SOCIAL E PROFISSIONAL
SUMÁRIO
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UNIDADE I – ÉTICA COMO CIÊNCIA
Objetivos de aprendizagem:
• Conceituar ética
• Especificar as espécies de ética
• Identificar as diferenças entre ética e moral
PLANO DE ESTUDO
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Conversa Inicial
Desse modo, esperamos que você, através deste módulo, adquira ainda mais
conhecimentos acerca dos elementos gerais intrínsecos à condição de compreensão da
ética geral!
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INTRODUÇÃO
Olá, caro aluno, cara aluna! Que prazer estarmos juntos para mais essa unidade
de estudos, sob o título de Ética geral. Antes de tudo, precisaremos conhecer os
elementos conceituais sobre ética e, em seguida, poderemos perceber que a importância
da utilização do instrumento da ética no cotidiano da sociedade. Observar-se-á que existe
uma diferença conceitual e procedimental entre ética e moral, mas que podem caminhar
em plena harmonia.
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TÓPICO 1- Considerações gerais sobre Ética Geral
O discurso ético é tanto antigo quanto é antiga a história do ser humano. Desde
as suas origens, sobretudo quando ganhou a consciência da sua presença como ser
diferente, e desde que começou a fazer a experiência da sua existência e busca de
realização, o ser humano sempre se inquietou sobre como estar com os outros, como
agir, como deve ser e fazer (LAISSONE et al, 2017).
A ética é entendida como uma disciplina filosófica que busca refletir sobre os
diferentes sistemas morais e compreender a fundamentação de suas normas. Exige
reflexão sobre ações humanas consideradas adequadas aos costumes vigentes (VALLS,
1994).
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permanentemente encorajadas, animadas e confortadas. A grande palavra da ética é:
podes fazer mais e melhor, na vida és chamado a ser algo superior; é possível ser
honesto e é uma aventura extraordinária do espírito (MARTINI, 1994).
A ética, partindo do seu étimo, pode ser entendida como o abrigo que confere
proteção e segurança aos indivíduos (cidadãos), aqueles responsáveis pelos destinos da
pólis (cidade). Ela é, por um lado, o produto das leis erigidas pelos costumes, e, por outro,
das virtudes e hábitos gerados pelo caráter dos indivíduos. Por isso, a ética não só diz
respeito aos costumes culturais ou sociais, mas também se refere ao perfil, a maneira de
ser e a forma de vida adquirida ou conquistada pelo homem. A ética imprime o caráter da
pessoa: mostra-me como te comportas e eu te direi o grau da tua ética (LAISSONE et al,
2017).
Sendo assim, a ética pode ser definida como a teoria acerca do comportamento
moral dos homens em sociedade, ou seja, ela trata dos fundamentos e da natureza das
nossas atitudes, e se manifesta efetivamente na conduta do homem livre (LAISSONE et
al, 2017).
Costume
Conduta do Indivíduo
Prática do bem
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Aula 2. A finalidade da ética
Nesse sentido, pode-se afirmar que a ética estuda as atitudes morais de uma
pessoa ou de um grupo de pessoas identificando o comportamento humano dos
indivíduos como correto e incorretos de acordo os valores e crenças de cada época (REIS;
MAGALHÃES, 2009).
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Figura 2 – Funções da Ética
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Ainda que confundível e, de facto, frequentemente confundido com outras
realidades, o moral é essencialmente diferente e não redutível a elas. O que se verifica
nomeadamente com relação aos imperativos ou normas sociais, religiosas, jurídicas, etc.
As diversas tentativas ‘redutoras’ do moral – como a psicanalítica, a teoria emotiva, a da
escola sociológica, etc., – revelam-se insustentáveis, cometendo frequentemente o
paralogismo que consiste em passar indevidamente do que se refere à génese psicológica
para o que diz respeito à essência ou natureza da realidade em estudo (LAISSONE et al,
2017).
c. A ética é “pessoal”
d. A ética é “humana”
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explícita) com as normas que se julga deverem reger a
conduta humana. Nisto consiste precisamente o “emitir um
juízo de valor”, afirmar a conformidade ou não entre o que
‘é’ e o que ‘devia ser’ (LAISSONE et al, 2017).
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f. A ética é incondicional
g. A ética é transcendente
CARACTERÍSTICAS DA ÉTICA
( LAISSONE et al, 2017)
A ética é irredutivelmente
diferente
A ética é incondicional
A ética é “humana”
A ética é relativa à
liberdade A ética é transcendente
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PARA VOCÊ REFLETIR
Para saber um pouco mais sobre a ética na sociedade atual leia o artigo cuja
autoria é de Carmenci Pedroso dos Reis e de Juliano Machado de Magalhães através do
endereço que pode ser acessado pelo link
http://www.administradores.com.br/artigos/negocios/a-etica-na-sociedadeatual/32569/.
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PARA VOCÊ SABER MAIS
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Fonte: Adaptado pela autora (2018).
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Em vez de “posso fazer isso?”, talvez pudéssemos pensar mais em
termos de “isso me realiza?” ou “isso me torna melhor?”. A ideia de que a
ética tem a ver apenas com a obediência estrita a deveres pode ter dois
resultados indesejáveis. Em primeiro lugar, pode resultar em uma pouca
atenção às circunstâncias particulares do agente, que poderiam se não
justificar, ao menos tornar compreensível por que ele fez o que fez.
Em segundo lugar, uma visão puramente legalista da ética pode
suscitar justamente o desejo de infringir a lei, pois a obediência à lei acaba
se tornando desvinculada de algum fim para além dela mesma. Uma ética
focada na pessoa poderia, ao contrário, compreender a ação humana não
como uma tentativa de obedecer ao dever, e sim como uma busca pela
felicidade (entendida como realização humana) que, para ser alcançada,
exige esforço e virtude.
Existe uma profunda ligação entre ética e filosofia: a ética nunca pode deixar de
ter como fundamento uma concepção filosófica do homem que nos dá uma visão total
deste como um ser social e histórico. Dentre os vários conceitos com os quais a ética
trabalha e que pressupõe um prévio esclarecimento filosófico, como os de liberdade,
necessidade, valor, consciência, vamos dar ênfase ao de sociabilidade, ou seja, como a
ética deve estar inserida nas relações humanas em sociedade (SANTO et al, 2017).
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Para a filosofia clássica, a ética estudava a maneira de buscar a harmonia entre
todos os indivíduos, uma forma de conviver e viver com outras pessoas, de modo que cada
um buscasse seus interesses e todos ficassem satisfeitos. A ética na filosofia clássica
abrangia diversas outras áreas de conhecimento, como a estética, a psicologia, a
sociologia, a economia, pedagogia, política etc (SANTO et al, 2017).
Como teoria filosófica, a ética se caracteriza como estudo das ações individuais
dos homens, cuja finalidade consiste em elaborar uma orientação normativa para as
ações humanas que sejam estabelecidas como bem (SANTO et al, 2017).
A Ética como teoria filosófica tem por objetivo estudar o comportamento dos
indivíduos frente aos apelos morais da sociedade em que este vive. Ela se manifesta de
diferentes maneiras conforme a cultura, costumes e hábitos de determinadas populações
(SANTO et al, 2017).
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Dessa forma, torna-se comum observar o enquadramento da compreensão de
ética dentro de uma perspectiva de código de conduta, no sentido de perceber o
comportamento aceitável da população (SANTO et al, 2017).
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A ética religiosa busca viver os valores baseada um uma interpretação teológica
da história. Assim, a ética cristã é a resposta da comunidade cristã a Deus em um
determinado momento da história. Essa resposta se fundamenta em uma interpretação
da fé (PEREIRA, 2001).
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Ah, então é por isso que a s
organizações destas comunidades
foram se hierarquizando e assumindo
níveis de complexidade administrativa,
semelhante à s do Império Romano,
em que se espelhou, surgindo assim ,
as estruturas administrativas da igreja
católica, com padres, bispos e o chefe
supremo denominado papa.
(CHALITA, 2002).
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conotação de crescimento econômico, a despeito do respeito à liberdade humana e
valorização das capacidades individuais (BENEVENTE, 2011).
Uma discussão de relevo é sobre a distinção entre ética e moral. Instala-se aqui
uma verdadeira confusão entre as similitudes e diferenças, a começar pelas definições
dos dicionários de filosofia. Quanto à origem do termo, de “a moral deriva deηθοζ
‘costumes’, do mesmo modo que a ‘ética’, de ηθοζ.” Por vezes, a ética e a moral são
usadas indistintamente (FIGUEIREDO, 2008).
Por isso, esse vocábulo é algumas vezes utilizado como sinônimo de ética.
Entretanto, usa-se a palavra moral mais frequentemente para designar códigos, condutas
e costumes de indivíduos ou de grupos, como acontece quando se fala da moral de uma
pessoa ou de um povo. Aí, é o equivalente da palavra grega ethos e da latina mores
(FIGUEIREDO, 2008).
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A Ética estuda a Moral e determina o que é bom, e a partir deste ponto de vista,
como se deve agir. Ou seja, é a teoria ou a ciência do comportamento moral. Ética e Moral
são discutidos com igual significado. No entanto, em um nível intelectual, enquanto que
"a moral tende a ser particular, pela concretude de seus objetos; a ética tende a ser
universal, pela abstração de seus princípios”. Ética é reflexiva (FIGUEIREDO, 2008).
Fonte:
Elaborado pela autora (2018)
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PARA VOCÊ REFLETIR
Benefícios da ética no trabalho
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Figura 13 – Dimensões de Coaching.
Valores
Responsabil
idade Empatia
O processo
de
coaching
Missão Princípios
Integridade
Tolerância Cuidado
Escola
Inclusiva
Solidariedade Igualdade
Respeito
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O repensar esse espaço vai muito além de se conceber formas pré-moldadas,
para atuação pedagógica; mas é extremamente necessário estabelecer uma relação –
estreita – com esse ambiente, em que haja a compreensão de que um complementa o
outro, isto é, docente completa a sala, e sala completa o docente. Infelizmente, em alguns
casos, o que se vê é um completo descaso por parte das administrações escolares – e
mesmo dos docentes – quando se trata de conservação do patrimônio escolar (SANTOS,
2010).
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Aula 3. A ética normativa
Ética
Ética Ética
axiológica Normativa Deontológica
( MACEDO, 2016)
Nesse sentido, pode ser observado que a ética pode ser aplicada a uma tarefa
mais específica ou a uma determinada prática e pretende estabelecer os standards que
regulam o que se considera uma conduta certa ou errada Aqui trata-se de adquirir boas
práticas, saber quais são as nossas obrigações e quais podem ser as consequências das
nossas ações nos outros (MACEDO, 2016).
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PARA VOCÊ REFLETIR
Os valores éticos não nascem com a gente, não pertencem ao que se possa
chamar de “natureza humana”. O ser humano, não nasce humano, mas se torna ao ser
acolhido no meio social, no convívio afetivo com outras pessoas. Ele precisa de cuidados
constantes para sobreviver e para adquirir a linguagem (pensamento, simbolização,
imaginação, comunicação verbal ou qualquer outra forma de comunicação), condição
essencial para que construa sua identidade (NEME; SANTOS, 2009).
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PARA VOCÊ LER MAIS
Se você deseja saber um pouco mais sobre Ética: A área da filosofia que estuda
o comportamento humano acesse o endereço através do link
https://educacao.uol.com.br/disciplinas/filosofia/etica-a-area-da-filosofia-que-
estudaocomportamento-humano.htm?cmpid=copiaecola
Por isso, afirma-se que alguns conceitos são básicos na condução do sistema
de informação de uma empresa. São exemplos éticos como a responsabilidade, a
prestação de contas, a obrigação de indenizar e o devido processo legal.
Para ler o texto completo sobre os desafios da ética frente aos avanços
tecnológicos acesse o conteúdo pelo link: https://www.academia.edu/8023866/
os_desafios_da_%c3%89tica_frente_aos_avan%c3%87os_tecnol%c3%93gicos.
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NOSSO RESUMO
Nesta aula destacamos a questão da ética como sendo, segundo Valls (1994)
uma como uma disciplina filosófica que busca refletir sobre os diferentes sistemas morais
e compreender a fundamentação de suas normas. E, por isso, exige reflexão sobre ações
humanas consideradas adequadas aos costumes vigentes.
Portanto, foi possível compreender que o mundo do ethos é composto por dois
lados: a coletividade (intersubjetividade) e a subjetividade (individualidade). Existem
condicionantes internos (carácter) e externos (costumes) que determinam a conduta do
indivíduo. Portanto, o que se está a dizer é que a prática do bem e da justiça envolve o
respeito às leis da pólis (heteronomia) e a intenção individual de cada sujeito em fazer o
bem (LAISSONE et al, 2017).
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REFERÊNCIAS
CAMPOS, M. et al. História da Ética. CienteFico. Ano II, v.I, Salvador, agostodezembro
2002. Disponível em: Acessado em: 24 de Setembro de 2018
FIGUEIREDO, Antônio Macena. Ética: origens e distinção da moral. Saúde, Ética &
Justiça. 2008;13(1):1-9
LAISSONE, Elton João C.; AUGUSTO, Jorge Augusto; MATIMBIRI, Luís Alberto.
NEME, Carmen Maria Bueno Neme; SANTOS, Marisa Aparecida Pereira. Ética: conceito
e fundamentos. 2009. Disponível em: <https://acervodigital. unesp.br/ bits NORY Lana
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Godinho de. Filosofia, ética e sociedade. Disponível em: mais:
https://www.sabedoriapolitica.com.br/products/filosofia-etica-e-sociedade/. Acesso em 24
de Setembro de 2018.
PEREIRA, Francisco Caetano. Ética cristã e cultura capitalista. Revista Jus et fides. Ano
1. No.1.Dezembro de 2001.
SANTOS, Joelma Coêlho dos; TEIXEIRA, Ranessa Lira Souza. Filosofia, ética e
solidariedade, 2017. Disponível em: https://www.sabedoriapolitica.com.br/ products/
filosofia-etica-e-sociedade/. Acesso em 24 de setembro de 2018.
SEN, A. K. Sobre ética e economia. São Paulo: Companhia das Letras, 1999.
SILVA, Fábio Lacerda da. Duas curiosidades sobre ética. 2015. Disponível em:
http://www.blogdafei.com.br/infofei/duas-curiosidades-sobre-etica/#.W7dR62hKjIU.
Acesso em 5 de outubro de 2018.
tream/unesp/155316/1/unespnead_reei1_ee_d05_texto1.pdf>. Acesso em 24 de
Setembro de 2018.
VÁZQUEZ, AS. Ética. 14a ed. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira; 1993. p.14-49-52-
16-12-235-243
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UNIDADE II - A ÉTICA NA HISTÓRIA
Objetivos de aprendizagem:
• Identificar a problema da origem da ética e os seus ideais
• Apresentar um esboço histórico da ética
• Estudar os desafios da ética
PLANO DE ESTUDO
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Conversa Inicial
Desse modo, esperamos que você, através deste módulo, possa compreender
de maneira completa a construção histórica da ética a partir de uma teórica de Platão,
Aristóteles e Sócrates para que seja possível perceber o processo evolutivo que se
observa atualmente nos estudos sobre ética.
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INTRODUÇÃO
Olá, caro aluno, cara aluna! Que prazer estarmos juntos para mais essa unidade
de estudos, sob o título de evolução histórica da ética. Antes de tudo, precisaremos
conhecer um pouco dos pensadores e, no presente módulo, optou-se por analisar a
construção a ética a partir do conhecimento estabelecido por Platão, Aristóteles e
Sócrates.
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TÓPICO 1. O percurso histórico da ética
As ideias do filósofo grego Sócrates (470-399 a.C) nos chegaram através dos
textos de um de seus discípulos, o filósofo Platão (427-347 a.C), que, no diálogo chamado
“Eutífron”, mostra Sócrates questionando as ações do homem ímpio ou santo, em sua
conformidade com a ordem constituída, para então perguntar em que consiste a
impiedade e a santidade em si, independentemente dos casos concretos (OLIVIERI,
2005).
O Estoicismo foi fundado por Zenão. O nome Estoicismo vem de stoá, que
significa pórtico. Zenão ensinava os seus discípulos aos pés de um pórtico. Para esta
corrente, o bem supremo é viver de acordo com a natureza racional, com consciência do
nosso destino e de nossa função no universo, sem se deixar levar por paixões ou afetos
interiores ou pelas coisas exteriores (LAISSONE et al, 2017).
A corrente epicurista observa que tudo o que existe, incluindo a alma, é formado
de átomos materiais que possuem um certo grau de liberdade, na medida em que se
podem desviar ligeiramente na sua queda. Não há nenhuma 15 intervenção divina nos
fenómenos físicos nem na vida do homem. Por isso, libertado do temor religioso, o homem
pode buscar o bem neste mundo (LAISSONE et al, 2017).
Ética é um sistema
prático que correlaciona,
harmonicamente, Direito
natural e razão humana
(SILVA, sd).
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Na Idade Média, preconizada pela ruína econômica política da sociedade, a
religião cristã sustenta a “unidade social” deste mundo diluído e exerce um poderio
religioso-moral que irá conduzir à reflexão intelectual desta época (SILVA, 2009).
A ética de Agostinho foi desenvolvida por uma ideia teológica nas categorias de
ordem e de fim. É o marco de uma primeira reflexão filosófica cristã. A ordem é atribuída
em um significado ontológico e ético que se articula à ideia de fim (SILVA, 2009).
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A ética na idade média é o comportamento era
orientado pelos comportamentos divinos, pela
autoridade religiosa e continha, neste sentido, uma
certa exterioridade em relação à consciência moral
dos indivíduos. Não se quer negar que um filosofo
ou teólogo como Tomás de Aquino, por exemplo,
desse uma importância fundamental à consciência
moral. E o que seria esta consciência moral?
Aquela voz interior que nos diz que devemos fazer,
em todas as ocasiões, o bem e evitar o mal
(VALLS, 1987, p. 62)
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É nessa fase que surgem as grandes obras de Maquiavel, Rousseau, Spinoza e Kant
(LAISSONE et al, 2017).
O homem se sente responsável pelos seus atos e tem consciência do seu dever.
Esta consciência obriga a supor que o homem é livre. O problema da moralidade exige
que se proponha a questão do fundamento da bondade dos atos, ou em que consiste o
bom. E o único bom em si mesmo é a boa vontade. A bondade de uma ação não se deve
procurar em si mesma, mas na vontade com que se fez. É boa a vontade que age por
puro respeito ao dever, sem razões outras a não ser o cumprimento do dever ou a sujeição
à lei moral. O mandamento ou dever que deve ser cumprido é incondicionado e absoluto
(MACEDO, 2012).
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a definiu como imperativo categórico, buscando, como se verá, fundamentar as
obrigações morais dos homens em aspectos da razão pura que se torna prática
(MACEDO, 2012).
Vê-se, pois, que, enquanto Kant esteve mais preocupado com os princípios do
agir, Hegel voltou a sua preocupação para as suas consequências, suas circunstâncias e
seus desdobramentos (MACEDO, 2012).
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a liberdade se daria uma existência concreta, organizando-se num Estado (LAISSONE et.
al, 2017).
Talvez pudéssemos agora perguntar: se a ética grega era uma estética, e a ética
medieval cristã uma atitude religiosa, não se deveria dizer que a ética hegeliana é uma
política? Talvez sim, mas também é verdade que provavelmente Hegel não consideraria
esta afirmação, absolutamente, como uma crítica. Todo agir é político, inclusive e
principalmente o agir ético (LAISSONE et. al, 2017).
Para saber sobre a ética no período grego, no que diz respeito a concepção dos
Sofistas, de Sócrates, Platão e Aristóteles acesse o link através do endereço
https://youtu.be/3yBXUITf6Y4 (SABER em FOCO, 2015).
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A ética nasce do exercício de reflexão e auto avaliação continua também da
postura docente no Ensino Superior, revisar valores e analisar as práticas em sala de aula
é zelar pela formação moral dos alunos. É certo que todas as reflexões podem ser
insuficientes para a formação global do indivíduo, mas toda a transformação, inclusive a
transformação social, ocorre de modo gradativo partindo de um princípio e de um
compromisso moral (SILVA, 2014).
Ética
Reflexão
Autoavaliação
Para ler o artigo na íntegra cuja autoria é de Mariana Siqueira Silva acesse o
endereço eletrônico através do link http://portal.estacio.br/media/4446/artigo-
01marianasiqueira-silva.pdf.
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TÓPICO 2: A ética contemporânea
O que deveria ser garantido pelo Estado para permitir uma igualdade efetivada
pela restrição parcial da liberdade. Neste período, pela primeira vez, iniciou-se um diálogo
em torno dos direitos humanos, culminando com a “Declaração dos Direitos do Homem e
do Cidadão” em 1789. Representando o iluminismo alemão, Immanuel Kant exerceu forte
influência na universalização dos preceitos conceituais da ética humana (RAMOS, 2012).
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ideais iluministas aparecem como início da maioridade humana, justamente por proporem
o conhecimento como base da racionalidade (RAMOS, 2012).
A partir das leis da física de Isaac Newton, a sociedade passou a ser vista como
máquina, onde a ética atenderia e regularia seu funcionamento. Enquanto a teoria
evolucionista de Charles Darwin possibilitou conceber a moral como produto da evolução
do comportamento humano (RAMOS, 2012).
Não é a intenção que importa, como no caso da ética kantiana, mas sim o
resultado; relativizando igualmente as regras, indo na contramão dos imperativos,
condicionando os comportamentos a sua utilidade aparente, extremamente vinculada ao
Direito (RAMOS, 2012).
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Para ele, como também para a tradição estabelecida a partir do século XVI, o
Estado deveria garantir a vivência ética. Destarte, Friedrich Nietzsche, na segunda
metade do século XIX, tornou a ética definitivamente uma Ciência, totalmente
desvinculada da religião (RAMOS, 2012). Figura 5 – Lembrete sobre o papel do
Estado.
Aula 2. O Empirismo
O empirismo é uma doutrina filosófica que tem como principal teórico o inglês
John Locke (1632-1704), que defende uma corrente a qual chamou de Tabula Rasa. Esta
corrente afirma que as pessoas nada conhecem, como uma folha em branco. O
conhecimento é limitado às experiências vivenciadas, e as aprendizagens se dão por meio
de tentativas e erros (TERUYA et al, 2010).
Entende-se por empírico aquilo que pode ter sua veracidade ou falsidade
verificada por meio dos resultados de experiências e observações. Teorias não bastam,
somente através da experiência, de fatos ocorridos observados, um conhecimento é
considerado pelo empirista. Ao longo de toda a história da filosofia, diversos pensadores
abordaram a questão, dando importância ao conhecimento da experiência (da
sensibilidade) ao invés de apenas ao intelectual. Sendo o principal defensor do empirismo
foi John Locke (1632-1704), filósofo inglês. O empirismo defendido ficou conhecido como
empirismo britânico, e influenciou diversos filósofos. (TERUYA et al, 2010).
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A experiência, para Locke, não são as experiências de vida. Experiência para
ele são as nossas sensações (sentidos). Ouvimos, enxergamos, tocamos, saboreamos e
cheiramos. Cada um dos cinco sentidos leva informações para o nosso cérebro. Quando
nascemos não sabemos o que é uma maçã, mas formamos a ideia de maçã a partir dos
sentidos. Vemos a sua cor, sentimos o seu aroma, tocamos sua casca e mordemos a
fruta. Cada uma dessas sensações simples nos faz ter a ideia de maçã. A partir da
sensação, há a reflexão. Dessa forma, nossas ideias são um reflexo daquilo que nossos
sentidos perceberam do mundo. Nesse sentido, qualquer afirmação de cunho metafísico
era rejeitada no Empirismo, pois para essas afirmações não há experimentação, testes
ou controles possíveis (TERUYA et al, 2010).
Outro importante teórico empirista foi o escocês David Hume (1711-1776), que
contribuiu com a epistemologia ao discutir o princípio da causalidade. Segundo Hume,
não existe conexão causal, e sim uma sequência temporal de eventos, que pode ser
observada. Além de John Locke e David Hume, outros filósofos que são associados ao
empirismo são: Aristóteles, Tomás de Aquino, Francis Bacon, Thomas Hobbes,
George Berkeley e John Stuart Mill. Para Hume qualquer ideia tem origem numa
impressão e deve poder relacionar-se com a informação correspondente (TERUYA et al,
2010).
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Experiências sensoriais: elas podem ser simples ou complexas,
tendo como meio a utilização dos 5 sentidos, que são: visão,
audição, olfato, paladar e tato.
Fonte: Elaborado pela autora (2018)
Aula 3. Racionalismo
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Na abordagem racionalista, há basicamente 3 caminhos pelos quais os seres
humanos chegam ao conhecimento (NALINI, 2012). São eles:
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PARA VOCÊ SABER MAIS
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Um dos primeiros cientistas-filósofos da época (ainda não havia clara distinção
entre ambas as ciências), Bernardino Telésio, é um típico representante da nova
mentalidade empírico-científica da época. Segundo Höffding, Telésio considerava que
mesmo o mais alto e mais perfeito conhecimento simplesmente consistia na habilidade
de descobrir atributos e condições desconhecidas do fenômeno, através de suas
similaridades com outros casos conhecidos, ou seja, novas descobertas devem ser feitas
empiricamente, baseadas na observação dos fenômenos da natureza, como já ensinava
Aristóteles.
Abordagem
de
Habermans
Linguagem
PARA VOCÊ SABER MAIS
Ela diferia por completo da atitude dogmática, que constantemente proclama haver
encontrado “verificações” de teorias prediletas (POPPER, 1977).
PARA VOCÊ LER MAIS
NOSSO RESUMO
a. A ética, partindo do seu étimo, pode ser entendida como o abrigo que confere
proteção e segurança aos indivíduos (cidadãos), aqueles responsáveis pelos
destinos da pólis (cidade).
b. A ética jamais será o produto das leis erigidas pelos costumes, e, por outro, das
virtudes e hábitos gerados pelo caráter dos indivíduos.
c. A ética se refere apenas aos costumes culturais ou sociais.
d. Todas as alternativas estão erradas.
LAISSONE, Elton João C.; AUGUSTO, Jorge Augusto; MATIMBIRI, Luís Alberto.
Fevereiro de 2017. Manual de Ética geral. Disponível em:
https://www.ucm.ac.mz/cms/sites/default/files/publicacoes/pdf/.2017. Acesso em 24
de Setembro de 2018.*
NALINI, José Renato. Ética geral e profissional - 10ª Ed. São Paulo: Saraiva, 2012.
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0
SABER EM FOCO.".Fundamentos da Filosofia. May 15, 2015. Disponível em: esta
. Acesso em 25 de setembro de 2018.
SANTOS, Joelma Coêlho dos; TEIXEIRA, Ranessa Lira; SOUZA, Nory Lana Godinho
de. Filosofia, Ética e Sociedade. Disponível em: https://www.
sabedoriapolitica.com.br/products/filosofia-etica-e-sociedade/ https://www.sabedo
riapolitica.com.br/products/filosofia-etica-e-sociedade/2017. Acesso em 24 de
setembro de 2018.
SGANZERLA, Anor; OLIVEIRA, Paulo Eduardo de. Da relação entre ética e ciência.
Natal (RN), v. 19,n.31 Janeiro/Junho de 2012, p. 327-349.
SILVA, Mariana Siqueira. Um Pensar Sobre a Ética nas Relações Docente e Aluno
no Ensino Superior. 2014. Disponível em: http://portal.estacio.br /media/4446/artigo-
01-mariana-siqueira-silva.pdf. Acesso em 5 de outubro de 2018.