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EXERCÍCIOS E

CONDIÇÕES ESPECIAIS
Sumário

1. Aspectos Clínicos e Diagnósticos


dos Grupos Especiais 5
Cardiopatias 5
Tipos 5
Causas 6
Fatores de Risco 7
Sintomas 7
Diagnóstico e Exame 8
Em Adultos 8
Tratamento e Cuidados de Cardiopatia Congênita 9
Prevenção 9
Obesidade 9
Obesidade Infantil 10
Obesidade no Brasil 10
Tipos 10
Causas 11
Sintomas de Obesidade 13
Diagnóstico e Exames 13
Diagnóstico de Obesidade 13
Exames 14
Tratamento de Obesidade 14
Medicamentos para Obesidade 16
Diabetes 18
Tipos 18
Sintomas de Diabetes 21
Tratamento de Diabetes 23
Hipertensão 27
Pressão Alta na Gravidez 28
Sumário
2. Particularidades e Benefícios do Exercício 35
Atividade Física e Diabetes 35
Avaliação da Macroangiopatia 47
Avaliação da Microangiopatia 47
Atividade Física na Gestação 50
Atividade Física na Terceira Idade 52
Programação da Atividade Física 56
Atividade Física e Obesidade 62

3. Parâmetros para Prescrição


de Exercícios em Grupos Especiais 66
Fundamentos para Prescrição
e Exercícios para Populações Especiais 66
Princípios Biológicos Para Prescrição
e Orientação de Exercícios Físicos (EF) 66
Escalas de Percepção Subjetiva de Esforço (PSE) 70
Prescrição Voltada Para Exercícios Intervalado 73
Treinamento com Pesos (TP) 73
Prescrição para Exercícios Contínuos
(Caminhada e Corrida) 77
Corrida 78
Equivalente de Gasto Energético 79
Prescrição de Atividades em Grupos (Idosos) 79

4. Referências Bibliográficas 83

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1. Aspectos Clínicos e Diagnósticos dos Grupos
Especiais

Cardiopatias Segundo dados da sociedade


brasileira de cardiologia no Brasil

A doença cardíaca congênita


(cardiopatia congênita) é uma
alteração na estrutura do seu cora-
nascem em torno de 23 mil crianças
com problemas cardíacos. Dessas
em torno de 80% necessitarão de
ção presente antes mesmo do nasci- alguma cirurgia cardíaca durante a
mento. É um termo genérico utiliza- sua evolução.
do para descrever alterações do co-
ração e dos grandes vasos, presentes Tipos
ao nascimento. Essas alterações
ocorrem enquanto o feto está se de- As cardiopatias congênitas
senvolvendo no útero e pode afetar mais comuns incluem:
cerca de 1 em cada 100 crianças, • Alterações na válvula car-
segundo dados da American Heart díaca: O problema mais comum no
Association. É a alteração congênita nascimento é a válvula aórtica bicús-
mais comum e uma das principais pide. Ocorre quando ela ao invés de
causas de óbito relacionados a ser formada por três folhetos, é for-
malformações congênitas. mada por dois. Podemos ter tam-

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bém o estreitamento (estenose) das usa seus lados esquerdo e direito
válvulas um fechamento completo para diferentes tarefas.
(atrésia), que impede ou dificulta o O lado direito do coração, re-
fluxo de sangue. Outras modifica- cebe o sangue venoso rico em gás
ções nas válvulas incluem válvulas carbônico, proveniente dos tecidos,
com vazamento ou que não fecham e será transportado para os pulmões
adequadamente, permitindo assim através das artérias pulmonares.
que o sangue retorne, em vez de Nos pulmões, ocorrerá a hematose
seguir seu fluxo (insuficiência); que é o processo em que o gás car-
• Alterações nas paredes bônico será trocado por oxigênio, e
entre os átrios e ventrículos do em seguida, este sangue rico em oxi-
coração levando aos shunts: gênio retornará para o lado esquer-
furos ou passagens entre as câmaras do do coração através das veias pul-
direitas e esquerda do coração pro- monares. O lado esquerdo do cora-
vocando a mistura de sangue oxige- ção bombeia o sangue através da
nado com sangue não oxigenado. aorta para o resto do corpo para que
Estas alterações podem provocar o as células possam utilizar o oxigênio
fluxo de sangue da direita para es- como combustível para o seu fun-
querda ou no sentido inverso. Pode- cionamento.
mos ter a comunicação entre os A maioria das alterações cardí-
átrios (CIA), comunicação entre os acas ocorre quando o bebê ainda
ventrículos (CIV), persistência do está no útero. Durante o primeiro
canal arterial (PCA) entre outras. mês de gestação, o coração do feto
Anormalidades no músculo começa a bater. Nesta altura, o
cardíaco como má formação do ven- coração é apenas um tubo com um
trículo direito, esquerdo e ventrículo for- mato que lembra vagamente um
único. Podemos ter também a com- coração. Logo as estruturas se for-
binação, em um mesmo paciente, de mam em ambos os lados do órgão,
mais de uma alteração. bem como os vasos sanguíneos que
transportam o sangue.
Causas Geralmente é neste momento
no desenvolvimento de um bebê que
O coração é dividido em qua- as alterações cardíacas podem co-
tro câmaras – duas do lado direito e meçar a desenvolver. Não se sabe ao
duas do lado esquerdo. No desempe- certo o que causa a cardiopatia con-
nho de sua tarefa básica - bombear gênita, mas há suspeita de algumas
sangue por todo o corpo - o coração condições:

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 As alterações genéticas ou durante a gravidez é conhe-
cromossômicas na criança, cido por causar alterações
como a síndrome de Down, congênitas, incluindo os cardí-
que leva a uma incidência 8 x acos. Alguns exemplos são o
maior de desenvolver alguma isotretinoína, para o trata-
cardiopatia mento da acne, e lítio, utiliza-
 Uso de certos medicamentos, do para o tratamento de
álcool ou drogas durante a desordem bipolar
gravidez  O consumo de álcool e drogas
 Infecção viral materna, como durante a gravidez também
rubéola, no primeiro trimestre pode contribuir para a cardio-
de gravidez patia congênita.
 O risco de ter uma criança com
doença cardíaca congênita Sintomas
pode dobrar se um pai ou um
irmão tem uma alteração Sintomas de Cardiopatia con-
cardíaca congênita. gênita:
Os sintomas de cardiopatia
Fatores de Risco congênita podem não aparecer até
mais tarde na vida. Eles também po-
Alguns fatores de risco ambi-
dem reaparecer anos depois de fazer
entais e genéticos podem desempe-
algum tratamento para um proble-
nhar um papel no desenvolvimento
ma cardíaco. Os sintomas depende-
da cardiopatia congênita. Eles in-
rão também do tipo de má-for-
cluem:
mação apresentado pelo paciente.
 Hereditariedade.
 A cianose (pele com coloração
 Doenças cromossômicas, co-
azulada)
mo síndrome de Down, Sín-
 aparecerá nas alterações que
drome de DiGeorge, Síndrome
provocam shunt, ou seja, uma
de Marfan, Síndrome de Noo-
passagem anormal do sangue
nan, Trissomia 13 e Síndrome
do lado direito do coração
de Turner Rubéola durante a
(rico em CO2), para lado
gravidez.
esquerdo (rico em O2). Com
 Diabetes tipo 1 ou diabetes ti- isso teremos a entrada de
po 2 na gravidez, que pode sangue pouco oxigenado na
interferir com o desenvolvi-
circulação que vai para o corpo
mento do coração. A diabetes todo.
gestacional geralmente não
 Falta de ar;
aumenta o risco de cardiopatia
congênita.  Pneumonias de repetição;
 Tomar certos medicamentos  Tosse;

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 Sudorese ou cansaço para as  Identifica a presença de oxi-
mamadas (neonatal); gênio no sangue;
 Cansar rapidamente após  Tomografia cardíaca.
exercício;
 Tonturas ou desmaios; Avalia a anatomia do coração,
 Inchaço de tecido do corpo ou presença de outras anormalidades
órgãos (edema), por disfunção em outros órgãos associadas.
do músculo cardíaco.
 Ressonância cardíaca;
 Avalia a função do coração, as
Diagnóstico e Exame
válvulas, o músculo, a presen-
ça de tumores e comunicações;
Em alguns casos, a cardiopatia  Cateterismo cardíaco.
congênita pode ser diagnosticada
antes do nascimento, em exames Pode ser usado como diagnós-
pré-natais. Como: tico ou para correções de alterações.
 Ecocardiograma fetal Na grande maioria das vezes o
 Ecocardiograma eco- cardiograma bem feito por um
 Ultrassonografia. médico especialista na área, pode
fornecer o diagnóstico. Nos casos em
Se esse não for o caso, o médi-
que ele não consegue fornecer as
co ou médica pode suspeitar de um informações necessárias pode ser
problema por ouvir um sopro cardí-
necessário o uso da tomografia ou da
aco durante um exame de rotina. ressonância cardíaca. O cateterismo
Um sopro cardíaco é um som que
às vezes é necessário, pois pode dar
ocorre quando o sangue flui de
uma visão muito mais detalhada do
forma anormal através do coração
coração do que um ecocardiograma.
ou dos vasos sanguíneos.
Além disso, alguns procedimentos
 Ecocardiograma; de tratamento da alteração congê-
 avalia o músculo cardíaco, as nita podem ser feitos durante o
válvulas e a função do coração;
cateterismo cardíaco.
 Eletrocardiograma;
 identifica a presença de
arritmias, bloqueios e sobre- Em Adultos
cargas do coração;
 Radiografia de tórax; Se o médico ou médica suspei-
 Além de conseguir avaliar o ta de cardiopatia congênita ou que
coração fornece informações sua alteração cardíaca congênita po-
também do pulmão; de ser a culpada para os problemas
 Oximetria de pulso; de saúde mais recentes, ele ou ela irá

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realizar um exame físico, incluindo Obesidade
ouvir o seu coração com um estetos-
cópio. Após os exames clínicos os A obesidade é o acúmulo de
métodos diagnósticos a serem utili- gordura no corpo causado quase
zados são os mesmos indicados para sempre por um consumo excessivo
as crianças. de calorias na alimentação, superior
ao valor usada pelo organismo para
Tratamento e Cuidados de sua manutenção e realização das
Cardiopatia Congênita atividades do dia a dia. Ou seja: a
obesidade acontece quando a inges-
O tratamento da cardiopatia tão alimentar é maior que o gasto
congênita depende do tipo e da gra- energético correspondente.
vidade. Alguns bebês têm cardiopa-
tias leves, que curam por conta pró-
pria com o tempo. Em outros casos,
podem ser necessário tratamento
medicamentoso ou exigir cirurgia
cardíaca. Estas podem incluir: pro-
cedimentos por cateter, cirurgias de
peito aberto ou, nos casos mais
graves, um transplante de coração.

Prevenção

Como a causa exata da maioria O excesso de gordura pode


das cardiopatias congênitas é desco- levar ao desenvolvimento de diabe-
nhecida, pode não ser possível evitar tes tipo 2, doenças do coração, pres-
essas condições. No entanto, exis- são alta, artrite, apneia e derrame.
tem algumas coisas que podem ser Por causa do risco envolvido, é im-
feitas para reduzir o risco de cardio- portante perder peso mesmo se não
patia congênita: estiver se sentindo mal. É difícil mu-
 Tomar a vacina de rubéola; dar seus hábitos alimentares e fazer
 Controlar doenças crônicas, exercícios. Mas, com o planejamen-
como diabetes; to pode ser alcançado.
 Evitar substâncias nocivas Alguém que ingere mais calo-
durante a gravidez. rias do que gasta, ganha peso. O que
se come e as atividades que se faz ao

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longo do dia influenciam nisso. levar a baixa autoestima e depressão
Quem tem familiares obesos tem nas crianças.
mais chances de também ser. Além
disso, a família também ajuda na Obesidade no Brasil
formação dos hábitos alimentares. A
vida corrida também torna mais Em 2015, o Brasil já tinha cer-
difícil planejar refeições e fazer ca de 18 milhões de pessoas conside-
alimentações saudáveis. Para mui- radas obesas. Somando o total de
tos, é mais fácil comprar comidas indivíduos acima do peso, o mon-
prontas e comer fora. Não há solu- tante chega a 70 milhões, o dobro de
ções de curto prazo para a obesi- há três décadas.
dade. O segredo para perder peso é Recentemente, o Ministério da
ingerir menos calorias do que se Saúde divulgou uma pesquisa que
gasta. revela que quase metade da popula-
ção brasileira está acima do peso.
Obesidade Infantil Segundo o estudo, 42,7% da popula-
ção estava acima do peso no ano de
A obesidade infantil acontece 2006. Em 2011, esse número passou
quando uma criança está com peso para 48,5%.
maior que o recomendado para sua O levantamento é da Vigitel
idade e altura. De acordo com o (Vigilância de Fatores de Risco e
IBGE, atualmente uma em cada três Proteção para Doenças Crônicas por
crianças no Brasil está pesando mais Inquérito Telefônico), e os dados fo-
do que o recomendado. As faixas de ram coletados em 26 capitais brasi-
Índice de Massa Corporal (IMC) de- leiras e no Distrito Federal.
terminadas para crianças são dife-
rentes dos adultos e variam de Tipos
acordo com gênero e idade.
O excesso de peso pode ter A obesidade pode ser classifi-
consequências para as crianças até a cada de diversas formas, por exem-
sua vida adulta, mesmo que a obesi- plo, quanto ao tipo, sendo:
dade seja revertida nesse período.  Homogênea: É aquela em que
Doenças como diabetes, hipertensão a gordura está depositada de
e colesterol alto são algumas conse- forma homogênea, tanto em
membros superiores e inferio-
quências da obesidade infantil não
res quanto na região abdo-
tratada. A condição também pode minal

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 Androide: É a obesidade em  Primária: quando o consumo
formato de maçã, mais carac- de calorias é maior que o gasto
terística do sexo masculino ou energético
é mulheres após a menopausa  Secundária quando é resul-
e nesse caso há um acúmulo de tante de alguma doença.
gordura na região abdominal e
torácica, aumentando os ris- Causas
cos cardiovasculares
 Ginecoide: É a obesidade em Os motivos que podem causar
formato de pera, mais caracte-
a obesidade em geral são multi-
rística do sexo feminino e
nesse caso há um acúmulo de fatoriais e envolvem fatores genéti-
gordura na região inferior do cos, ambientais, estilo de vida e
corpo, se concentrando nas fatores emocionais. A obesidade po-
nádegas, quadril e coxas. Está de às vezes ser atribuída a uma causa
associada a maior prevalência médica, como a síndrome de Prader-
de artrose e varizes. Willi, a síndrome de Cushing e ou-
tras doenças. No entanto, esses dis-
túrbios são raros e, em geral, as
principais causas da obesidade são:
 Inatividade: quem não é muito
ativo, não queima tantas calo-
rias. Quem possui um estilo de
vida sedentário, pode facil-
mente ingerir mais calorias
todos os dias do que com
Além disso, a obesidade pode exercícios e atividades diárias
normais
ser classificada quanto o grau do
 Dieta não saudável e hábitos
IMC: alimentares: O ganho de peso
 Entre 25 e 29,9 kg/m² = é inevitável pra quem come
Sobrepeso; regularmente mais calorias do
 Entre 30 e 34,9 kg/m² = que queima. E a maioria das
Obesidade grau I; dietas dos americanos é muito
 Entre 35 e 39,9 kg/m² = rica em calorias e está cheia de
Obesidade Grau II; fast food e bebidas de alto teor
 = 40 kg/m² = Obesidade Grau calórico
III.  Fatores de risco: Obesidade
geralmente resulta de uma
Pode ainda ser classificada combinação de causas e fato-
como: res contribuintes, incluindo

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 Genética: Os genes podem Prader-Willi, a síndrome de
afetar a quantidade de gordura Cushing e outras condições.
corporal que se armazena e Problemas médicos, como ar-
onde essa gordura é distri- trite, também podem levar à
buída. A genética também po- diminuição da atividade, o que
de desempenhar um papel na pode resultar em ganho de
eficiência com que seu corpo peso
converte alimentos em energia  Medicamentos: Alguns medi-
e como seu corpo queima camentos podem levar ao
calorias durante o exercício ganho de peso se não com-
 Estilo de vida familiar: A pensar por meio de dieta ou
obesidade tende a correr em atividade. Estes medicamen-
famílias. Se um ou ambos os tos incluem alguns antidepres-
seus pais são obesos, o risco de sivos, medicamentos anticon-
ser obeso é aumentado. Isso vulsivos, medicamentos para
não é só por causa da genética. diabetes, medicamentos anti-
Os membros da família ten- psicóticos, esteroides e beta-
dem a compartilhar hábitos bloqueadores
alimentares e de atividade  Idade: A obesidade pode ocor-
semelhantes rer em qualquer idade, mesmo
 Inatividade: quem não é muito em crianças pequenas. Mas à
ativo, não queima tantas calo- medida que se envelhece, mu-
rias. Com um estilo de vida danças hormonais e um estilo
sedentário, pode facilmente de vida menos ativo aumen-
ingerir mais calorias todos os tam o risco de obesidade. Além
dias do que com exercícios e disso, a quantidade de mús-
atividades diárias de rotina. culo em seu corpo tende a
Ter problemas médicos, como diminuir com a idade. Esta
artrite, pode levar à diminui- menor massa muscular leva a
ção da atividade, o que contri- uma diminuição do metabolis-
bui para o ganho de peso mo. Essas mudanças também
 Dieta não saudável: Uma dieta reduzem as necessidades de
rica em calorias, carente de calorias e podem dificultar a
frutas e vegetais, cheia de fast manutenção do excesso de
food e carregada de bebidas peso. Se não controlar consci-
hipercalóricas e porções gran- entemente o que come e se
des contribui para o ganho de tornar mais ativo fisicamente
peso com a idade, provavelmente
 Problemas médicos: Em algu- ganhará peso.
mas pessoas, a obesidade pode  Gravidez: Durante a gravidez,
ser atribuída a uma causa o peso de uma mulher aumen-
médica, como a síndrome de ta necessariamente. Algumas

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mulheres acham difícil perder de dieta, atividade física e
esse peso depois que o bebê exercícios e mudanças de com-
nasce. Esse ganho de peso portamento.
pode contribuir para o de-
senvolvimento da obesidade
Sintomas de Obesidade
em mulheres
 Parar de fumar: Parar de
fumar é frequentemente asso- A obesidade não causa sinais e
ciado ao ganho de peso. E para sintomas e sim manifestações decor-
alguns, pode levar a ganho de rentes da doença instalada que são
peso suficiente para que a cansaço, limitação de movimentos,
pessoa se torne obesa. No
suor excessivo, dores nas colunas e
longo prazo, no entanto, parar
de fumar ainda é um benefício pernas.
maior para sua saúde do que A obesidade é uma doença que
continuar a fumar se caracteriza pelo acúmulo exces-
 Problemas para dormir: Não sivo de gordura no organismo e se
dormir o suficiente ou dormir diferencia principalmente pela gra-
demais pode causar alterações vidade e pela localização desse acú-
nos hormônios que aumentam
mulo.
o apetite. Isso pode trazer tam-
bém o desejo por alimentos O acompanhamento médico
ricos em calorias e carboi- também é importante para, por
dratos, o que pode contribuir exemplo, identificar alterações que
para o ganho de peso. possam contribuir para o ganho de
 Substâncias químicas: Os des- peso. Lembrando que o tratamento
reguladores endócrinos (DE) da obesidade deve ser multipro-
ou disruptores endócrinos são fissional.
substâncias químicas são ca-
pazes de exercer efeito seme-
lhante ao de hormônios pre- Diagnóstico e Exames
sentes em nosso organismo.
De acordo com pesquisa existe
Na consulta médica, especia-
uma relação destas substân-
cias com o ganho de peso e a listas que podem diagnosticar a
obesidade obesidade são:
 Mesmo tendo um ou mais  Clínico geral;
desses fatores de risco, isso  Endocrinologista;
não significa que está des-  Nutricionista.
tinado a se tornar obeso. É
possível neutralizar a maioria
dos fatores de risco por meio
Diagnóstico de Obesidade

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ificar se desequilíbrios hormo-
A obesidade é determinada nais.
pelo Índice de Massa Corporal
(IMC) que é calculado dividindo-se Tratamento de Obesidade
o peso (em kg) pelo quadrado da al-
O tratamento da obesidade é
tura (em metros). O resultado revela
complexo e envolve várias especiali-
se o peso está dentro da faixa ideal,
dades da saúde. Não existe nenhum
abaixo ou acima do desejado -
tratamento farmacológico em longo
revelando sobrepeso ou obesidade.
Classificação do IMC: prazo que não envolva mudança de
estilo de vida.
 Menor que 18,5 - Abaixo do
peso
 Entre 18,5 e 24,9 - Peso
normal
 Entre 25 e 29,9 - Sobrepeso
(acima do peso desejado)
 Igual ou acima de 30 -
Obesidade.

Cálculo do IMC:
 IMC=peso (kg) / altura (m) x
altura (m)
 Exemplo: João tem 83 kg e sua
altura é 1,75 m
 Altura x altura = 1,75 x 1,75 =
3.0625 Como a obesidade é provocada
 IMC = 83 divididos por 3,0625 por uma ingestão de energia que
= 27,10 supera o gasto do organismo, a for-
 O resultado de 27,10 de IMC
ma mais simples de tratamento é a
indica que João está acima do
peso desejado (sobre- peso). adoção de um estilo de vida mais
saudável, com menor ingestão de
Exames calorias e aumento das atividades
físicas. Essa mudança não só provo-
Os exames para o diagnóstico ca redução de peso e reversão da
da obesidade geralmente incluem: obesidade, como facilita a manu-
 Colesterol total e frações; tenção do quadro saudável.
 Glicemia de jejum.
 Exames de sangue para ver- a. Alimentação saudável

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 Embora a correria do dia a dia sobrepeso ou obesas precisam
dificulte a realização de uma ter pelo menos 150 minutos
alimentação saudável, peque- por semana de atividade física
nas mudanças já podem fazer de intensidade moderada para
uma grande diferença na sua evitar mais ganho de peso ou
saúde: para manter a perda de uma
 Invista nas frutas, legumes e quantidade modesta de peso.
vegetais; Para conseguir uma perda de
 Prefiro alimentos integrais aos peso mais significativa, é
refinados; necessário se exercitar 300
 Evite alimentos como biscoi- minutos ou mais por semana.
tos, bolachas e refeições pron- Provavelmente será preciso
tas. Elas são ricas em açúcar, aumentar gradualmente a
sódio e gorduras – tudo o que quantidade de exercícios à
sua filha ou filho não pode medida que sua resistência e
comer em exagero; aptidão melhoram;
 Limite o consumo de bebidas  Caminhar mais: mesmo que o
adoçadas, incluindo os sucos exercício aeróbico regular seja
industrializados. Essas bebi- a maneira mais eficiente de
das são muito calóricas e ofe- queimar calorias e perder pe-
recem poucos ou nenhum so, qualquer movimento extra
nutriente; ajuda a queimar calorias.
 Reduza o número de vezes em Fazer alterações simples ao
que a família vai comer fora, longo do dia pode resultar em
especialmente em restauran- grandes benefícios. Estacionar
tes de fastfood; mais longe das entradas das
lojas, aprimorar suas tarefas
 Muitas das opções do menu
domésticas, fazer jardinagem,
são ricas em gordura e calo-
levantar-se e mover-se perio-
rias;
dicamente, e usar um pe-
 Sirva porções adequadas;
dômetro para acompanhar
 Prática de atividade física; quantos passos se realmente
 Aumentar a prática de ati- toma ao longo de um dia;
vidade física ou é uma parte  Infelizmente, é comum recu-
essencial do tratamento da perar o peso, independente-
obesidade. A maioria das pes- mente dos métodos de trata-
soas que conseguem manter a mento da obesidade utiliza-
perda de peso por mais de um dos. Quem toma medicamen-
ano faz exercício físico regu- tos para perda de peso, prova-
lar, mesmo que seja apenas velmente irá recuperar o peso
caminhando. Para aumentar o quando parar de tomá-los. É
nível de atividade; possível até mesmo recuperar
 Fazer exercícios: pessoas com

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o peso após a cirurgia de perda mais preocupantes dos remédios
de peso se continuar a comer para obesidade é o de se tornar
demais ou abusar de alimentos dependente. Por isso, o tratamento
altamente calóricos. Mas isso
medicamentoso da obesidade deve
não significa que seus esforços
de perda de peso sejam fúteis; ser acompanhado com rigor e restri-
 Uma das melhores maneiras to a alguns tipos de pacientes.
de evitar recuperar o peso que
perdido é fazer atividade física c. Cirurgias para Obesidade:
regularmente, aproximada- Pessoas com obesidade mórbida e
mente 60 minutos por dia; comorbidades, como diabetes e hi-
 Manter o controle de sua pertensão, podem optar por fazer a
atividade física ajuda a ficar
cirurgia de redução de estômago pa-
motivado e em curso. À medi-
da que perde peso e melhorar ra controlar o peso e sair da obesi-
a saúde, é importante consul- dade. Existem quatro técnicas dife-
tar o médico sobre quais ati- rentes de cirurgia bariátrica para
vidades adicionais se pode obesidade reconhecidas pelo Conse-
fazer e, se apropriado, como lho Federal de Medicina (CFM):
estimular a atividade e exer- Banda Gástrica Ajustável, Gastrec-
citar-se;
tomia Vertical, Bypass Gástrico e
 É preciso estar atento ao peso.
Manter uma dieta saudável e Derivação Bileopancreática. A esco-
atividades físicas são as me- lha da cirurgia dependerá do quadro
lhores maneiras de manter o do paciente, do grau de obesidade e
peso que perdido a longo das doenças relacionadas.
prazo.
Medicamentos para Obesi-
b. Medicamentos dade
A utilização de medicamentos con-
tribui de forma modesta e tempo- Alguns dos medicamentos
rária no caso da obesidade, e nunca mais usados para o tratamento de
devem ser usados como única forma problemas e sintomas relacionados
de tratamento. Boa parte das subs- à obesidade são:
tâncias usadas atuam no cérebro e a. Cloridrato de sibutramina
podem provocar reações adversas monoidratado: Somente um médi-
graves, como: nervosismo, insônia, co pode dizer qual o medicamento
aumento da pressão sanguínea, bati- mais indicado para cada caso, bem
mentos cardíacos acelerados, boca como a dosagem correta e a duração
seca e intestino preso. Um dos riscos do tratamento. Siga sempre à risca

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as orientações do seu médico e dade apenas no medicamento ou
NUNCA se automedique. Não inter- cirurgia, pois o resultado depende
rompa o uso do medicamento sem principalmente das mudanças nos
consultar um médico antes e, se hábitos de vida (dieta e atividade
tomá-lo mais de uma vez ou em física)
quantidades muito maiores do que a Com o tempo o medicamento
prescrita, siga as instruções na bula. para obesidade pode passar a perder
o efeito. Se isso ocorrer, o médico
b. Prognóstico: A obesidade é deverá ser consultado e nunca se
uma doença crônica que pode ser deve alterar a dose por conta própria
tratada e controlada com a alimen- Existem muitas propagandas
tação e prática de exercícios físicos, irregulares de medicamentos para
mas não tem cura. emagrecer nos meios de comunica-
ção, por isso não se deve acreditar
c. Complicações possíveis: A em promessas de emagrecimento
obesidade infantil aumenta o risco rápido e fácil.
de uma série de condições, in- Não se deve comprar medica-
cluindo: mentos para obesidade pela internet
 Colesterol alto ou em academias de ginástica, pois
 Hipertensão muitos não são autorizados pelo
 Doença cardíaca Ministério da Saúde e podem fazer
 Diabetes tipo 2 mal a quem utiliza.
 Problemas ósseos Clínicas e consultórios não
 Síndrome metabólica podem vender medicamentos para
 Distúrbios do sono obesidade. O paciente tem a liber-
 Esteatose hepática não dade de escolher a farmácia de sua
alcoólica
confiança para comprar ou manipu-
 Depressão
lar o medicamento prescrito.
 Asma e outras doenças res-
piratórias Fórmulas de emagrecimento
 Condições de pele como bro- com várias substâncias misturadas
toeja, infecções fúngicas e acne são proibidas pelo Ministério da
 Baixa autoestima Saúde e já provocaram mortes.
 Problemas de comporta- Para manter o peso dentro dos
mento. valores desejáveis e controlar a
obesidade, a melhor opção é ter uma
Não se pode depositar as alimentação balanceada e praticar
esperanças do tratamento da obesi- atividades físicas regularmente.

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d. Prevenção: A estratégia pre- corrente da falta de insulina e/ou da
ventiva deve ter início no nascimen- incapacidade de a insulina exercer
to, reforçando que o leite materno é adequadamente seus efeitos, cau-
um fator de prevenção contra a obe- sando um aumento da glicose (açú-
sidade e combatendo mitos de que a car) no sangue. O diabetes acontece
criança deve comer muito, mesmo porque o pâncreas não é capaz de
quando está satisfeita e que crian- ça produzir o hormônio insulina em
saudável é aquela com “dobrinhas”. quantidade suficiente para suprir as
As medidas de prevenção da obesi- necessidades do organismo, ou por-
dade são muito importantes especi- que este hormônio não é capaz de
almente pela gravidade das conse- agir de maneira adequada (resis-
quências e incluem 2 fatores tência à insulina). A insulina promo-
principais: ve a redução da glicemia ao permitir
1. Adequação do consumo ener- que o açúcar que está presente no
gético, ou seja, é necessário consu- sangue possa penetrar dentro das
mir calorias que estejam de acordo células, para ser utilizado como
com o gasto calórico e pra quem fonte de energia. Portanto, se houver
precisa perder peso é necessário um falta desse hormônio, ou mesmo se
planejamento alimentar que prio- ele não agir corretamente, haverá
rize alimentos que deem mais sacie- aumento de glicose no sangue e,
dade e que tenham o valor calórico consequentemente, o diabetes.
menor possível.
2. Incluir atividades físicas na ro-
tina. Atualmente cerca de 80% da
população é sedentária e muitos as-
sociam as atividades de lazer a
atividades de baixo gasto calórico,
como ver televisão, jogar videogame,
ficar no computador e isso é um
fator relevante para desencadear a
obesidade, em contrapartida, o exer-
cício físico intenso ou de longa dura-
Tipos
ção tem efeito inibitório no apetite.
Diabetes tipo 1
Diabetes
No diabetes tipo 1, o pâncreas
O diabetes é uma síndrome perde a capacidade de produzir
metabólica de origem múltipla, de- insulina em decorrência de um de-

18
feito do sistema imunológico, fazen- do ao aumento nos níveis de glicose
do com que nossos anticorpos ata- no sangue diagnosticado pela pri-
quem as células que produzem a meira vez na gestação, podendo - ou
esse hormônio. O diabetes tipo 1 não - persistir após o parto. A causa
ocorre em cerca de 5 a 10% dos exata do diabetes gestacional ainda
pacientes com diabetes. não é conhecida, mas envolve meca-
nismos relacionados à resistência à
Pré-diabetes insulina.
A pré-diabetes é um termo
usado para indicar que o paciente
tem potencial para desenvolver a
doença, como se fosse um estado
intermediário entre o saudável e o
diabetes tipo 2 - pois no caso do tipo
1 não existe pré-diabetes, a pessoa
nasce com uma predisposição ge-
nética ao problema e a impossibili-
dade de produzir insulina, podendo
desenvolver o diabetes em qualquer
idade.
Outros tipos de diabetes
Diabetes tipo 2 Esses tipos de diabetes são de-
No diabetes tipo 2 existe uma correntes de defeitos genéticos asso-
combinação de dois fatores - a dimi- ciados a outras doenças ou ao uso de
nuição da secreção de insulina e um medicamentos. Podem ser:
defeito na sua ação, conhecido como  Diabetes por defeitos genéti-
resistência à insulina. Geralmente, o cos da função da célula beta
diabetes tipo 2 pode ser tratado com  Por defeitos genéticos na ação
medicamentos orais ou injetáveis, da insulina
 Diabetes por doenças do pân-
contudo, com o passar do tempo, po-
creas exócrino (pancreatite,
de ocorrer o agravamento da doen- neoplasia, hemocromatose, fi-
ça. O diabetes tipo 2 ocorre em cerca brose cística etc.)
de 90% dos pacientes com diabetes.  Diabetes por defeitos induzi-
dos por drogas ou produtos
Diabetes Gestacional químicos (diuréticos, corticoi-
É o aumento da resistência à des, betabloqueadores, con-
ação da insulina na gestação, levan- traceptivos etc.).

19
O exame de glicemia do jejum dos casos de Diabetes no mundo,
é o primeiro passo para investigar o tem causa multifatorial, ou seja, são
diabetes e acompanhar a doença. Os muitos fatores que juntos desenca-
valores normais da glicemia do je- deiam a doença. A vida sedentária, a
jum ficam entre 70 e 99 mg/dL (mi- tendência genética e principalmente
ligramas de glicose por decilitro de o ganho de peso são as principais
sangue). Estar um pouco acima des- causas.
ses valores indica apenas que o O ganho de peso é decorrente
indivíduo está com uma glicemia no do excesso de calorias ingeridas.
jejum alterada. Isso funciona como Dessa forma, se a pessoa come açú-
um alerta de que a secreção de insu- car a mais e acaba por isso ganhando
lina pode não estar normal, e o mé- peso, neste caso sim o açúcar é a
dico deve seguir com a investigação causa do ganho de peso, que final-
solicitando um exame chamado cur- mente, pode levar ao Diabetes. Mas
va glicêmica, que define se o paci- se a pessoa come pão em excesso, ou
ente possui intolerância à glicose, ba- tata, ou arroz, e devido a estas
diabetes ou então apenas um resul- calorias fica acima do peso, também
tado alterado. igualmente tem risco de desenvolver
O diabetes não passa de Diabetes.
pessoa para pessoa. O que acontece Não é o fato de comer espe-
é que, em especial no tipo 1, há uma cificamente açúcar que causa Dia-
propensão genética para se ter a betes, mas sim o fato de comer em
doença e não uma transmissão co- excesso qualquer alimento que aca-
mum. Pode acontecer, por exemplo be fazendo com que o peso da pessoa
de a mãe ter diabetes e os filhos aumente. E, além do excesso de
nascerem totalmente saudáveis. Já o peso, é preciso juntar outros fatores,
diabetes tipo 2 tem uma função como sedentarismo e história fami-
multifatorial: é consequência de ma- liar para daí sim, ter maior risco de
us hábitos, como sedentarismo e desenvolver Diabetes.
obesidade, que também podem ser A aplicação de insulina não
adotados pela família inteira – ex- promove qualquer tipo de depen-
plicando porque pessoas próximas dência química ou psíquica. O hor-
tendem a ter a doença conjunta- mônio é importante para permitir a
mente, mas também tem propensão entrada de glicose na célula, tornan-
genética. do-se fonte de energia. Não se trata
Sabe-se que o Diabetes tipo 2 de dependência química e sim de ne-
do adulto, que corresponde a 90% cessidade vital. O paciente com dia-

20
betes precisa da insulina para sobre-  Formigamento nos pés e
viver, mas não é um viciado na furúnculos.
substância.
Qualquer indivíduo pode ma-
Sintomas de Diabetes nifestar diabetes tipo 2. No entanto
ter idade acima de 45 anos, apre-
Os principais sintomas do sentar obesidade ou sobrepeso e ter
diabetes são vontade frequente de histórico familiar de diabetes tipo
urinar, fome e sede excessiva e ema- dois podem aumentar o risco de ter
grecimento. Esses sintomas aconte- a doença.
cem em decorrência da produção
insuficiente de insulina ou da inca- Sintomas do diabetes tipo 1
pacidade de a insulina exercer ade- Pessoas com diabetes tipo 1
quadamente sua ação, causando as- podem apresentar os seguintes sin-
sim um aumento da glicose no san- tomas:
gue. Confira a seguir os sintomas  Vontade frequente de urinar
característicos de cada tipo de  Fome excessiva
diabetes.  Sede excessiva
 Emagrecimento
Principais sintomas do diabe-  Fraqueza
tes tipo 2  Fadiga
Pessoas com diabetes tipos 2  Nervosismo
 Mudanças de humor
não apresentam sintomas iniciais e
 Náusea e vômito.
podem manter a doença assinto- O diabetes tipo 1 pode ocorrer
mática por muitos anos. No entanto, por uma herança genética em con-
devido a uma resistência à insulina junto com infecções virais. A doença
causada pela condição de saúde é pode se manifestar em qualquer ida-
possível manifestar os seguintes de, mas é mais comum ser diagnos-
sintomas: ticada em crianças, adolescentes ou
 Fome excessiva; adultos jovens
 sede excessiva;
 infecções frequentes. Alguns
Sintomas do diabetes gesta-
exemplos são bexiga, rins e
pele; cional
 Feridas que demoram para O diabetes gestacional, na ma-
cicatriza; ioria das vezes, não causa sintomas e
 Alteração visual (visão emba- o quadro é descoberto durante os
çada); exames periódicos. No entanto,

21
devido ao aumento da glicemia Glicemia de jejum
durante a gravidez é possível ma-
nifestar os seguintes sintomas:
 Sede excessiva
 Fome excessiva
 Vontade constante de urinar
 Visão turva.

Qualquer mulher pode mani-


festar o diabetes gestacional. No en-
tanto, ter histórico familiar de dia-
betes, excesso de peso antes da
gravidez e ganho de peso durante a
gestação podem favorecer o quadro. A glicemia de jejum é um exa-
me que mede o nível de açúcar no
Sintomas do Pré diabetes seu sangue naquele momento, ser-
O pré-diabetes é a situação vindo para monitorização do trata-
clínica que precede o diagnóstico do mento de diabetes. Os valores de
diabetes tipo 2. Geralmente o pré- referência ficam entre 70 a 99 mili-
diabetes não é acompanhado de gramas de glicose por decilitro de
sintomas. Por isso é uma condição sangue (mg/dL). O que significam
de saúde que muitas vezes não é resultados anormais:
diagnosticada.  Resultados entre 100 mg/dL e
No entanto, se o indivíduo 125 mg/ dL são considerados
apresentar ganho de peso, ter casos anormais próximos ao limite e
de diabetes na família, ingerir uma devem ser repetidos em uma
outra ocasião
dieta rica em alimentos hipercalóri-
 Valores acima de 140 mg/dL já
cos e for sedentário, é importante são bastante suspeitos de dia-
procurar orientação médica para in- betes, mas também devendo
vestigar como estão os níveis de gli- ser repetido em uma outra
cose no sangue. ocasião, mas sempre é neces-
 Diagnóstico e Exames; sária uma avaliação médica.
 Diagnóstico de Diabetes.
Hemoglobina glicada
O diagnóstico de diabetes Hemoglobina glicada
normalmente é feito usando três (HBA1C) a fração da hemoglobina
exames: (proteína dentro do glóbulo verme-
lho) que se liga a glico- se. Durante o

22
período de vida da hemácia - 90 dias usado para o diagnóstico o exame da
em média - a hemoglobina vai incor- curva glicêmica simplificada, que
porando glicose, em função da con- mede no tempo zero e após 120 mi-
centração deste açúcar no sangue. nutos.
Se as taxas de glicose estiverem altas
duran- te todo esse período ou sofrer Tratamento de Diabetes
aumentos ocasionais, haverá neces-
sariamente um aumento nos níveis O tratamento de diabetes tem
de hemoglobina glicada. Dessa for- como objetivo controlar a glicose
ma, o exame de hemoglobina glicada presente no sangue do paciente evi-
consegue mostrar uma média das tando que apresenta picos ou quedas
concentrações de hemoglobina em ao longo do dia. Veja a seguir o tipo
nosso sangue nos últimos 3 meses. de tratamento para cada tipo de
Os valores da hemoglobina glicada diabetes:
irão indicar se você está ou não com Tratamento para diabetes
hiperglicemia, iniciando uma inves- tipo 1
tigação para o diabetes. Valores nor- O tratamento para o diabetes
mais da hemoglobina glicada: tipo 1 requer as seguintes medidas
 Para as pessoas sadias: entre  Aplicação de insulina: Os
4,5% e 5,7% pacientes com diabetes tipo 1
 Para pacientes já diagnosti- necessitam de injeções diá-
cados com diabetes: abaixo de rias de insulina para mante-
7% rem a glicose no sangue em
 Anormal próximo do limite: valores normais. Para fazer
5,7% e 6,4% e o paciente deve- essa medida é necessário ter
rá investigar para pré-diabetes em casa um glicosímetro,
 Consistente para diabetes: dispositivo capaz de medir a
maior ou igual a 6,5%. concentração exata de glicose
no sangue.
Curva glicêmica  Além de prescrever injeções de
insulina para baixar o açúcar
O exame de curva glicêmica no sangue, alguns médicos
simplificada mede a velocidade com solicitam que o paciente inclua
que seu corpo absorve a glicose após também medicamentos via
a ingestão. oral em seu tratamento. Os
O paciente ingere 75g de glico- medicamentos mais usados
se e é feita a medida das quantidades para tratar o diabetes tipo 1
são:
da substância em seu sangue após
 Glifage
duas horas da inges- tão. No Brasil é
 Glifage Xr

23
 Metformina.  Tratamento das comorbidades
do Diabetes tipo 2: No geral, o
Tratamento para Diabetes diabetes tipo 2 vem acompa-
Gestacional nhados de outros problemas,
O tratamento para mulheres como obesidade e sobrepeso,
sedentarismo, triglicerídeos
que apresentam diabetes gestacio- elevados e hipertensão.
nal visa diminuir os níveis de açúcar
na corrente sanguínea da mãe, a fim Dessa forma, é importante
de evitar que também prejudique o consultar seu médico e cuidar tam-
desenvolvimento do bebê. Veja a bém dessas outras doenças e proble-
seguir como é o tratamen- to para o mas que podem aparecer junto com
diabetes gestacional. o diabetes tipo 2.
Dessa forma, a pessoa com
Monitorização de bebês diabetes garante a sua saúde e
Mulheres que apresentem consegue controlar todas as doenças
uma condição de diabetes gestacio- com mais segurança.
nal precisam observar como está o  Medicamentos para tratar
crescimento do bebê e desenvolvi- diabetes tipo 2. Entre os
mento do bebê, com ultrassons e medicamentos que podem ser
outros exames. usados para controlar o
diabetes tipo 2 estão:
Uso de medicamentos
específicos Tratamento para o Pré-
Caso uma dieta acompanhada diabetes
exercícios não seja suficiente, a Na maior parte dos casos o
gestante pode precisar de injeções tratamento do pré-diabetes vai se
de insulina para baixar o açúcar no iniciar com as orientações para mo-
sangue. Alguns médicos prescrevem dificação de hábitos de vida: dieta
também medicamentos via oral para com redução de calorias, gorduras
controlar o açúcar no sangue. saturadas e carboidratos, princi-
palmente os simples, além do estí-
Tratamento para o diabetes mulo à atividade física.
tipo 2 Em alguns casos, o médico
Pessoas que apresentam dia- responsável poderá optar, junto com
betes tipo 2 contam com práticas o paciente, por iniciar tratamento
específicas no tratamento da condi- com medicação para prevenir a
ção de saúde. Confira a seguir: evolução para o diabetes.

24
Nos pacientes com pré-diabe- Medicamentos para Diabetes
tes, se estão em sobrepeso ou obesi- Somente um médico pode di-
dade, a perda de cerca de 5% a 7% do zer qual o medicamento mais indica-
peso corporal já leva a uma melhora do para o seu caso, bem como a
metabólica importante. dosagem correta e a duração do
tratamento. Siga sempre à risca as
Cigarro orientações do seu médico e nunca
Diabetes e cigarro multiplicam se automedique. Não interrompa o
em até cinco vezes o risco de infarto. uso do medicamento sem consultar
As substâncias presentes no cigarro um médico antes e, se tomá-lo mais
ajudam a criar acúmulos de gordura de uma vez ou em quantidades
nas artérias, bloqueando a circula- muito maiores do que a pres- crita,
ção. Consequentemente, o fluxo san- siga as instruções na bula.
guíneo fica mais e mais lento, até o Em pacientes com diabetes,
momento em que a artéria entope. ocorreu hipoglicemia (baixa taxa de
Além disso, fumar também contri- açúcar no sangue) durante a terapia
bui para a hipertensão no paciente com cloridrato de fluoxetina e hiper-
com diabetes. glicemia (alta taxa de açúcar no
sangue) após a suspensão do medi-
camento. Portanto, a dose de in-
Saúde bucal
sulina e/ou hipoglicemiante oral de-
A higiene bucal após cada
ve ser ajustada quando o tratamento
refeição para o paciente com diabe-
com este medicamento for estabe-
tes é fundamental. Isso porque o
lecido e após a sua suspensão.
sangue dos portadores de diabetes,
 Prognóstico
com alta concentração de glicose, é
 Complicações possíveis
mais propício ao desenvolvimento
 Retinopatia diabética
de bactérias. Por ser uma via de  Lesões que aparecem na retina
entrada de alimentos, a boca acaba do olho, podendo causar pe-
também recebe diversos corpos quenos sangramentos e, como
estranhos que, somados ao acúmulo consequência, a perda da
de restos de comida, favorecem a acuidade visual.
proliferação de bactérias. Realizar  Arteriosclerose
uma boa escovação e ir ao dentista  Endurecimento e espessa-
mento da parede das artérias
uma vez a cada seis meses é
 Nefropatia diabética
essencial.
 Alterações nos vasos san-
guíneos dos rins que fazem

25
com que ocorra uma perda de a atividade física e os medicamentos
proteína pela urina. O órgão que possam combater a pressão alta,
pode reduzir a sua função o aumento do colesterol e a sus-
lentamente, mas de forma pro-
pensão do tabagismo são medidas
gressiva até a sua paralisação
total. imprescindíveis de segurança. A
incidência desse problema é de duas
Neuropatia diabética a quatro vezes maior em pessoas
Os nervos ficam incapazes de com diabetes.
emitir e receber as mensagens do
cérebro, provocando sintomas, co- Infecções
mo formigamento, dormência ou O excesso de glicose pode cau-
queimação das pernas, pés e mãos, sar danos ao sistema imunológico,
dores locais e desequilíbrio, enfra- aumentando o risco de a pessoa com
quecimento muscular, traumatismo diabetes contrair algum tipo de
dos pelos, pressão baixa, distúrbios infecção. Isso ocorre porque os gló-
digestivos, excesso de transpiração e bulos brancos (responsáveis pelo
impotência. combate a vírus, bactérias etc.) fi-
cam menos eficazes com a hipergli-
Pé diabético cemia. O alto índice de açúcar no
Ocorre quando uma área ma- sangue é propício para que fungos e
chucada ou infeccionada nos pés de bactérias se proliferem em áreas
quem tem diabetes desenvolve uma como boca e gengiva, pulmões, pele,
úlcera (ferida). Seu aparecimento pés, genitais e local de incisão
pode ocorrer quando a circulação cirúrgica.
sanguínea é deficiente e os níveis de
glicemia são mal controlados. Qual- Hipertensão
quer ferimento nos pés deve ser tra- Ela é uma consequência da
tado rapidamente para evitar com- obesidade - no caso do diabetes tipo
plicações que podem levar à ampu- 2 - e da alta concentração de glicose
tação do membro afetado. no sangue, que prejudica a circu-
lação, além da arteriosclerose que
Infarto do miocárdio e AVC também contribui para o aumento
Ocorrem quando os grandes da pressão.
vasos sanguíneos são afetados, le-
vando à obstrução (arteriosclerose) Prognóstico
de órgãos vi- tais como o coração e o Pacientes com diabetes devem
cérebro. O bom controle da glicose, ser orientados a:

26
 Realizar exame diário dos pés Dados da hipertensão no
para evitar o aparecimento de Brasil
lesões - vale à pena usar um A última pesquisa que men-
espelho para visualizar as surou os dados da hipertensão em
plantas dos pés todos os dias
todo Brasil foi a Pesquisa Nacional
 Manter uma alimentação
saudável de Saúde (PNS), feita pela Instituto
 Utilizar os medicamentos Brasileiro de Geografia e Estatística
prescritos (IBGE) em 2013. Nela foi detec- tada
 Praticar atividades físicas que 21,4% da população acima de 18
 Manter um bom controle da anos. Entre as mulheres, há um
glicemia, seguindo correta- número maior com hipertensão
mente as orientações médicas. (24,2%), enquanto entre os homens
apenas 18,3% têm esse diagnóstico.
Prevenção
Pacientes com história fami-
liar de diabetes devem ser orien- Hipertensão you
tados a: Além disso, esse diagnóstico
au- menta com a idade:
 Manter o peso normal
 Não fumar  Entre 30 e 59 anos - 17,8%
 Controlar a pressão arterial  Entre 60 e 64 anos - 44,4%
 Evitar medicamentos que po-  Entre 65 e 74 anos - 52,7%
tencialmente possam agredir o  De 75 em diante - 55%
pâncreas
 Praticar atividade física re- Quando o seu coração bate, ele
gular. contrai e bombeia sangue pelas
artérias para o resto do seu corpo.
Hipertensão
Esta força cria uma pressão sobre as
artérias. Isso é chamado de pressão
A hipertensão arterial sistê-
arterial sistólica.
mica (HAS) ou pressão alta é uma
Há também a pressão arterial
condição clínica multifatorial carac-
diastólica, que indica a pressão nas
terizada por níveis elevados e sus-
artérias quando o coração está em
tentados da pressão arterial (PA).
repouso, entre uma batida e outra.
Considerando-se valores de pressão
(1, 2 e 3).
arterial maiores ou iguais a 140/
90mmHg. (1, 2 e 3)

27
Classificação característica da mãe desde antes.
Os valores de pressão arterial Em ambos os casos, pode trazer
em indivíduos acima de 18 anos diversos riscos à gestante, pois a
classificam-se em (1, 2 e 3): pressão alta altera o fluxo sanguíneo
 Ótima: Pressão sistólica <120 da placenta para o feto causando
_ TMPLITEM=»20» e Pressão inúmeros transtornos que podem
diastólica <80 culminar com sérias complicações
 Normal: Pressão sistólica como a diminuição do aporte de
<130 e Pres- são diastólica:
oxigênio para o feto.
<85
Já no caso da mãe, o quadro
 Limítrofe:130-139 e Pressão
diastólica: 85-89 pode desenvolver-se para a eclam-
 Hipertensão estágio 1: Pressão psia, quando ocorrem convulsões na
sistólica: 140-159 e Pressão hora do parto. Por isso é muito
diastólica: 90-99 importante que a grávida acompa-
 Hipertensão estágio 2: Pressão nhe sempre essa taxa com seu
sistólica: 160-179 e Pressão médico.
diastólica: 100-109 Ela também pode e deve tomar
 Hipertensão estágio 3: Pressão
cuidados, como restringir o sal e
sistólica: = 180 e Pressão
diastólica = 110 controlar o peso. Para as mulheres
 Hipertensão sistólica isolada: que já tomavam medicamentos para
Pressão sistólica: = 140 e controlar a pressão, podem ter que
Pressão diastólica: < 90. fazer troca de medicamento para
não prejudicar a criança, mas tudo
Pressão Alta na Gravidez isso será avaliado pelo médico.

Tipos
A hipertensão pode ser dividi-
da em três estágios, definidos pelos
níveis de pressão arterial. Esses nú-
meros, somados a condições relacio-
nadas que o paciente venha a ter,
como diabetes ou histórico de AVC,
determinam se o risco de morte
cardiovascular do paciente é leve,
moderado, alto ou muito alto. Além
A hipertensão pode aparecer disso, quanto mais alta a pressão
durante a gravidez ou já ser uma arterial, maior a chance de o

28
paciente precisar usar medica-  Idade
mentos (1, 2 e 3)  Consumo excessivo de sal
 Estágio I: hipertensão acima  Gênero e etnia (maior em
de 130 por 90 e abaixo de 160 homens, e em indivíduos de
por 100 cor não branca)
 Estágio II: hipertensão acima  Idade
de 160 por 100 e abaixo de 180  Sedentarismo
por 110
 Estágio III: hipertensão acima Fatores de risco cardio-
de 180 por 110. vasculares adicionais aos pacientes
com Hipertensão:
Causas  Tabagismo;
A hipertensão normalmente é  Alteração dos níveis de
causada quando há uma resistência colesterol toral e frações e
e endurecimento maior dos vasos triglicérides;
sanguíneos para a passagem do  Diabetes melito;
sangue, o que necessita uma força  História familiar prematura de
maior do coração para o bom- doença cardiovascular: ho-
beamento do sangue. mens<55 anos e mulheres <65
anos.
Isso pode ser um processo
natural do corpo, mas é aumentado Sintomas de Hipertensão
com alguns dos fatores de risco Na sua maioria os pacientes
listados abaixo: hipertensos são assintomáticos, po-
dendo ocorrer (1, 2 e 3):
Fatores de risco
 Dores no peito
A hipertensão é herdada dos  Dor de cabeça
pais em 90% dos casos. Em uma  Tonturas
minoria, a hipertensão pode ser  Zumbido no ouvido
causada por uma doença relacio-  Visão turva.
nada, como distúrbios da tireoide ou
em glândulas endocrinológicas, co- Infelizmente, como a hiper-
mo a suprarrenal. Entretanto, há tensão só apresenta sintomas quan-
vários outros fatores que influen- do está mais avançada, as pessoas só
ciam os níveis de pressão arterial, suspeitam do quadro quando já
entre eles (1, 2 e 3): apresentam alterações no organis-
 Consumo de bebidas alco- mo.
ólicas Para fazer diagnóstico precoce
 Obesidade precisamos que em todo o atendi-

29
mento de saúde, seja público ou com efeito de overdose dos remédios
privado, as pessoas tenham sua que não são necessários no dia a dia.
pressão arterial verificada. A forma de diferenciar a hiper-
Você também pode medir a tensão do avental branco da hiper-
sua pressão arterial em casa com uso tensão arterial verdadeira é utilizar
de aparelhos apropriados. um método de medida da pressão
arterial fora do consultório, que
Diagnóstico e Exames pode ser a MAPA (Monitorização
Especialistas que podem diag- Ambulatorial da Pressão Arterial)
nosticar hipertensão são: ou a MRPA (Monitorização Residen-
 Clínico geral cial da Pressão Arterial).
 Cardiologista
 Cirurgião vascular. Exames
O principal exame para iden-
Diagnóstico de Hipertensão tificar a hipertensão é a medida da
O diagnóstico de hipertensão é pressão arterial feita em consultório.
feito pela medida da pressão. A Fora isso, outros exames po-
forma mais comum é a medida dem ser feitos, como já explicado
casual, feita no consultório com apa- acima, tais quais:
relhos manuais ou automáticos. A  MAPA (Monitorização Ambu-
hipertensão também pode ser diag- latorial da Pressão Arterial),
nosticada por aparelhos que fazem nele você fica com um apa-
aproximadamente 100 medidas de relho que mede sua pressão
pressão durante 24 horas. por 24 horas, uma técnica
usada para diferenciar hiper-
tensão do jaleco branco da
Hipertensão do jaleco branco pressão alta comum
Este é um evento que ocorre  MRPA (Monitorização Resi-
quando a medida da pressão é feita dencial da Pressão Arterial),
por um profissional de saúde que ou seja, a medida com o apa-
cause algum grau de ansiedade no relho que você tem em casa.
paciente (geralmente um médico),
então a pressão se eleva de forma Além disso, outros exames
desproporcional ao valor diário. O podem ser pedidos, principalmente
problema disso é que o médico, ven- se o paciente chegar ao médico com
do a pressão alta, aumenta a medi- sintomas, para entender se a hiper-
cação. E esse paciente em casa sofre tensão já prejudicou algum órgão,
como o coração.

30
Como medir a pressão em casa Tratamento de Hipertensão
corretamente: A hipertensão não tem cura,
 Para que a MRPA seja efici- mas tem tratamento para ser contro-
ente, requer o seguinte passo a lada. Somente o médico poderá
passo: determinar o melhor método para
 Esteja em repouso por pelo cada paciente, que depende das
menos dois minutos (ideal- comorbidades e medidas da pressão.
mente cinco minutos)
É importante ressaltar que o trata-
 Fique na posição sentada
 Esteja de bexiga vazia (para mento para hipertensão se inicia a
evitar que a distensão de mudança do estilo de vida (MEV)
bexiga cause desconforto e associado ou não a medicamentos:
eleve a pressão)  Manutenção do peso adequa-
 Prefira momentos em que você do, se necessário, mudando
ou a pessoa que está medindo hábitos alimentares
a pressão esteja sem dor ou  Não abusar do sal, utilizando
ansiedade extrema outros temperos que ressal-
 Posicione o braço na altura do tam o sabor dos alimentos
coração, apoiado em alguma  Praticar atividade física
superfície regular
 Coloque o aparelho medidor  Aproveitar momentos de lazer
nem muito apertado e nem  Abandonar o fumo
muito solto, permitindo a  Moderar o consumo de álcool
entrada de um dedo  Evitar alimentos gordurosos
 Evite falar durante a medição  Controlar o diabetes e outras
 Meça duas vezes, com 5 comorbidades.
minutos de intervalo, para ter
certeza da medida. Tipos de medicamento contra
 Medidores de pressão alta em
pressão alta
aplicativos funcionam?

Hoje cada vez mais aplicativos Existem diferentes classes de


prometem medir sua pressão com a drogas para reduzir a PA, que agem
colocação do dedo na câmera do em mecanismos distintos. O trata-
celular ou identificador de digital. mento da hipertensão deve ser
No entanto, a maioria dos médicos individualizado. A depender do per-
ainda é um pouco reticente com esse fil do paciente hipertenso, algumas
tipo de tecnologia, aguardando mais classes podem ser mais adequadas
estudos que confirmem sua eficácia. que outras. Também é importante
ressaltar que muitas vezes se faz

31
necessário associar classes de  Antagonistas de cálcio: eles
medicações com mecanismos distin- bloqueiam a ação do canal de
tos, pois essa estratégia possibilita cálcio com consequente dila-
uma maior efetividade no controle tação das artérias.
da pressão arterial e na proteção
Esse é um dos grandes pro-
cardiovascular.
blemas no tratamento da hiperten-
são. A falta de adesão ao tratamento
e o conceito de que uma vez que a
pressão arterial esteja controlada, a
medicação pode ser suspensa.
Um paciente hipertenso que
suspende a sua medicação está
sujeito aos riscos de uma elevação
súbita da pressão em algumas situa-
ções, como no estresse, além dos
Fonte: Tua Saúde riscos crônicos que os níveis pressó-
ricos elevados provocam (AVC, In-
Entre os medicamentos usa- farto Agudo do Miocárdio, Doença
dos para controlar a PA estão: Renal Crônica e Insuficiência
 Inibidor da enzima conversora Cardíaca).
da angiotensina: eles impe- Somente um médico pode di-
dem a angiotensina I de se zer qual o medicamento mais indi-
converter em angiotensina II,
cado para o seu caso, bem como a
essa última responsável pelo
aumento da pressão arterial dosagem correta e a duração do
 Antagonistas dos receptores tratamento. Siga sempre à risca as
da angiotensina (ARA): blo- orientações do seu médico e NUNCA
queia a ação da angiotensina II se automedique. Não interrompa o
em um dos receptores que ale uso do medicamento sem consultar
atua um médico antes e, se tomá-lo mais
 Betabloqueadores: agem no de uma vez ou em quantidades
sistema nervoso simpático,
muito maiores do que a prescrita,
que tem como uma das fun-
ções reagir ao estresse. Diuré- siga as instruções na bula.
ticos: aumentam a excreção de
água e sódio do organismo e Prognóstico
também tem ação vasodila- A hipertensão arterial primá-
tadora, reduzindo a pressão ria não tem cura, mas tem um exce-
sanguínea
lente controle através de tratamento

32
medicamentoso e mudanças no esti-  Diminuição da quantidade de
lo de vida. Alguns casos de hiper- gorduras saturadas para entre
tensão arterial são secundários a 6% e 10% das calorias
uma outra doença ou a algum fár- consumidas ao dia (ou seja, se
sua die- ta é 1.500 calorias, só
maco ou droga, e esses casos podem
consumir 90 a 150 calorias
ser curados. provenientes deste tipo de
As principais complicações da gordura)
hipertensão são AVC, por infarto  Limitação do consumo de
agudo do miocárdio ou doença renal colesterol para 300 mg no caso
crônica. Além disso, a hipertensão de quem é saudável e 150 mg
pode levar a uma atrofia do músculo para quem já tem hipertensão.
do coração, causando arritmia
cardíaca. É importante ressaltar que
qualquer combinação de fatores de
risco é sempre muito mais grave,
pois o risco das comorbidades é
multiplicado. Em média, uma pes-
soa com hipertensão que não con-
trola o problema terá uma doença
mais grave daqui 15 anos.

Dieta para controlar a


pressão alta
Visando o tratamento da hi-
pertensão, foi criada nos Estados
Unidos a Dieta Dash, sigla em inglês
para Abordagem Dietética para Pa-
rar a Hipertensão.
A dieta DASH tradicional cos-
tuma indicar algumas mudanças na
quantidade de alimentos:
 Redução do sódio para 1.500 a
2.300 mg ao dia para quem
tem hipertensão, e entre 2.000
e 3.000 mg para quem não
tem

33
2. Particularidades e Benefícios do Exercício

Atividade Física e Diabetes Apesar das doenças associadas


à inatividade física e à obesidade

A tividade física (qualquer movi-


mento corporal produzido por
ação muscular que aumenta o gasto
serem importantes problemas de
saúde pública mundiais, também há
amplas evidências de que mudanças
energético) é necessária para sobre- no estilo de vida são eficazes na
vivência e saúde. Porém, dados epi- prevenção especialmente do DM2. A
demiológicos revelam que a maioria dificuldade encontra-se em trans-
dos indivíduos não realiza nível de formar esta evidência científica em
atividade física desejável para pro- sustentadas alterações comporta-
mover saúde. mentais nos indivíduos. Estes atri-
Comportamento sedentário buem seu comportamento sedenta-
favorece o acúmulo de gordura cor- rio à falta de tempo para participar
poral, associando-se, portanto, a regularmente de programas de exer-
várias doenças crônicas como o cício; sob a perspectiva ambiental,
DM2 e outros componentes da sín- facilidades físicas e tecnológicas do
drome metabólica (SM) (figura 1), mundo moderno contribuem consi-
que elevam a mortalidade espe- deravelmente para redução do gasto
cialmente cardiovascular. energia de populações.

35
As consequências desta reali- lizado. Para otimizar os efeitos do
dade na maioria dos continentes exercício em longo prazo o ideal é
têm sido constatadas não apenas que se submeta a um programa
nos adultos de risco ou portadores combinado de exercícios aeróbios e
de DM2, mas também em crianças e de força, que trazem benefícios
jovens. Em fases mais precoces da complementares.
vida, o ganho excessivo de peso tem Durante as atividades físicas
contribuído para o surgimento mais há aumento no consumo de oxigênio
pre- coce do DM2, ao mesmo tempo e glicose, especialmente na mus-
que se torna um agravante do con- culatura esquelética. Para atender à
trole metabólico naqueles jovens já demanda aumentada de energia, o
portadores de DM1. músculo lança mão de seus estoques
de glicogênio e triglicérides, além da
Aspectos fisiológicos do exer- glicose liberada do fígado e de ácidos
cício e particularidades no DM graxos oriundos do tecido adiposo.
Entende-se por exercício qualquer O cérebro e outros órgãos vitais ne-
atividade física planejada e estrutu- cessitam que a glicemia seja man-
rada que gera respostas agudas e tida estável para preservar suas
crônicas no organismo, requerendo funções durante esta prática. Fisio-
adaptações funcionais e morfológi- logicamente, há queda na insuli-
cas. O exercício aeróbio consiste de nemia e o glucagon é necessário para
movimentos contínuos, repetidos e produção hepática de glicose. No
rítmicos de grandes grupos muscu- exercício prolongado as elevações do
lares por no mínimo 10 minutos. São glucagon e catecolaminas são essen-
exemplos caminhada, corrida, nata- ciais para estabilidade glicêmica.
ção e ciclismo; quando praticados na Em indivíduos com deficiência de
intensidade, frequência e período de insulina pode haver liberação exces-
treinamento adequados ocorre me- siva destes hormônios contrarregu-
lhora do condicionamento físico. O ladores da insulina, determinando
treinamento de força – também co- hiperglicemia e até mesmo elevação
nhecido como anaeróbio – usa a for- da cetonemia. Por outro lado, a
ça muscular para mover um peso administração exógena de insulina
contra resistência. São exemplos os pode atenuar ou mesmo impedir a
exercícios com halteres ou aparelhos necessária mobilização de glicose e
de musculação. Se bem planejado e outros substratos energéticos na
realizado regularmente aumenta o atividade física, causando hipo-
condicionamento muscular genera- glicemia.

36
No DM tipo 1 e 2 a indicação documentado. A gradual redução da
da atividade física como integrante sensibilidade à insulina que ocorre
do esquema terapêutico exige, por com o avançar da idade se deve em
parte da equipe de saúde, conhe- parte à falta de atividade física, que,
cimento sobre os riscos e benefícios por sua vez, contribui para deposi-
desta prática, situação na qual pro- ção intraabdominal de gordura. A
cessos fisiológicos e adaptações hor- resistência tecidual à ação deste
monais não estão completamente hormônio compromete a transloca-
preservados. As orientações para ção dos transportadores de glicose
atividade física devem ser individua- (GLUT) para a superfície celular e,
lizadas, considerando o tipo de DM, consequentemente, a captação da
idade do indivíduo, objetivos do glicose. A RI do indivíduo com DM2
programa de atividade física, pre- ou SM tem origem multifatorial e
sença de descompensação glicêmica, hoje se sabe que atividade física e
complicações crônicas e comorbi- exercício melhoram diversos meca-
dades. Pode haver necessidade de nismos capazes de favorecer a cap-
incluir na equipe um profissional co- tação da glicose. Dessa forma, esta
nhecedor de fisiologia do exercício. prática representa estratégia valiosa
Atividade física não é isenta de para redução do risco cardiovascular
riscos os quais devem ser ponde- global destes indivíduos.
rados no momento da sua reco-
mendação. Exercícios, em particular Importância e orientação da
os de resistência, podem elevar atividade física no DM
abruptamente a pressão arterial e Qualquer atividade física asso-
desencadear eventos macro ou mi- cia-se a gasto energético, uma vez
crovasculares, enquanto que ativi- que a musculatura esquelética utili-
dades de impacto podem provocar za combustível para sua contração.
lesões em membros inferiores espe- No repouso, a principal fonte de
cialmente nos neuropatas. Avaliação energia resulta da oxidação dos
clínica cuidadosa combinada a exa- ácidos graxos livres. No início do
mes subsidiários minimizam as exercício, os carboidratos assumem
consequências adversas. maior importância como fontes efi-
No DM2 e SM que tem a resis- cazes de produção energética. A con-
tência à insulina (RI) como elo fisio- tribuição percentual dos carboidra-
patológico comum, o papel da ativi- tos como fonte primária de energia
dade física e exercício para proteção para contração muscular se eleva à
cardiovascular está amplamente medida que aumenta a intensidade

37
do exercício. No entanto, em exer- concentração sanguínea. Porém, é
cícios de longa duração os ácidos importante salientar que o efeito da
graxos livres passam a ser o subs- atividade física ocorre por via
trato energético preferencial. independente da ligação da insulina
O principal mecanismo res- ao seu receptor. O sinal do exercício
ponsável pela captação de glicose se inicia com a liberação de cálcio
pelas células depende da ligação da pelo retículo sarcoplasmático,
insulina ao seu receptor, desencade- ativando a seguir outros sinaliza-
ando uma cascata de reações intra- dores. Tal conhecimento é relevante
celulares que culminam com a trans- especialmente para o DM2, de- vido
locação de GLUT para a superfície à resistência na transmissão do sinal
celular. Os GLUT-4 são os principais insulínico.
responsáveis pela captação da gli- Em indivíduos normais o au-
cose circulante na maioria dos teci- mento na captação de glicose decor-
dos em humanos. É sabido que rente do exercício determina redu-
atividade física induz aumento da ção dos níveis circulantes de insu-
captação de glicose, mas que os me- lina e elevação dos níveis de gluca-
canismos responsáveis por este be- gon, efeitos estes que servem para
nefício não dependem principal- garantir o fornecimento de glicose
mente da via da PI3-kinase da pela quebra do glicogênio hepático
sinalização insulínica. Além disso, a durante esta prática, impedindo a
prática regular de atividade física queda exagerada da glicemia. Para
traz efeitos benéficos não apenas ao indivíduos com DM1, dependentes
metabolismo glicídico, mas também de insulina exógena, manterem es-
lipí- dico, favorecendo a redução da tabilidade glicêmica é fundamental
glicemia e aumento das concen- que o aporte energético esteja ade-
trações de HDL-c. quado ao grau de insulinização. Para
O conhecimento sobre os tanto se faz necessária frequente
mecanismos pelos quais atividades monitorização glicêmica em vários
físicas melhoram a sensibilidade à momentos do dia e ajustes de doses.
insulina, especialmente na muscu- Conhecendo os diferentes padrões
latura esquelética, sofreu considera- de variação glicêmica frente a varia-
veis avanços. Tanto a in- sulina das atividades físicas poder-se-á
como atividades físicas mobilizam adequar a quantidade de insulina ao
os GLUT-4 para membrana plasmá- plano alimentar. Vale lembrar que
tica para promover captação de gli- outras variáveis estão presentes
cose com consequente queda na sua nesta equação que dificultam que o

38
indivíduo em insulinoterapia prati- não haja erro de interpretação e
quem exercícios isentos do risco de prejuízo da eventual atividade física.
hipoglicemia e hiperglicemia. São inúmeros os benefícios
Quando o exercício é realizado atribuídos à atividade física regular-
por indivíduo bem controlado, isto mente praticada (quadro 1), valendo
é, adequadamente insulinizado, ob- ressaltar que o condicionamento
têm-se os benefícios de redução da físico contribui para redução da
glicemia pela captação de glicose pressão arterial, melhora da função
pelas células musculares. Já o indi- endotelial e do perfil lipídico. Em
víduo diabético mal controlado, sem crianças e adolescentes, é funda-
insulina suficiente para manter a gli- mental para o crescimento e desen-
cemia próxima do normal, quando volvimento normais, o que torna
submetido a esforço físico, pode ter imperioso o conhecimento das im-
seu estado hiperglicêmico agravado plicações do exercício no controle do
ou mesmo desenvolver cetose. Dessa DM1 nesta faixa etária.
forma, não é recomendado exercício Apesar destes benefícios, estu-
mesmo que moderado ou inten- so a dos que avaliam o papel do exercício
indivíduos com DM1 em situações para es- tabilidade glicêmica não são
de insulinopenia, pois o organismo animadores. Em diversos estudos, a
não ape- nas deixará de se beneficiar atividade física não tem sido relacio-
desta prática, como poderá acentuar nada à melhora sustentada do con-
a descompensação metabólica. Para trole glicêmico no DM1. Porém, o
que seja realizado de forma segura, a uso de bombas de infusão ou os
glicemia capilar pré-exercício deve esquemas de múltiplas doses com
ser inferior a 250 mg/dL e sem ceto- análogos de insulinas têm possibi-
núria. Valores elevados de glicemia litado melhora desta realidade. De
ou cetonemia denotam hipoinsulini- qualquer forma, inúmeras vanta-
zação, condição inadequada à práti- gens associadas à atividade física,
ca de exercício. Importante lembrar tornando estes indivíduos mais dis-
que o jejum prolongado fisiologica- ciplinados em razão desta prática, e
mente pode desencadear cetonúria, o perfil de risco cardiovascular mais
a qual, nesta circunstância, não re- favorável, asseguram sua indicação
presenta contraindicação ao exercí- no DM1.
cio desde que o indivíduo receba Dentre as consequências inde-
aporte calórico adequado. Cetonúria sejadas decorrentes da atividade fí-
de jejum deve ser lembrada para que sica, a mais frequente é a hipo-
glicemia, sendo os indivíduos bem

39
controlados os mais susceptíveis. Os rem à estabilização do controle
episódios hiperglicêmicos podem glicêmico de indivíduos com DM1,
surgir durante, logo após ou mesmo evidências de melhora do perfil de
horas depois do término do exer- risco cardiovascular, esqueléticas e
cício. Estes decorrem de uma com- psicológicas. Porém, é fundamental
binação de fatores incluindo ativi- que estes indivíduos sejam previa-
dade exagerada e excesso relativo de mente avaliados e orientados ao
insulina circulante em relação ao iniciar um programa de exercício. A
aporte alimentar. Os efeitos molecu- presença de complicações crônicas
lares, promotores da captação de (macroangiopatia, retinopatia, ne-
glicose, se mantêm por tempo mais fropatia e neuropatia) pode se cons-
prolongado. Havendo depleção tituir em contraindicação a esta
acentuada das reservas de glico- prática.
gênio muscular durante a atividade A principal recomendação pa-
física, a presença de insulina circu- ra o sucesso de um programa de
lante determina direcionamento da atividade física é que seja coerente
glicose para a recomposição dos es- com seu estilo de vida individual. O
toques musculares, bem como blo- médico deverá recorrer ao educador
queio da glicogenólise hepática. físico e de outros membros de uma
equipe multiprofissional para envol-
Recomendações para a ver o paciente na conscientização e
prática de exercício no DM1 escolha realista das modalidades de
atividade física a serem praticadas.
Uma vez definidos os tipos de
atividade física que trarão maior
satisfação e adaptação ao cotidiano,
há orientações que são comuns a
todos os indivíduos com DM1.
Considerando-se as limitações
da insulinoterapia no que diz res-
peito à variabilidade diária dos seus
efeitos hipoglicemiantes, é funda-
mental que o indivíduo conheça as
variáveis que interferem no seu caso
em particular. Embora as recomen-
Apesar dos programas de exer- dações para o exercício tenham que
cício isoladamente não se associa- ser individualizadas, orientações re-

40
lativas à frequência de monitori- dratos é recomendada. A magnitude
zação da glicemia, adequação da da redução da dose de insulina
ingestão de nutrientes, modificações deverá variar com a duração e a
nas doses de insulina e escolha do intensidade do exercício, tipo de
local de aplicação diante do tipo de insulina, momento do dia em que
atividade física devem ser lembra- será realizado e ainda com a sensi-
das. A resposta glicêmica ao exercí- bilidade individual aos efeitos hiper-
cio varia de modo considerável de glicêmicos do exercício. Nesse senti-
indivíduo para indivíduo e de uma do, os resultados da monitorização
atividade para outra. É essencial que são fundamentais para orientar os
indivíduos com DM1 monitorem sua ajustes necessários nas doses de in-
glicemia antes, durante e após essa sulina. Deve ser lembrado que exer-
prática e que realizem ajustes na die- cício extenuante de curta duração
ta e no esquema de insulina com não raramente causa hiperglicemia.
base nestas informações, minimi- O uso de alimentos extras (por
zando, dessa forma, o risco de exemplo, lanche ao deitar) nos dias
hipoglicemia. O uso de bombas de de grande atividade física pode ter
infusão, acopladas a sensores de indicação para se evitar hipogli-
glicose tem permitido que pratican- cemia tardia.
tes de exercícios, mesmo os vigoro- Em geral, para exercício reali-
sos, mantenham estabilidade glicê- zado próximo à hora do almoço por
mica bastante satisfatória. indivíduos em uso de insulina de
Sempre que possível, o exercí- ação intermediária (NPH ou lenta),
cio deve ser realizado após refeições a dose matinal deve ser reduzida ao
(uma a duas horas), que, entre ou- redor de 30% (10). Reduções da or-
tras vantagens, atenua a hipergli- dem de 50% podem ser necessárias
cemia pós-prandial 100. O consu- em insulinas rápidas ou ultrarrá-
mo rotineiro de carboidratos extras pidas, na dependência do tipo, in-
previamente à prática deve ser desa- tensidade e duração do exercício.
conselhado, pois contribui para au- Quanto às insulinas ultralentas, evi-
mento de peso. O ajuste da dose de dências indicam que a atividade
insulina, precedendo a prática, tem física não causa impacto relevante
nítida vantagem sobre a ingestão de na sua absorção no subcutâneo. Não
calorias extras. Porém, se houver hi- existem dúvidas de que o controle
poglicemia ou mesmo níveis nor- intensivo do DM com o uso de
mais-baixos de no início do exercí- bomba de infusão ou múltiplas
cio, a suplementação de carboi- doses diárias de insulina pos- sibilita

41
maior flexibilidade nos ajustes de sulina, pode ocorrer hiperglicemia
doses e menor risco de hipoglicemia. intensa ou hipoglicemia, respectiva-
Nes- tes casos, o basal e os bolus pré- mente. Portadores de DM2 em
prandiais devem ser ajustados de terapia insulínica poderão ter de
acordo com a ex- periência pessoal apresentar respostas semelhan- tes.
indivíduo diabético, sob supervisão O desafio é aprender a adequar
do médico. Frequentemente serão a alimentação e terapia insulínica
necessários ajustes na velocidade para permitir uma participação se-
basal de infusão de insulina para gura em atividades físicas, progra-
indivíduos em uso de bomba ou em madas e não programadas, obtendo
regime de múltiplas doses (basal- os maiores benefícios com mínimos
bolus), evitando-se, assim, hipogli- efeitos adversos. Não é possível fazer
cemia tardia noturna nos dias de recomendações amplamente aplica-
prática de atividade física mais veis no DM, mas algumas estratégias
intensa. podem auxiliar na prevenção de
A absorção de insulina pode complicações, servindo de ponto de
ser acelerada se aplicada no membro partida na busca do esquema ideal.
que está sendo exercitado precipi- Os registros dos valores da glicemia
tando hipoglicemia. Além da escolha e dos alimentos ingeridos ajudam a
do local de aplicação, outro cuidado determinar um padrão de resposta
na prevenção de episódios hiper- ao exercício que será útil para adap-
glicêmicos é o uso de técnica ade- tar as refeições ou a insulina à hora
quada na administração de insulina. e à quantidade de exercício plane-
O uso de agulhas mais longas em jada. Para indivíduos que se exer-
indivíduos com tecido celular subcu- citam habitualmente, o planejamen-
tâneo delgado pode resultar em inje- to da refeição e a dose de insulina
ções intramusculares, acelerando a correspondente podem ser baseados
absorção da insulina. Esta intercor- nos padrões de atividade habitual.
rência pode ocorrer mais frequente- Contudo, para aqueles que se exer-
mente em crianças ou indivíduos citam esporadicamente, 2 estraté-
magros. gias são viáveis: antever a atividade
No DM1, pode ocorrer com- física e ajustar a dose de insulina ou
prometimento da resposta fisiológi- aumentar a ingestão alimentar.
ca à demanda energética aumentada O tipo e a quantidade de
no músculo em exercício. Nessa alimentos necessários para evitar a
situação, frente a níveis insulina hipoglicemia dependerão, particu-
bem baixos ou bem altos de in- larmente, da intensidade e duração

42
do exercício. Se o exercício é de curta Nem sempre é possível anteci-
duração, muitas vezes é melhor par a necessidade de alteração de
evitar consumir alimentos extras até dose frente a atividades não
o término do exercício e, somente planejadas, especialmente crianças.
após a verificação da glicemia, pode- Nesse caso, a ingestão de carboidra-
se determinar se e quanto de carbo- tos pode ter grande importância pa-
idrato extra é necessário. A escolha ra evitar a hipoglicemia. A absorção
do momento para a prática de ati- e a disponibilidade de substrato
vidade física deve levar em consi- energético podem ser aceleradas se
deração os supostos níveis de insu- for carboidrato simples (suco de
linemia para prevenir variações in- frutas ou outros). Por outro lado, os
desejáveis da glicemia durante o carboidratos complexos, de absor-
exercício. A atividade física realiza- ção lenta, são mais úteis para re-
da à tarde ou no início da noite duzir o risco de hipoglicemia mais
aumenta o risco de hipoglicemia no- tardia, sendo de particular impor-
turna. Quando isso ocorre, a inges- tância, quando o exercício é reali-
tão de carboidratos adicionais faz-se zado ao entardecer ou anoitecer de-
necessária antes de deitar e, caso a vido ao risco de hipoglicemia no-
glicemia se mantenha baixa, deve-se turna.
repetir o procedimento durante a Não há um tipo de exercício
noite. mais indicado para o DM1. Prati-
A monitorização dos valores camente todas as formas de ativi-
glicêmicos uma hora antes da ativi- dade física podem ser realizadas pe-
dade física pode auxiliar na decisão lo indivíduo diabético, adequadas às
dos ajustes na alimentação ou na suas preferências e possibilidades.
insulina. Se a glicemia estiver até Ênfase deve ser dada ao ajuste do
100 mg/dL antes do exercício, um esquema terapêutico, permitindo a
lanche prévio é recomendável. Se participação segura, principalmente
entre 100 e 150 mg/dL, o exercício de crianças e jovens. A experiência
pode ser feito e, se necessário, com dos diferentes profissionais envolvi-
um lanche após. Se a glicemia esti- dos na promoção da atividade física
ver em 250 mg/dL, deve-se avaliar a revela que, levando-se em conta as
cetonemia. Níveis elevados antes do características individuais, a es-
exercício requerem que insulina seja colha da modalidade que mais bem-
administrada para corrigir a subin- estar traz ao indivíduo é aquela que
sulinização. tem a maior chance de ser susten-
tada em longo prazo.

43
Importância da atividade física e baixos níveis de atividade física e de
exercício no DM2 condicionamento cardiorrespirató-
rio são preditivos do conjunto de
manifestações da SM.
Apesar do reconhecido papel
protetor da atividade física para
diversas doenças, em especial as
metabólicas e cardiovasculares, não
raramente indivíduos deixam de ter
tais benefícios por entender que só
seriam obtidos por meio de exer-
cícios programados, como aqueles
ofere- cidos em clubes ou academias
de ginás- tica. Atividades físicas não
É de longa data a constatação
programadas rotineiras – como
de que a inatividade física se associa
andar e subir escadas – podem
a risco cardiovascular, em parte por
trazer grandes benefícios à saúde,
contribuir para aumentar a adipo-
particularmente daqueles portado-
sidade corporal. Mais recentemente,
res de SM. O Surgeon General’s
dados da União Europeia sugerem
Report on Physical Activity and
que a redução do gasto energético
Health recomenda que indivíduos
especialmente no lazer pode ser o
acumulem 30 minutos de atividade
maior determinante da atual epide-
física moderada na maior parte dos
mia de obesidade.
dias da semana. Recentemente, fo-
O impacto deletério do seden-
ram comparados os efeitos de trei-
tarismo no risco cardiovascular foi
namento intervalado de alta inten-
sedimentado por estudos epidemio-
sidade em indivíduos com excesso
lógicos conduzidos em Framingham
de peso com exercícios aeróbios con-
no século passado. Outras coortes
tínuos. Verificou-se que apenas o
mostraram que indivíduos mais
treinamento aeróbio contínuo con-
ativos, independente do índice de
feriu redução da gordura troncular.
massa corporal (IMC) no início do
Os benefícios, em grande
período de seguimento, tiveram me-
parte, são atribuídos às modifica-
nores incidências de DM, enquanto
ções hemodinâmicas e na composi-
os inativos apresentaram maior
ção corporal, que resultam em me-
morbimortalidade cardiovascular.
lhora na ação da insulina. Apesar da
Mais recentemente, verificou-se que

44
intensificação da atividade física reduz em especial a gordura nesta
poder provocar perda ponderal a localização. A alta atividade lipolí-
qual per se potencializa benefícios tica da gordura visceral e a produção
metabólicos e cardiovasculares, tais de fatores pró-inflamatórios com-
efeitos independem da redução da prometem a ação insulínica, provo-
adiposidade corporal. Intervenção cam distúrbios metabólicos e pre-
comportamental, incluindo exercí- dispõem à aterogênese. O tecido
cio isolado ou combinado a um pla- adiposo produz adipocinas (inter-
no dietético para perda de peso, leucinas, TNF-α, angiotensinogênio,
mostrou que o aumento do consumo PAI-1, leptina, adiponectina, resisti-
máximo de oxigênio e a redução de na, visfatina) que influenciam o me-
peso independentemente contribuí- tabolismo glicolipídio e a integri-
ram para melhorar a sensibilidade à dade do sistema cardiovascular. Um
insulina. Os mecanismos responsá- dos mecanismos pelo qual o exercí-
veis por esta melhora devem ser cio melhora o perfil cardiovascular
distintos e sinérgicos. O exercício relaciona-se à redução da secreção
aumenta a sensibilidade à insulina de TNF-α e aumento da adiponec-
por alterar enzimas oxidativas, de- tina. Exercício acompanhado de hi-
terminando a translocação de pertrofia do tecido muscular, impor-
GLUT-4 para membranas celulares tante sítio de ação insulínica, con-
no músculo. O importante, do ponto corre para maior captação tecidual
de vista prático, é que existem hoje de glicose, requerendo menor insuli-
amplas evidências do papel protetor nemia para manter a homeostase da
da combinação atividade física e glicose. A prática de atividades físi-
perda de peso, particularmente na cas, especialmente aeróbias, mos-
progressão ao DM2 em indivíduos trou-se capaz de alterar a distribui-
de alto risco. Além disso, no DM2 os ção da adiposidade corporal, redu-
reconhecidos benefícios sobre o zindo a produção de citocinas infla-
perfil cardiometabólico decorrente matórias e melhorando a sensibi-
da atividade física fizeram com que lidade à insulina.
esta integrasse definitivamente os É inquestionável o papel de
es- quemas terapêuticos. um estilo de vida saudável que inclui
Inatividade física tem sido as- a atividade física para prevenção de
sociada à deposição preferencial de doenças crônicas. Porém, a prática
gordura no território visceral e há clínica mostra que este pode se ser
evidências de que o exercício crônico um dos maiores desafios aos profis-

45
sionais da saúde. Dados consistentes ainda mais relevante no dia-a-dia,
comprovam a eficácia das mudanças uma vez que passa a ser modalidade
no estilo de vida na prevenção do terapêutica dirigida a um de seus
DM2 e também o HERITAGE Fami- principais defeitos fisiopatogênicos,
ly Study revelou benefícios do exer- a RI. Porém, a prescrição do exer-
cício na prevenção e controle da SM. cício requer análise do quadro indi-
Dados mais recentes do Finnish Dia- vidual, particularizando as limita-
betes Prevention Study revelaram ções e riscos e identificando aquelas
que a intervenção no estilo de vida potencialmente capazes de trazer as-
reduziu as concentrações de marca- tisfação pessoal e os maiores bene-
dores inflamatórios sugerindo efeito fícios.
anti-inflamatório crônico, possivel- A Associação Americana de
mente dependente de ambos, um- Diabetes – ADA periodicamente pu-
danças na atividade física e dieta. blica suas recomendações de ativi-
dade física para portadores de DM.
Prescrevendo atividade física O quadro 2 mostra a classificação
para indivíduos com DM2 segundo a intensidade, adotada pela
Uma vez portador de DM2 ou ADA com base no relatório do Sur-
de SM, exercitar-se assume papel geon General.

Fonte: ebook.diabetes.org.br

Em se tratando do DM2 que


atinge indivíduos em idade mais

46
avançada, com diagnóstico clínico atividade física; porém, deve ser
estabelecido anos após do início da supervisionada.
doença e cujo risco cardiovascular é
elevado, a avaliação prévia para ras- Avaliação da Microangiopatia
treamento de complicações crônicas
é fundamental. Está indicada a in-
vestigação de macroangiopatia e de-
mais complicações que podem con-
traindicar certos tipos de ativi-dade
física. A ADA propõe os meios para
investigá-las e, considerando seus
resultados, atividades físicas serão
individualmente indicadas.

Avaliação da Macroangio-patia
Indivíduos com retinopatia
Deve ser realizada quando o
proliferativa submetidos à atividade
indi- víduo tiver DM2 há >10 anos
física extenuante podem desenvol-
ou DM1 >r 15 anos, ou na presença
ver hemorragia vítrea ou descola-
de complicações crônicas. Altera-
mento de retina. Devem ser evitados
ções eletrocardiográficas inespecífi-
particularmente exercícios de força
cas requerem testes adicionais como
que exijam manobra de Valsalva. Há
a cintilografia do miocárdio com ra-
propostas de estratificação do risco
dioisótopo. Indivíduos com corona-
da atividade física em indivíduos se-
riopatia estabelecida a avaliação da
gundo graus de retinopatia o que au-
resposta ao exercício é obrigatória, a
xilia na adequação da prescrição.
fim de conhecer a predisposição a
Portadores de nefropatia clí-
arritmias e determinar seus limites.
nica (macroproteinúricos) geral-
Além do território coronária-
mente apresentam baixa capacidade
no, os membros inferiores devem
para atividade física. Não existe ra-
ser examinados no planejamento do
zão para impedir atividades físicas
programa de exercício. A avaliação
leves ou moderadas a indivíduos
clínica da doença arterial periférica
com micro ou macroproteinúria,
pode ser complementada por medi-
mas a ADA considera que estes de-
das de pressão com doppler (tor-
vem ser desencorajados para as de
nozelo e hálux). Sua presença pode
alta intensidade, a menos que a
não ser contraindicação absoluta à

47
pressão arterial seja cuidadosa- Indivíduos com DM apresen-
mente monitorada. tam condições clínicas diversas e,
portanto, requerem distintos pro-
Avaliação de Neuropatias gramas de atividade física que de-
vem ser o mais benéfico e prazeroso
Redução da sensibilidade em possível. Para tanto, é essencial que
membros inferiores, exercícios de estejam compensados, hidratados e
impacto e repetitivos podem ocasio- adequadamente trajados.
nar ulceração ou mesmo fraturas.
Dessa forma, são mandatórios testes Tipos de Atividade Física e
de sensibilidade tátil, vibratória e de seus Benefícios No DM2
reflexos tendinosos. A insensibilida-
de ao monofilamento de 10G nos pés A importância da combinação
é indicativa de perda da sensação de atividades físicas aeróbias e exer-
protetora contra traumas. Ativida- cícios de resistência a indivíduos
des físicas como longas caminhadas com DM2 tem sido cada vez mais
e corrida estão contraindicadas, po- ressaltada. Ambos os tipos de ativi-
dendo ser substituídas por natação dade física são capazes de melhorar
ou bicicleta. A neuropatia autonô- a sensibilidade à insulina e a hiper-
mica pode limitar a capacidade física trofia da musculatura esquelética in-
do indivíduo com DM, além de au- duzida pelos exercícios de resistên-
mentar o risco de evento cardio- cia podem trazer benefícios adicio-
vascular durante esta prática. As nais inclusive a idosos, contribuindo
principais manifestações são taqui- para o equilíbrio e prevenindo que-
cardia de repouso e hipotensão pos- das e fraturas comuns nesta faixa
tural. Morte súbita e infarto do etária. Importante assinalar que foi
miocárdio silencioso têm sido atri- demonstrado que o destreinamento
buídos à neuropatia cardíaca. Hipo- de 3 meses reverte os benefícios do
tensão e hipertensão após exercício exercício sobre a RI.
vigoroso ocorrem mais frequente- Benefícios desta prática no
mente em neuropatas. Para indiví- metabolismo da glicose em geral
duos com distúrbio da termorregu- envolvem atividade física com inten-
lação, recomenda-se que evitem se sidade entre 50-80% da VO2 máx, 3
exercitar em locais muito frios ou a 4 vezes por semana, com sessões
quentes e atentarem-se para hidra- de 30 a 60 minutos. São relatados
tação adequada. decréscimos da ordem de 10 a 20%
nos valores de HBA1C de indivíduos

48
com DM2 (46). Efeitos favoráveis de crição de tipos, frequência e inten-
exercícios de resistência sobre a sen- sidade de exercícios para os quais
sibilidade à insulina são relata-dos existe evidência 1A de bene-fícios
mais comumente em indivíduos cardioprotetores na literatura. O
com DM1, mas também no DM2 nos Quadro 3 resume os parâmetros da
quais a RI, avaliada pelo HOMA-IR, AHA Scientific Statement sobre
caiu em resposta tanto ao treina- exercício para indivíduos com DM:
mento aeróbico como de resistência. prescrição e nível de evidência.
Atividades físicas com predo- O indivíduo com DM2 agrega
mínio do metabolismo aeróbio, pra- outros fatores de risco, especial-
ticadas regularmente e combina-das mente hipertensão e dislipidemia,
com menor ingestão calórica, resul- sendo que as 3 condições podem ser
tam em aumento no condicio-na- minimizadas pela prática regular de
mento cardiovascular e redução da atividade física. Redução dos níveis
adiposidade corporal, contribu-indo pressóricos em resposta a progra-
para atenuação dos fatores de risco mas prolongados de atividade físi-
cardiovascular. Alguns estudos in- ca tem sido documentada indivíduos
cluíram especificamente indivídu-os hipertensos sem e com DM.
com DM2, submetidos à conco-mi- Atividade física regular tem se
tância de mudanças dietéticas e mostrado eficaz em elevar os níveis
comportamentais, dificultando iso- de HDL-c e reduzir os de triglicéri-
lar os benefícios exclusivos da ativi- des. A melhora do estado pró-infla-
dade física. De particular interesse matório também concorre para ate-
são os resultados de redução prefe- nuar o risco cardiovascular. Porém,
rencial da adiposidade intra-abdo- possíveis benefícios da atividade fí-
minal, mais intimamente associada sica na fibrinólise em indivíduos
às anormalidades metabólicas e à com DM2 ainda não estão suficien-
aterosclerose. temente comprovados.
Comprovação de proteção da
atividade física contra eventos cere- Apesar da disponibilidade de
brovasculares foi obtida em indiví- estudos que comprovam melhora
duos não-diabéticos, no Northern global do perfil de risco cardio-vas-
Manhattan Study e no Reykjavic cular em indivíduos com DM, até
Study. No consenso da American recentemente não havia dados sobre
Heart Association sobre atividade possível redução na mortali- dade
física para indivíduos com DM en- decorrente de hábitos de vida saudá-
contra-se detalhamento para pres- vel.

49
O LOOK AHEAD examinou se regular te atividade física e
intervenção intensiva no estilo de exercício, este é um hábito pouco
vida para perda de peso, comparada frequente durante a gestação.
Conforme constatado por
à educação habitual, reduziria mor-
Domingues e Barros (2007), apenas
bidade e mortalidade cardiovas-cu- 4,7% das mulheres mantiveram-se
lar em indivíduos obesos com DM2. ativas durante todo o período
O estudo foi interrompido após 9,6 gestacional. Esta redução do nível de
anos de seguimento, con- cluindo atividade física acontece tanto em
que tal intervenção não foi eficaz em mulheres ativas no período pré-
reduzir eventos cardio-vasculares gestacional que paralisam a prática
durante a gestação, assim como nas
fatais ou não fatais).
mulheres que já eram sedentárias,
as quais são pouco estimuladas a
Atividade Física na Ges-tação adotarem um estilo de vida ativo.
Poucos são os profissionais
que recomendam a prática de
atividade física, durante a gestação,
nas consultas de pré-natal. Ainda
que Entin e Munhall (2006) tenham
mencionado que metade dos
obstetras orientava a realização de
exercícios físicos durante o primeiro
e o segundo trimestre da gestação,
os mesmos aconselhavam a redução
no terceiro trimestre, sem instruir
sobre a intensidade, duração e
frequência que deveria ser mantida.
A prática regular de atividade
Em um recente estudo
física é recomendada para gestantes
realizado na cidade de São Paulo,
devido aos diversos benefícios que
com 81 obstetras, Romero et al.
proporciona, tanto para mãe quanto
(2012) constataram que a prática de
para o feto. O sedentarismo durante
atividades físicas era mais
a gestação está relacionado a
recomendada no segundo trimestre,
desfechos prejudiciais, como o
dando preferência para a prática da
ganho excessivo de peso, obesidade,
caminhada. Um aspecto positivo
hipertensão, pré-
que foi apontado pelos médicos, foi
eclâmpsia/eclampsia, diabetes
a diferença de acordo com o nível
gestacional, prematuridade e o
prévio de atividade física da mulher.
baixo peso ao nascer.
Foi observado, também, que a
Embora existam condutas,
recomendação era mais comum no
publicada há mais de 10 anos,
sistema privado de saúde,
indicando os benefícios da prática
entretanto, a atividade física no lazer

50
é um problema em todos os níveis (2013) listam alguma
socioeconômicos. contraindicações relativas e
Ainda que estes estudos absolutas que devem ser analisadas.
tenham identificado a Relativas: anemia severa,
recomendação dos profissionais disritmia cardíaca materna não
para a prática de exercício físico, não avaliada, bronquite crônica,
foi avaliado o efeito sobre o nível de obesidade mórbida extrema, peso
atividade física no lazer durante a corporal extremamente baixo
gestação. Mesmo que estes estudos (IMC<12), estilo de vida
tenham reconhecido a orientação extremamente sedentário, restrição
dos profissionais para a prática da do crescimento intrauterino,
atividade física, não considerado o hipertensão, distúrbio convulsivo,
efeito sobre o nível da atividade diabetes tipo I e hipertireoidismo
física, durante a gestação. precariamente controlados,
Em torno do ano 300 a.C. limitações ortopédicas, fumante
surge a ideia de atividade física para crônica.
gestantes, quanto Aristóteles Absolutas: doença cardíaca
declarou que, devido ao estilo de hemodinamicamente significativa,
vida sedentário, as mulheres tinham doença pulmonar restritiva, colo
muitas dificuldade durante o parto. uterino/cerclagem incompetente,
Nas décadas passadas, o gestação múltipla com risco de
exercício físico foi tido como trabalho de parto prematuro,
inapropriado tanto para a mãe sangramento persistente no
quanto para o desenvolvimento do segundo ou terceiro trimestre,
feto, onde as grávidas eram placenta previa após a 26ª semana,
orientadas a suspender as atividades trabalho de parto prematuro,
físicas e profissional, ruptura das membranas,
principalmente no final do gestação, hipertensão induzida por pré-
pois acreditava-se que a prática de eclâmpsia/gravidez.
AF poderia ocasionar um parto Espirito santo e cols (2014),
prematuro. acrescentam como contraindicações
Segundo Valim (2005), citado absolutas à prática de exercício
por Giacopini e cols (2015): “Essa físico: antecedentes de
ideia ainda é defendida em vários miocardiopatia, insuficiência
contextos, tradições e colocações cardíaca congestiva, cardiopatia
médicas em relação ao exercício reumática, tromboflebite, embolia
físico durante a gravidez”. pulmonar recente, doença infecciosa
Embora a prática de atividades aguda, incompetência cervical,
físicas traga inúmeros benefícios gestações múltiplas, macrossomia e
para as mulheres gestantes, a ACSM, suspeita de sofrimento fetal.
também citado por Lima e Oliveira Existem ainda alguns
(2005), Fonseca e Rocha (2012), sintomas que funcionam como um
Gomes e Costa (2013) e Sebastião alerta para a prática segura de AF. Se

51
no decorrer ou após a prática, alguns maiores aliados no controle de peso
desses sintomas aparecerem, e e na manutenção do
crucial a pausa imediata para condicionamento físico pré-
avalição médica. De acordo com a gestação, além, de reduzir os riscos
ACSM, e também citado por Batista de Diabetes Gestacional,
e cols (2003), Fonseca e Rocha hipertensão gestacional, pré-
(2012), as condições para o eclâmpsia, e diminuição de fadigas,
encerramento do exercício são câimbras e edemas. A estimulação
sangramento vaginal, dispneia pré- de grandes grupos musculares
esforço, vertigem, cefaleia, dor melhora a circulação sanguínea,
torácica, miastenia (doença que melhora a utilização da glicose e o
impede a comunicação natural entre aumento da sensibilidade à insulina.
nervos e músculos, causando
fraqueza muscular e fadiga Exercícios Aquáticos
incomum), dor ou edema de
panturrilhas (possibilidade de Segundo Trindade (2007),
tromboflebite), diminuição do Nascimento e cols (2014), Botelho e
movimento fetal, perda de líquido
Miranda (2012), Giacopini e cols
amniótico, trabalho de parto pré-
termo. (2015), a natação é a atividade física
mais aconselhada para as gestantes,
Recomendações de devido à propriedade de
Atividades Físicas na Gestação flutuabilidade do corpo na água.
Existem grandes benefícios para os
Na prescrição de exercícios joelhos e ligamentos, pois os
durante a gestação, existem diversas
mesmos não sofrem impactos e o
orientações de práticas corporais.
São vários os benefícios, que meio líquido ameniza os esforços. O
compreendem diferentes áreas do inchaço também é muito comum,
organismo materno. Para Trindade mas o mesmo pode ser amenizado
(2007) as gestantes devem práticas através hidroginástica, por trazer
pelo menos 30 minutos de melhorias na circulação sanguínea e
atividades físicas diárias, e no no fortalecimento muscular.
máximo 60. Podemos considerar
Para Botelho e Miranda
como a atividade todo movimento
não programado, como por exemplo (2012), a hidroginástica está entre as
a ir ao banco a pé, limpar a casa, atividades mais praticadas pelas
subir escadas ou dançar, gestantes, pois ela inclui exercícios
excetuando-se o esporte. A de aeróbios e de alongamento,
intensidade deve ser mantida entre trabalhando todos os grupos
4 e 7 METs.
musculares. Trabalha também a
Exercícios Aeróbios
Os exercícios aeróbios são os respiração, com o intuito de reduzir

52
a ansiedade. Além deste benefícios, tende a se estirar, com o crescimento
tanto a natação quanto a do feto, e a da região lombar tende a
hidroginástica diminuem o estresse se encurtar. Deve-se ressaltar,
articular e os desconfortos ainda, os exercícios de
musculares. Orienta-se que seja fortalecimento e alongamento da
praticada de duas a três vezes por musculatura dorsal, pois o
semana, com duração de 40 minutos crescimento natural dos seios, e
a 1 hora, cada sessão. consequente aumento de peso pode
ocasionar a rotação interna dos
Exercícios de Alongamento e ombros com projeção para frente,
Flexibilidade encurtando o peitoral e
superextendendo romboides e
As alterações de postura
trapézio, acentuando a cifose.
resultantes da gestação,
Outras alterações gravídicas como
relacionadas com as alterações
aumento na tensão na musculatura
hormonais e relaxamento dos paravertebral, hiperextensão de
ligamentos, costumam ocasionar
joelhos, anteversão pélvica e
dores na região lombar, dorsal e de
aplainamento do arco longitudinal
membros inferiores, onde as queixas
medial dos pés também devem ser
tornam-se mais comuns e estão
tratados com exercícios de
associadas com prejuízos
alongamento.
domésticos e profissionais, estados
Uma estratégia comumente
depressivos e insônia. Acrescido a
utilizada, que trabalha o
isso, os músculos da região perineal
alongamento aliado à força
passam a carregar mais peso e
muscular e consciência corporal é a
muitos deles são requisitados em
prática de Pilates. Segundo Kroetz e
movimentos dos quais não
Santos (2015), o pilates colabora
participavam.
com o alongamento e relaxamento
Diversos autores, Santos
dos músculos, preparando a
(2009), Giacopini e cols (2015),
musculatura perineal para o parto e
Nascimento e cols (2014), Chistófalo o pós-parto, estimula a circulação,
e cols (2003), Mann e cols (2008),
melhora a respiração e correção
declaram que exercícios físicos que postural, através da reorganização
auxiliam para o alongamento da
do centro de força, aumenta a força,
região lombar, favorecem a o equilíbrio, a coordenação, além da
prevenção do exacerbamento da
sensação de bem-estar e autoestima.
condição lordótica, visto que
musculatura da região abdominal

53
Exercícios Resistidos acasionem algum risco para a mãe
ou feto.
Os exercícios de força,
executados em intensidade ajustada Influência da Atividade
para o período gestacional, Física e Exercício no Tipo de
proporcionam uma melhora na Parto
força, resistência e flexibilidades, Segundo os dados da Pesquisa
sem elevar o risco de lesões e sem Nacional de Saúde (PNS) mais da
intervir no crescimento fetal e na metade (53,5%) dos partos
gestação, podendo ser realizados de ocorridos no Brasil são cesarianas,
maneira eficaz e segura, tanto para a sendo que a recomendação da
mãe quanto para o bebê. Alguns Organização mundial da Saúde é de
exemplos são musculação, 15%. No SUS o agendamento da
treinamento funcional, treinamento cesariana é de 35,8% e no setor
com circuito e yoga. privado de 74,1%. É importante
Os exercícios resistidos podem salientar que a cesariana sem
apresentar diversas funções durante indicação traz muitos prejuízos a
o período gestacional, com caráter mãe e ao bebê, como maiores risco
terapêutico, profilático, recreativo, de mortalidade materna, alto índice
estético e de manutenção da aptidão de prematuridade (cerca de 120
física. A musculação possibilita ao vezes mais), aumento do risco de
organismo materno ajustar-se às mortalidade neonatal em 24%.
alterações posturais e prevenir (RADIS, 2015).
traumas, quedas e desconfortos De acordo com Silveira e Segre
musculoesqueléticos. O (2012), o exercício físico pode
fortalecimento deve dar ênfase aos colaborar muito para o parto vaginal
músculos do “core” (Reto e evitar a prematuridade. Através de
abdominal, oblíquo interno e um estudo realizado no Centro de
externo, transverso abdominal, Aleitamento Materno, em São
eretores da espinha e multífido, Paulo, verificaram que houve maior
psoas Ilíaco, reto femoral, pectíneo e número de partos vaginais em
sartório, glúteos (médio, máximo e gestantes ativas. Os exercícios
mínimo), piriforme, isquiotibiais e realizados eram de baixa e média
adutores), os paravertebrais e os da intensidade, que favoreceram à
cintura escapular, priorizando os diminuição das complicações
grandes músculos. Ademais, é obstétricas.
aconselhável a utilização de faixas Diante do apresentado, é
elásticas e o próprio peso corporal, possível concluir que a atividade
no lugar de aparelhos ou pesos física na gestação traz inúmeros
livres, em relação aos riscos de benefícios, tanto de maneira
acidentes, assim como posturas que preventiva, quanto como uma forma
perturbem o equilíbrio ou que de amenizar as dores e desconfortos
específicos deste período. As

54
mudanças fisiológicas da gravidez mais elevadas nessas regiões e pelas
são percebidas em todos os sistemas próprias características anatômicas
do corpo da gestante, e são e fisiológicas desses grupos, ligadas
essenciais para crescimento normal
intimamente aos fatores sociais,
do feto. O exercício físico é um
hábito que soma benefícios para a econômicos e culturais.
saúde da mulher ao longo de toda Várias são as classificações
sua vida, sobretudo no que envolve o utilizadas para esse grupo etário,
planejamento de uma gestação, no algumas utilizando apenas o fator
ciclo gravídico-puerperal e pós- idade cronológica e outras a idade
parto, proporcionando uma fisiológica. Também aparecem clas-
gravidez saudável, um período
sificações que levam em conta a
puerperal e de amamentação mais
prazeroso e confortável e um presença ou não de patologias.
retorno mais rápido à rotina do dia a Os idosos não formam um gru-
dia. po homogêneo. A maior parte das
pessoas apresenta deterioração em
Atividade Física na Terceira sua condição física entre as idades
Idade de 65 e 85 anos. Com isso, uma ma-
neira simples de classificação é
aquela que divide os idosos com
base na idade cronológica: “ido-so
jovem” (65 a 75 anos de idade), “ido-
so médio” (75 a 85 anos) e “muito
velho” (maior que 85 anos). Essa
classificação ignora as diferenças
potenciais de indivíduos da mês-ma
faixa etária, que apresentem carac-
terísticas fisiológicas bem diferen-
tes. Pelo fato de existirem diferen-
São considerados idosos os in- ças interindividuais de treinamento
divíduos acima de 65 anos de idade. físico, saúde e genética, essa análise
Porém, segundo publicação da OMS nos dá muitas vezes uma falsa im-
de 1984, essa idade foi diminuída pressão da verdadeira capacidade
em alguns anos em certos países do funcional do idoso.
Leste Europeu e determinados paí- A classificação funcional con-
ses em desenvolvimento. Isso é jus- seguiu reunir os grupos de modo
tificado pela quantidade de pessoas mais uniforme, principalmente
que conseguem atingir faixas etárias quando o objetivo é a prescrição de

55
um programa de treinamento. O Programação da Atividade
“idoso jovem” é considerado o grupo Física
de pessoas que estão livres das res-
ponsabilidades com cuidados de A programação da atividade
filhos, geralmente aposentados e física no idoso não é muito diferente
que podem viver de forma indepen- da preconizada para indivíduos mais
dente, com pouca ou nenhuma res- jovens. Apenas alguns cuidados es-
trição a atividades físicas. O “idoso peciais devem ser tomados caso haja
médio”, em face do aumento da in- alguma restrição, que pode estar re-
capacidade física, como resultado de lacionada às modificações progres-
doença crônica, ou pelos efeitos da sivas da idade ou a patologias das
idade, ou ambos, necessita de uma mais diversas (cardiovasculares, os-
maior assistência em suas atividades teoarticulares, outras). Com isso, in-
diárias. Já os “muito velhos” são divíduos nessa faixa etária inicial-
aqueles totalmente dependentes, mente devem ser submetidos a um
necessitando de suporte de família- questionário, cujo objetivo é saber:
res devotados, ou enfermagem trei- se apresentam algum tipo de sinto-
nada, ou muitas vezes internados ma clínico ou patologia que possa
em instituições para maiores cui- interferir ou colocálos em risco du-
dados. rante o exercício, quais são os fato-
Por último, é importante a di- res de risco para doença coronária,
visão dos idosos em grupos com e qual o tipo e intensidade de exercício
sem patologia, como também a que desejam realizar. Essas pergun-
identificação desta. A programação tas devem ser complementadas com
de uma atividade física será bem uma revisão dos sistemas e, princi-
diferente para um idoso saudável, palmente, nos indivíduos com do-
quando comparado com coronário- ença cardiovascular, do perfil psico-
patas ou indivíduos com restrição de lógico.
movimentos por problemas articu- Em seguida, devem ser sub-
lares. metidos a um exame clínico e a uma
Com isso, a compreensão das série de exames complementares,
classificações que respeitam as ca- que varia de acordo com o paciente e
racterísticas individuais dos diver- a rotina do serviço. É importante
sos grupos se mostra fundamental ressaltar que a promoção da saúde
para a programação adequada de não ocorre de forma isolada somen-
exercícios físicos nessa população. te com exercícios físicos. Cada vez
mais se valoriza uma mudança de

56
hábitos, como emagrecimento, con- a intensidade é incerta, podem ser
trole das dislipidemias e do diabetes definidos como exercícios que con-
melito, diminuição do estresse, en- seguem modificar de forma impor-
tre outros. Daí a importância de tante o sistema cardiorrespiratório
muitos dos exames complementa- ou que resultam em fadiga em
res, que nos permitem programar os intervalo máximo de 20 minutos. Se
exercícios com maior segurança em os exercícios forem moderados, in-
determinados pacientes com doen- tensidade entre 40% e 60% do VO2
ça, bem como, em idosos saudáveis, máximo ou exercícios que podem
realizar um investimento na pre- ser sustentados de forma prolon-
venção de forma mais global. gada e confortável, com início e pro-
Teste ergométrico (TE) – O TE gressão graduais e geralmente não
é um exame barato, de baixo risco e competitivos. Não é necessária a
muito útil na avaliação inicial e realização de TE prévio, no caso de
progressiva do grupo de idosos que idosos saudáveis.
já praticam ou desejam iniciar suas Alguns autores preconizam
atividades físicas. Esse exame tem um teste submáximo antes do início
por objetivo: estratificação de risco do programa de exercícios, pelo me-
para doença coronária; prescrição do do risco de complicações com um
de exercícios; determinação da ca- TE máximo. Porém, dessa forma, o
pacidade física inicial; comparação exame se mostra cada vez mais ine-
com reavaliações após período de ficiente no idoso, já que a FC máxi-
atividade física; modificação dessa ma (elemento essencial na prescri-
prescrição no caso de alteração do ção do exercício) apresenta variação
quadro clínico ou por mudança na menor nesse grupo, pois ocorre di-
medicação que possa interferir de minuição à medida que a idade pro-
maneira importante na frequência gride. Com isso, a FC alcançada pode
cardíaca ou por parâmetros HEMO- estar bem abaixo da ideal para trei-
DINÂMICOS. namento, podendo levar a erro
Segundo o American College quando da programação da ativi-
of Sports Medicine, todos os idosos, dade física e, consequentemente,
sejam saudáveis ou não, que forem não trazer os benefícios esperados
submetidos a exercícios vigorosos por esta.
devem realizar um teste ergométrico Quanto ao equipamento, nor-
prévio. São considerados exercícios malmente não existem problemas
vigorosos aqueles cuja intensidade é maiores com a realização do TE em
maior que 60% do VO2 máximo. Se esteira rolante. Em nossa experiên-

57
cia a vantagem da esteira rolante é o mas. Muitas vezes as restrições são
fato de ser mais fisiológica e permitir tão intensas que o idoso não conse-
alcançar maiores frequências cardí- gue incluir-se em nenhum dos pro-
acas e cargas no pico do esforço. Em tocolos; nesse caso, a estratificação
um grupo específico de pacientes, de risco deve ser feita com outros
composto por idosos com dificulda- métodos, e a programação de exer-
de importante de equilíbrio, pro- cícios, de forma branda e empírica.
blemas de deambulação relaciona- No caso de indivíduos com
dos a enfermidades osteoarticulares, doençancardiovascular, primeiro é
ou insegurança pode haver maior realizado um TE sem drogas, para
adaptação à bicicleta ergométrica. saber o verdadeiro estágio da doença
Essa insegurança é mais observada e, após um exame com drogas, para
em pacientes do sexo feminino que, fins dos cálculos dos exercícios, já
por medo de queda na esteira, se que a atividade física é realizada na
agarram de forma intensa às braça- vigência da medicação.
deiras, prejudicando a qualidade do Dessa forma, a impressão ini-
exame, ou simplesmente se negam a cial das condições do idoso, avalia-
andar na esteira. Nesses casos a das por médico experiente, tanto no
bicicleta dá-nos maior tranquilidade que diz respeito às doenças e suas
na realização do TE. repercussões, bem como a sua fragi-
O protocolo escolhido para o lidade, é fundamental na escolha do
idoso dependerá muito da experi- protocolo e na maneira de dar pros-
ência individual do médico ergo- seguimento ao exame.
metrista, que deverá selecionar na
hora, dependendo das condições Prescrição do exercício – É fei-
gerais do paciente, aquele que dê o ta baseada na resposta da FC ao
maior número de informações, com exercício máximo e VO2 máximo
o menor risco. Utiliza-se o protocolo (VO2MÁX) obtidos em um TE. Uti-
de Bruce com um período de aque- liza-se a FC e o MET (equivalente
cimento na própria esteira para metabólico que corresponde ao VO2
maior adaptação do paciente, obten- dividido por 3,5) obtidos no pico do
do dessa forma bons resultados; em esforço, para os cálculos da ativida-
casos de indivíduos com pouca coor- de física. No caso de pacientes com
denação motora, obesidade, dificul- doença coronária, para fins dos cál-
dade de deambulação, temos reali- culos, é considerado o momento de
zado o TE sob o protocolo de Nau- aparecimento da isquemia.
ghton, também sem maiores proble-

58
A FC de treinamento situa-se tagens de FC e VO 7,8. Nesses casos
entre a FC média (fórmula de Hel- foram mantidas as medicações du-
lerstein) e a máxima de treinamen- rante o teste de esforço e utilizada
to, em que: para fins de cálculo do exercício a FC
 102 + MET máximo obtida no esforço máximo.
 FC média = 1,41 Atenção ainda maior deve ser
 FC máxima de treinamento = dada ao grupo que não está pra-
85% da FC má- xima atingida ticando atividade física de forma
no TE. regular. A programação dos exercí-
cios deve ser feita de forma mais
Os cálculos do MET de trei-
lenta e gradual, sempre respeitando
namento, que deve ficar entre o MET
as limitações individuais. A moda-
médio (American Heart Associa-
lidade de exercícios deve ser aquela
tion) e o MET máximo de treina-
que não imponha grande estresse
mento, são realizados através das
ortopédico; de fácil acesso, conve-
fórmulas:
niente e agradável ao grupo (funda-
mental para aderência ao programa
MET médio = 60% + MET máxi-
de atividades físicas); os tipos de
mo = % do MET máximo MET
exercício podem ser os mais varia-
máximo de treinamento = 85% do
dos: caminhada, bicicleta, exercícios
MET máximo no TE
na água, natação ou outras ativida-
des aeróbicas.
Para obter o efeito do treina-
Quanto à intensidade, devem
mento, a intensidade do trabalho
ser suficientes para manter uma car-
durante a sessão de exercício deve
ga no sistema cardiovascular, pul-
estar entre 65% e 75% da capacidade
monar e musculoesquelético sem
máxima de trabalho, porém existe
sobrecarregá-los. O mínimo deseja-
uma íntima relação entre a FC e o
vel para obter os benefícios cardio-
VO2 quando expressas em percen-
vasculares e periféricos do treina-
tagem de valores máximos7. A FC
mento é de 60% da FC obtida no
varia de 70% a 85% de valores
pico do esforço no TE. Porém, é me-
máximos, cor- respondendo a 65% a
lhor que se faça alguma coisa, mes-
75% do VO2 máx. O uso de drogas
mo abaixo do treinamento ideal,
que afetam a resposta da frequência
como caminhar recreativamente, do
cardíaca durante o exercício (ex.:
que não fazer nada, pois os benefí-
betabloqueadores, alguns bloquea-
cios muitas vezes estão relacionados
dores dos canais de cálcio, etc.) não
altera a relação entre as percen-

59
à maior integração à sociedade e na associar aos exercícios medidas ge-
esfera psicológica. rais, como perda de peso, aporte psi-
Segundo o consenso do Ame- cológico, controle de doenças corre-
rican College of Sports Medicine, os latas, entre outras.
pacientes idosos com doença cardio- A grande discussão nos dias de
vascular devem começar o programa hoje está relacionada a exercícios
de atividade física com menor inten- com peso nos idosos, principalmen-
sidade de exercícios, principalmente te no grupo com doença coro-nária e
no grupo de sedentários, pelo risco hipertensão arterial sistêmica. Os
de complicações relacionadas à trabalhos atuais demonstram que
doença de base ou ao acometimento esse tipo de exercício é um comple-
osteomuscular. Em nossa experiên- mento muito importante dos pro-
cia, independente da capacidade fí- gramas de atividade física, pois for-
sica inicial, utiliza-se as frequências talecem a massa muscular, permi-
cardíacas média e máxima de treina- tindo melhor desempenho desses
mento, sem maiores complicações. indivíduos no seu dia-a-dia. É es-
Nos sedentários isso ocorreu pelo fa- sencial que a prescrição seja indivi-
to de rapidamente atingirem a FC de dualizada, realizada em seu início
treinamento, mesmo com os exercí- com supervisão e orientação de pro-
cios mais simples, pela grande difi- fissional treinado, na frequência de
culdade em sua realização; caso con- duas vezes por semana, com inter-
trário, estaria muito limitado na valo mínimo de 48 horas entre as
prescrição dos exercícios. sessões. Essa atividade não deve de-
Os exercícios devem ser reali- senvolver dor.
zados de três a cinco vezes por sema- Benefícios da atividade física –
na, com duração de 30 a 60 minutos. Não se discutem mais os benefícios
No grupo de sedentários, o trabalho da atividade física nesse grupo etá-
deve iniciar-se com tempo reduzido rio, sejam saudáveis ou com patolo-
e progredir gradativamente. gia. O que devemos ter em mente é a
Atenção especial deve ser dada maneira mais adequada para orien-
aos indivíduos com doença cardio- tarmos esses exercícios, para que
vascular, através de centros de rea- não ocorram efeitos deletérios em
bilitação cardíaca (RC), que podem detrimento de esforço acima da ca-
dar aporte mais adequado e com pacidade de cada idoso.
maior segurança. Normalmente, es- As atividades físicas aeróbicas
ses programas contam com equipes regulares possibilitaram melhora
multidisciplinares, cujo objetivo é significativa na aptidão física, avali-

60
ada pelo incremento do MET, VO2 entre 50 e 74 anos, apenas modesta
máx e tempo alcançado no TE. Indi- diminuição dos níveis TENSIO-
víduos sedentários apresentam alte- NAIS. Esses achados tornam-se
rações muito mais evidentes no con- mais intensos quando associados à
sumo de oxigênio, em consequência redução do peso corporal e da in-
do condicionamento, do que as ob- gesta de sódio. Ainda são muito con-
servadas nas populações com vida troversos os benefícios da ativi-dade
ativa, independentemente da idade; física na PA nessa faixa etária, sendo
isso pode ser explicado pelo fato de necessárias maiores obser- vações.
os sedentários partirem de níveis Os exercícios ajudam a melho-
bem inferiores de VO2 máximo. No rar os reflexos osteoarticulares dos
grupo de coronário-patas, após pro- idosos, bem como retardar a pro-
grama de atividade física coorde- gressão da osteoporose, principal-
nado, observou-se in-cremento do mente em mulheres (associados a
VO2 máximo, mais intenso no grupo orientações alimentares e os raios
que não praticava atividade física solares da manhã).
antes e mais acentuado mais tardia- As vantagens não se restrin-
mente, demonstrando que nessa gem apenas à parte orgânica, ocor-
faixa etária é necessário um tempo rem também efeitos positivos psico-
mais prolongado para que ocorram lógicos, como aumento da auto-esti-
as modificações no organismo, que ma, confiança, o que permite maior
resultam em incremento da capaci- integração desse grupo na socie-
dade FÍSICA. Os benefícios nesse dade.
grupo são mais predominantemente Muitas vezes nos vemos diante de
periféricos do que relacionados com um idoso com importante restri-ção
o coração, vistos pela relação MV física, associada a doença coro-nária
O2/VO2, em que só houve modi- importante, o que pratica-mente
ficação positiva no VO2. não permite a realização nem de
Com relação à pressão arterial, pequenos esforços; porém, só o fato
Hagburg et al. descreveram, após de dar caminhadas lentamente,
nove meses de treinamento com mesmo sem melhora da aptidão
exercícios de baixa intensidade, em física, fazer exercícios para aumen-
indivíduos com média de idade de tar o tônus de membros e conviver
64 anos, diminuição significativa com um grupo que transmite men-
dos níveis TENSIONAIS. Já Seals e sagens positivas, permite maior in-
Reiling observaram após um ano de tegração desse indivíduo com o
atividades físicas, em indivíduos meio, como também a realização de

61
tarefas mínimas, porém com inde- energético, representando de 5% a
pendência (ex.: pequenas compras 40% do gasto calórico total diário. A
de supermercado, autonomia dentro combinação de exercício físico com
de casa, etc). restrição calórica representa um
meio flexível e efetivo de conseguir
Atividade Física e Obesi-dade uma redução ponderal. O exercício
melhora a mobilização e o catabo-
A atividade física bem orien- lismo de gorduras, acelerando a per-
tada por profissionais de educação da de gordura corporal. A prática re-
física representa uma importante gular de exercícios físicos pode con-
arma para melhoria da qualidade de tribuir também para a redução do
vida de obesos a ajudar na perda de peso corporal mediante ao aumen-
gordura corporal (ROBERTSON to da taxa metabólica de re-pouso,
2007). Resultados de pesquisas posterior a sua utilização. Oliveira
(ANDREOTTI & OKUMA 1999; (2005) comenta que as alterações na
COLBERG, 2003; RAMOS, 2000), taxa metabólica de repouso podem
citados por Katzer (2007) indicam persistir por até 12 horas após o
que a atividade física tanto melhora término da atividade.
a capacidade muscular como pode Além disso, indivíduos fisica-
melhorar a resistência, o equilíbrio, mente ativos apresentam menor
a mobilidade articular, a agilidade, a peso corporal, a gordura corporal
velocidade da caminhada e a coorde- está mais bem distribuída pelo cor-
nação geral. po. Com a atividade física, a perda
de peso se classifica de melhor quali-
dade, pois é favorável na manu-
tenção de massa corporal magra e na
perda de tecido adiposo, em relação
às dietas com restrições severas ali-
mentares, sem associação com
atividades físicas.
Dentro das rotinas de exer-
cícios físicos, o procedimento mais
indicado, de acordo com Grubbs
(1993), citado por Oliveira (2005),
para provocar um impac- to positivo
Segundo Powerse Howley
no controle da massa corporal con-
(2000), a atividade física constitui a
siste na participação de esforços que
parte mais variável do lado do gasto

62
envolvam grandes grupos muscula- ficou perda em média 2, 1 kg de gor-
res, e que possam ativar todo o sis- dura corporal e aumento 2,1 kg de
tema orgânico de oxidação para cap- massa corporal livre de gordura dos
tar-se energia (atividade aeróbica). indivíduos. Este programa aumen-
A atividade física é de vital impor- tou em 260 kcal por dia o gasto caló-
tância, tanto para a perda de peso, rico diário médio dos indivídu- os
como para a manutenção de peso. devido ao treinamento. O treina-
Pronk e Wing (1994), e Pavlou et al mento resistido pode representar
(1989), citados por Bouchard (20 uma alternativa para o aumento da
03), concluíram que o exercício físi- massa magra e da oxidação de gor-
co é um determinante para a ma-nu- duras. Bouchard (2003) também
tenção do peso em longo prazo. considera que o exercício resistido
Para indivíduos obesos, com pode ajudar idosos obesos a aumen-
restrição articular e dificuldades pa- tar o índice de massa magra ou de-
ra fazer atividade física, exercícios sacelera a perda, já que com a idade
aeróbicos de baixa intensidade e verifica-se o aumento de gor-dura
longa duração são os mais indi-ca- corporal e perda de massa magra.
dos. Além disso, a mobilização de A atividade física é respon-
gordura em baixas intensidades de sável em ajudar a controlar o peso da
exercício acontece para fornecimen- gestante, além de auxiliar na pre-
to de substrato de energia. Powers e venção de lombalgias, doenças car-
Howley (2000) e Dipietro et al diovasculares, diabetes, e elevar a
(1998), citado por Bouchard (2003), autoestima e a tolerância à dor (BA-
num estudo longitudinal sobre ativi- TISTA et al. 2003).
dade aeróbica concluíram que as Crianças com gordura corpo-
melhoras no condicionamento car- ral excessiva, submetidas a um pe-
diorrespiratório atenuam o ganho ríodo de treinamento de 4 meses,
de peso relacionado com o avanço da com sessões diárias de 40 minutos
idade, em homens e mulheres. de exercícios aeróbicos, 5 dias por
Porém, Van Etten et al. (1997), semana, sem qualquer restrição ali-
citado por Bouchard (2003) obser- mentar, acumularam menos tecido
varam, em um estudo de 18 sema- adiposo visceral do que aquelas que
nas, que o treinamento resistido não se exercitavam (McARDLE
feitos em homens jovens sedentários 2003).
de 23 à 41 anos (2 vezes por semana, A atividade física diminui o
3 séries de 15 repetições para os risco de doenças cardiovasculares
principais grupos musculares) signi- em obesos (efeito hipotensor), além

63
de aumentar a concentração do
HDL-colesterol e diminuir a concen-
tração do LDL-colesterol. Verifica-
se também aumento da ação da in-
sulina, importante fator para a pre-
venção da Diabetes Tipo II (KAT-
ZER 2007, BOUCHARD 2003,
McARDLE 2003, POWERS e HOW-
LEY 2000).
McArdle (2003) considera que
o número de sessões semanais de
exercício varia de três a quatro ve-
zes. Exercitar apenas duas vezes por
semana não modifica significativa-
mente o peso e gordura corporal.
O exercício está intimamente
ligado também ao aumento do bem-
estar e da melhora do humor. Essas
alterações alteram positivamente
quadros de depressão e ansiedade.
Sinais afetivos negativos são com
frequência os que disparam à ali-
mentação excessiva ou o comer
compulsivamente. A imagem corpo-
ral positiva é outra variável psico-
lógica capaz de ser intensificada pela
atividade física, influenciando as
atitudes de controle de peso e os
comportamentos. Uma melhor ima-
gem corporal atribuída ao exer-
cício, pode se estimulante e levar a
aderência a sua prática em longo
prazo, além de alterar no indivíduo
sua confiança de realizar altera- ções
positivas em relação ao seu corpo e
ao peso corporal (BOUCHARD
2003, KATZER 2007).

64
3. Parâmetros para Prescrição de Exercícios em
Grupos Especiais

Fundamentos para Prescri-ção sultam em adesão aos programas em


e Exercícios para Popu-lações longo prazo e concre- tização dos
Especiais objetivos individuais (ACSM, 2000).
Para que essa integração fun-

N esta unidade serão apresenta-


dos os princípios básicos para
prescrição de exercícios voltados
cione bem, o profissional deve co-
nhecer os princípios biológicos do
exercício físico. As rotinas de exer-
para saúde. O objetivo fundamental
cícios deverão ser organizadas com
da prescrição de exercício é promo-
base em três princípios biológicos: 1)
ver uma alteração no comportamen-
princípio da sobrecarga, progressão
to da saúde da pessoa para incluir
e individualidade; 2) princípio da
atividade física habitual. A técnica
especificidade; 3) princípio da rever-
da prescrição é a integração bem-
sibilidade.
sucedida da ciência do exercício com
técnicas comportamentais que re-
Princípios Biológicos Para

66
Prescrição e Orientação de produzirá adaptações no orga-
Exercícios Físicos (EF) nismo que serão específicas
para esse tipo de esforço (ex:
Princípio da Sobrecarga, Progres- treinamento de musculação
são e Individualidade (Guedes e para desenvolver força).
Guedes, 2005)  Princípio da reversibilidade:
As adaptações metabólicas e
funcionais induzidas pelo EF
 Sobrecarga: para que possam tendem a retornar aos estados
ocorrer melhorias na condição iniciais após a paralisação dos
metabólica e funcional do programas prescritos. De ma-
indivíduo, o organismo deverá neira geral, os exercícios físi-
ser submetido a uma rotina de cos de média a longa duração e
EF que venham a oferecer de baixa intensidade têm efei-
esforços físicos mais intensos to mais prolongado sobre o
do que aqueles a que ele está organismo, enquanto os exer-
normalmente acostumado. cícios físicos de intensidade
 Progressão: o indivíduo, ao ser mais elevada e de menor dura-
exposto a determinado esforço ção têm efeito mais imediato.
físico, deverá apresentar uma  Componentes dos exercícios
série de adaptações orgânicas físicos:
que na sequência lhe permitirá  Para que as rotinas de EF
ser submetido a estímulos possam produzir as adapta-
gradativamente mais intensos. ções na direção desejada, tor-
os esforços físicos podem na-se necessário estabelecer
ocorrer de duas formas isola- combinação entre três compo-
das ou por meio da combina- nentes básicos: frequência,
ção de ambas: aumento da duração e intensidade dos
quantidade e intensidade das esforços físicos.
atividades.  Frequência: a frequência de
 Individualidade: cada organis- realização dos EF refere-se ao
mo poderá reagir aos estímu- número de vezes em que o
los provocados pelos EF de indivíduo se exercita por se-
maneira bastante particular, mana ou em casos esporádi-
ou seja, nem todos os indiví- cos, por dia. ao iniciar as roti-
duos deverão apresentar pro- nas de EF, o indivíduo deverá
gressão na adaptação aos es- se exercitar no mínimo 3 vezes
forços físicos da mesma forma por semana, em dias não
e ritmo (ex. sexo, hábitos de consecutivos
vida, estado de saúde).
 Duração: É caracterizada pelo
 Princípio da especificidade: A tempo despendido na execu-
realização de determinado EF

67
ção de um EF específico ou de desenvolver força, os exercí-
uma sessão de EF. A duração cios de força deverão ser espe-
da execução de um EF espe- cíficos para o desenvolvimento
cífico atua sobre o organismo da força.
sem interrupções. Já a dura-  Parte final: conhecido como
ção de uma sessão de EF resfriamento, visa dar oportu-
equivale ao tempo total em nidade para um retorno gra-
que o indivíduo se envolve dativo do organismo a níveis
com uma série de esforços fí- próximos ao repouso.
sicos programados, incluindo
as pausas entre os exercícios. As atividades deverão ser le-
 Uma sessão de EF, indepen- ves, de relaxamento, que tenham co-
dentemente de sua duração,
mo objetivo diminuir a intensidade
deverá apresentar três mo-
mentos: parte inicial, a prin- dos esforços físicos realizados na
cipal e a final. parte principal. As atividades de
 Parte inicial: preparatória ou flexibilidade envolvendo alonga-
aquecimento, tem o objetivo mento dos principais grupos mus-
de preparar o organismo física culares trabalhados podem ser adi-
e psicologicamente para os cionadas na parte final da sessão
esforços mais intensos, de mo- exercícios físicos.
do a evitar súbitas alterações
fisiológicas e evitar possíveis Intensidade: É a relação entre
lesões. São exercícios modera- o esforço físico requerido para sua
dos como caminhada, trote ou realização e o esforço físico máximo
ciclismo, visando oferecer ma- que o indivíduo tem condições de
ior ativação metabólica. Os suportar. Se a duração e a frequência
exercícios de flexibilidade dos EF são caracterizadas como
também podem ser trabalha-
fatores absolutos, e, portanto, po-
dos na parte inicial de uma
sessão de exercícios, procu- dem ser semelhantes entre indiví-
rando preparar os músculos e duos, a intensidade dos esforços
tendões para os movimentos. físicos, por sua vez, está relacionada
 Parte principal: tem como às condições individuais de cada um.
objetivo elevar a solicitação O colégio americano de Medi-
metabólica e funcional que, cina do esporte (ACSM, 2000) reco-
por sua vez, deverão incre-
menda que a intensidade do exer-
mentar significativamente a
demanda energética. Na parte cício seja prescrita como 60 a 90%
principal, o objetivo da aula da Fcmáx ou 50 a 85 % do VO2MÁX
(sessão) deverá ser priorizado, ou reserva da FC. Contudo indiví-
ou seja, se objetivo da aula for duos com um nível de aptidão inicial

68
muito baixo respondem à intensi- estimativa da Fcmáx de esforço pode
dade de exercício baixa, por exem- ser feita mediante subtração da
plo, 40 a 50 % do VO2MÁX. idade atual do valor 220. Então um
A melhor maneira de se medir indivíduo com 40 anos e com FC de
a Fcmáx é durante um teste de es- repouso de 70 batimentos/minuto,
forço graduado, sempre que possí- os limites da FC preconizada para
vel. Dados dos testes de esforços esforços físicos a intensidades entre
mostram que existem várias aborda- 40% e 65% deverá se apresentar
gens para determinar a va- riação da dentro de um limite de 114 e 142
FC em exercício com propósitos de batimentos/minuto. Ou seja, os
prescrição. exercícios físicos não deverão apre-
 Usando uma porcentagem da sentar intensidade que possa elevar
FCmáx; a FC acima de 114 batimentos/
 Usando o método de reserva minuto, e não exceder a 142 bati-
da FC; mentos/minuto. O limite superior e
 Utilizando a escala de sense- inferior de FC preconizado para os
ção subjetiva de esforço.
esforços físicos é conhecido como
zona alvo.
Nesse sentido, pela praticida-
É importante também a avali-
de a prescrição da intensidade do
ação da percepção subjetiva do es-
exercício físico muitas vezes é reali-
forço (PSE) pois os dados delineados
zada com base em proporções de
descrevem melhor a relação entre
frequência cardíaca máxima (Fc
FC, VO2 e RSE e os resultados em
máx) de esforço.
uma intensidade de exercício mais
Como regra geral, após os 20-
apropriada para pessoas com apti-
25 anos admite-se que ocorre a di-
dão limitada.
minuição de um batimento cardía-
co por minuto a cada ano. Uma

Tabela 1. Exemplo do cálculo dos limites da frequência cardíaca de esforço


Fcmáx prevista idade 220
-50
Fcmáx de esforço 170
previsto
FC repouso -70
FC reserva intensidade 100 100 100
dos esforços físicos x0,40 x 0,65
40 65
FC repouso +70 +70
FC preconizada para os 110 135
esforços físicos limite inferior limite superior

69
06

07 Muito, m uito leve

08

09 Muito leve

10

11 Razoavelm ente leve

12

13 Algo difícil

14

15 D ifícil

16

17 Muito difícil

18

19 Muito, m uito difícil

20

Escalas de Percepção Sub- crição de exercício para indivíduos


jetiva de Esforço (PSE) que têm dificuldade com a palpação
da FC e em casos em que a resposta
As escalas de percepção subje- da FC a exercícios possa ter sido al-
tiva de esforço (PSE) devem ser terada por uma mudança da medi-
consideradas como complemento à cação. A variação da PSE associada à
monitorização da FC, à medida que adaptação fisiológica ao exercício é
a PSE determinada durante um teste de 12 a 16 (ver tabela abaixo).
de esforço graduado pode não tra- A avalição da intensidade do
duzir diretamente a mesma inten- esforço poderá ser realizada por me-
sidade durante uma sessão de exer- io da sensação subjetiva de esforço
cício. As escalas de PSE têm se re- utilizando a escala de Borg, com
velado uma ajuda valiosa na pres- pontuações de 6 a 20 Selecione um

70
número que represente sua sensa- Estágio de condicionamento
ção ao esforço realizado. inicial
A avalição da intensidade do O estágio inicial deve incluir
esforço poderá ser realizada tam- exercícios de resistência muscular e
bém através da Escala OMNI para atividades aeróbias de nível baixo
classificação de resistência de força. (40 a 60% da FC de reserva ou
(intensidade moderada por meio da VO2MÁX), exercícios compatíveis
classificação de 3 A 6) com sensibilidade muscular mínima
A intensidade do EF pode ser para evitar desconfortos e lesões,
medida também por meio do V02 e contri- buindo para uma melhor
limiar de lactato como forma de adesão ao programa. Esse estágio
prescrição, mas para este momento geralmente se estende por 4 a 6
não vamos utilizar, pois optamos semanas, mas a duração depen- de
por métodos mais acessíveis. A da adaptação do indivíduo ao pro-
medida de VO2 máx e limiar de grama de exercício. A duração da
lactato normalmente é realizada em sessão de exercício no estágio inicial
laboratório ou clínicas e seu custo é deve começar com aproximadamen-
relativamente alto, tornando inviá- te 12 a 15 minutos e progredir para
vel para prescrição em academias, 20 minutos. Recomenda-se que
clubes entre outros. O ACSM (2000) indivíduos que estão começando um
destaca alguns estágios do programa programa de condicionamento físico
de EF recomendados para popu- se exercitem pelo menos três vezes
lações especiais, que podem ajudar na se- mana em dias alternados.
na tomada de decisões em cada
etapa. Estágio de melhora
O estágio de melhora difere do
Taxa de Progressão estágio inicial pelo fato de o partici-
A taxa de progressão recomen- pante progredir a uma frequência
dada em um programa de condicio- mais rápida. Esse estágio dura tipi-
namento depende da capacidade camente 4 a 5 meses, durante os
funcional, estado de saúde, idade, quais a intensidade é progressiva-
preferências e objetivos das ativida- mente aumentada na metade supe-
des individuais. Para adultos apa- rior da variação limite de 50 a 85%
rentemente saudáveis, o componen- do vo- 2MÁX. A duração é aumen-
te resistência da prescrição de exer- tada a cada 2 a 3 semanas até que o
cício tem três estágios de progres- participante seja capaz de se exer-
são: inicial, melhora e manutenção. citar por 20 a 30 minutos con-

71
tinuamente. Aos indivíduos sem terminar o nível de intensidade do
condicionamento físico e idosos de- exercício:
ve-se dar mais tempo para a adap-  Nível individual de aptidão;
tação a cada estágio.  Presença de medicamentos
que podem influenciar a FC
Estágio de manutenção (ex: β-bloqueadores que irão
O estágio de manutenção do reduzir a FC em repouso e sua
resposta ao exercício);
programa de exercício geralmente
 Risco de lesão ortopédica ou
começa depois dos seis primeiros cardiovascular;
meses de treinamento. Nesse está-  Preferências individuais para
gio, o participante não estará mais o exercício;
interessado em aumento adi- cional  Objetivos do programa indi-
do estímulo de condicionamento. O vidual.
aumento adicional será mínimo,
mas a continuação do mesmo exer- É necessário realizar uma
cício rotineiro permite que o indi- anamnese clínica e perfil de fatores
víduo mantenha seus níveis de de risco para doenças crônico-dege-
aptidão. nerativas com s pessoas com idade
Nesse ponto os objetivos do acima de 40 anos. A seguir, algumas
progra- ma devem ser revisados e dicas para uma avaliação antes de
novos objetivos estabelecidos. Para iniciar um programa de exercícios
manter a aptidão, um programa físicos para populações especiais.
específico de exercício deve ser pla- Podem ser utilizados os testes que
nejado e ter o mesmo dispêndio de vocês aprenderam no módulo na-
energia do programa de condicio- terior na disciplina “Medidas e
namento e satisfazer às necessida- avaliação em ativi- dade física”.
des e interesses do participante por
um período prolongado. É impor-  Parâmetros funcionais como
tante incluir exercícios que o indi- frequência cardíaca e pressão
arterial em repouso e no
víduo considere agradável.
esforço se forem o caso.
 Medidas antropométricas
Fatores a considerar antes de (massa corporal; altura; cir-
determinar a intensidade do exercí- cunferências; espessuras das
cio dobras cutâneas)
Vários fatores importantes de-  Avaliação postural (simetria
vem ser considerados antes de de- cabeça, tronco, pernas e pés)
 Resistência/força muscular

72
 Teste de carga submáxima
 Teste de abdominal Treinamento com Pesos (TP)
 Flexão e extensão dos braços
no solo O TP oferece benefícios consi-
 Teste de abdominais – tradi- deráveis em todas as faixas etárias.
cional Para idosos, o TP pode capacitá-los
 Flexibilidade a realizar as atividades da vida diária
 Resistência cardiorrespirató- com maior facilidade e contrapor-se
ria através do: consumo maxi-
mo de oxigênio (vo- 2MÁX) à sarcopenia e osteopenia (diminui-
por meio dos métodos labo- ção da massa muscular e massa
ratoriais ou de campo. óssea) e também à fragilidade
(Gobbi, 2005). Vale destacar que a
Prescrição Voltada Para capacidade cardiorrespiratória e a
Exercícios Intervalado individualização da prescrição do TP
são essenciais e devem basear-se no
Nesta unidade serão apresen- estado de saúde, aptidão e objetivos
tados os princípios básicos para do participante.
prescrição de exercícios com pesos
voltados para saúde do idoso, devido
à grande prevalência de inúmeras
comorbidades associadas ou não ao
processo de envelhecimento, como
hipertensão, artrite, alterações pos-
turais e outras condições debilitan-
tes que podem limitar a função física
dessa população ao realizar os exer-
cícios. Serão apresentados também
os benefícios e um modelo de pres-
crição para hidroginástica.
Primeiramente vamos descre- A implementação de um pro-
ver o que são os exercícios interva- grama de TP em adultos idosos deve
lados. Esses exercícios apresentam seguir uma abordagem gradual e
características de duração (geral- progressiva. Essa abordagem pode
mente com intervalos entre uma minimizar o risco de lesões por
ação e outra) e intensidade (média a esforço, tornar a atividade mais
alta) possuem maior participação do agradável e aumentar a aderência do
metabolismo anaeróbio do que o ido- so. Em adição, permite o reforço
aeróbio. positivo a cada passo bem-sucedido

73
em direção às metas determinadas. em cada um dos exercícios permite o
Além disso, a implementação gra- aumento da autoconfiança do idoso
dual do programa de treinamento e, consequentemente, da taxa de
possibilita identificar e solucionar progressão do TP e seus benefícios
possíveis falhas na elaboração, como (Coelho et al.,2013).
a não adequação do idoso a algum Criar um vínculo de amizade e
equipamento/exercício específico. confiança com o idoso também auxi-
Devido à grande prevalência lia na implementação do programa
de inúmeras comorbidades associa- de TP. A realização de confrater-
das ou não ao processo de envelhe- nizações dentro e fora da sala de
cimento, como hipertensão, artrite, musculação é um poderoso incen-
alterações posturais e outras condi- tivo para o aumento do prazer em
ções debilitantes que podem limitar realizar a prática do TP e para ade-
a função física, tem sido recomen- rência.
dada cautela na taxa de progressão Prescrição treinamento com
do programa TP. O controle da taxa pesos por meio de Zona de repe-
de progressão pode minimizar pos- tições máximas (Coelho et al., 2013).
síveis eventos adversos relacionados O teste zona de repetições
a sua prática. Embora existam evi- máximas é definido como a maior
dências que apontem para a não carga que um indivíduo consegue
diferença entre adultos jovens e movimentar dentro de um número
idosos quanto à progressão da de repetições pré-estabelecido (10-
intensidade/volume do treinamen- 12 repetições máximas) (Kramer e
to, é de vital importância observar e Ratamess (2004). Dentre as diferen-
avaliar as respostas adaptativas tes formas para determinação da
apresentadas por cada indivíduo, intensidade relativa do TP, o método
bem como o estado de saúde do ido- de zona de repetições máximas apre-
so. Nesse sentido, atenção cuidado- senta importantes vantagens: a) não
sa deve ser ofertada para relação depende das avaliações iniciais da
estímulo de treinamento/recupe- força muscular máxima (1-RM) e b)
ração. permite o reajuste da carga sem que
Um dos principais problemas haja interrupção do treinamento
verificados na fase inicial da imple- para realização de novas avaliações.
mentação de um programa de TP em O aluno deverá realizar o teste de
idosos é o aprendizado do padrão e força submáxima para cada grupa-
velocidade de movimento dos exer- mento muscular, mas, se ele não
cícios. Uma adequada familiarização tiver experiência em TP, é interes-

74
sante a familiarização nos equipa- opção de progressão de treinamen-
mentos antes de realizar o teste. to (ACSM, 2009; KraeMer & Rata-
Avaliações da força muscular são mess, 2004). Ao selecionar um
mais frequentes nas fases iniciais do exercício multiarticular realizado
programa, pela rápida adaptação do com peso de livre, atenção especial
sistema neuromuscular nos primei- deve ser dada à técnica do movi-
ros seis meses de treinamento, po- mento durante todas as séries.
dendo tornarem-se mais espaçadas Nesse sentido a prescrição po-
no decorrer do programa. derá ser da seguinte forma:
 8-10 exercícios alternados por
Seleção dos exercícios e segmentos corporais.
prescrição  uma série de 10 repetições
A escolha de cada exercício de- com 50% da carga pré-
determinada é realizada como
ve levar em consideração as infor-
aquecimento prévio.
mações levantadas nas avaliações e
 três séries são realizadas em
o nível de habilidade/experiência do cada exer- cício, com a carga
participante. O emprego de exercí- ajustada para que a fadi- ga
cios monoarticulares, especialmente ocorra na última série.
os realizados em máqui- nas, pode  intervalo de recuperação (ir)
ser uma estratégia interessante para entre 90-180 segundos. Vale
idosos sem experiência prévia em destacar que a utilização de
maiores ir entre séries pode
TP. Esses exercícios apresentam me-
aumentar a sustentabilidade
nor demanda de habilidade motora do número de repetições reali-
e risco de lesão, facilitando o apren- zadas nas séries sub-sequen-
dizado e promovendo aumentos na tes e, por consequência, pro-
força muscular (ACSM, 2009; Krae- mover um maior volume total
Mer e Ratamess, 2004). Os exercíci- da sessão de treinamento
os multiarticulares envolvem maior (JAMBASSI-FILHO et al.,
2010). Maiores ir podem ser
quantidade de massa muscular e
empregados para atenuar as
exigem maior complexidade do con- respostas da pressão arterial
trole neural da ativação muscular, sistólica em comparação aos
possibilitando a realização do exer- menores ir (Castinheiras-Neto
cício com maior quantidade de peso. et al., 2010)
Exercícios multiarticulares  para manter o número de re-
podem promover maiores aumentos petições dentro da zona pré-
estabelecida, a carga é ajusta-
na força muscular em comparação
da semanalmente, ou seja, se o
aos monoarticulares, sendo uma aluno estiver conseguindo rea-

75
lizar mais que 12 repetições com obesidade, pois os exercícios na
com facilidade, a carga deve- água não sobrecarregam as articu-
rá ser ajustada. lações. Exercícios físicos que nor-
 os participantes são instruídos malmente não alcançam limites de
a executarem cada repetição
intensidade aeróbia na terra como a
em aproximadamente 1 segun-
do na fase concêntrica e em caminhada, podem resultar em estí-
aproximadamente 2 segundos mulos de esforços adequado na
na fase excêntrica. Em pessoas água, por causa do aumento da
sem experiência prévia em TP, resistência que esta oferece aos mo-
o emprego de velocidades len- vimentos corporais.
tas a moderadas são suficien- Em termos fisiológicos, o sis-
tes para melhorar significati-
vamente a força e potência tema circulatório é afetado quando o
muscular máxima (ACSM, corpo está em água porque a pressão
2009). Segundo o ACSM hidrostática excede a pressão venosa
(2009), programas de TP e tende aumentar um retorno veno-
realizados com alta velocidade so ao coração. O volume final dias-
de movimento promovem ga- tólico aumenta e o volume ejetado
nhos de potência muscular. A
médio mostra um aumento de até
realização de exercícios com
altas velocidades de movimen- 35% com a imersão ao nível do pes-
tos pode ser adotada após o coço. Esse efeito tem sido benéfico
aluno apresentar boa qualida- para pacientes com infarto e miopa-
de na execução dos movimen- tia (McMurray, et al., 1988). A água
tos para cada um dos exer- também aumenta o trabalho da res-
cícios selecionados. piração e, em relação ao sistema
musculoesquelético, reduz a neces-
Adicionalmente, se esses exer-
sidade de vasoconstrição periférica e
cícios forem realizados em valsalva,
pode melhorar o fluxo sanguíneo
podem dificultar o retorno venoso e
muscular e a remoção de detritos
reduzir o fluxo sanguíneo ao coração
metabólicos. A água ainda pode ser-
e cérebro. Portanto, é necessário
vir como um método útil de trans-
evitar esforço máximo e orientar
ferência de calor ao corpo imerso.
sempre a respiração durante a rea-
Existem algumas contraindi-
lização dos exercícios.
cações para determinados casos es-
Hidroginástica (Guedes e
pecíficos, por exemplo colocar paci-
Guedes, 2005)
entes com insuficiência cárdica na
A hidroginástica é um exce-
água poderia aumentar o estresse no
lente exercício para as pessoas com
sistema circulatório central e colocar
problemas articulares, e também

76
em risco o aluno. Quanto à intensi- Os exercícios contínuos são
dade de esforço, existem alguns as- também conhecidos como ativida-
pectos negativos a ser considerados, des aeróbias. Essas atividades inclu-
por exemplo, as rotinas de exercícios em esforços físicos que envolvem a
físicos direcionados ao controle do utilização de grandes grupos muscu-
peso corporal relacionam-se à limi- lares e que possam ativar todo o sis-
tada disponibilidade de movimentos tema orgânico de oxigenação, com
compatíveis com o meio líquido e a esforços de média a longa duração e
dificuldade de manter intensi- dade de caráter dinâmico, em ritmo cons-
adequada de esforços físicos em ati- tante e de intensidade moderada. De
vidades de grupo (Moschetti et al., maneira geral, a eficiência dos exer-
1994). No entanto existem atual- cícios aeróbios está diretamente re-
mente alguns métodos de hidro- lacionada à demanda energética to-
ginástica que permitem trabalhar tal induzida pelo trabalho muscular,
com diferentes intensidades de exer- associada à adequada combinação
cícios. de frequência, intensidade e duração
A seguir será apresentado um dos esforços físicos.
exemplo de prescrição na hidro- Nesta unidade vamos exem-
ginástica com a estimativa do gasto plificar prescrições voltadas para ca-
energético. minhada, corrida e natação voltadas
para populações especiais por meio
de modelos matemáticos.

Caminhada
A caminhada é a atividade
mais comum utilizada nas rotinas de
exercícios físicos. Andar é muito
recomendado porque é a base da
locomoção e está envolvido em mui-
tas atividades da vida diária.
A estimativa da energia consu-
mida durante a caminhada deverá
ser desenvolvida em razão da velo-
Prescrição para Exercícios
cidade empregada, da distância per-
Contínuos (Caminhada e
Corrida) corrida e do peso corporal do indi-
víduo. A uma velocidade entre 50 e
100 metros/minuto, ou, 3 a 6 Km/

77
hora, deverá ocorrer demanda ener- Nesse sentido, admitindo que
gética por volta de 0,6 quilos/ calo- o equivalente energético para correr
rias (Kcal) a cada Km percorrido por um metro/minuto, em plano hori-
Kg de peso corporal (Cooper, 1968). zontal, é de 3,5 ml de oxigênio, ao
multiplicar a velocidade de corrida,
em metros/minuto, por 0, 2, e adi-
cionando o valor de repouso, obter-
se-á o custo de oxigênio da corrida
expresso em relação ao peso cor-
poral do indivíduo.

Corrida (Guedes e Guedes,


2005)

A corrida é outra modalidade


de exercício físico comumente utili-
zada em programas de treinamento.
A princípio, em velocidades mais
Oxigênio consumido, expresso
baixas, a demanda energética envol-
em litros, corresponde a 5kcal de
vida na caminhada é menor que com
energia. Assim, ao corrigir o custo de
a corrida, entretanto, próximo a
oxigênio pelo peso corporal e pelo
8km/hora, a demanda energética da
tempo de duração da corrida, ajus-
corrida e da caminhada deverá ser
tando-se as unidades de me- dida,
mui- to semelhante. Nesse caso, é
ter-se-á a demanda energética total
indiferente prescrever uma ou outra
da atividade.
modalidade de exercício físico.
Então, se o indivíduo em ques-
A partir desse raciocínio, não
tão apresentar peso corporal de 90
se poderá utilizar o mesmo modelo
kg, seu custo de oxigênio, ao percor-
matemático para estimativa do
rer 6km em 42 min, seria de quanto,
gasto energético da corrida e da
aproximadamente? E a demanda
caminhada, mesmo a uma veloci-
energética total seria quanto?
dade similar, sendo modificado o
modelo matemático para a veloci-
dade da corrida empregada.

78
De acordo com Nahas (2001),
é considerada sedentária a pessoa
com estilo de vida com um mínimo
de atividade física, equivalente a um
gasto energético inferior a 500 kcal
O custo de oxigênio do indiví-
por semana. Para ser considerada
duo com 90 kg, ao percorrer 6km em
moderadamente ativa, é ne- cessário
42 min, seria de aproximadamente
realizar atividade física que acu-
121 litros, e a demanda energética
mule um gasto semanal de pelo
total seria de 607 kcal.
menos 1000 kcal, o que corresponde
Muitas vezes, com a intenção
a caminhar em passos rápidos por
de alcançar o gasto energético mais
30 minutos, cinco vezes por semana.
elevado a fim de melhorar a con-
Para deixar de fazer parte do grupo
dição física do aluno, é muito co-
dos sedentários, o indivíduo precisa
mum aumentar a velocidade da cor-
gastar no mínimo 2.200 calorias por
rida mantendo o tempo constante.
semana em atividades físicas. Me-
No entanto, se observarmos o mode-
nos que isso, pode acarretar conse-
lo matemático, ao atribuirmos um
quências negativas à nossa saúde.
incremento de 10%, a distância total
de 6,6 km deverá ser percorrida na
primeira situação, nos mesmos 42
min, contudo a uma velocidade de
157 m/min; e na segunda situação,
em 46,15 min, tendo em vista a velo-
cidade continuar a mesma em rela-
ção ao tempo de corrida.
Verifica-se que a diferença na
demanda energética não é maior que
6kcal a favor do esforço físico reali-
zado com velocidade de corrida mais
elevada. Diante disso, seria interes-
sante elevar o tempo de corrida
mantendo a velocidade constante.

Equivalente de Gasto Ener- Prescrição de Atividades em


gético Grupos (Idosos) (Coe-lho et al.,
2013).

79
Quando falamos em atividades xo, temos alguns exemplos de ativi-
para terceira idade, podemos nos dades para desenvolvimento dos
basear nas capacidades funcionais componentes de CF escolhidos para
(flexibilidade, força muscular, resis- serem trabalhados em cada sessão.
tência aeróbia, coordenação, equilí- Exemplo de sessões de ativida-
brio e agilidade). Nesse sentido, a de física generalizada nas quais são
capacidade funcional pode ser defi- desenvolvidos componentes de ca-
nida como a capacidade de um indi- pacidade funcional em dias alter-
víduo de realizar as atividades diá- nados:
rias ou mesmo atividades inespe-
radas, de forma segura e eficiente
(ONEESS et al., 1990). Ou seja, a
qualidade de vida dos idosos está
associada à manutenção da capaci-
dade funcional e da sua autonomia.
A modalidade de atividade fí-
sica generalizada deve ser realizada
três vezes por semana, em sessões
com duração aproximada de 50
minutos. As sessões devem ser com-
postas por uma parte inicial (aqueci-
mento), parte principal e parte final
(volta à calma). Com relação à esco-
lha dos exercícios que serão inse-
ridos na sessão, é necessário cuida-
do para que contemplem variados
componentes de capacidade funcio-
nal (CF). Tais componentes podem
ser desenvolvidos em uma mesma
sessão de treinamento ou em ses-
sões alternadas.
A partir do planejamento dos
componentes de CF que serão
trabalhados em cada sessão, é
Sendo assim, as atividades
necessária a escolha das atividades,
planejadas para desenvolvimento
que devem ser específicas para o seu
dos componentes de CF, em cada
desenvolvimento. No quadro abai-
sessão, serão elaboradas como parte

80
principal da aula. A partir desse
ponto, são definidos o volume e
intensidade com que cada atividade
deve ser desenvolvida, ao longo da
sessão. A elaboração dos exercícios
para atividade física generalizada é
baseada na avalição funcional reali-
zada por meio da bateria de testes
motores para idosos American Alli-
ance for Health, Physical Education,
recreation and Dance (AAPHERD)
(Oneess et al., 1990).

De acordo com os resultados


obtidos em tal avaliação, as sessões
são elaboradas visando desenvolver
com maior ênfase um ou outro com-
ponente da CF, não excluindo os demais.
Por exemplo, se a maioria dos idosos
teve um comportamento ruim no
teste de força, cerca de duas vezes
por semana serão realizados exercí-
cios para fortalecimento de membro
superior, seguindo o princípio da
sobrecarga para aumentar o estí-
mulo nos participantes. Além disso,
serão realizados exercícios que en-
volvam outros componentes de CF.

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