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Ética Individual
Usemos para definir a pessoa ética a proposição da Profa. Maria do
Carmo Whitaker: “Pessoa Ética é a que aplica a inteligência na
procura da verdade e a vontade na busca do bem com liberdade em
todas as circunstâncias”. Esta definição resgata o uso de faculdades
mentais e ação própria sempre na procura/busca da verdade e do
bem ( conceitos filosóficos) e pressupõe a liberdade de agir do
individuo. Vejamos agora uma definição cosmológica de ética: “A
Ética surgiu da necessidade de restabelecer o vínculo entre a
harmonia da vida e esta consciência ancestral de concordância e
consonância com os princípios cosmológicos para o equilíbrio e a
sustentação das condições propulsoras das comunidades humanas.
Esta consciência ancestral segue as leis cosmológicas que
transcendem o universo físico e se expressam na forma de energias
vitais que conduzem todas as manifestações da vida, do nascimento
de uma estrela até a concepção de cada criança, passando pelos
vários ciclos de gestação do ecossistema e dos diversos espécimes
que habitam o planeta terra.” Prof. Dra. Maristela Guimaraes André
(Top Management 2006) Pessoalmente prefiro encarar a Ética de
forma mais pragmática e sistêmica: Ética é um modelo analítico que o
ser humano aplica de forma continua e consistente em todos nossos
processos decisórios. Este modelo longe de ser estático deve ter a
característica de sofrer um continuo questionamento e evolução com
base nos novos conhecimentos e experiência adquiridos com a
vivência de cada um. Portanto a Ética Individual é uma construção
continuamente inacabada! De fato não existe uma ética isolada dos
contextos em que vive a pessoa. A ética é influenciada pelas diversas
sociedades em que circula o individuo: família, escola, igreja,
profissão, sociedade e universo. GRUPO DE EXCELENCIA EM ÉTICA E
SUSTENTABILIDADE CRASP - CONSELHO REGIONAL DE
ADMINISTRAÇÃO DE SÃO PAULO GJB pg. 2 26-Mar-08 Cabe a
pergunta: É possível ser ético? Pergunta esta pautada principalmente
na sociedade em que vivemos uma vez que as violações da ética são
permanentes e múltiplas. A reposta é que sim é possível ser ético,
mas requer força de vontade, princípios inabaláveis e desejo de correr
riscos. Se considerarmos a origem da palavra Ética, em grego Éthikós,
que por sua vez deriva de Ethos notamos duas coisas. Caso a primeira
letra de ethos seja “Eta” isto implica a morada do homem/animal
em geral, caso a primeira letra seja “épsilon” isto que dizer: fazer
repetitivo e constante, não como expressão de vontade natural, mas
sim como disposição derivada do hábito para agir de determinada
maneira, estando, portanto diretamente relacionada ao ambiente
donde se vive. Assim, ethos representa tanto o lugar como o modo
de se viver neste lugar. Portanto a Ética é moldada por valores e
princípios da sociedade em que vivemos, não tem uma concepção
egoística, mas sim está pautada em relação a comportamentos
esperados numa sociedade em determinadas situações. Podemos ser
relativamente éticos? Não é aceitável tal posição, apesar de todos
cometermos deslizes, da mesma forma que não se pode estar mais
ou menos grávida, a pessoa é ética ou não o é. A ética, portanto
implica em aprender conceitos morais e expectativas de
comportamento em sociedade, internalizar os mesmos e aplicar de
forma consistente este modelo pessoal na tomada de qualquer
decisão. O individuo ético tem muito trabalho em conseguir este
titulo, mas como a virtude da mulher pode perder a alcunha muito
facilmente. É necessária uma luta constante e consistente para manter o
caminho da virtude ética.
Figueiredo (2008) afirma que as discussões a respeito de ética
necessitam abarcar as origens do termo e seus significados para que
sejam, de fato, compreendidas uma vez que das origens surgem as
ambiguidades de conceitos e significados. A palavra ethos expressa o
existir do mundo grego que permanece na cultura atual. A palavra
grega possui duas grafias que geram significados distintos e diversos
que, ao longo do tempo, perderam o conceito original distanciando-
se da raiz significativa. Porém, os principais significados da primeira
grafia (êthos) são: “morada ou abrigo” – no sentido de proteção;
“modo de ser ou caráter”, de significância aristotélica, mais usado
na tradição filosófica do ocidente. Nesse contexto, o ético
compreende as disposições do homem na vida e sociedade, seu
caráter, seus costumes e sua moral, ou forma de visa; e para
simplificar o entendimento, define-se ética como palavra derivada do
grego que significa modo de ser ou caráter. A segunda grafia (éthos)
significa hábitos e costumes, sendo esse de caráter social (hábitos,
costumes, tradição). Compreendem atos concretos e reais através dos
quais os indivíduos realizam seus projetos de vida, formando seu
caráter moral mediante as decisões individuais na vida e, pela força
das tradições, as sociedades são formadas. Nessa perspectiva ethos é
o caráter impresso no indivíduo, através dos hábitos, que geram as
tradições pelas quais as sociedades são formadas (Figueiredo, 2008).
A concepção clássica e a moderna conceituam ética como disciplina
ou ciência que se ocupa dos atos morais e dos hábitos na
significância de virtudes e vícios (Aranguren, 1972 apud Figueiredo,
2008). A ética estuda as relações entre o indivíduo e o contexto em
que está situado. Ou seja, entre o que é individualizado e o mundo a
sua volta [mundo moral]. Procura enunciar e explicar as regras [sobre
as quais se fundamenta a ação humana ou razão pela qual se deve
fazer algo], fenômenos éticos todos os acontecimentos que ocorrem
nas relações entre o indivíduo e o seu contexto (Korte, 1999, p. 64 -
115 apud Figueiredo, 2008, p. 4) . Cubelles (2002 apud Figueiredo)
afirma que ética filosófica é uma metalinguagem que compreende a
práxis humana, buscando as razões dos atos e considerando os
valores morais de determinada sociedade. Enquanto disciplina
teórica, a ética estuda os códigos de valores determinantes para
comportamento e influenciadores em tomadas de decisões em
contextos específicos. Tais códigos compreendem um conjunto
consensual de princípios morais, determinantes para atitudes ou não
de acordo com o que é considerado bom ou ruim, por determinadas
sociedades (Almeida, 2007).