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UNIVERSIDADE CATÓLICA DE MOÇAMBIQUE

Instituto de Educação a Distância (IED)

Curso de Licenciatura em Administração Pública

Teoria geral de Administracao Publica

Curso de Administração Pública, 1° Ano, Turma L

Organizacao e seu funcionamento, Gestao e Administracao nas Empresas Publicas


e Privadas

Discente: Docente:

Celso Filipe Rupia Abdul Rehman Issufo Muss

Nampula.06.2023

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indice
1. Introdução.................................................................................................................. 3
2. Objectivo geral .......................................................................................................... 4
2.1. Objectivos especificos ........................................................................................... 4
2.2. Metodologia ........................................................................................................... 4
3. Conceito de organização e seu funcionamento ......................................................... 5
4. Tipos e funções das organizações ............................................................................. 7
5. Teorias das organizacoes ........................................................................................... 8
5.1. Origens da teoria da burocracia em administração ................................................ 8
5.2. Abordagem e conceito das organizações ............................................................... 8
5.3. Características básicas da teoria da burocracia...................................................... 9
5.4. Teoria estruturalista ............................................................................................. 10
5.5. Bordagem e conceito das organizações ............................................................... 10
5.6. Características básicas da organização na teoria estruturalista ........................... 11
5.7. Origens da teoria da contingência em administração .......................................... 12
5.8. Abordagem e conceito das organizações ............................................................. 13
5.9. Principais representantes e suas contribuições os principais representantes ....... 14
6. Gestão na organização pública e privada ................................................................ 14
6.1. Gestão na organização pública ............................................................................ 15
7. Conclusões .............................................................................................................. 19
8. Referências .............................................................................................................. 20

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1. INTRODUÇÃO

O conceito de organização pode ser aplicado para designar empresas, assim como também
instituições ou entidades públicas, políticas ou sociais (THIOLLENT, 2014). A
organização é apresentada como sendo um grupo de indivíduos organizados de acordo
com suas determinadas e respectivas funções obedecendo a uma hierarquia. A estrutura
organizacional pode ser dividida em funcional, linear e de linhas-staff (RICHTER e
VICENZI, 2016)

As teorias organizacionais surgem constantemente na literatura especializada seja como


criações isoladas ou seja como autônomas dos seus autores, sendo desarticuladas das
demais dimensões da realidade (GURGEL e RIBEIRO, 2015). É imprescindível destacar
características comuns às empresas na contemporaneidade como a inovação, o estímulo
pela direção, adequação para evolução da era 4.0, dentre outras (BUCELLI, COSTA
NETO e VENDRAMETTO, 2014). Neste sentido, este trabalho teve como objetivo
realizar uma revisão bibliográfica voltada para as abordagens e novos conceitos
organizacionais referentes ao cenário atual que o mundo se enquadra.

O trabalho está estruturado em Introdução, Desenvolvimento, Conclusão, Metodologia,


Conclusão e Referências Bibliográficas.

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2. Objetivo geral
❖ Avaliar as Organizações e seu funcionamento e Gestão em Administração nas
Empresas Públicas e Privadas
2.1.Objetivos específicos
❖ Identificar a principais teorias sobre Organizações;
❖ Descrever a gestão e Administração nas Empresas Públicas e Privadas;
❖ Tipos e funções das organizações;
❖ Explicar Gestão na organização pública e privada;
❖ Desenvolver Gestão na organização pública
2.2.Metodologia

A pesquisa foi estruturada a partir de uma pesquisa bibliográfica e exploratória. Com base
nos objetivos, é exploratória pois, como apresenta LAKATO (2009, p. 41) tem como
intuito “[...] proporcionar maior familiaridade com o problema, com vistas a torna-lo mais
explícito ou construir hipóteses”. Conforme recomenda a maioria deste tipo de pesquisa,
está se configura também como bibliográfica tendo em vista os procedimentos técnicos
para colecta de dados. A pesquisa bibliográfica é aquela “[...] desenvolvida com base em
material já elaborado, constituído principalmente de livros e artigos científicos
(LAKATO, 2009, p. 44)

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3. CONCEITO DE ORGANIZAÇÃO E SEU FUNCIONAMENTO

Por organização, entende-se que é o agrupamento de pessoas, que se reuniram de forma


estruturada e deliberada e em associação, traçando metas para alcançarem objetivos
planejados e comuns a todos os seus membros, (LACOMBE, 2003).

De acordo com Moraes (2004, p.91):

Organizações são instituições sociais e a ação desenvolvida por membros


é dirigida por objetivos. São projetadas como sistemas de atividades e
autoridade, deliberadamente estruturados e coordenados, elas atuam de
maneira interativa com o meio ambiente que as cerca.

Pode-se afirmar, com propriedade, que objetivos e recursos são fatores determinantes que
definem as organizações, fazendo-se compreender que a sociedade que cerca o homem é
feito de organizações e que são elas que fornecem os mecanismos para se conseguir o
atendimento das necessidades humanas.

Ferreira et al. (1998, p. 20) percebem a organização como “um conjunto de duas
ou mais pessoas inseridas numa estrutura aberta ao meio externo, trabalhando em
conjunto e de um modo coordenado para alcançar objetivos”. Nesse conceito, vê-
se a organização em uma abordagem sistêmica, ou seja, integrada a um contexto
maior ou ambiental.

Segundo Thiollent (2014), o conceito organização pode ser aplicado para designar
empresas, assim como também instituições ou entidades públicas, políticas ou sociais.
Além disso, este conceito pode ser estendido a outros tipos de vida social organizada.
Outrossim, são estudadas as práticas organizativas como conjuntos de ações, aplicações
de princípios, exercício de poder e demais aspectos como controle, regulação,
descriminações, identidade e diferenciação cultural, evolução, inovações, transformações
e até destruição.

A organização é apresentada como sendo um grupo de indivíduos organizados de acordo


com suas determinadas e respectivas funções obedecendo a uma hierarquia. Cada um
desses funciona de acordo com a sua função e sabem devidamente qual é o seu
comportamento em relação ao seu grupo de referência na hierarquia. A estrutura
organizacional pode ser dividida em funcional, linear e de linhas-staff (RICHTER e
VICENZI, 2016).

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A organização linear caracteriza-se de forma mais simples. pautada sua origem na
organização dos exércitos antigos e na estrutura eclesiástica. Baseia-se basicamente em
estrutura das pirâmides, onde as comunicações são feitas conforme a estrutura
hierárquica, não permitindo flexibilidade, possui característica marcante a centralização
do processo decisório em uma única pessoa e é muito usual principalmente nas pequenas
empresas. A organização funcional caracteriza-se pela facilidade no processo de
comunicação entre os setores. O seu processo de decisão é descentralizado e busca sua
estruturação pautada na especialização da função. Já a organização por linha-staff, é a
mais utilizada nas organizações na atualidade. Caracteriza-se principalmente por ser a
combinação entre a estrutura linear e funcional, onde visa manter as melhores
características e dirimir as desvantagens de casa uma das estruturas anteriores, criando
assim uma estrutura que atende de forma plena às necessidades das organizações
contemporâneas (RICHTER e VICENZI, 2016).

As teorias organizacionais surgem constantemente na literatura especializada


seja como criações isoladas ou seja como autônomas dos seus autores, sendo
desarticuladas das demais dimensões da realidade. Estas são definidas como
sendo formulações e ideias nascidas da genialidade de seus autores ou ainda
sendo desenvolvidas por acontecimentos isolados (GURGEL e RIBEIRO, 2015).

É imprescindível destacar as cinco características comuns às empresas:

1) A inovação é generalizada, ou seja, todos que fazem parte de uma entidade


corporativa, do nível estratégico ao operacional se sentem comprometidos;
2) O estímulo pela direção traz resultados benéficos como a inovação, isto é, o clima
da contemporaneidade é estimulado e instaurado pelo líder, embora ele não seja
impreterivelmente o autor, e toda ideia nova é bem vista e as ações como
criatividade e ousadia são recompensadas;
3) É importante ressaltar que, as organizações ao longo dos anos estão tendo que se
adequar e organizar de uma nova forma de acordo com a evolução da era 4.0.
Desse modo, de fato a inovação é constante e acelerada o que obrigou as empresas
a não terem limites em suas criações e modificações, o que também não se
restringe à área tecnológica;
4) Soma-se as características supracitadas a cima, a importância de todos dentro de
uma corporativa empresarial cultuar a inovação, introduzirem novas ideias e
quebrarem paradigmas ultrapassados;

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5) Outro fator que vem se destacando muito é a comunicação como inovação, os
canais abertos para garantir uma autêntica interação entre a direção e os
funcionários (BUCELLI, COSTA NETO e VENDRAMETTO, 2014).
4. TIPOS E FUNÇÕES DAS ORGANIZAÇÕES

As organizações são criadas para prover produtos e serviços, segundo Moraes (2004), e
podem ser de natureza econômica ou social. De natureza econômica são as organizações
que têm caráter específico de empresa e buscam finalidade lucrativa. Estas assumem
riscos, e são dirigidas por uma filosofia de negócios. De natureza social são as
organizações voltadas às ações comuns ou de utilidade pública, fundamentam-se na
aceitação dos valores e das normas sociais, sem finalidade lucrativa.

De acordo com Maximiano (2007) estão representadas por:

❖ Organizações do Governo – que são administradas pelo governo e têm como


objetivo prestar serviços à comunidade em geral, e são mantidas pela arrecadação
de impostos, taxas e contribuições;
❖ Organizações Empresariais – são organizações que têm como finalidade o lucro
na produção e/ou comercialização de bens e serviços, podendo ser classificadas
de acordo com o seu tamanho, natureza jurídica e área de atuação. São criadas
com recursos próprios (dos proprietários em forma de capital social) e também
com recursos de terceiros, como fornecedores e credores em geral (como
empréstimos e financiamentos). O seu resultado é distribuído aos sócios e o
restante é mantido como reservas de lucros para a empresa.
❖ Organizações do Terceiro Setor – compreende as organizações de utilidade
pública, sem fins lucrativos, e são criadas por pessoas sem vínculo com o governo,
entre elas estão as ONGs (organizações não-governamentais) e outras entidades
com fins filantrópicos.

Para que as organizações funcionem adequadamente e atinjam seusobjetivos, é necessário


que as tarefas ou funções especializadas sejam executadas.

Segundo Maximiano (2003), as principais funções organizacionais e que são coordenadas


pela administração geral da empresa, são:

❖ Produção (operações) – tem como objetivo transformar insumos (matérias-


primas e outros) em produtos ou serviços para suprir as necessidades dos clientes.

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Há três tipos de processos produtivos: produção em massa e em grandes lotes;
produção por processo contínuo; e produção unitária e em pequenos lotes;
❖ Marketing – estabelece relações entre a organização e seus clientes. Abrange as
diferentes atividades de pesquisa e desenvolvimento de produtos, distribuição,
preço e promoção (publicidade e propaganda);
❖ Pesquisa e desenvolvimento – essa função tem como objetivo, transformar as
informações de marketing, as melhores idéias e nos avanços tecnológicos e da
ciência em produtos e serviços;
❖ Finanças – atende à organização cuidando eficazmente e protegendo os seus
recursos financeiros. São de competência das finanças os investimentos,
financiamentos, controle e destinação dos resultados; e, Recursos humanos –
também é chamado de gestão de pessoas começa com os cuidados com a entrada
de pessoas na organização, sua permanência e até a sua saída. Tem como
componentes as tarefas de: planejamento, recrutamento e seleção de pessoas para
a mão-de-obra necessária, treinamento e desenvolvimento, avaliação e
desempenho, remuneração ou compensação, higiene, saúde e segurança,
administração de pessoal e funções pós-emprego.
5. TEORIAS DAS ORGANIZACOES
5.1.Origens da teoria da burocracia em administração

A Teoria da Burocracia surgiu na década de 1940, para suprir as críticas das teorias
organizacionais existentes, especialmente a Teoria Clássica (excesso de mecanicismo) e
a Teoria das Relações Humanas (sociológica e utópica em demasia).

Segundo Chiavenato (2003), a origem da Burocracia data da Antiguidade, como visto


nos primórdios da Administração, porém foi a partir da descoberta dos estudos de Max
Weber, sociólogo e economista alemão, autor da Sociologia da Burocracia, e com a
tradução inglesa e a divulgação nos EUA desses estudos, que a Administração e seus
estudiosos, apropriaram-se dos conceitos da teoria weberiana adaptando-a aos
pressupostos organizacionais administrativos da época. As falhas práticas das Teorias
acima citadas, a necessidade de um modelo organizacional mais racional, o crescimento
desordenado e a complexidade das empresas foram os fatos que mais contribuíram para
o surgimento da Teoria da Burocracia.

5.2.Abordagem e conceito das organizações

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A palavra Burocracia tem estreita relação com as organizações que se baseiam em
regulamentos, que criam direitos e obrigações. A atual sociedade organizacional é uma
sociedade burocratizada, regida por regulamentos ou leis, que criam direitos e obrigações,
sendo a burocracia um estágio na evolução das organizações. Nessa Teoria, as
organizações são formais ou burocráticas e apresenta um sistema social como conjunto
de funções oficializadas. Possuem ainda três características que as distinguem de grupos
informais ou primários: formalidade – sistema de normas com autoridade definida pela
lei; impessoalidade – nenhuma pessoa é subserviente à outra e a obediência é devida aos
cargos; profissionalismo – significa que a burocracia é formada por funcionários com
uma carreira profissional e meios de subsistência para os mesmos (MAXIMIANO, 2007).

Na abordagem burocrática, não há somente um modelo de burocracia, mas graus


variados de burocratização, promovendo as diversificações estruturais nas empresas que
foram criadas nesse formato organizacional.

A burocracia é popularmente entendida como um entrave às organizações


e quando as soluções demoram a aparecer, diz-se que é “culpa da
burocracia”. Segundo Weber é para ser exatamente o contrário, para ele, a
burocracia é a organização eficiente por excelência. A abordagem
burocrática tem caráter descritivo e explicativo (CHIAVENATO, 2003).

5.3.Características básicas da teoria da burocracia

A burocracia, segundo Weber (1947) apud Chiavenato (2003), tem as seguintes


características:

1. Caráter legal das normas e regulamentos – é baseada em legislação própria e


previamente estabelecida e possui caráter legal porque confere às pessoas nomeadas
em cargos, poder de coação sobre os subordinados.
2. Caráter formal das comunicações – na burocracia, as comunicações regras e
decisões, são escritas, criando a formalidade com o preenchimento de formulários e a
rotina que advém desse procedimento.
3. Caráter racional e divisão do trabalho – a divisão do trabalho é sistemática e
adequada aos objetivos pretendidos de máxima eficiência com cada funcionário e sua
respectiva função, com suas atribuições e responsabilidades.
4. Impessoalidade nas relações profissionais – a distribuição das atividades é feita em
termos de cargos e funções, e não pessoas envolvidas.

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5. Hierarquia da autoridade – segundo o princípio da hierarquia, cada cargo inferior
deve estar sob o controle e supervisão de um posto superior.
6. Rotinas e procedimentos padronizados – as regras e normas técnicas regulam a
conduta do ocupante de cada cargo e suas atividades são executadas de acordo com
as rotinas e procedimentos.
7. Competência técnica e por mérito – a escolha do profissional é feita por meio de
méritos adquiridos e na competência técnica. São usados critérios de avaliação e
classificação para toda a organização.
8. Especialização da Administração – os administradores da burocracia não são seus
donos ou acionistas, assim surgiu a especialidade de gerir o negócio.
9. Profissionalização dos participantes – cada funcionário da burocracia é um
profissional especializado nas atividades do cargo que ocupa.
10. Completa previsibilidade do comportamento funcional – os funcionários deverão
comportar-se de acordo com as normas e regulamentos da organização e conforme o
previsto.
5.4.Teoria estruturalista

A Teoria Estruturalista foi criada a partir de um desdobramento da Teoria da Burocracia


e como contrapartida da reviravolta na Administração, causada pelos princípios sociais e
filósofos da Teoria das Relações Humanas. Ao final da década de 1950, as Teorias
Clássica e das Relações Humanas criaram situações sem saída que a Teoria da Burocracia
não deu conta de resolver, e a Teoria Estruturalista foi criada na tentativa de suprir essa
carência de soluções na Administração. (CHIAVENATO, 2003).

A Teoria Estruturalista teve como origem os seguintes fatos, segundo Chiavenato


(2003):

❖ A oposição surgida entre a Teoria Tradicional e a Teoria da Relações Humanas.


❖ A necessidade que a organização seja vista como uma grande e complexa unidade
social, onde os grupos sociais interagem.
❖ A influência do estruturalismo nas ciências sociais e sua repercussão no estudo
das organizações.
❖ Novos conceitos de estrutura – conjuntos de dois ou mais elementos que
permanece inalterado, na mudança ou na diversidade de um dos elementos.
5.5.Bordagem e conceito das organizações

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A Teoria Estruturalista tem como objetivo principal, o estudo das organizações,
fundamentalmente na estrutura interna e na interação com outras organizações, que são
as unidades sociais e são concebidas para cumprir e atingir objetivos específicos,
mantendo relações estáveis a fim de viabilizar o conjunto de metas propostas.

A análise das organizações sob a ótica estruturalista é feita dentro de uma abordagem
global e com a dualidade que sua origem compreende; a organização que pode ser formal
e informal e abrange os mais diversos tipos de organizações, com o sistema de
recompensa e sanções, materiais e sociais, centradas no comportamento organizacional.

Nesta abordagem, o sistema social é intencionalmente construído e reconstruído porque


as organizações são sistemas em constante mutação e a concepção é de homem
organizacional que vive dentro das organizações, onde os conflitos são inevitáveis.

5.6.Características básicas da organização na teoria estruturalista

O estruturalismo ampliou o estudo das interações entre os grupos sociais para as


interações entre as organizações sociais, que passaram a interagir entre si mesmas.

De acordo com Chiavenato (2003, p. 290), as organizações evoluíram por um processo


de quatro etapas, a saber:

Da natureza: os elementos naturais constituíram a única base de subsistência da


humanidade.

❖ Do trabalho: os elementos naturais passam a ser transformadas pelo trabalho, que


por sua vez passam a condicionar as formas de organização social.
❖ Do capital: etapa que prevalece sobre a natureza e o trabalho e torna-se fator
básico da sociedade.
❖ Da organização: a natureza, o trabalho e o capital se rendem à organização, que
mesmo rudimentar, mantém o predomínio por ter caráter independente e por
utilizar os outros fatores etapas para realização de seus objetivos.

Na Teoria Estruturalista, segundo Chiavenato (2003), o foco é o homem organizacional,


que desempenha diferentes papéis em várias organizações e que, para ser bem sucedido,
necessita possuir as seguintes características:

❖ Flexibilidade – para enfrentar as mudanças bruscas e a diversidade de papéis/


funções bem como novos relacionamentos.

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❖ Tolerância emocional – por causa do desgaste do enfrentamento dos conflitos
gerados por necessidades individuais e organizacionais.
❖ Capacidade de adiar as recompensas – compensar o trabalho rotineiro em
detrimento de preferências e vocações pessoais.
❖ Permanente desejo de realização – garantir a conformidade das normas que
controlam e asseguram o acesso às posições de carreira dentro da organização.

A análise das organizações do ponto de vista estruturalista é feita a partir de uma


abordagem múltipla e envolve:

❖ Organização formal e informal – como ponto de equilíbrio entre os clássicos


mecanicistas (formais) e sócio-humanistas (informais).
❖ Recompensas materiais e sociais – significa o uso de recompensas salariais e
sociais e tudo que possa ser incluído nos símbolos de posição/ status.
❖ Os diferentes enfoques da organização – as organizações segundas duas diferentes
concepções: modelo racional e modelo do sistema natural.
❖ Os níveis da organização – as organizações caracterizam-se por uma hierarquia de
autoridade, pela diferenciação de poder e desdobram-se em três níveis:
institucional (mais elevado), gerencial (intermediário) e técnico ou operacional
(mais baixo).
❖ A diversidade de organizações – ampliação do campo da análise das organizações
com a finalidade de expandir a classificação que existia nas teorias anteriores.
❖ Análise interorganizacional – a análise interorganizacional tornouse significativa
a partir da crescente complexidade ambiental e da interdependência das
organizações.
5.7.Origens da teoria da contingência em administração

Apesar de todo o conhecimento desenvolvido cientificamente na área administrativa,


ainda não existia um ideal que se adequasse perfeitamente às organizações.

Levando-se em consideração a modernização que estava acontecendo nas organizações e


no ambiente externo, a complexidade crescente do ambiente organizacional e as novas
tecnologias adotadas, necessitava-se de um novo paradigma administrativo em
substituição aos existentes, que já não supriam essa lacuna, as organizações passaram a
cobrar soluções emergenciais.

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Várias pesquisas foram feitas para verificação de modelos organizacionais que fossem
mais eficazes, em diversos tipos de organizações, com o intuito de também questionar se
os modelos teóricos conhecidos (Teorias: Clássica, neoclássica, estruturalista, etc.) e seus
pressupostos estavam sendo seguidos.

Os resultados apontaram para a verificação de que não há um único e melhor meio de se


organizar, e conduziram a uma nova concepção de organização: a estrutura
organizacional e o seu funcionamento são dependentes da interface (fronteira compartilha
por dois sistemas) com o ambiente externo (CHIAVENATO, 2003). Os estudiosos da
ciência administrativa partiram para uma abordagem que enfatiza a Administração como
dependente de um determinado conjunto de circunstâncias, uma situação, um contexto,
para conseguir resultados almejados. Assim, segundo Chiavenato, (2003, p. 504)
podemos supor que: “[Ações Administrativas] são contingentes das [Características
Situacionais] para obter [Resultados Organizacionais]”.

Segundo o mesmo autor (2003), a pesquisa realizada por Paul R. Laurence e Jay W.
Lorsch, sobre confrontamento entre as organizações e o ambiente, deu origem à Teoria
da Contingência, em 1967. A preocupação dos autores está centrada nas características
que as empresas deveriam ter, para enfrentar com eficiência, as diferentes condições
externas, tecnológicas e de mercado. Pesquisaram dez empresas de três segmentos
diferentes, e concluíram que os problemas organizacionais básicos são a diferenciação
nos ambientes de tarefas e integração entre os departamentos.

5.8.Abordagem e conceito das organizações

Na Teoria da Contingência, a ênfase recai no ambiente e na tecnologia, sem desprezar as


tarefas, as pessoas e a estrutura, sendo que esta última passa a ser um dos pilares dessa
abordagem, que também é explicativa e descritiva.

O conceito de organização é de sistema aberto, com interação entre si e com o ambiente.


As características ambientais são variáveis independentes, e as características
organizacionais são variáveis dependentes. A concepção humanista é de homem
complexo, que desempenha vários papéis, caracterizando estrema dinamicidade do
sistema.

A abordagem contingencial procura analisar as relações dentro e entre os subsistemas, e


entre a organização e seu ambiente, definindo as relações e os arranjos mais convenientes

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a partir de suas variáveis. Esta abordagem dá ênfase ao estilo extremamente variado das
organizações, verificando continuamente como é o método de operação das mesmas por
causa das constantes mudanças nas condições ambientais.

5.9.Principais representantes e suas contribuições os principais representantes


❖ Tom Burn e G. M. Stalker, sociólogos, realizaram, na década de 1960, pesquisas nas
indústrias inglesas para verificar como eram as relações entre práticas administrativas
e ambiente externo.
❖ Classificaram as organizações em mecanísticas e orgânicas. Paul R. Lawrence e Jay
W. Lorsch, pesquisaram sobre as organizações e o ambiente organizacional,
confrontando ambos, e esse estudo deu origem à Teoria da Contingência. Concluíram
que os problemas encontrados são a diferenciação e a integração nas organizações.
Publicaram em 1967, “As Empresas e o Ambiente: Diferenciação e Integração
Administrativa”.
❖ Joan Woodward, socióloga industrial pesquisou a avaliação da prática dos princípios
administrativos propostos pelas teorias. Usou como amostragem cem empresas
inglesas de ramos diferentes e classificou a tecnologia de produção em unitária ou
oficina, em massa ou mecanizada e em processo ou automatizada, provando que a
tecnologia vai muito além da produção, influenciando a organização por completo
(CHIAVENATO, 2003).
❖ Alfred Chandler, publicou em 1962, as conclusões de uma pesquisa realizada em
quatro empresas americanas: Du Pont, General Motors, Standard Oil Company, e
Sears, Raebuck & Company. Concluiu que a estrutura segue a estratégia
organizacional e que a estrutura pode ser definida como design da organização através
do qual a empresa é administrada (FERREIRA et al, 2002).

A Teoria Contigencial incorpora conceitos de várias teorias anteriores, passando uma


mensagem de que nada é absoluto e que existe uma continuação entre teorias
aparentemente opostas. Esta teoria nos mostra que existe um leque de alternativas à
disposição do Administrador e que após seu diagnóstico da situação organizacional,
poderá fazer a abordagem que achar conveniente (FERREIRA et al, 2002).

6. Gestão na organização pública e privada

Os desafios atribuídos aos gestores nas organizações, como a pressão dos administrados
por resultados e soluções satisfatórias das atividades governamentais e dos órgãos

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fiscalizadores na observância da legislação que dispõem sobre a responsabilidade
administrativa, fazem com que tais gestores tendem a aprimorar sua estrutura no ambiente
de trabalho, deste modo aumentar os seus resultados. Essa estrutura deve ter a capacidade
de analisar a execução das atividades que são específicas da administração pública e, por
essa razão, dever ser sempre revisado e atualizado e, se necessário alterado (DI PIETRO,
2012).

A gestão possibilita que às organizações públicas e privadas possam coordenar de forma


eficaz as atividades diárias do ambiente de trabalho, assim como promover a visualização
da estrutura e das relações hierárquica e a função de cada competência dos colaboradores,
além da divisão dos afazeres e o do poder. Com relação à estruturação organizacional,
Cury (2010) aponta que ela agrupa os elementos que compõe uma organização e como
acontece à integração entre eles, sua importância é identificada à medida que possibilita
o atendimento das metas organizacionais, regulamenta e tende a diminuir a influência das
variações individuais sobre a organização.

6.1.Gestão na organização pública

Esse modelo é empregado na gestão de organizações e instituições públicas e


governamentais, tendo ligação direta com o Estado. A administração pública tem como
objetivo principal o bem comum, descrito na Constituição Federal, alinhando-se aos
projetos e às políticas governamentais. Deste modo, seu orçamento e a destinação de seus
investimentos seguem os objetivos e metas do Estado, passando pelo gestor público. É
importante destacar, que os conhecimentos estabelecidos para a atuação na área podem
ser alcançados através de um curso de Gestão Pública, de curto prazo do que uma
graduação em Administração (KLERING,2014).

A legislação divide a administração pública em direta e indireta, sendo que a direta é


composta pela União, Estados, Distrito Federal e municípios e a indireta abrange as
autarquias, as sociedades de economia mista, as fundações públicas e as empresas
públicas (CURY,2010).

A organização pública é mantida pelo poder público, isto é, por qualquer nível de
governo (federal, estadual ou municipal), e visa às necessidades e o bem-estar do público.
Ela é denominada de “primeiro setor” por ser responsável pelas questões sociais, e é
dividida em direta e indireta.

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a) Organização pública direta: é a organização formada por serviços que estão
totalmente integrados e relacionados ao âmbito federal, estadual ou municipal. Esta
organização é representada pela União (governo federal), governos estaduais, prefeituras,
câmaras legislativas, judiciário federal e estadual, e possui uma hierarquia organizacional
com relações de subordinação e coordenação.

b) Organização pública indireta: é a organização caracterizada como serviço público


ou de interesse público, que foi criada ou autorizada por lei, devido ao aumento da atuação
do Estado, pela qual as atividades serão cumpridas por outras pessoas jurídicas para
proporcionar a concretização dos fins administrativos do Estado. Essa organização se
constitui de autarquias, fundações públicas, empresas públicas e também sociedades de
economia mista. Na organização pública indireta não existe hierarquia organizacional e,
sim, vinculação à organização pública direta que exerce controle ou supervisão à indireta
em relação ao cumprimento da sua finalidade específica em lei. É possível citar, como
exemplo, as instituições de ensino que são Pessoas Jurídicas de Direito Público, criadas
por lei para o fim específico de desempenhar serviços públicos educacionais, tendo por
base o fim social de interesse comum.

Princípios aplicados à gestão pública

Quando se fala em princípios na gestão pública, remete-se ao conceito de servir de


fundamento, isto é, dar solidez, disciplina e clareza de objetivos a um sistema. Na gestão
pública são aplicados vários princípios. Para este momento, serão discutidos os princípios
constitucionais e os supraprincípios, pois são os pilares para a atuação do gestor público.

Princípio da legalidade

O princípio da legalidade difere as ações de um cidadão comum, que pode fazer tudo o
que a lei não proíbe, do gestor público, que só pode fazer o que a lei determina ou autoriza.

Neste sentido, o ato administrativo praticado pelo agente público sem a observância da
legalidade torna o ato nulo de pleno direito, tendo em vista a presença de um vício
irremediável em sua estrutura, chamado de ilegalidade.

Princípio da impessoalidade

De acordo com o princípio da impessoalidade, qualquer gestor público, eleito, concursado


ou indicado, está ocupando um posto para servir aos interesses do povo. Assim, seus atos

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obrigatoriamente deverão ter como finalidade o interesse público, atingindo o bem da
coletividade e não sua vontade pessoal; isto é, seus atos devem ser impessoais.

Princípio da moralidade

Segundo o Art. 37, § 4º, da Constituição Federal de 1988, é necessário que, além de legal,
o ato administrativo seja aceitável do ponto de vista ético-moral. Esse princípio
corresponde à aplicação de regras de correta administração regida pela ética, em perfeita
conjugação com a lei, para resguardar o interesse público.

Obedecendo a esse princípio, o gestor público, além de seguir o que a lei determina, deve
pautar sua conduta na moral comum, separando o bem do mal, o legal do ilegal, o justo
do injusto, o conveniente do inconveniente, além do honesto do desonesto, fazendo o que
for melhor e mais útil ao interesse público.

Princípio da publicidade

De acordo com o princípio da publicidade, a gestão pública devedivulgar os atos


praticados, por meio das mídias, para que possam ser reconhecidos pelos órgãos estatais
competentes e por toda a sociedade.

Gestão na organização privada

Os princípios da administração privada são utilizados na gestão de empresas privadas. Os


seus objetivos são mais particulares, visando o desenvolvimento das organizações e o
benefício das partes interessadas, como gestores e os colaboradores. Algumas das
principais finalidades da administração privada são a rentabilidade, a competitividade e a
integração (DI PIETRO,2012).

A gestão privada necessita da atuação de profissionais devidamente capacitados para lidar


e solucionar as dificuldades e exigências do ambiente organizacional. Nesta situação, o
cliente surge como um fator essencial ao alcance de suas finalidades. Entre os conceitos
relacionados à administração privada podemos citar (CURY,2010):

❖ Planejamento estratégico;
❖ Marketing de vendas;
❖ Gestão do relacionamento com o cliente;
❖ Logística;
❖ Consumidor

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A organização privada é aquela mantida por pessoas, sócias da organização, em que um
grupo exerce os direitos e benefícios de propriedade em favor próprio. É denominada de
“segundo setor”, pois é responsável pelas questões individuais. Já a organização mista
apresenta os esforços públicos combinados com os privados.

As organizações não governamentais (ONGs) correspondem às organizações formadas


pela sociedade civil, que podem ter ou não fins lucrativos. A organização sem fim
lucrativo tem como missão a resolução de problemas da sociedade, sejam eles de caráter
econômico, racial ou ambiental, além da reivindicação de direitos, melhoria e fiscalização
do poder público. Este tipo de organização recebe a denominação de “terceiro setor”, por
ter como objetivo gerar serviços de caráter público. Pode-se citar como exemplo de
organização sem fins lucrativos as associações de moradores (MOROZINI; MOROZINI,
2014).

Portanto, a organização como função administrativa é responsável pela divisão do


trabalho, designando e agrupando as atividades em órgãos e cargos, e proporcionando os
meios de autoridade e de responsabilidade, a fim de implementar o que foi estabelecido
no planejamento para alcançar os resultados propostos.

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7. Conclusões

Conclui-se, portanto que, ao longo do tempo as organizações estão se modificando e


deixando para trás as antigas formas de entender e lidar com a gestão de pessoas na
Administração. Por conseguinte, a complexidade dos tempos atuais em virtude do
fenômeno de globalização, revolução tecnológica da informação e a chegada da era
digital, tem exigido das organizações uma inovadora postura comunicacional
estrategicamente planejada, sendo assim, conclui-se as novas formas de organização na
contemporaneidade como mencionado e explicado na revisão.

Dessa maneira, a comunicação e a humanização nos contextos organizacionais


constituem um grande desafio para os executivos e gestores. Já que, mediante o exposto
os gestores devem estar cada vez mais preparados para inovação e abertos as mudanças.
Consequentemente, precisam atingir ótimos resultados as organizações.

No cenário atual de constantes mudanças e elevada competitividade associada a um


ambiente de grandes incertezas, surgem demasiados desafios e riscos organizacionais.
Em um contexto empresarial, a governança corporativa, o compliance e o gerenciamento
de riscos resultam em preocupações obrigatórias dos executivos que estão à frente dos
negócios. Tais riscos na atualidade contemporânea contribuem para destacar a
necessidade de que as organizações precisam praticar com efetividade os princípios e
valores da governança juntamente com os seus pilares, não bastando apenas a sua
titulação em si. Assim, apesar de serem mandatórias e fundamentais para uma boa gestão,
as práticas se não seguidas como se recomenda, acaba por contribuírem para o acréscimo
do nível de exposição ao risco da organização (TRIVELATO, MENDES e DIAS, 2017).

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8. Referências
✓ Antonio César Amauri. Introdução à Administração. São Paulo: Atlas, 2007.
✓ CHIAVANETO, Idalberto; Introdução à Teoria Geral da Administração. Rio de
Janeiro: Elsevier, 2003
✓ RICHTER, R.; VICENZI, T. K.; Fundamentos e teoria organizacional. Centro
Universitário Leonardo da Vinci – UNIASSELVI – Indaial, 214 p., 2016
✓ MORAES, Anna Maris Pereira. Introdução à Administração. São Paulo: Prentice
Hall, 2004.
✓ MAXIMIANO, A. C. A. Introdução à administração. São Paulo: Atlas, 2011.
✓ THIOLLENT, M.; Estudos organizacionais: possível quadro referencial e
interfaces. Revista Brasileira de Estudos Organizacionais, v. 1. n. 1, p. 17-29, jun.
2014

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