Você está na página 1de 4

UNIVERSIDADE FEDERAL DE ALAGOAS

FACULDADE DE NUTRIÇÃO

CURSO DE NUTRIÇÃO

YRLA CARLA BARBOSA SILVA

DEFICIÊNCIA DE VITAMINA D E DIABETES MELLITUS

MACEIÓ - AL
2021
DEFICIÊNCIA DE VITAMINA D E DIABETES MELLITUS

A vitamina D é um hormônio esteroide que tem como função principal


regular o metabolismo ósseo, uma vez que atua na regulação da quantidade de
cálcio e fósforo no organismo, aumentando a absorção desses sais minerais no
intestino. Porém, está relacionada também com a homeostase de outros
processos celulares, como a síntese de antibióticos naturais pelas células de
defesa dos mamíferos, modulação da autoimunidade e síntese de interleucinas
inflamatórias, no controle da pressão arterial etc. A síntese dessa vitamina ocorre
na pele, por via não enzimática, através da exposição ao sol, que permite a ação
dos raios dos raios ultravioleta-radiação B (UV-B). Entretanto, pode haver a
necessidade do consumo através dos alimentos, em casos de pouca exposição
à luz.

A vitamina D engloba um grupo de secosteroides, derivadas do 7-


deidrocolesterol e a sua atuação se dá através da ligação do seu metabólico
ativo (1a,25-di-hidroxivitamina D ou calcitriol) com seu receptor (VDR), que se
localiza em todo o organismo, tendo a (DBP) como proteína transportadora. Além
disso, tem como precursores o colecalciferol (vitamina D3), o ergocalciferol
(vitamina D2) e a (25-hidroxivitamina D ou calcidiol), além dos produtos de
degradação, e a ativação e inativação dessas moléculas ocorre através de
enzimas do com complexo do citocromo P450. Essas moléculas, juntamente
com suas proteínas carregadoras e receptores, constituem o sistema
endocrinológico da vitamina D.

A insuficiência e deficiência de vitamina D tem sido observada em todo o


mundo e em todos os grupos etários e já é considerada um problema de saúde
pública, já que os baixos níveis dessa vitamina no organismo são relacionados
com várias doenças. Incialmente as doenças apontadas tinham relação
principalmente com o sistema musculoesquelético, como osteomalácia e o
raquitismo. Entretanto, na atualidade, pesquisas têm observado também a
deficiência da vitamina D como fator de risco para a incidência e prevalência de
diversas doenças crônicas, como o diabetes mellitus.

O diabetes é uma síndrome metabólica em que ocorre uma hiperglicemia,


decorrente de defeitos na secreção de insulina, da ação da insulina ou ambos
os casos. Os processos patogênicos ligados ao desenvolvimento do diabetes se
dão pela destruição autoimune das células beta (ẞ) do pâncreas, provocando a
deficiência de insulina, e/ou pelas anormalidades que causam a resistências à
ação da insulina. De acordo com estudos, a deficiência de vitamina D tem
relação com a ocorrência de inflamação e agravamento do diabetes mellitus tipo
1 e 2. Além disso, pesquisas in vivo indicam que a vitamina D é um fator de
proteção à essas doenças.

A hipótese da existência de uma relação entre a vitamina D e a função


das células ẞ pancreáticas é referente à ligação de sua forma circulante ativa a
receptores nas células ẞ. Além disso, há a possibilidade de ativação da vitamina
D dentro das células ẞ, por meio da atuação da enzima a-hidroxilase, uma vez
que essa enzima se manifesta nessas células.

A vitamina D possui função de regular as concentrações extracelulares de


Ca (cálcio), o que possuiria efeito sobre o fluxo desse mineral no interior das
células ß, uma vez que a secreção de insulina ocorre por intermédio do Ca.
Dessa forma, se houver modificações na regulação do seu fluxo, a função
secretória das células pancreáticas e a ação da insulina podem ser prejudicadas.
Por isso, não só a ingestão inadequada de Ca, mas também a hipovitaminose D
pode provocar alterações no balanço entre os compartimentos intra e
extracelular de Ca, o que interfere na liberação normal de insulina.

No que diz respeito a relação da vitamina D e diabetes mellitus tipo 1,


observa-se o papel dessa vitamina na imunidade inata e adquira. Isto é, há a
possibilidade de redução do processo de destruição autoimune das células ẞ
pancreáticas, quando há concentrações adequadas de vitamina D no organismo.
Já em relação a diabetes tipo 2, estudos sugerem que a vitamina D tem influência
sobre a secreção e a sensibilidade à insulina. Portanto, na atualidade, a grande
maioria dos estudos confirmam tais suposições sobre relação da vitamina D e
diabetes mellitus.
REFERÊNCIAS

CASTRO, L. C. G. O sistema endocrinológico vitamina D. SciELO - Scientific


Electronic Library. Brasília, v. 55, n. 8, p. 566-575, out., 2011. Disponível em:
<https://www.scielo.br/j/abem/a/MTXBWgkFtspJDGWNNJbmQzC/?lang=pt&for
mat=pdf>. Acesso em: 04 de julho de 2021.

COSTA, R. E. A. R. et al. Deficiência de Vitamina D no Diabetes Mellitus:


revisão integrativa da literatura. Revista Eletrônica Acervo Saúde. Teresina,
v. Sup, n. 57, ago., 2020. Disponível em
<https://acervomais.com.br/index.php/saude/article/download/3994/2450//>.
Acesso em: 08 de julho de 2020.
COZZOLINO, Silva M. F. Biodisponibilidade de Nutrientes. 5ª edição. São
Paulo: Manole, 2016, p. 356-357.
GALVÃO, L. O. et al. Considerações atuais sobre a vitamina D. Artigo
Especial. Brasília, v.40, n. 4, p. 324-332, dez., 2013. Disponível em
<https://cdn.publisher.gn1.link/rbm.org.br/pdf/v50n4a08.pdf Acesso em: 08 de
julho de 2021.
LAGOEIRO, A. J. et al. Deficiência da vitamina D e doenças cardiovasculares.
International Journal of Cardiovascular Sciences. Niterói, v. 31, n. 4, set.,
2017. Disponível em
<https://www.scielo.br/j/ijcs/a/8nGNrPGskVkNWGJSdTbHWzb/?lang=pt&format
=pdf>. Acesso em: 08 de julho de 2021.

Você também pode gostar