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Estética Corporal - Unidade 1

Caros(as) estudantes, sejam muito bem vindos(as) à disciplina de Estética Corporal.


Nesta disciplina, você terá a oportunidade de conhecer e identificar os vários elementos
que caracterizam a prática clínica em estética corporal.

Para isso, o futuro profissional deverá conhecer os principais conceitos sobre Estética e
buscar o conhecimento clínico para melhor avaliar as principais disfunções estéticas,
bem como estudar a abordagem técnica dos procedimentos disponíveis, o que
proporcionará uma prática clínica eficaz e segura. Desta forma, será fundamental que
você conheça os aspectos legais, normativos e sanitários que regem a prática da
estética nos seus respectivos segmentos, garantindo ao profissional o conhecimento
para atuação com amparo legal.

O embasamento teórico e prático levará o aluno a fortalecer sua capacidade de atuação


diante das diversas circunstâncias que a prática clínica pode apresentar. Assim,
respaldando o profissional à obtenção de resultados mais efetivos, levando ao
cliente/paciente um tratamento mais seguro, minimizando riscos de intercorrências.
Com isso, será possível ao estudante iniciar seu aprender e apreender dos diversos
conteúdos necessários para fundamentar e capacitar o mesmo para planejamentos e
intervenções clínicas em saúde estética. Importante ressaltar que princípios éticos
devem reger toda a prática profissional séria.
Então!!! Pronto(a) para conhecer um pouco mais sobre as possibilidades da prática
clínica da Saúde Estética!? Vamos mergulhar neste mundo de possibilidades que o
conhecimento pode proporcionar.

Apresentação da disciplina

Apresentação da unidade

Aula 1

Aula 2

Aula 3

Aula 4

Referências
1 de 7

Apresentação da disciplina

Ementa

Introdução e princípios da Estética Corporal;

Anatomofisiologia corporal;

Anamnese corporal;

Fisiopatologia e tratamento das principais disfunções estéticas corporais;

Eletroterapia básica e avançada;

Carboxiterapia;

Hidrolipoclasia não aspirativa;

Mesoterapia;

Microagulhamento;

PEIM;

Laser e LIP.
Objetivos da disciplina

Ao final do estudo da disciplina, você será capaz de:

Reconhecer, avaliar e classificar a estrutura e a função da pele, identificar biótipos


cutâneos, classificar as alterações, lesões e afecções dermatológicas na estética corporal;

Orientar o cliente/paciente em relação aos aspectos preventivos e tratamentos das


alterações cutâneas e estética corporal, visando à manutenção da saúde como um todo,
considerando os recursos disponíveis e as condições profissionais de atuação;

Prestar serviços de estética corporal utilizando como ferramenta diversos recursos


terapêuticos nos procedimentos corporais;

Contribuir para a melhoria da qualidade de vida, através da conscientização do valor


contribuinte da estética na promoção de saúde física e emocional das pessoas;

Proporcionar conhecimento para que o profissional possa ter um conhecimento prévio


nas diferentes frentes pertinentes a área de atuação na estética corporal.

Estrutura da disciplina

A disciplina está organizada em 4 unidades, sendo cada uma composta por 4 aulas, conforme descrição

a seguir:

Unidade 1 - Introdução e Princípios da Estética Corporal

Aula 1 – Histórico da Estética Corporal

Aula 2 – Estética Corporal e Saúde


Aula 3 – Legislação

Aula 4 – Ética e Bioética na Estética Corporal

Unidade 2 - Anatomofisiologia e Anamnese Corporal

Aula 1 – Revisão dos Conceitos das Camadas da Pele e Seus Anexos

Aula 2 – Principais Conceitos Fisiológicos de Importância para a Estética

Aula 3 – Gordura Localizada e LDG

Aula 4 – Estrias, Flacidez Tissular e Muscular

Unidade 3 - Anamnese, Avaliação e Recursos Terapêuticos Corporais I

Aula 1 – Anamnese Corporal e Registros Legais

Aula 2 – Avaliação Corporal

Aula 3 – Eletroterapia Básica

Aula 4 – Eletroterapia Avançada

Unidade 4 – Recursos Terapêuticos Corporais II

Aula 1 – Fototerapia (Laser, LIP e LED)

Aula 2 – Carboxiterapia e Hidrolipoclasia não-Aspirativa


Aula 3 – Mesoterapia, PEIM e Microagulhamento

Aula 4 – Intercorrências na Estética Corporal


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Apresentação da unidade

Unidade 1 - Introdução e Princípios da Estética Corporal

Seja muito bem-vindo(a) à Unidade 1.

Nesta unidade você terá oportunidade de estudar os princípios históricos e o surgimento da estética,
principalmente no que tange a sua evolução no que tange ao corpo e seus padrões de beleza no
decorrer dos séculos.
Na sequência, vamos acompanhar como a estética corporal se relaciona com a saúde, buscando
entender a relação do mercado e da sociedade sobre o indivíduo, em seu processo de definições de
padrões, além de mostrar como se manter saudável dentro dessa ebulição social. Ainda nos conteúdos

abordados, será possível compreender os parâmetros legais para a atuação profissional no segmento
da Estética, normativas e cuidados relacionados à vigilância sanitária.

Por fim, porém não menos importante, compreender os conceitos da Ética e da Bioética, elementos
norteadores dentro da atuação pessoal e profissional na sociedade, buscando para a reflexão da nossa

adequação, ou não, a estes parâmetros.

Então, agora é hora de cair de cabeça e conhecer esse mundo da estética corporal!

Objetivos da unidade

Ao final da unidade, você será capaz de:

Conhecer os principais fatos da história da Estética, seu contexto para a estética corporal
e as diferentes formas de beleza;

Compreender a relação entre saúde e a estética corporal;

Refletir sobre os aspectos legais e éticos que o profissional desta área de atuação deve
cumprir dentro desta atribuição;

Compreender os conceitos de ética e bioética, e como estes norteadores impactam na


vida profissional.

Estrutura da unidade

Esta unidade possui a seguinte estrutura:


Aula 1 – Histórico da Estética Corporal

Aula 2 – Estética Corporal e Saúde

Aula 3 – Legislação

Aula 4 – Ética e Bioética na Estética Corporal


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Aula 1

Aula 1 - Histórico da Estética Corporal

1.1 História
“Estética” é uma palavra que vem do grego “aísthesis”, com significado de sensação, de sentimento.
Como nos traz Rosenfield (2012), a estética busca analisar o complexo das sensações e dos
sentimentos, investigando sua integração nas atividades mentais e físicas do homem, focando-se nas

produções artísticas ou não, na sensibilidade. Tem por finalidade a determinação das relações com o
conhecimento, a razão e a ética.
Robson Trindade (2020, apud Negrão,2021) nos traz que não faz sentido se a beleza não esteja apoiada
na saúde. Com o advento da modernidade no século XXI e seus avanços, as intervenções apontam
para o quanto é possível alinhar saúde e beleza, de dentro para fora e vice-versa. Isso reverbera em
satisfação, abundância e saúde, com autoestima, bem-estar, valorização, permitindo o ser encontrar o
melhor de si.

Figura 1: Evolução da estética na história.


Fonte: https://www.significados.com.br/padrao-de-beleza/

Como nos traz Camargo et al. (2011), a imagem corporal é uma representação mental que temos do
corpo, integrando os níveis físico, emocional e mental em cada ser humano, com respeito à percepção
do próprio corpo. Em seu trabalho também explica que a imagem corporal, como uma representação
mental que os indivíduos têm a respeito do tamanho e da forma do corpo, formado a partir da
influência de fatores históricos, culturais, sociais, individuais e biológicos, estão implicados na formação
da imagem corporal aspectos cognitivos, afetivos e da conduta.

A imagem corporal tende a ser assimilada como consequência da influência que o meio impõe acerca
do sujeito, num movimento em que os padrões corporais encontram-se em contínua mudança. Desta
forma, o corpo do sujeito é para ele o que ele próprio crê que outro vê de seu corpo (SUENAGA, 2012).

Na inquietação para moldar-se a modelos de identidade socialmente determinados tem legitimado e


estabelecido uma variedade de fenótipos de controle corporal. Há aproximadamente duzentos anos
se vive um movimento permanente de subordinação e uniformização dos corpos. Esses padrões
sociais também possuem implicações subjetivas, visto que a subjetividade está precisamente ligada à
materialidade do corpo. Historicamente a criação de corpos e conformidades socialmente aceitas é

também uma forma de produzir a subjetividade

Com isso, fica claro que é mais complexo do que parece fazer uma ligação entre o corpo e a identidade,
porque está além dos métodos corporais propriamente referidos, conflitando como vemos a nós
mesmos e, principalmente, como vemos o outro (MISKOLCI, 2006).
Figura 2: Padrão de beleza.
Fonte: Yemba (2022).

A preocupação com o belo, sejam pessoas ou ambientes existe desde a antiguidade, na Grécia antiga
até nos dias de hoje. Com o advento de mídias mais modernas e rápidas, e equipamentos que captam
e promovem a divulgação de imagem de forma estática ou dinâmica, o cuidado com o corpo passa a

ser uma busca, pois passa a transpor uma escala mundial. Esse interesse pelo cuidado com o corpo fica
claro quando percebemos o crescente número de artigos sobre dieta, que tiveram um aumento em
70% no período de 1968 a 1972, segundo Yemba (2022).

Mas com certeza percebemos nos dias de hoje um interesse ainda maior das pessoas por artigos

científicos ou de revistas sobre temas relacionados à beleza e cuidados com o corpo. As publicidades
são crescentes relacionadas a este mundo estético, seja para vendas de cosméticos como para
serviços.

A definição de beleza e estética já foi feita por variados setores do conhecimento, como a filosofia,
psicologia, antropologia, entre outras. Buscando no dicionário Aurélio, o qual traz o conceito de belo: é
o que tem forma perfeita, e proporções harmônicas; que é agradável, elevado, sublime (FREITAS et al.,
2010).

Shubert (2009, apud SUENAGA, 2012) acredita que a busca pela beleza e o esteticamente belo

acompanha a humanidade desde os primórdios da existência. O mesmo vê que ao longo dos tempos,
o conceito de beleza e asseio pessoal mudaram muito, e constituem um reflexo de costumes de cada
época, isto é, há uma transformação comportamental no decorrer da história. Imagina-se que a
estética e beleza sigam permanentemente um modelo fenotípico ideal.

Nos tempos atuais vemos que cresce uma luta pela quebra de preconceitos, que promovem uma

construção de um corpo ideal. Nesta luta, busca-se desconstruir uma sociedade que exclui certos
grupos. Percebemos que há muitos que se utilizam dos recursos para melhorar a aparência como
meios para elevar a autoestima e propiciar a si mesmo o autocuidado. São grupos que já se deram
conta da importância da saúde física e emocional, e estão se responsabilizando por suas escolhas,
escolhas mais saudáveis de alimentação, exercício, estilo de vida e estética em geral. Isso nos mostra
que o conhecimento nos traz liberdade, liberdade de escolher o certo. Uma mente sã, reflete em corpo
são. E ter esse alinhamento no exercício profissional traz um diferencial e valor agregado cada vez mais
reconhecido pelo público consumidor dessa modalidade, a estética corporal.

🎬 Como Eram os Padrões de Beleza Feminino - Do Renascimento aos Dias Atuais


🎬 O ideal de corpo feminino ao longo da história - @BuzzFeedBrasil
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Aula 2

Aula 2 - Estética Corporal e Saúde


Figura 3: Estética Corporal e Saúde.
Fonte: https://www.corretoracedro.com.br/blog/saude-e-estetica-saiba-a-
diferenca-e-a-importancia-de-cada-um/

Ao buscarmos o conceito de estética, percebemos que é algo que varia muito, podendo chegar ser algo
“real ou imaginário, objetivo ou subjetivo, material ou abstrato, animado ou inanimado até ser uma
mera percepção ou sensação” (DIENER; WOLSIC; FUJITA, 2002, apud CAMARGO, 2012)

Este mesmo autor traz que o binômio beleza-feiura, pode ser algo inquietante neste tema, podendo
levar a divergências, pois perspicácia sobre o que é belo é dependente de percepção individual,

tornando-se algo subjetivo. Teixeira (2001, apud CAMARGO, 2012) fala que para exprimir alguma ideia
de beleza deve se ter em mente algo real, que instiga a sentimentos profundos e inspira encantamento
reverencial, decorrente de constituintes que ultrapassam todos os sentidos humanos.

A expectativa de vida está aumentando, assim, cresce também os interessados em ter uma vida mais
ativa e saudável. Com isso, muitas pessoas buscam ações para chegar a esse objetivo com saúde e com
aparência jovem. Percebe-se que na atualidade um número cada vez maior de homens, mulheres e até
mesmo crianças estão buscando um estilo de vida voltado para a atividade física e cuidado com o
corpo. Com isso, a estética com saúde está em uma crescente, buscando ajudar essas pessoas a

encontrar o tratamento certo para seu fenótipo.

Figura 4: Estética Corporal e Saúde.


Fonte: https://sgmd.nute.ufsc.br/content/especializacao-cultura-
digital/educacao-fisica/pagina-30.html

O corpo com o passar do tempo vai sofrendo mudanças em sua fisiologia, anatomia, bioquímica,

devido a processos naturais de envelhecimento ou mesmo por agentes externos, como por exemplo,
nas mulheres a gravidez, que pode trazer uma série de alterações da pele ou até mesmo de músculos
do abdômen, ou alterações hormonais, que tanto homens como mulheres sofrem com o passar do
tempos, efeitos do aumento e perda de peso, flacidez devido ao declínio da produção de colágeno e

elastina, o processo de sarcopenia, que tem início por volta dos 30 anos. Esses são alguns dos motivos
que podem afetar o corpo com o passar do tempo. Percebe-se contendas sobre o corpo que englobam
principalmente aspectos referentes à saúde, a aparência e alimentação. Contudo, reconhece-se a
incoerência das variadas falas: instruções médicas, nas propagandas alimentícias, nas mídias sobre
estética corporal, vendo-se pensamentos banalizados de senso comum. Vendo pelo lado da estética
corporal e saúde, fica a seguinte pergunta: é possível se ter uma estética corporal impecável e ter
saúde? (Hubert & De Labarre; 2005, apud CAMARGO 2012).

Figura 5: Estética Corporal e Saúde.


Fonte: https://sgmd.nute.ufsc.br/content/especializacao-cultura-
digital/educacao-fisica/pagina-30.html

Uma coisa, quando se fala da estética e saúde, que não se pode deixar de ter em mente é que é preciso
equilíbrio nessa busca, pois a mente não pode perder a coesão e ser ultrapassada a linha entre o
autocuidado e o exagero. E o profissional da área estética tem a responsabilidade técnica, moral e ética

de prezar pela saúde física e mental deste cliente que busca seus serviços.
Dica!

📄 Como os padrões de beleza afetam a sociedade


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Aula 3

Aula 3 - Legislação

3.1 O que é o Conselho Profissional de Classe?


Figura 6: Conselho Profissional de Classe.
Fonte: https://simcarreira.com.br/conselho-profissional-de-classe/

São entidades constituídas por profissionais de cada profissão. Os Conselhos Profissionais têm
natureza jurídica de autarquias especiais, isto é, possuem certa autonomia regulatória e financeira, e

suas principais funções são regulamentar as atividades da classe, delimitar limites de atuação, fiscalizar
e orientar o exercício da profissão, além de executar o registro dos profissionais. Os conselhos se
dividem em federal, que elabora as resoluções, regulamentação e atividades de âmbito nacional, e os
regionais, que orientam e fiscalizam (EAD PUCPR, 2023).

Para o desenvolvimento das atividades relacionadas à estética é necessário que o respectivo conselho
de cada classe regulamente essas atividades para seus profissionais. Atualmente, os conselhos que
reconhecem a habilitação em estética são o de biologia, biomedicina, enfermagem, farmácia,
fisioterapia e odontologia. Dessa maneira, no que diz respeito à atuação regular do profissional na

Saúde Estética, os conselhos são a peça-chave para que os demais profissionais da área da saúde
também possam ser estetas (SANDRIN, 2020).

Os procedimentos e atuação na saúde estética estão subordinados às determinações de cada


conselho de classe, o que requer buscar junto ao conselho de sua formação sobre maiores
informações a respeito da abordagem na saúde estética permitida para sua profissão, bem como
procedimentos, técnicas e atuações permitidas. Vejamos a seguir alguns exemplos.
Biologia: Resolução Nº 582, DE 17 DE DEZEMBRO DE 2020, onde dispõe sobre a
habilitação e atuação do Biólogo em Saúde Estética e dá outras providências.

Biomedicina: Resolução Nº. 307, de 17 de maio de 2019, onde dispõe sobre a


especialidade da biomedicina estética, reconhecida pelo CFBM;

Enfermagem: Resolução COFEN Nº 626/2020, onde altera a Resolução Cofen nº 529, de 9


de novembro de 2016, que trata da atuação do Enfermeiro na área da Estética, e dá outras
providências;

Estética: Lei nº 13.643, de 3 de abril de 2018, que regulamenta as profissões de Esteticista,


que compreende o Esteticista e Cosmetólogo, e de Técnico em Estética. Importante
destacar que o conselho de classe dessa profissão é o CFBM;

Farmácia: Resolução nº 645 de 27 de julho de 2017, onde dá nova redação aos artigos 2º
e 3° e inclui os anexos VII e VIII da Resolução/CFF nº 616/15;

Fisioterapia: Resolução N°. 394/2011 – Disciplina a Especialidade Profissional de


Fisioterapia Dermatofuncional e dá outras providências;

Odontologia: Resolução CFO-176, de 06 de setembro de 2016, onde revoga as Resoluções


CFO-112/2011, 145/2014 e 146/2014, referentes à utilização da toxina botulínica e
preenchedores faciais, e aprova outra em substituição.

Observe que estes são apenas um exemplo de cada classe onde define a questão da saúde estética
para os respectivos profissionais. Uma vez formado e especialista na área de saúde estética, é
importante ter pleno conhecimento da legislação que delimita a sua atuação, que são feitas por

resoluções e normativas de seu órgão de classe, necessárias para seguir com a correta execução dos
serviços associados à estética.
Atualmente, já na graduação o estudante pode dispor de disciplinas voltadas para a Estética, o que dá
ao aluno um panorama desta área de atuação. Em cunho geral é obrigatório cumprir na graduação um
estágio supervisionado em estética de 500 horas ou cursar uma pós-graduação lato sensu reconhecida
pelo MEC para a obtenção da habilitação em estética.

Consulte cada uma das resoluções nos respectivos conselhos.

Biologia - https://cfbio.gov.br

📄 RESOLUÇÃO Nº 582, DE 17 DE DEZEMBRO DE 2020.


Biomedicina - https://cfbm.gov.br/

📄 RESOLUÇÃO Nº. 307, DE 17 DE MAIO DE 2019.


Enfermagem - http://www.cofen.gov.br

📄 RESOLUÇÃO COFEN Nº 626/2020


Estética - https://cfbm.gov.br/

📄 LEI Nº 13.643, DE 3 DE ABRIL DE 2018.


Farmácia - https://site.cff.org.br

📄 Resolução Nº 645.17
Fisioterapia - https://www.coffito.gov.br/

📄 RESOLUÇÃO N°. 394/2011


Odontologia - https://sicfte.cff.org.br

📄 RESOLUÇÃO CFO-176, de 06 de setembro de 2016

Todas as áreas de especialidade devem seguir as legislações sanitárias definidas pela Agência Nacional
de Vigilância Sanitária (ANVISA). Além de regulamentação, a ANVISA também faz a avaliação de
produtos e equipamentos, permitindo seu uso em humanos. É importante verificar sempre se seus
materiais estão autorizados pelo órgão. E, falando de estética, fiquem atentos às normas para clínicas e
consultórios:

RDC Anvisa 09/2003: dispõe dos padrões referenciais de qualidade do ar interior, em


ambientes climatizados artificialmente de uso público e coletivo;

RDC 50/2002: dispõe sobre o regulamento técnico para planejamento, programação,


elaboração e avaliação de projetos físicos de estabelecimentos assistenciais de saúde;

RDC 67/2007: dispõe sobre boas práticas de manipulação de preparações magistrais e


oficinais para uso humano em farmácias;
RDC 222/2018: dispõe sobre os regulamentos de boas práticas de gerenciamento dos
resíduos de serviços de saúde, também aplicável às clínicas e consultórios de estética
geram resíduos de perfurocortantes e material biológico.

Além da ANVISA, é importante ficar atento às legislações estaduais e municipais relacionadas à


vigilância sanitária. A padronização cabe aos órgãos de instância federal, mas a fiscalização cabe à

Secretaria de Vigilância Sanitária do município ou distrito, no caso do DF. Busque conhecer mais sobre
isso também (BORGES; SCORZA, 2016).

Veja no site da ANVISA sobre serviços de beleza, além de explorar todas as RDCs.

📄 Serviços de embelezamento
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Aula 4

Aula 4 - Ética e Bioética na Estética Corporal

Como nos traz Menezes (2023), “Ética é a área da filosofia dedicada às ações e ao comportamento
humano, filosofia moral. O objeto de estudo da ética são os princípios que orientam as ações humanas
e a capacidade de avaliar essas ações”. A palavra ética é derivada do grego ethos, que significa "hábito",
"comportamento", "modo de ser". Ela abrange uma vasta área, sendo aplicada à vertente profissional.
Existem códigos de ética profissional que indicam os princípios fundamentais que orientam uma

profissão.
Uma confusão comum entre os termos “ética” e “moral”, que são comumente confundidos ou até
mesmo considerados sinônimos, decorrente do fato que moral se fundamenta na obediência a
normas, costumes ou mandamentos culturais, hierárquicos ou religiosos, enquanto que a ética busca
fundamentar o modo de viver pelo pensamento humano (MENEZES, 2023).

Já o “código de ética” trata de um acordo que estabelece os direitos e deveres de uma empresa,
instituição, categoria profissional, ONG ou outros, construído a partir da sua missão, cultura e
posicionamento social, sendo seguido pelos funcionários ou associados no exercício de suas funções

profissionais (MENEZES, 2023). É fundamental ao discente buscar o seu respectivo conselho de classe e
pesquisar a respeito do código de ética da sua categoria.

Figura 7: Ética x moral.


Fonte: https://gestaodesegurancaprivada.com.br/etica-moral-e-cidadania-o-
que-sao/
Já a bioética é uma área de estudo focada na influência de princípios morais e éticos na prática das
áreas de saúde e na pesquisa científica. De forma geral, estuda quais são as melhores soluções para
conflitos éticos, para conseguir atender necessidades como saúde, estética, ambiente, entre outros,

sem desrespeitar valores importantes para os pacientes e para a sociedade em geral. Esse estudo
envolve no mínimo duas áreas, a ética e a biologia, podendo ir além, sendo influenciada por estudos
vindos da biotecnologia, biociência, filosofia, psicologia, antropologia, direito e sociologia.

Como é apresentado pelo site Significados (2023), a Bioética é baseada em quatro princípios que

devem ser observados para resolver dilemas éticos sobre atendimentos ou tratamentos de saúde,
apresentados a seguir.

Autonomia

Este princípio determina que a vontade do paciente deve ser respeitada quanto aos tratamentos. Com
isso em mente, os profissionais de saúde devem agir respeitando esses princípios pessoais e morais.
Existem algumas exceções, tais como, atendimentos urgentes em que há risco de morte, doenças que
devem ser obrigatoriamente notificadas ou quando o paciente não possui capacidade de decisão.

Beneficência

O princípio da beneficência determina que os tratamentos devem ser aplicados considerando o máximo
de benefício com a menor quantidade de prejuízos. É uma obrigação do profissional fazer o que for
melhor para o paciente, escolhendo os tratamentos que não causem danos ou o menor prejuízo
possível.

Não-maleficência

Este princípio se relaciona com a beneficência e determina que os profissionais de saúde devem fazer o
possível para evitar danos intencionais aos pacientes. O foco é evitar que os pacientes tenham que lidar
com outras dores ou prejuízos além dos que já existem como consequências de sua condição de saúde.

Justiça

O princípio da justiça determina que o acesso ao atendimento e aos tratamentos de saúde deve
acontecer de forma justa, observando-se as necessidades dos pacientes. Define que os profissionais de
saúde tratem todos os doentes com o mesmo cuidado e atenção, sem diferenças no tratamento por
questões sociais, culturais, étnicas, de gênero ou religiosas.

Luciana Dadalto, doutora em ciências pela UFMG e advogada com atuação exclusiva em direito da
saúde, nos traz em entrevista (VASCONCELOS, 2020), que:

“A bioética é um ramo do conhecimento que procura trazer um ponto de


convergência entre questões de saúde e as pessoas. Bioética não é uma
questão jurídica, filosófica, religiosa ou de saúde. É uma ciência transdisciplinar
que trabalha efetivamente os impactos da tecnologia na vida das pessoas.
Quando falamos de bioética na estética, abordamos o impacto de todas essas

tecnologias no trabalho dos profissionais dessa área, não só esteticistas.


Falamos aqui de modificações corporais, da realização de cirurgias, dos
procedimentos mais simples e de uma discussão, inclusive, de culto ao corpo e
de como lidamos com isso. A bioética tem várias vertentes e é trabalhada de
forma diferente em cada país de acordo com sua cultura.”

- VASCONCELOS, 2020

Ela também comenta a respeito dos profissionais de saúde, referenciando o esteticista, apesar de ser

plenamente aplicável a biomédicos, enfermeiros, farmacêuticos e demais classes que também atuam
na estética, dizendo:
“O esteticista é um profissional de saúde, conforme diz a legislação. Eu penso

que o esteticista tem que se posicionar como tal. Não adianta ter discursos
contraditórios, querer ser reconhecido profissional da área da saúde e não
assumir o ônus disso. O profissional que trabalha com a estética, em geral, tem
dificuldade de entender que a saúde física e a estética fazem parte do conceito

global de saúde, com consequências que podem ser benéficas ou maléficas,


dependendo da situação. A gente precisa achar beleza no caos. Gosto de
pensar assim. A pandemia é o caos, mas talvez seja o momento ideal para que
os esteticistas se mobilizem e se posicionem no mercado de forma efetiva
como profissionais da saúde. Ainda não existe essa identificação nem por

parte dos próprios profissionais e nem do mercado.”

- VASCONCELOS, 2020

O foco mais importante aqui é de nos reconhecermos e conhecermos nossos limites e legislação

vigente para nossa área de atuação, buscando sermos éticos, tal como gostaríamos que fossem
conosco caso fossemos o paciente/cliente.
Para pensar!
Figura 8: Para pensar!
Fonte: https://brainly.com.br/tarefa/23928708
Dica! Saiba mais sobre ética, moral e bioética.

📄 Ética, Moral e Cidadania – O que são? Conceitos e Diferenças


📄 Para pesquisadora, pandemia põe conduta ética em evidência
📄 A Importância da Ética Profissional do Esteticista no Relacionamento com o Cliente

Parabéns, você chegou ao final da Unidade 1!


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Referências

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