de nação
• perspectiva temporal
* séc XIX
* motivos
- novo ambiente das RI, pós-westphaliano
- aprofundamento da lógica povo-território-soberania
* mitologia
- como história do sagrado, fundacional
- verdade antiga que revela pertencimento original
• conceito
* Elementos
- raça: caracteres biológicos, fenotípicos
- meio: tradição, crenças, institutos (em algum grau, cultura)
- momento: circunstâncias que desencadeiam a ação
* Elite como fiel depositária da essência da nação, do povo, da história, da cultura
* nacionalismo, portanto, tratado como a politização da etnicidade
- gera, fundamentalmente, a divisão Eu X Outros
• lógica
* transformação de súditos em cidadãos
* transformação do estado em uma comunidade política
- de origem e de destino
- territorialmente delimitada e exclusiva (e exclusivista)
* "momentos"
- nação política: capacidade, cidadania
- nação pré-política: herança social
• filosofia
* liberal
- não-democrática: homem não seria realmente soberano, só aparentemente
- democrática: igualdade e liberdade
* valores
- pertencimento à comunidade cívica
- participação na vida política da sociedade
- indivíduo como parte do todo, mas observado em si mesmo
- princípios: liberdade (negativa) e igualdade (limitação)
- sociedade: comunidade onde indivíduo exerce potencialidade
* características
- importância das representações políticas
- Defesa do povo como defesa do território, da coletividade
- Constituição como reflexo da tradição
- consciência coletiva como tema fundamental
- unidade é confirmada, e re/obtida através do passado
• momentos
* EUA (1776)
- luta contra coroa britânica
- Estado cria a Nação
* França (1789)
- luta contra os opressores, a tirania
- Estado emana da nação
MATÉRIA: ESTUDOS REGIONAIS - REFUGIADOS
TEXTOS BASE: HOROWITZ, Donald.Ethnic groups in conflict. Berkeley: University of California Press, 1985.
- Conflitos identitários
• Conflitos entre grupos de pertencimento
* medo existencial
* Violência identitária
- Constituição de uma identidade como ato de poder
• A matematização do conflito
* Conexões pessoais
- K = N (N – 1) (K= Links / N= Pessoas)
2
* Motivações
- A + B + C = Y / A + B + C = X (Y= Paz / X = Violência)
* Lógica do gatilho
* Causas
- Estado não gera bem-comum
- Falta de legitimidade estatal
- Falhas de informação; falta de confiança
- Poder / governo se torna objetivo
* Etnia como acelerador do círculo vicioso
• Valoração/avaliação
* Comparações
* Cristalização de estereótipos
• Grupos sociais
* Backward – desproporcionalidade para baixo
- Auto-referência: pobre, preguiçoso, tradicional, ineficiente, indolente, feudal,
submisso, burro, dependente
* Avançados – desproporcionalidade para cima
- Agressivo, industrial, bem sucedido, inteligente, sério, trabalhador, ambicioso,
eficiente, impiedoso
• Emergência do conflito
* Auto-avaliação: grupo tende a se ver como empecilho
- Solução: emular, replicar características do outro
- Copiar para competir / a não aceitação da cópia / cisão interna
* Mudança como fim
- Valores culturais em jogo: o que o qualifica como algo bom e algo ruim
- A busca de auxílio: políticas preferenciais; pressão por resultados;
-Tempo da ajuda; dominação e extinção; Quem serei eu?
* Não-ajuda
- caracteriza o fim do grupo
* Do surgimento deste sentimento
- Medo de subordinação
- Medo de extinção como ansiedade – Desproporção entre estímulo e reação
- Auto-estima, ansiedade, preconceito
- A.E > Ansiedade > Preconceito > Hostilidade
- Medo de extinção como projeção
• Tendência dicotômica
* Antipatias
* Terceiras partes como amplificadores
* Pequenas diferenças e sua importância; necessidade de base comparativa
MATÉRIA: ESTUDOS REGIONAIS - REFUGIADOS
TEXTOS BASE:
- Ecopolítica
• Visão geral
- atmosfera/clima - biotecnologia
Teoria - recursos naturais - químicos tóxicos Teoria
Reducionista - matas - agricultura Sistêmica
- diversidade - resíduos/lixo
- recursos hídricos - resíduos radioativos
- oceanos e mares
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• Princípios
* soberania
* ação preventiva
* cooperação
* desenvolvimento sustentável
* precaução
* poluidor-pagador
* responsabilidade comum, porém diferenciada
* outros
• Refugiado ambiental
* conceito de refugiado
- indivíduo que se encontra fora do país de sua nacionalidade
- por motivos de perseguição racial, religiosa, de nacionalidade
* refugiado ambiental
- pessoa que abandonou zona de tradicional vivência
- por motivos de declínio visível do ambiente
- colocando sua subsistência em perigo
* ecomigrante
- meio ambiente influencia migração
- migração influencia meio ambiente
* exemplo de dados
- relação 1 para 4 migrantes (conflitos X meio ambiente)
- Há mais de 200 milhões de migrantes no mundo
MATÉRIA: ESTUDOS ESTRATÉGICOS II – SEGURANÇA HUMANA
TEXTOS BASE: PARIS, Roland. Human Security. In.: International Security, Vol. 26, No. 2, pp. 87–102
- Segurança Humana
Conceito tradicional de segurança
* Garantir a segurança do território de agressões externas, ou como proteção dos interesses nacionais na política externa ou como
segurança global da ameaça do holocausto nuclear
Conceito de segurança humana
* principais aspectos da segurança humana:
- salvo de ameaças crônicas como fome, doenças e repressão
- proteção de rompimentos no padrão da vida diária - seja nos lares, trabalhos ou nas comunidades
* Conceito amplo
- quase tudo pode ser considerado um problema de segurança humana
Elementos que compreendem a Segurança Humana
* Segurança Econômica: Livre da pobreza
* Segurança Alimentar: Acesso a comida
* Segurança de saúde: acesso a cuidados médicos e proteção de doenças
* Segurança Ambiental: proteção a perigos como poluição e depedração ambiental
* Segurança Pessoal: Salvo de coisas como torturas, guerras, ataques criminosos, violência doméstica, uso de drogas, suicídio, e
acidentes de trânsito
* Segurança Comunitária: Sobrevivência de culturas tradicionais e grupos étnicos, assim como a segurança física destes grupos
* Segurança Política: gozo dos direitos civis e políticos, e liberdade da opressão política.
dificuldade prática
* conceito que explica tudo, mas ao mesmo tempo explica nada
* Falta de objetividade do conceito
* Vários pesquisadores criaram suas próprias definições, de maneira arbitrária
* Existe algum conceito menos altruísta e mais prático?
Tentativas de Limitar o conceito
* Conceitos de King e Murray
- Trata elementos essenciais - poverty, health, education, political freedom, and democracy
* Kanti Bajpai
- Exame de segurança humana - that would include measures of “direct and indirect threats to individual bodily safety and
freedom,” as well as measures of different societies’ “capacity to deal with these threats, namely, the fostering of norms,
institutions, and . . . representativeness in decisionmaking structures.
* Ambas abordagens permanecem com problemas:
- A primeira não explicita questões relativas a conflitos
- A outra hierarquiza alguns tópicos sem justificá-los
* Existe muito desacordo entre os pesquisadores
* O problema da valoração
* O uso retórico do termo
MATÉRIA: ESTUDOS REGIONAIS - SISTEMA INTERNACIONAL DE PROTEÇÃO AO REFUGIADO
TEXTOS BASE: BÁSICA 11 - UNHCR - DOCUMENTOS PROTETIVOS 1, BÁSICA 12 - UNHCR - DOCUMENTOS PROTETIVOS 2, BÁSICA 13 - LOESCHER -
CRISE DE REFUGIADOS (CAPS. 1, 2, 3, 4), BÁSICA 19 - PENNINX - DINÂMICAS DE MIGRAÇÃO INTERNACIONAL E NA EUROPA (CAP. 1)
1
Artigo 14
I) Todo o homem, vítima de perseguição, tem o direito de procurar e de gozar asilo em outros países.
II) Este direito não pode ser invocado em casos de perseguição legitimamente motivada por crimes de direito comum ou por atos contrários
aos objetivos e princípios das Nações Unidas.
MATÉRIA: ESTUDOS REGIONAIS - SISTEMA INTERNACIONAL DE PROTEÇÃO AO REFUGIADO
TEXTOS BASE: BÁSICA 11 - UNHCR - DOCUMENTOS PROTETIVOS 1, BÁSICA 12 - UNHCR - DOCUMENTOS PROTETIVOS 2, BÁSICA 13 - LOESCHER -
CRISE DE REFUGIADOS (CAPS. 1, 2, 3, 4), BÁSICA 19 - PENNINX - DINÂMICAS DE MIGRAÇÃO INTERNACIONAL E NA EUROPA (CAP. 1)
- Sistema normativo
• Documentos
* Convenção Relativa ao Estatuto dos Refugiados – CRER (1951)
. apresenta a definição jurídica de refugiado
. limitação temporal - indivíduos em situação de refúgio até 1º de janeiro de 1951
. limitação geográfica - indivíduos em situação de refúgio na Europa (cláusula facultativa)
* Protocolo Relativo ao Estatuto dos Refugiados – PRER (1967)
. elimina a limitação temporal
. mantém a possibilidade de limitação geográfica
• lógica dos documentos
* estatuto significa status
. condição do indivíduo em face da lei
. refúgio como instituto jurídico, não apenas um recurso
* asilo
. perseguição política
. direito de asilo seria cedido ao indivíduo, pelo Estado, após avaliação
. seria um direito a ser adquirido
* refúgio
. perseguição racial, religiosa, por opinião política, por pertencimento a grupo social, por nacionalidade
. refugiado é condição, é status, não direito
. cumpridos os critérios necessários, o indivíduo é refugiado
• princípios
* proteção humana
. perseguição como ato que atenta contra os requisitos básicos de humanidade
* cooperação e solidariedade internacionais
. solução é multilateral, do país exportador ao receptor
* não-devolução (non-refoulement)
. coração do sistema protetitvo
. impossibilidade de devolver refugiado ao seu país de origem ou enviá-lo a terceiro país
* boa-fé
. dever de cumprimento na totalidade e de forma interessada
* supremacia do direito de refúgio
. cessão de refúgio não é ato de ofensa a Estado
* unidade familiar
. manutenção da família: cessão de refúgio a um significa cessão a todos
* não-discriminação
. refúgio deve ser dado a qualquer pessoa
• critérios para enquadramento
* perseguição
. dilema do alcance – ameaça à vida em seus direitos básicos
. definição do agente perseguidor – Estado e, na visão ampliada, agentes não-estatais
* fundado temor
. elemento subjetivo – estado de espírito
. elemento objetivo – situação objetiva que justifica o temor
* extraterritorialidade
. necessidade do indivíduo estar fora do Estado de onde surge seu temor
. deslocados, apesar de protegidos pelo ACNUR, não possuem o status de refugiado
MATÉRIA: ESTUDOS REGIONAIS - SISTEMA INTERNACIONAL DE PROTEÇÃO AO REFUGIADO
TEXTOS BASE: BÁSICA 11 - UNHCR - DOCUMENTOS PROTETIVOS 1, BÁSICA 12 - UNHCR - DOCUMENTOS PROTETIVOS 2, BÁSICA 13 - LOESCHER -
CRISE DE REFUGIADOS (CAPS. 1, 2, 3, 4), BÁSICA 19 - PENNINX - DINÂMICAS DE MIGRAÇÃO INTERNACIONAL E NA EUROPA (CAP. 1)
- Sistema institucional
• sistemas regionais
* União Africana
. Convenção Relativa aos Aspectos Específicos dos Refugiados Africanos (1969)
. lógica similar à Convenção de 1951; ampliação: perspectiva coletiva de proteção
. elementos novos: agressão exterior, ocupação, domínio estrangeiro e perturbação à ordem pública
* Organização dos Estados Americanos
. Declaração de Cartagena das Índias (1984)
. sistema idêntico ao internacional; ampliação: perspectiva coletiva e individual
. elementos novos: violência generalizada e violação grave, individual ou coletiva, de direitos humanos
• limites ao refúgio
* Exclusão
. indivíduos que já desfrutam de assistência
. tenham cometidos crimes tipificados no sistema internacional (contra a paz, contra a humanidade, hediondo,
terrorismo e tráfico de drogas)
. atuem contra os princípios da ONU
* Cessação
. voltar a ser protegido pelo Estado de origem
. adquirir nova nacionalidade
• Atuação do ACNUR
* Estrutura
. organismos: Alto Comissário, Comitê Executivo, agentes internacionais
. vínculo com o Secretário Geral e com o ECOSOC
* Alto Comissário
. função prioritariamente humanitária
. busca por solução permanente
* Comitê Executivo
. 85 Estados
. funções: assessorar, aconselhar, discutir, propor e auxiliar o ACNUR
* agentes
. aproximadamente 7 mil funcionários
. ação prioritária em campo
* estratégias de atuação
. alocação em campos de refugiados
. integração local
. repatriação
. reassentamento
* orçamento
. atuação apolítica
. orçamento independente (proveniente de contribuições dos Estados)
. média de US$ 2 bilhões por ano
. aproximadamente 30 milhões de pessoas sob proteção
MATÉRIA: ESTUDOS REGIONAIS - SISTEMA INTERNACIONAL DE PROTEÇÃO AO REFUGIADO
TEXTOS BASE: BÁSICA 13 - LOESCHER - CRISE DE REFUGIADOS (CAPS. 6, 7); BÁSICA 14 - ALBORZI - EFETIVIDADE DO DIREITO DOS REFUGIADOS (CAPS.
4, 5); BÁSICA 15 - SIMEON - QUESTÕES SOBRE DIREITO DOS REFUGIADOS; (INTRODUÇÃO, CAPS. 1, 2, 6); BÁSICA 19 - PENNINX - DINÂMICAS DE
MIGRAÇÃO INTERNACIONAL E NA EUROPA (CAPS. 10, 11)
http://www.theguardian.com/world/2015/sep/06/refugee-crisis-un-agencies-broke-failing
http://www.refworld.org/pdfid/505187992.pdf
MATÉRIA: ESTUDOS REGIONAIS - SISTEMA INTERNACIONAL DE PROTEÇÃO AO REFUGIADO
TEXTOS BASE: BÁSICA 13 - LOESCHER - CRISE DE REFUGIADOS (CAPS. 6, 7); BÁSICA 14 - ALBORZI - EFETIVIDADE DO DIREITO DOS REFUGIADOS (CAPS.
4, 5); BÁSICA 15 - SIMEON - QUESTÕES SOBRE DIREITO DOS REFUGIADOS; (INTRODUÇÃO, CAPS. 1, 2, 6); BÁSICA 19 - PENNINX - DINÂMICAS DE
MIGRAÇÃO INTERNACIONAL E NA EUROPA (CAPS. 10, 11)
A harmonização dentro do bloco é um assunto delicado, em pesquisa sobre o potencial de harmonização de normas migratórias dentro do
bloco europeu, GIVENS & LUEDTKE (2004: 149), revelam que quanto mais “saliência” (e por saliência entenda-se a capacidade de alguns
temas em mobilizar numerosos setores da sociedade em um debate, de serem abordados pela mídia e de sofrerem politização) gozar a norma
que se quer harmonizar, mais difícil será essa harmonização entre os Estados-membros. Caso ela ocorra, se dará em padrões mais restritos,
em o que se chama de um “mínimo denominador comum” entre os estados em questão. Em suas palavras, os autores entendem que as
propostas de harmonização em assuntos de alta saliência têm uma possibilidade menor de atingir sucesso e, caso atinjam, a harmonização
será menos expansiva. Exemplos disso podem ser vistos na legislação proposta pelo Conselho da Europa em termos de harmonização das
práticas referentes ao refúgio. Em 2001 foi proposta pelo Conselho a Diretiva de Condições Mínimas de Recepção aos solicitantes de asilo, a
saliência desse assunto era alta, a Diretiva foi adotada, mas o conteúdo é muito restritivo (GIVENS & LUEDTKE, 2004: 150). O mesmo ocorreu
quando da adoção do Regulamento Dublin, que determinaria o Estado-membro responsável pela avaliação da solicitação de refúgio dos
indivíduos, o assunto era extremamente controverso e debatido, de grande saliência, o regulamento foi adotado, também com conteúdo
restritivo. Já o Fundo Europeu para Refugiados, implementado no ano 2000, teve menos saliência, pois os países mais desenvolvidos da UE
acordaram disponibilizar um montante em dinheiro, ainda que mínimo, para que os países mais afetados pela imigração, depois da
implementação do SECA, pudessem melhorar as condições de recepção dos solicitantes e refugiados, devido à baixa saliência do tema, o
consenso foi atingido com regras de conteúdo mais expansivo (GIVENS & LUEDTKE, 2004: 152-153). Diante do exposto, percebe-se que a
questão da harmonização das práticas e normativas não deve ser apresentada como uma panaceia para resolução dos problemas do refúgio
na Europa, já que o que se percebe é que os Estados-membros apenas conseguem chegar a um acordo sobre a harmonização de normas em
casos de assuntos que gerem menos polêmica, ou, como os autores chamaram, menos saliência. No que concerne à divisão de
responsabilidades pelos solicitantes de asilo e refugiados entre os Estados-membros da UE, THIELEMANN (2003: 255) evidencia dois
enfoques, ora complementares, ora divergentes, que foram adotados por esses países, antes do final da implementação do Sistema Europeu
Comum de Asilo. O primeiro se caracteriza por uma visão de custo-benefício, ou seja, de acordo com a teoria “consequencialista”, essa visão
requer que os Estados-membros ajam, no âmbito da integração, de for-ma a antever os resultados de determinadas políticas com o intuito de
maximizar suas vantagens finais, mesmo que em princípio tenham de abrir mão de vantagens no curto prazo (THIELEMANN, 2003: 255). Esse
enfoque prioriza o pensamento racional acerca dos resultados das ações implementadas no âmbito do bloco. O segundo enfoque,
fundamentado na norma, tem qualidade deontológica e leva em consideração o princípio da solidariedade entre os atores que fazem parte do
bloco.
Nesse contexto, em 2003, o Regulamento de Dublin II, que sucedeu a Convenção de Dublin, foi implementado de forma a “identificar o mais
breve possível o estado- -membro responsável pelo processamento das solicitações de refúgio, de forma a prevenir a prática de forum
shopping e limitar o tempo de fixação de responsabilidade para o processamento das solicitações.
O Regulamento de Dublin II é fundamentado no princípio de que as solicitações de asilo devem ser processadas por um único Estado-membro
no bloco. Embora haja um conjunto hierárquico de regras a serem seguidas nessa determinação, a maioria delas coloca na mão dos Estados-
membros a decisão do processamento de pedidos, não do indivíduo solicitante. Esse marco legal, tirou do solicitante a prerrogativa de escolha
do estado onde gostaria de solicitar refúgio e deu às autoridades estatais essa possibilidade. O art. 9º do regulamento prevê que os solicitantes
são obrigados a fazer o pedido no país de primeira entrada no continente.
banco de dados unificado, o sistema consegue identificar pessoas que entram por um
MATÉRIA: ESTUDOS REGIONAIS - PADRÕES DE MIGRAÇÃO EUROPEUS: PROCESSOS