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Técnico em Fármacia

Paixão por Aprender. Prazer em Ensinar. Módulo: Prevenção e Assistência à Saúde/ Ética Profissional

Ter ética profissional significa que o indivíduo deve cumprir com todas as atividades de sua profissão, seguindo os princípios
determinados pela sociedade e pelo seu grupo de trabalho. Além dos princípios gerais que norteiam o bom funcionamento social,
existe também a ética de determinados grupos ou locais específicos.
Neste sentido, podemos citar: ética médica, ética profissional (trabalho), ética empresarial, ética educacional, ética nos
esportes, ética jornalística, ética na política, etc.
Cada sociedade e cada grupo possuem seus próprios códigos de ética. Num país, por exemplo, sacrificar animais para
pesquisa científica pode ser ético. Em outro país, esta atitude pode desrespeitar os princípios éticos estabelecidos.
A Antiética se caracteriza quando se rompe as barreiras da ética, infringindo as regras de convivência social, quando se tem
um mal-comportamento profissional, principalmente: quando se rompe valores que significam muito para as pessoas, deixando de
respeitar a necessidade do todo para proteger a sua (individualmente).
Uma pessoa que não segue a ética da sociedade a qual pertence é chamado de antiético, assim como o ato praticado.

I - ÉTICA PROFISSIONAL

1.1 – Conceito

Conjunto de normas éticas que formam a consciência do profissional e representam imperativos


de sua conduta.
Ética é uma palavra de origem grega (éthos), que significa propriedade do caráter.
Ser ético é agir dentro dos padrões convencionais, é proceder bem, é não prejudicar o próximo.
Ser ético é cumprir os valores estabelecidos pela sociedade em que se vive.
Cada profissão tem o seu próprio código de ética, que pode variar ligeiramente, graças a
diferentes áreas de atuação. No entanto, há elementos da ética profissional que são universais e por
isso aplicáveis a qualquer atividade profissional, como a honestidade, responsabilidade, competência,
etc.
Código de ética profissional é o conjunto de normas éticas, que devem ser seguidas pelos profissionais no exercício de seu
trabalho.O código de ética profissional é elaborado pelos Conselhos, que representam e fiscalizam o exercício da profissão.
Nenhuma prática profissional está isenta da reflexão ética. Em nossa sociedade, mesmo as profissões que não têm um
“código de ética” com normas de conduta explicitas e escritas, há uma ética aplicada ao exercício da sua atividade. Um bom
exercício profissional significa não apenas uma boa formação e competência teórico-técnica, mas também uma boa formação
pessoal que promova o desenvolvimento da capacidade de respeitar e ajudar a construir o Homem, a dignidade humana, a
cidadania e o bem-estar daqueles com os quais nos relacionamos profissionalmente e que dependem de nossa ação, ou seja,
significa compromisso ético.

II – NOÇÕES GERAIS DE BIOÉTICA

2.1 – Breve Histórico

O nascimento da Bioética tem suas raízes ideológicas nas ruínas da 2ª Guerra Mundial quando se estimulou a consciência dos
homens a uma profunda reflexão, com o intuito de se estabelecer uma fronteira entre a ética e o comportamento. A partir desse
marco, estimulou-se a exigência de uma ética no campo biomédico, fundamentada na razão e nos valores objetivos da vida e da
pessoa.

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2.2 – Conceito de Bioética

Bioética é o estudo sistemático das dimensões morais incluindo visão moral, decisões, condutas e políticas das ciências da
vida e atenção à saúde, utilizando uma variedade de metodologias éticas em um cenário interdisciplinar.Então, podemos redefinir
que, Bioética se refere a um estudo sistemático da conduta humana examinada à luz dos valores e dos princípios morais. Trata-se de
um "braço" da ética geral. Sua tarefa não é elaborar novos princípios éticos gerais, mas aplicar esses princípios ao âmbito das
ciências da vida e do cuidado da saúde, em especial aos novos problemas que estão surgindo.
A ética na área de pesquisas biológicas é denominada bioética.

2.3 – Conduta Humana

A conduta é a forma como os homens se comportam na sua vida e nas suas ações. Portanto, a palavra pode ser usada como
sinônimo de comportamento. Neste sentido, a conduta refere-se às ações das pessoas em relação ao seu meio envolvente ou ao
seu mundo de estímulos.Pode-se dizer que a conduta é o conjunto de comportamentos observáveis numa pessoa. Divide-se em três
áreas:
a) mente: inclui atividades como pensar, sonhar, etc.;
b) corpo: comer, falar;
c) mundo externo: apresentar-se a uma reunião, consulta, conversar com amigos.
Convém destacar que a conduta humana é considerada formal quando o comportamento do sujeito respeita uma série de
regras valiosas numa sociedade ou comunidade. Para os países ocidentais, a conduta formal requer seriedade, pontualidade,
determinação e precisão, por exemplo.As condutas humanas são dependentes das normas morais que existem na consciência de
cada um. Como consequência, diferentes pontos de vista determinam as diversas respostas das pessoas frente aos semelhantes. A
existência dessas normas morais tem sempre estado presente na vida das pessoas, norteando a análise dos problemas. Através
conselhos, ordens, obrigações e proibições recebidas por nós desde pequenos aprendemos a orientar e determinar nossa conduta
numa etapa posterior.
A diversidade dos sistemas morais, pelo pluralismo que existe nas várias análises de um mesmo ato, determina que, para
alguns o que é correto poderá ser para outros, imoral. Da mesma forma, a liberdade humana não é real, pois os indivíduos estão
condicionados por uma sociedade onde existe pressão social, cultural ou laborativa.
Considerando-se a ética e a moral, os campos que permitem a pessoa atuar em base a um critério individual, conservando
sua própria consciência, os problemas estarão na incompatibilidade, muitas vezes, entre a liberdade humana e as normas morais, o
quer dizer, entre o ser e o dever ser.

2.3.1 – Valores e Significados da Conduta Humana

a) conduta:
Conduta vem do latim conduta e é uma manifestação do comportamento do indivíduo. É, de acordo com o dicionário
Melhoramentos (1997, p. 30), procedimento moral (bom ou mau).O dicionário Michaelis (2010) a define como “Condução. Reunião
de pessoas que são conduzidas para algum lugar por ordem superior. Procedimento moral; comportamento. Comportamento
consciente do indivíduo, influenciado pelas expectativas de outras pessoas”.E, ainda, segundo o Dicionário Brasileiro da Língua
Portuguesa (2008, p. 141), conduta “é ato de conduzir; conjunto de pessoas conduzidas para algum lugar; procedimento;
comportamento”.É possível também encontrar definições doutrinárias, como as do autor Antônio Lopes de Sá (2001) no sentido de
que a conduta do ser é a resposta a um estímulo mental, ou seja, é uma ação seguidora de um comando do cérebro e, ao se
manifestar variável, também pode ser observada e avaliada. Exemplo: Lei da causa e efeito (Lei da Causalidade).As respostas aos
estímulos nem sempre são as mesmas, variam sob diversas circunstâncias e condições.

b) moral:
A complexidade, diversidade e divergência de conceitos sobre moral é vasta. Tentou-se correlacionar os estudos mais
relevantes, às concepções mais coerentes, sem esquecer, contudo, que o tema é sempre aberto a novas ideologias. Define-se moral
como o conjunto de regras de conduta consideradas como válidas, quer de modo absoluto para qualquer tempo ou lugar, quer para
grupo ou pessoa determinada.Moral também pode ser vista como o julgamento da bondade ou maldade da ação e do caráter
humanos.Segundo Aranha e Martins (1997, p. 274):
“A moral é o conjunto das regras de conduta admitidas em determinada época ou por um grupo de homens. Nesse sentido, o
homem moral é aquele que age bem ou mal na medida em que acata ou transgride as regras do grupo. A ética ou filosofia moral é a
parte da filosofia que se ocupa com a reflexão a respeito das noções e princípios que fundamental a vida moral. Essa reflexão pode
seguir as mais diversas direções, dependendo da concepção de homem que se toma como ponto de partida”.
A ideia de Moral remete às noções de:

a) bem e mal;
b) de dever, de obrigação,
c) de responsabilidade,
d) de mérito,
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e) de sanção,
f) de direito, de justiça,
g) de juízos de valor (é necessário praticar o bem e evitar o mal, dar a cada um o que lhe é devido)
h) e de sentimentos (satisfação do dever cumprido, pesar e remorso pelo dever violado, obrigação de reparar).

Esses elementos formam o conteúdo da consciência moral e constitui o fato moral. O fato moral se distingue de todos os
outros fatos, porque comporta a enumeração do que deve ser, enquanto os outros fatos significam simplesmente o que é. O fato
moral é universal e caracteriza a espécie humana. Em toda parte, e sempre, os homens admitiram a existência de valores morais,
distintos dos valores materiais, e se reconheceram submetidos a leis morais, distintas das leis físicas, e regendo um ideal moral.
Renunciar a estas noções seria renunciar à humanidade e descer ao nível dos animais irracionais.
A Moral é a ciência que define as leis da atividade livre do homem. Poder-se-ia ainda dizer, de uma maneira mais explícita,
que a Moral é a ciência que trata do uso que o homem deve fazer de sua liberdade, para atingir seu fim último.Pode-se formular de
uma maneira, é verdade, menos precisa, mas ainda exata, a mesma noção, dizendo que a Moral é a ciência do bem e do mal, — a
ciência dos deveres e das virtudes, — a ciência da felicidade (ou fim da atividade humana) — a ciência do destino humano.
A Moral é o complemento essencial de todas as outras ciências. Para que serve perscrutar bem nossa própria natureza,
analisar nossos pensamentos e nossos sentimentos, procurar conhecer, pela Etnologia e a História, a maneira pela qual se
comportaram os homens no passado, determinar as leis da natureza material, se tudo isto não leva a tornar o homem melhor, a
fazê-lo exercer um verdadeiro domínio sobre si mesmo, e a encaminhar todas as suas forças para o bem? Ora, a Moral nos ajuda
precisamente a realizar tudo isto. Com efeito, a Moral ilumina a consciência sobre numerosos casos em que o senso moral não
basta e onde se requer um estudo atento em virtude da complexidade dos problemas morais que estão em jogo. A Moral dirige e
sustenta nossa vontade, enquanto fornece regras de ação precisas e claras e enquanto justifica racionalmente o dever. A divisão da
Moral ressalta naturalmente do que acabamos de dizer, quando falamos do método. A Moral compreenderá, com efeito: a Moral
geral, cujo objeto é resolver o problema moral, quer dizer, formular o juízo que fundamenta o valor absoluto das noções e dos
primeiros princípios da Moral, — a Moral especial, que aplica estes princípios universais às diferentes formas da atividade humana.

c) ética:

Os conceitos de moral e ética, embora sejam diferentes, são com frequência usados como sinônimos. Aliás, a etimologia dos
termos é semelhante: moral vem do latim mos, moris, que significa “maneira de se comportar, regulada pelo uso”, daí “costume”, e
de moralis, morale, adjetivo referente ao que é “relativo aos costumes”. Ética vem do grego ethos, que tem o mesmo significado de
“costume”. Nesse sentido, Ética é o estudo dos juízos de apreciação referentes à conduta humana suscetível de qualificação do
ponto de vista do bem e do mal, seja relativamente a determinada sociedade, seja de modo absoluto.
Alguns diferenciam ética e moral de vários modos:

1. Ética é princípio, moral são aspectos de condutas específicas;


2. Ética é permanente, moral é temporal;
3. Ética é universal, moral é cultural;
4. Ética é regra, moral é conduta da regra;
5. Ética é teoria, moral é prática.

Para Alvará Valls (1993, p. 7), "a ética é daquelas coisas que todo mundo sabe o que são, mas que não são fáceis de explicar,
quando alguém pergunta".
Segundo o Dicionário Aurélio Buarque de Holanda, Ética é o estudo dos juízos de apreciação que se referem à conduta
humana susceptível de qualificação do ponto de vista do bem e do mal, seja relativamente à determinada sociedade, seja de modo
absoluto.A Ética enfatiza a conformidade com padrões idealísticos do bem e mal.
Existem, ainda, outras definições:
Um conjunto de princípios da conduta correta; teoria ou sistema de valores morais; estudo da natureza geral da moral e das
escolhas específicas feitas por uma pessoa; as regras ou padrões governando a conduta pessoal ou de membros de uma profissão.
Ética é, então, o estudo da avaliação da conduta humana à luz dos princípios morais, o que pode ser visto como a conduta
padrão do indivíduo ou como o conjunto de suas obrigações sociais.
Para os filósofos da Antiguidade, era concebida como educação do caráter do sujeito moral para dominar racionalmente
impulsos, apetites e desejos, para orientar a vontade rumo ao bem e à felicidade. . Sua finalidade era harmonia entre o caráter do
sujeito virtuoso e os valores coletivos, que também deveriam ser virtuosos. Trata-se da essência da teoria do dever ser, que mais
adiante será exposta neste trabalho.
De acordo com o pensamento filosófico da Antiguidade, veremos que nele a ética afirma três grandes princípios da vida
moral:

1 - Por natureza, os seres humanos aspiram ao bem e à felicidade, que só podem ser alcançadas pela conduta virtuosa;
2 - A virtude é uma força interior do caráter, que consiste na consciência do bem e na conduta definida pela vontade guiada pela
razão, pois cabe a essa última o controle sobre instintos e impulsos irracionais descontrolados que existem na natureza de todo ser
humano e
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3 - A conduta ética é aquela na qual o agente sabe o que está e o que não está no seu poder de realizar, referindo-se, portanto, ao
que é possível e desejável para o ser humano.

O sujeito ético ou moral não se submete aos acasos da sorte, à vontade e aos desejos de outro, à tirania das paixões, mas
obedece apenas à sua consciência, que conhece o bem e o mal e a sua vontade racional, que conhece os meios adequados para
chegar aos fins morais.Então, surge a pergunta: “o que é o bem e o mal?”Podemos conceituar o “bem” como qualidade atribuída a
ações e a obras humanas que lhes confere um caráter moral, de forma que esta qualidade se anuncia através de fatores subjetivos,
quais sejam, o sentimento de aprovação, o sentimento de dever, que levam à busca e à definição de um fundamento que os possa
explicar.Miguel Reale, ainda conceitua o “bem comum”, que é o bem da “comunidade das pessoas”, na harmonia de “valores de
convivência”, distintos e complementares em um processo histórico que tem como fulcro a pessoa valor fonte de todos os
valores.Ao contrário, o mal é o contrário do bem, ou seja, aquilo que é nocivo, prejudicial, aquilo que prejudica ou fere o sentimento
de aprovação e o sentimento de dever, característicos do bem.As teorias a respeito da consciência sobre o bem e o mal incluem a
atribuição à vontade divina, derivada do senso comum inato, ainda, a um conjunto de valores derivados da experiência individual.É
importante, contudo, notar que o conceito de bem ou de mal varia conforme o fundamento da moral, pois esta pode estar em uma
ordem cósmica, na vontade de Deus ou em uma ordem exterior, seja ela ditada pelos parâmetros sociais ou, ainda, por uma ordem
jurídica constituída.
Para melhor explicar, tomemos como exemplo a norma moral “não roubar”.Para a concepção cristã, o fundamento da norma
se encontra no sétimo mandamento de Deus. Para os teóricos jusnaturalistas (como Rousseau), ela se funda no Direito Natural,
comum a todos os homens.Para os empiristas (como Locke), a norma deriva do interesse próprio, pois o sujeito que a desobedece
será submetido ao desprazer e à censura pública. Para Kant, a norma se enraíza na própria natureza da razão; ao aceitar o roubo, e
consequentemente, o enriquecimento ilícito.Para o Direito, enquanto ordem constituída, o fundamento da norma está na valoração
do patrimônio como um bem juridicamente relevante, passível de sanção pelo Estado. Ademais, a Ética, enquanto Ciência,
preocupa-se em estudar princípios ou pautas da conduta humana, também denominada filosofia moral.
Como ramo da Filosofia, é considerado uma ciência normativa, na medida em que busca estabelecer ideais de valores, que
devem ser exteriorizados através da conduta de cada indivíduo no meio social.
Na história da Ética, há três modelos principais de conduta:

a) felicidade ou prazer;
b) dever, virtude ou obrigação;
c) perfeição, que é o completo desenvolvimento das potencialidades humanas.

Nesse sentido, poder-se-ia dizer que a perfeição constituiria a conduta ideal dos indivíduos na sociedade.Dependendo do que
estabelece a sociedade, a autoridade invocada para uma boa conduta pode ser a vontade de uma divindade, o modelo da natureza
ou o domínio da razão.

d) Juízo de fato e Juízo de valor:

Juízo de fato são aqueles que dizem o que as coisas são como são e porque são. Em nossa vida cotidiana, os juízos se fato
estão presentes. Já o juízo de valor constitui avaliações sobre coisas, pessoas, situações, e são proferidos na moral, nas artes, na
política, na religião, enfim, em todos os campos da existência social do ser humano.
Juízos de valor avaliam coisas, pessoas, ações, experiências, acontecimentos, sentimentos, estados de espíritos, intenções e
decisões como sendo boas ou más desejáveis ou indesejáveis.Passando do plano filosófico para o ético, temos os juízos éticos de
valor, que são também normativos, isto é, enunciam normas que determinam o dever ser de nossos sentimentos, nossos atos,
nossos comportamentos. São juízos que enunciam obrigações e avaliam intenções e ações segundo o critério do bem e do mal, ou
seja, do correto e do incorreto. Juízos éticos de valor nos dizem o que são o bem, o mal e a felicidade. Enunciam também que atos,
sentimentos, intenções e comportamentos são condenáveis ou incorretos do ponto de vista moral. Todas as afirmações podem ser
agrupadas em duas categorias distintas, apesar da afinidade gramatical: os juízos de conhecimento e os juízos de valor, ou ainda, os
juízos, simplesmente, e as valorações.
Exemplo de juízo de conhecimento ou simplesmente juízo é: esta madeira é pesada; exemplo de valoração é: por isso não é
possível carregá-la com os braços. O primeiro juízo, o de conhecimento, expressa uma analogia entre dois conteúdos da
representação – o objeto madeira e a qualidade peso. Já a valoração ou juízo de valor diz respeito a uma relação entre um objeto ou
fenômeno e uma consciência teleológica, finalista – a decisão tomada e a sensação de que houve uma consequência indesejável.
No juízo há uma impessoalidade nas relações que se estabelecem. Já na valoração ocorre um sentimento de aprovação ou de
reprovação, de gosto ou desgosto, acerca do objeto representado ou expresso pela linguagem. Os predicados dos juízos simples ou
de conhecimento são representações de conceitos gerais, isto é, de estados ou relações – um corpo se movimenta ou vibra; ou
então, está composto por partículas. Mas quando se trata de valor, o que fazemos é acrescentar a um objeto uma qualidade por
meio da qual manifestamos concordância e agrado, ou discordância e desagrado. A valoração não contribui para o conhecimento de
um objeto ou fenômeno de um ponto de vista cognitivo. Justamente por essa característica de aprovação ou desaprovação é que os
juízos de valor pressupõem ou buscam um determinado fim, uma relação finalística entre o sujeito e o objeto. Nos juízos de valor se
expressam um critério de verdade e uma vontade vinculada a esse verdadeiro, ou uma tendência relacionada com o belo e o bem.
Qual a origem da diferença, portanto, entre os dois tipos de juízo (de fato e de valor)? A diferença entre a natureza e a
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cultura. A natureza é constituída por estruturas e processos necessários, que existem em si e por si mesmos, independentemente de
nós. A chuva, por exemplo, é um fenômeno meteorológico cujas causas e efeitos necessários podemos constatar e explicar.
A cultura, por sua vez, nasce da maneira como os seres humanos se interpretam a si mesmos, e as suas relações com a
natureza, acrescentando-lhe sentidos novos, intervindo nela, alterando-a através do trabalho e da técnica dando-lhe
valores.Frequentemente, não notamos a origem cultural dos valores éticos, do senso moral e da consciência moral, porque somos
educados (cultivados) para eles e neles, como se fossem naturais ou fáticos, existentes em si e por si mesmos. Para garantir a
manutenção dos padrões morais através do tempo e sua continuidade de geração em geração, as sociedades tendem a naturalizá-
los. Assim, a naturalização da existência moral esconde o mais importante da ética: o fato de ela ser criação histórico-cultural.

e) O Ser e o Dever ser:

O Direito é uma ordem normativa de conduta humana, conjunto de normas que regulam o comportamento humano. Norma
quer significar algo que deve ser ou acontecer, são atos humanos que se dirigem intencionalmente à conduta de outrem, ou seja,
dirigem-se à conduta de outrem quando prescrevem, comandam, permitem, conferem o poder de realizá-la, e, especialmente,
quando dão a alguém o poder de estabelecer novas normas.Tais atos, entendidos neste sentido, são atos de vontade, pois a norma
não diz que o indivíduo se conduzirá de certa maneira, mas que ele deverá se conduzir de certa maneira. Emprega-se o verbo
“dever” para significar um ato intencional dirigido à conduta de outrem. Nesse “dever” vão inclusos o “ter permissão” e o “poder”
(ter competência).A norma, como o sentido específico de um ato intencionalmente dirigido à conduta de outrem, é diferente do ato
de vontade cujo sentido ela constitui. “Um indivíduo quer que o outro se conduza de determinada maneira”. A primeira parte
refere-se a um ser, o ser fático do ato de vontade; a segunda parte refere-se a um dever ser, a norma como sentido do ato. Isto não
significa que o ser e o dever ser não tenham qualquer relação.
A expressão “conduta devida” é ambígua, uma vez que pode tanto descrever uma conduta que deve ser e é realmente
seguida, portanto uma conduta que “é”; como uma conduta que não é seguida, mas que deveria ser. “Dever ser” é o sentido
subjetivo de todo o ato de vontade de um indivíduo que intencionalmente visa à conduta de outro. Porém, nem sempre um tal ato
tem também objetivamente esse sentido. Ora, somente quando esse ato tem também objetivamente o sentido de dever ser é que
designamos o dever ser como “norma”.
A circunstância de o “dever ser” constituir também o sentido objetivo do ato exprime que a conduta a que o ato
intencionalmente se dirige é considerada como obrigatória (devida), não apenas do ponto de vista do indivíduo que põe o ato, mas
também do ponto de vista de um terceiro desinteressado. Uma vez que o dever-ser “vale” mesmo depois de a vontade ter cessado,
sim, uma vez que ele vale ainda que o indivíduo cuja conduta, de acordo com o sentido subjetivo do ato de vontade, é obrigatória
(devida) nada saiba desse ato e do seu sentido, desde que tal indivíduo é havido como tendo o dever ou o direito de se conduzir de
conformidade com aquele dever-ser. Então, e só então, o dever-ser, como dever-ser objetivo, é uma “norma válida” (“vigente”),
vinculando os destinatários. É sempre este o caso quando ao ato de vontade, cujo sentido subjetivo é um dever-ser, é emprestado
esse sentido objetivo por uma norma, quando uma norma, que por isso vale como norma “superior” atribui competência (ou poder)
para esse ato.
Apenas de uma norma de dever ser que deflui a validade, sem sentido objetivo, da norma segundo a qual esse outrem se
deve conduzir em harmonia com o sentido subjetivo do ato de vontade. Normas também podem ser estabelecidas por costumes.
Quando os indivíduos que vivem juntamente em sociedade se conduzem durante certo tempo, em iguais condições, de uma
maneira igual, surge cada indivíduo a vontade de se conduzir da mesma maneira por que os membros da comunidade
habitualmente se conduzem.
De início, não é um dever-ser. Com o passar do tempo, os membros da comunidade querem que todos passem a se conduzir
da mesma maneira. A situação fática do costume transforma-se numa vontade coletiva cujo sentido subjetivo é um dever-ser.
Através do costume podem tanto ser produzidas normas morais como jurídicas.
As normas jurídicas são assim consideradas se a Constituição da comunidade assume o costume, costume agora qualificado
como criador de Direito. Uma norma não tem de ser efetivamente posta, pode estar simplesmente pressuposta no pensamento. Tal
qual o Direito, a Ética também é uma ordem normativa de conduta humana, na medida em que consiste em um plexo de normas
que regulam o comportamento humano, diferenciando-se daquele por não ser positivada.No tocante ao plano da ética, as
considerações acima delineadas aplicam-se na sua totalidade.O ser não corresponde ao dever ser, mas sim a “algo” que “é” a “algo”
que “deve ser”. Uma determinada conduta pode ter a qualidade de “ser” ou a de “dever ser”. Exemplificando: a porta está fechada
e a porta deve ser fechada; fechar a porta é, no primeiro caso algo que é e no segundo caso algo que deve ser. Nesse caso, o ser
equivale ao dever ser. Se uma conduta que “é” corresponde à que “deve ser”, então ela “é” como “deve ser”.
Miguel Reale (1994, p. 138) assevera:
“Se o ser do homem é ser dever ser, é sinal de que sente em sua finitude algo que o transcende, que o seu valer e o seu
atualizar-se como pessoa implica o reconhecimento de um valor absoluto, que é a razão de ser de sua experiência estimativa; valor
absoluto que ele não pode conhecer senão como procura tentando, renovadas atualizações no plano da história, mas sem o qual a
história não seria senão uma dramaturgia de alternativa e de irremediáveis perplexidades. Dizer que o ser do homem é o seu dever
ser é reconhecer a raiz ontológica do valor; que, em suma, o problema do valor, reconduzido à sua fonte originária, revela-se como
problema ontológico.
Como diz Abbagnano, ‘o problema do valor é o problema daquilo que deve ser’, e ‘o homem é originariamente a
possibilidade e a procura de seu dever ser’. “Assim sendo, o problema do valor nasce da falta de plenitude da limitação e carência
do ser humano, e‘a transcendência do ser do homem com relação ao homem é acondição primeira e fundamental do problema do
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valor’, e ‘o valor não poderia transcendência e normatividade se não constituísse o ser mesmo do homem, aquilo que o homem
substancialmente é e é chamado a ser”.
Fazendo um paralelo com o tema proposto nesse trabalho, poder-se-ia afirmar que o ser é a conduta real do indivíduo na
sociedade enquanto o dever ser é a conduta ideal daquele.
Relembrando o caso anteriormente mencionado: a porta que está fechada (“ser”), quando deveria estar fechada (“dever
ser”), é um exemplo no qual o ser equivale ao dever ser. Em contrapartida, também na exteriorização da conduta humana, o “ser”
pode ou não equivaler ao “dever ser”.Quando a conduta do ser humano vai ao encontro das normas éticas existentes no grupo
social, que pode ser o âmbito de atuação profissional, a escola, a família, a comunidade, dentre outros, diz-se que a conduta real
equivale à conduta ideal .Infelizmente, o que ocorre na maioria das vezes é que a conduta real se distancia da conduta ideal, já que
a sociedade está impregnada de seres humanos hipócritas que acabam por colocar em prática a antiga máxima: “Faça o que eu
digo, mas não faça o que eu faço”.
Nesses casos em que a Ética é ineficaz para coibir a conduta que se distancia da ideal, é imperativa a atuação de outras
ciências capazes de promover o controle social, tais como, a religião e o Direito.

f) A moral e a ética no mundo globalizado

Em sua longa jornada evolutiva, o ser humano certamente já alcançou consideráveis progressos ante o ideal de conduta
social, de modo a proporcionar uma convivência harmônica em qualquer meio que se faça presente. Tal evolução se deu do “micro”
para o “macro”, sendo aquele a família e este a sociedade. Nos primórdios da história da humanidade, o homem organizou-se em
pequenos grupos de forma que suas atitudes para com os entes próximos projetam-se aos grupos maiores, que foram crescendo
cada vez mais com o tempo, sendo um grande exemplo disso o fenômeno da globalização, em que se fala em comunidade
planetária.
A Ética esteve sempre a pautar a conduta do ser humano no grupo em que estava inserida, entretanto, muitas vezes a
conduta real não foi coerente com a conduta ideal, desenvolvendo-se, assim, ciências outras com “maior poder de coerção”. Por
fim, em que pese a dificuldade de se conceituar algo tão abstrato, os estudos do material colacionado para o presente trabalho
levaram a concluir que a conduta real seria a maneira que o indivíduo exterioriza valores perceptíveis pelos demais inseridos em seu
meio enquanto a conduta ideal nada mais seria do que a busca enfrentada pelo ser humano para descobrir a essência do seu ser e
da sua existência neste mundo.
O sujeito moral ou ético, isto é, a pessoa, só pode existir se preencher as seguintes condições:
• Ser consciente de si e dos outros, isto é, ser capaz de reflexão e de reconhecer a existência dos outros como sujeitos éticos
iguais a ele.
• Ser dotado de vontade, isto é, de capacidade para controlar e orientar desejos, impulsos, tendências, sentimentos (para
que estejam em conformidade com a consciência) e de capacidade para deliberar e decidir entre as diversas alternativas possíveis.
• Ser responsável, isto é, reconhecer-se como autor da ação, avaliar os efeitos e conseqüências dela sobre si e sobre os
outros, assumi-la bem como às suas conseqüências, respondendo por elas.
• Ser livre, isto é, ser capaz de oferecer-se como causa interna de seus sentimentos, atitudes e ações, por não estar
submetido a poderes externos que o forcem e o constranjam a sentir, a querer e a fazer alguma coisa. A liberdade não é tanto para
escolher entre alternativas possíveis, mas o poder para autodeterminar-se, dando a si mesmo as regras de conduta.

MORAL - ÉTICA
(RESUMO)

DA SOCIEDADE (ASPECTO) DA PESSOA (ASPECTO)


Prescritivo, Do valor captado e apreciado internamente e
Legal, como tal, na reflexão do sujeito,
Obrigatório; Valores adquiridos na formação familiar, social.
Impositivo;
Coercitivo ou punitivo

2.3.2 – Situações e dilemas éticos

Todas essas situações, dentre outras que ocorrem a cada dia em nossa prática diária, para que possam ser resolvidas a
contento, devem estar embasadas na chamada “trindade bioética” (CORREIA, 1995).
Para tanto, necessário é que o profissional da saúde tenha uma formação integral, fundamentada, principalmente, em
aspectos humanistas.Os profissionais da saúde devem compreender que o paciente deve sempre ser visto como sujeito e não como
objeto; que a decisão por um ou outro tratamento não pode, nem deve ser apenas do profissional, mas sim, deste com o paciente.
Dessa forma estaríamos preservando o direito moral, a integridade e a autonomia das pessoas.
Dilema é um termo com origem no latim dilemma, ainda que a sua origem etimológica mais remota se encontre num
vocábulo grego composto que se pode traduzir como “duas premissas”.Um dilema, por conseguinte, é um argumento que é
formado por duas proposições contrárias e disjuntivas: ao conceder ou negar qualquer uma destas duas proposições, fica
demonstrado àquilo que se queria provar.Na linguagem do dia-a-dia, entende-se por dilema qualquer problema que se possa
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resolver através de duas soluções, mas em que nenhuma das duas é completamente aceitável ou, caso contrário, em que as duas
sejam igualmente aceitáveis. Noutros termos, ao escolher uma das opções, a pessoa não fica totalmente satisfeita. Aquilo que faz
um dilema é colocar um indivíduo numa situação de dúvida, debatendo-se entre duas alternativas. O dilema pode surgir por
diversas questões: profissionais, morais, etc. É frequente que a pessoa se debata entre uma opção “correta” (aquilo que é
suposto fazer) e uma opção “sentimental” (aquilo que sente que quer fazer).
Muitas pessoas nunca ouviram os termos "dilema ético" ou "gerenciamento de riscos", mas muitas presenciaram tais
conceitos em suas casas, local de trabalho ou mesmo na rua. Todo dia, a vida exige que as pessoas tomem decisões sobre certo e
errado, justo ou injusto, lícito ou ilícito, e depois vivam com os resultados dessas decisões. Algumas são fáceis, como "que gravata
usar", mas existem muitas que são responsáveis pela vida das pessoas, fazendo com que essas decisões éticas e arriscadas tomem
uma dimensão inteiramente nova.

2.3.3 - Dilemas éticos em âmbito geral

Todo profissional, em algum momento da trajetória de carreira, pode “topar” com um dilema ético. O Surgimento de dilemas
na vida quotidiana profissional é bastante frequente. Exemplo: Suponhamos que o farmacêutico-chefe da farmácia onde trabalha,
pede ao seu técnico em farmácia, não anotar, nem lançar em seu controle de estoque, medicamentos que ele retirou para uso
particular.
O técnico, no entanto, sabe que isso acontece, tem provas que demonstram a culpabilidade do autor. O técnico depara-se,
portanto, com um dilema: obedecer ao chefe para conservar seu emprego, ainda que tenha que mentir para o empresário, dono da
farmácia, ou contar a verdade sobre o acontecido, com o risco de perder o emprego.

Exemplos clássicos de dilemas éticos no trabalho:

a) denunciar um ato antiético cometido por um colega


Pensamos: o que farei é uma fofoca??? O que farei me ajudará a subir de cargo??? E tantas outras perguntas.

b) conviver com atos antiéticos


Pensamos: estou sendo complacente com essa atitude errada? Serei cúmplice se descobrirem que eu sabia e não disse nada???

c) adoção de “atalho” antiético para atingir metas


Pensamos: meu colega inventou uma grande mentira para derrubar o encarregado do setor para tomar o cargo dele. Eu sabia da
tramóia e não disse nada...

d) Furto
Pensamos: eu vi, mas aqui no setor não existem câmeras de segurança. O que fazer???

e) aceitar suborno
Pensamos: mediante minha formação familiar, social, estou correto???
Ou ainda: ninguém vai descobrir. Estou precisando mesmo aumentar meu salário...

e) Receber presentes
Pensamos: posso receber presentes porque beneficiei um fornecedor com descontos não autorizados pela empresa?

f) usar informações confidenciais em benefício próprio


Pensamos: agora já estou apto a abrir minha própria farmácia... vou convidar o farmacêutico-chefe, ótimo profissional a trabalhar
comigo, oferecendo um salário bem melhor para ele. Ou ainda: vou abrir minha própria armácia, mas vou pegar a careira de
fornecedores daqui de onde trabalho para facilitar minha vida...

2.3.4 – Exemplos de Dilemas na saúde

a) distanásia (morte lenta e com muito sofrimento).


Para manter o paciente vivo, é submetido, não intencionalmente, a tratamentos fúteis (inúteis), não prolongando propriamente a
vida, mas o processo de morrer, seja aplicando novas biotecnologias à medicina ou retomando o desejo humano de superar a
morte;

b) eutanásia
Prática que busca abreviar sem dor e sofrimento a vida de um doente reconhecidamente incurável, pelo sentido literal de “boa
morte”;

c) ortotanásia
Morte no seu tempo aparentemente certo, sem tratamentos desproporcionados e sem abreviação do processo.
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III - CONDUTAS COMPATÍVEIS A SEREM USADAS, NO COTIDIANO, PELO PROFISSIONAL DE ACORDO COM AS NORMAS TÉCNICAS

Para que seja feita a análise das condutas compatíveis do profissional Técnico em Farmácia, devemos, primeiramente, conhecer a
definição da profissão e seu campo de atuação. Segue:

3.1 – Definição Técnico em Farmácia e Campo de Atuação

O Técnico em Farmácia é o profissional da saúde que, sob a supervisão do farmacêutico, poderá atuar nos diversos
segmentos da área farmacêutica executando várias atividades, dentre elas, podemos citas algumas, como:
• Farmácias de Manipulação: Manipulando e realizando testes de controle de qualidade em medicamentos e
cosméticos.
• Indústrias Farmacêuticas e Cosméticas: Auxiliando nos processos de produção, controle de qualidade e logística.
• Farmácias Hospitalares: Atuando nos processos de dispensação, distribuição de doses de medicamentos, bem como,
no controle de estoque.
• Drogarias: Dispensação de medicamentos.
Sua empregabilidade poderá se estender também aos processos administrativos relacionados ao segmento farmacêutico.Há uma
quantidade expressiva de drogarias, farmácias de manipulação, hospitais e indústrias farmacêuticas em todo o Brasil, desta
maneira, se faz necessária a presença de profissionais qualificados adequadamente para se inserir neste segmento e suprir suas
necessidades.
3.1.1 – Resolução nº 328, de 22 de julho de 1999
Tendo em vista que a “dispensação” de produtos é uma das funções inerentes da profissão Técnico de Farmácia, vamos conhecer detalhadamente
a sua disposição jurídica.

Resolução nº 328, de 22 de julho de 1999


DOU de 26/07/99
alterada redação do item 5 do Anexo, pela RDC nº 173/03

Dispõe sobre requisitos exigidos para a dispensação de produtos de interesse à saúde em farmácias e drogarias.
O Diretor-Presidente da Agência Nacional de Vigilância Sanitária, tendo em vista o disposto no item II do artigo 95 do Regimento Interno, aprovado
pela Resolução nº 1, de 26 de abril de 1999.
Considerando a Lei Federal nº 5.991, de 17 de dezembro de 1973, e seu regulamento, o Decreto nº 74170, de 05 de abril de 1974.
Considerando o Decreto nº 793, de 05 de abril de 1993;
Considerando a necessidade de garantir maior controle sanitário na aquisição, armazenamento, conservação e dispensação de produtos
industrializados em drogarias;
Considerando a necessidade de regulamentar e implementar as Boas Práticas de Dispensação em Farmácias e Drogarias;
Considerando a necessidade de regulamentar e padronizar as ações de Vigilância Sanitária; resolve:
Art. 1º Instituir Regulamento Técnico sobre as Boas Práticas de Dispensação de medicamentos em farmácias e drogarias.
Art. 2º Determinar a todos os estabelecimento de que trata esse regulamento o cumprimento das diretrizes de Boas Práticas de Dispensação em
farmácias e drogarias.
Art. 3º Instituir como norma de inspeção para os órgãos de Vigilância Sanitária do SUS o Roteiro de Inspeção para dispensação em farmácias e
drogarias.
Art. 4º A inobservância das normas aprovadas por esta Resolução configura infração de natureza sanitária sujeitando o infrator às penalidades
previstas na Lei nº 6.437, de 20 de agosto de 1977.
Art. 5º Essa Resolução entra em vigor na data de sua publicação.

3.1.2 - Artigo 4° da Resolução 521 de dezembro de 2009, do Conselho Federal de Farmácia (CFF). (Diz)

Poderão se inscrever no Conselho Regional de Farmácia farmacêutico, auxiliar técnicos em laboratórios industriais farmacêuticos, laboratórios de
análises clínicas, de pesquisas relativas a alimentos, drogas, tóxicos ou medicamentos.
O profissional deve preencher requerimento padronizado, ter capacidade civil, diploma, certificado ou atestado comprobatório da conclusão do
curso para a atividade profissional e não ser nem estar proibido de exercer sua atividade profissional. O CRF lembra que não há previsão de técnico
em farmácia, o que impossibilita a inscrição nos quadros dos Conselhos Regionais de Farmácia do País.
“Os Conselhos Federal e Regionais de Farmácia foram criados pela Lei nº 3.820/60, tendo por finalidade legal zelar pela fiel observância dos
princípios da ética e da disciplina dos que exercem a atividade farmacêutica no País (artigo 1º), possuindo, entre várias atribuições, o dever de
zelar pela saúde pública, promovendo a assistência farmacêutica (art. 6º, “p”).
Determina a lei, entre inúmeras competências, o registro dos profissionais de acordo com sua lei instituidora (artigo 10).
Entretanto, o texto legal, ao estabelecer quem são os profissionais passíveis de inscrição em seus quadros, não previu a categoria do técnico em
farmácia, estabelecendo que somente os farmacêuticos (artigo 15, I); os auxiliares técnicos de laboratório (artigo 14, “a”) e os oficiais de farmácia
(artigo 14, “b”) poderão obter inscrição perante os Conselhos Regionais.

“Portanto, considerando que o ente público somente pode fazer aquilo que a lei autoriza, verifica-se não ser possível ao CRF-SP admitir a inscrição
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do técnico em farmácia por ausência de previsão legal.”


De acordo com o artigo 4° da Resolução do Conselho Federal de Farmácia 521, de 16 de dezembro de 2009, poderão se inscrever no Conselho
Regional de Farmácia os seguintes quadros:
I. Farmacêutico.
II. Não Farmacêutico:
a) Auxiliares-técnicos em laboratórios industriais farmacêuticos, laboratórios de análises clínicas e laboratórios de pesquisas relativas a
alimentos, drogas, tóxicos ou medicamentos;
b) PO. 1 – Prático ou Oficial de Farmácia Licenciado;
c) PO. 2 – Prático ou Oficial de Farmácia Provisionado.
d) Parágrafo único. Para inscrever-se nos quadros constantes na alínea “a”, acima, o profissional deverá preencher requerimento
padronizado e satisfazer os seguintes requisitos:
a) ter capacidade civil;
b) ter diploma, certificado ou atestado comprobatório da conclusão do curso para a atividade profissional;
c) não ser nem estar proibido de exercer sua atividade profissional.

IV – ÉTICA E RELAÇÕES HUMANAS NO TRABALHO

O assunto relações humanas está vinculado ao Respeito Pessoal, que compreende promover o relacionamento profissional baseado
na ética.

4.1 – Considerações Gerais

Muito se tem falado sobre as deficiências nas Relações Humanas no ambiente de trabalho. Profissionais despreparados para
atuar num mercado competitivo e altamente exigente apresentam-se diariamente aos empresários em busca de emprego. A baixa
escolaridade, a falta de bons modos e de traquejo social tem contribuído para isso. O fenômeno da globalização trouxe mudanças
significativas tanto para as pessoas quanto para as corporações. No meio organizacional de hoje, se observam investimentos
destinados não apenas às novas tecnologias, como também em ações voltadas ao desenvolvimento do capital humano e das
atitudes comportamentais.
Mas por que motivo as empresas voltaram suas atenções para as competências relacionadas ao comportamento dos
profissionais? A resposta surge da necessidade de encontrar um diferencial significativo para o negócio. E essa busca culmina nas
pessoas.
O desenvolvimento de competências comportamentais passou a ser trabalhado, na prática, em treinamentos dinâmicos que
abordam as relações humanas e aplicam técnicas de sensibilização, em que o colaborador faz uma reflexão sobre seus
relacionamentos pessoais e profissionais, e uma análise em relação às escolhas feitas todos os dias e que nortearão suas vidas,
tanto na organização como fora dela.
O assunto “relações humanas” está vinculado ao Respeito Pessoal, que compreende promover o relacionamento profissional
baseado na ética, no respeito e no reconhecimento das diferenças de cada pessoa. Os resultados se evidenciam na melhoria
no desempenho das pessoas; aumento do orgulho pessoal em pertencer à empresa; crescimento da satisfação dos colaboradores;
maior retenção de talentos; aumento na participação no mercado; progresso na qualidade dos serviços e atendimento; melhoria da
imagem institucional; expansão dos negócios da empresa; aumento da eficácia organizacional; equipes mais inspiradas para
superação de metas e a motivação das pessoas em busca de objetivos.

4.1.1 – Regras de boa Convivência funcional

• Respeitar o chefe imediato, colegas, subordinados e clientes – quem respeita, sempre será respeitado.
• Não cortar a palavra de quem fala – falar pouco e com segurança agrada mais aos clientes e colegas.
• Ser claro na comunicação – falar somente o necessário. Saber ouvir é uma arte!
• Cuidar para não ferir o outro com reações agressivas – controlar emoções é fundamental.
• Procurar a causa das antipatias para vencê-las – conhecer a si mesmo e procurar ser compatível com colegas e chefia são básicos
para o trabalho harmonioso e rentável.
• Nunca dizer categoricamente: “Não concordo! Você está errado” – dizer a mesma coisa com outros termos. A maneira como
você diz é mais importante do que aquilo que você diz.
• Aprender a enaltecer as qualidades positivas das pessoas, através do elogio – esta é a melhor arma para quem quer conquistar e
cativar amigos.
• Usar normas de etiqueta social, aplicando-as corretamente como: dizer obrigado, por favor, com licença etc.
• Ter sempre um semblante alegre e sorridente – o sorriso contagia favoravelmente o ambiente. A simpatia atrai amizades.
• Mostrar interesse pelos outros – as pessoas gostam de receber atenção. Amigos sim; íntimos não!
• Dar importância ao outro, por mais humilde que seja – valorizar cada pessoa é uma questão de respeito.
• Lembrar sempre que ninguém nasce sabendo – aprender é descobrir as suas próprias ignorâncias; dialogar uma arte!
• Gostar do que faz é gostar de si. Gostar do outro e amar seu trabalho são ingredientes de sucesso nas relações humanas.

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4.2 – Limites de Atuação à Luz das Leis do Exercício Profissional e do Código de Ética da Categoria Profissional.

Sabemos que Técnico em Farmácia, é uma profissão onde suas principais funções e atribuições são as de:
a) receber,
b) triar,
c) armazenar e dispensar medicamentos.

No ramo industrial ou laboratorial, auxilia o preparo de produtos e atua no controle de equipamentos e materiais.
Ainda pode trabalhar em farmácias homeopáticas, hospitalares e manipulação. O técnico em farmácia comunitária atua sob
observação do farmacêutico.Sendo assim, podemos dizer que os limites de atuação, mediante a ética profissional, não devem ser
infringidos, ultrapassados, devendo ser respeitados conforme a sua atuação.A profissão de técnico de farmácia no Brasil é uma
profissão regulada pela lei nº 5.991/1973. Em 2013 a presidente Dilma vetou qualquer alteração desta regulamentação.
O técnico de farmácia encontra-se habilitados para intervir nas diferentes etapas do circuito do medicamento, desde a
produção, aquisição e distribuição de medicamentos, passando pela gestão, controle de qualidade e marketing, atuando
autonomamente conforme a legislação que regulamenta a profissão.
Participa igualmente em ações de informação/formação junto do utente, de outros técnicos de saúde e da comunidade em
geral. Os profissionais exercem a sua atividade profissional no circuito do medicamento, concretamente em estabelecimentos de
saúde, como farmácias comunitárias e hospitalares. Outras instituições de produção/comercialização de medicamentos e de
prestação de cuidados de saúde podem também acolher técnicos para o desempenho das suas funções.

4.2.1 – Regras de Boa Conduta Profissional

Um empregador tem o direito de exigir que os seus trabalhadores estejam em conformidade com um padrão de conduta
adequado. Trabalhadores cujas ações são inapropriadas ou desmedidas podem prejudicar a sua empresa, criando insatisfação nos
colegas de trabalho ou, o que é ainda pior, nos compradores ou clientes. Embora possa pensar que seja óbvio o que é ou não
apropriado, é muito arriscado pressupor que todo trabalhador partilhe as suas visões. Uma das melhores maneiras de deixar clara a
conduta esperada é estabelecer uma série de regras gerais no trabalho.
Regras de conduta por escrito podem ajudar muito na transmissão aos trabalhadores daquilo que se espera deles e das
consequências de não atenderem às expectativas. Uma pessoa que tenha sido avisada sobre certos tipos de conduta considerados
inaceitáveis não poderá alegar desconhecimento quando adaptar uma conduta proibida. Regras de conduta por escrito servem,
ainda, para lembrar os trabalhadores de que têm de atuar de forma séria para apresentar a empresa ao público com o melhor
aspecto possível.
Como toda organização é julgada pelo seu desempenho coletivo e pela percepção pública de seus colaboradores, precisamos
agir sempre de forma a merecer a confiança e o respeito de todos os públicos com os quais desenvolvemos nossos trabalhos, nossa
profissão. Cada indivíduo tem o seu próprio padrão de valores.

QUAL POSTURA PROFISSIONAL DEVEMOS TER PARA SEGUIR A ÉTICA PROFISSIONAL NO AMBIENTE DE TRABALHO?

A boa conduta dos profissionais ambiente corporativo é essencial para estabelecer o bom funcionamento das atividades da
organização e construir bons relacionamentos, além de fortalecer a credibilidade e confiança perante seu gestor. Por isso, é
importante que cada colaborador, ao representar ou defender os interesses da empresa em que trabalha, faça sua reflexão, de
modo a compatibilizar seus valores individuais com os valores corporativos, observando sempre os princípios éticos e o respeito às
leis e normas vigentes. As pessoas são responsáveis pelos resultados do seu trabalho, tanto individualmente quanto em grupo. Tal
responsabilidade é exercida plenamente com a prática de ações em prol da reputação da empresa e de sua profissão, de forma
consciente, conhecendo a sua responsabilidade social e empresarial, buscando resultados de forma honesta, justa, legal e
transparente. Todos os colaboradores devem dedicar suas horas de trabalho e esforços aos interesses da empresa, evitando
quaisquer atividades incompatíveis com os seus interesses ou que possam vir a comprometê-los, bem como manter em sigilo os
fatos e informações de natureza confidencial, assim como preservar a imagem da corporação ou de seus dirigentes e
representantes, dentro e fora de seu ambiente de trabalho. Para facilitar a análise de qualquer atitude, no sentido de resolver
eventuais dúvidas quanto ao fato das decisões estarem ou não dentro dos princípios éticos, devemos perguntar a nós mesmos: “Isto
é ilegal ou vai ferir alguma lei ou política da empresa?” Se a resposta for NÃO, os passos iniciais estão acertados e, para concluir a
avaliação positiva, devemos imaginar se tal atitude traz orgulho ao ser contada à própria família. A violação ao CÓDIGO ou a outras
normas internas da constitui base para uma medida disciplinar, inclusive o término do vínculo empregatício.

DICAS PARA MANTER A POSTURA ÉTICA NO TRABALHO

a) Honestidade
Ser um profissional honesto é um fator fundamental para conquistar respeito, credibilidade e confiança em seu ambiente de
trabalho. Por isso:
– Auxilie no crescimento da empresa colaborando com seus conhecimentos;
– Busque ascensão profissional sem prejudicar seus colegas;
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– Foque nas atividades pertinentes ao seu trabalho durante o expediente, e não perca tempo com fofocas;
– Colabore com atitudes que verdadeiramente possam ajudar seus colegas.

b) Educação e respeito
Estes elementos afetam diretamente o bom funcionamento das atividades organizacionais, e devem estar presentes em
todas as relações de seu sistema. Entre eles estão:
– Respeite a hierarquia;
– Respeite as normas e regras da organização;
– Trate todas as pessoas com educação e respeito, independente do nível hierárquico;
– Colabore sempre para um clima agradável, positivo e produtivo;
– Seja flexível, humilde e tolerante para lidar de maneira tranquila diante dos diferentes perfis.

Ser uma pessoa ética na vida pessoal e na carreira é sempre o melhor caminho para conquistar seus objetivos, lembre-se de
que plantar é uma escolha, mas colher é uma obrigação!

NEGLIGÊNCIA, IMPRUDÊNCIA E IMPERÍCIA

Os três são tipos de modalidade de culpa, comumente utilizados, por exemplo, em caso de erro médico, acidentes de
trânsito ou acidentes com arma de fogo.
Imprudência pressupõe uma ação que foi feita de forma precipitada e sem cautela. O agente toma sua atitude sem a cautela
e zelo necessário que se esperava. Significa que sabe fazer a ação da forma correta, mas não toma o devido cuidado para que isso
aconteça. O exemplo disso é o motorista devidamente habilitado que ultrapassa um sinal vermelho e, como consequência disso,
provoca um acidente de trânsito.
Negligência, por outro lado, implica em o agente deixar de fazer algo que sabidamente deveria ter feito, dando causa ao
resultado danoso. Significa agir com descuido, desatenção ou indiferença, sem tomar as devidas precauções. Um exemplo é o caso
de uma babá que, vendo a criança brincar próximo a uma panela quente, não a afasta, vindo a criança a sofrer um acidente.
Imperícia consiste em o agente não saber praticar o ato. Ser imperito para uma determinada tarefa é realizá-la sem ter o
conhecimento técnico, teórico ou prático necessário para isso. Um exemplo é o médico clínico geral que pratica cirurgia plástica
sem ter o conhecimento necessário, fazendo com que o paciente fique com algum tipo de deformação.
Assim, na imperícia e na imprudência o agente tem uma atitude comissiva, ou seja, de ação. Ele faz alguma coisa. Na
imperícia, faz sem ter a habilidade necessária, enquanto que na imprudência faz sem o cuidado devido. Já na negligência a atitude é
omissiva, posto que o agente deixa de fazer algo que seguramente deveria fazer.

Exemplo:

• E o que acontece se eu não dispensar e a receita realmente estava correta?

• Depende do que acontecer com o cliente que não conseguiu comprar o medicamento com a receita correta, assim como quais
ações ele vai tomar. Algumas possibilidades:

 O cliente volta na farmácia com a Polícia (normalmente é quem atende na hora, os outros órgãos serão por denúncia e
posterior averiguação). Nesses casos, eles pedem para você explicar o motivo de não ter dispensado o medicamento na farmácia
mesmo.
 Se você tiver as normas que JUSTIFIQUEM a recusa. Geralmente o Policial conversa com o cliente e fica por isso mesmo.
 Mas se você não tem um amparo legal para ter recusado, e foi no “eu acho” ou “não sabia”... O “eu acho” pode ser
interpretado como Imperícia. E o “não sabia” como Imprudência ou mesmo Negligência. O farmacêutico ou atendente vai para a
delegacia prestar depoimento...
 O cliente pode fazer uma queixa no PROCON. Sim, Procon! Neste caso, o cliente tem que ter testemunhas (que às vezes
simplesmente ‘aparecem’ milagrosamente) de que não foi atendido por você, e você precisa ter testemunhas para confirmar os
fatos (que podem estar distorcidos). Além de JUSTIFICATIVA legal para o não atendimento e um advogado....
 O PROCON mais recentemente passou a encaminhar esses tipos de denúncias aos Conselhos Regionais, onde o cliente é
ouvido pelo comitê de Ética, e depois os farmacêuticos envolvidos. E se avalia se um processo Ético será aberto ou não. Muitos
clientes também direcionam a queixa diretamente para os CRFs.

• O cliente pode ir também para a justiça comum.

• Mas ele (o cliente) pode fazer tudo isso?

• SIM. Código de Defesa do Consumidor (CDC), Art. 39, inciso IX (É vedado ao fornecedor de produtos ou serviços):“recusar a
venda de bens ou a prestação de serviços, diretamente a quem se disponha a adquiri-los mediante pronto pagamento,
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ressalvados os casos de intermediação regulados em leis especiais” (Redação dada pela Lei nº 8.884, de 11.6.1994)

• Ou seja, recusar a dispensação de uma receita SEM JUSTIFICATIVA pautada em normas específicas, é simplesmente recusar
a venda. Infringe o CDC.

• Muita calma! Não é para ficar desesperado e dispensar qualquer “receita” que aparecer. Dispensar fora das normas
também é infração sanitária... e profissional, recaindo nos Erros que comentamos, conforme o caso.

• O ponto chave é que você precisa saber:

 Paciente Certo
 Receita Certa
 Medicamento Certo
 Posologia Certa
 Administração Certa

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