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UNIVERSIDADE ZAMBEZE

Faculdade de ciências sociais e humanidades

Departamento de letras e ciências sociais

Licenciatura em sociologia

Práticas Profissionais em Sociologia

Resumo:3° capítulo do livro Diagnóstico Social-Teoria, Metodologia e casos práticos

Discentes:

Emília Dlhakama

Isabel Chessereco

Luísa Passares

Noé Sadik

Prof.Doutor Pedrito Cambrão

Beira, Agosto de 2023.


Construir um diagnóstico social-Da identificação do problema às estratégias de acção.

Apresenta-se aqui um conjunto de princípios que podem ajudar a construir um bom


diagnóstico social.A elaboração de um diagnóstico social é uma construção metodológica
que tem inerente um conjunto complexo e encadeado de fases que vão da identificação do
problema à redação do documento final.

segundo Schiefer et Al(2006) há um conjunto de etapas a ter em conta,as quais


assentam em apresentar a situação do projecto, identificação de todos problemas
individuais, exposição de todos os problemas, validação dos problemas expostos,
identificação de todos os problemas adi, exposição do conjunto de problemas
adicionais, validação desses problemas adicionais e organização dos problemas em
clusters ou nuvens.

Um diagnóstico, enquanto produto que sustenta a acção, deve responder a um inventário de


perguntas como:

quais os problemas sociais do território? O território tem que necessidades? Quais as causas
do problema e que efeitos no território? Como têm evoluído os problemas sociais? E como
poderão evoluir? Vê Que recursos dispomos para minimizar ou solucionar os problemas
sociais? Com que estratégias? Qual a hierarquia de prioridades? Com que actores?

Como ponto de partida é fundamental que a equipa tenha bem presente com que meios e
recursos podem contar para atingir os seus desígnios. Os principais elementos
condicionadores da acção de construção de um diagnóstico social são tempo e dinheiro.

Uma necessidade remete-nos para a situação que pode, apesar de não ser problemática, ser
passível de vir a sofrer melhorias no seu funcionamento e organização, e um problema é uma
situação indesejável e que comparada com os padrões de vida expectáveis, carece de uma
intervençãoo no sentido da sua resolução.

Uma análise de necessidades de problemas deve ser feita com profundidade, extensão e
consistência. Profundidade no sentido de tomar evidente todos os indicadores e tendências
do fenômeno. Compreensão da extensão do fenômeno social no sentido de olhar para os
atendentes, causas e efeitos ao longo dos tempos e consistência no sentido de organização e
demonstração do quadro das necessidades.

Qual o papel das necessidades no diagnóstico?

Na construção do diagnóstico deve ser tido em conta um inventário das necessidades, ou seja,
quais as carências ou inexistência de recursos (de vária ordem) que realisticamente podem
ser colocadas à disposição da população, território, grupo e que acrescentem melhorias nas
suas condições de vida.

Para Pérez Juste(1992),citado por Serrano (2008), quando produzimos um levantamento de


necessidades devemos ter em consideração um conjunto de carências objetivas as quais
podem ser mapeadas através de várias formas como identificando a ausência de algo,
constatando distâncias , discrepâncias com níveis habituais normais, standards, comparando
com níveis desejáveis dignos de serem alcançados, estabelecendo previsões sobre situações
futuras, considerar factos negativos tendo em conta os seus efeitos e detectar disfunções.

Os três pilares para identificação de necessidades são: a natureza, a magnitude e a gravidade


do problema ou necessidade.

Naturalmente em processos de diagnósticos, a identificação de necessidades ou


problemas é sempre superior à margem de acção, ou seja, nem tudo o que a equipa de
diagnóstico identifica é passível de ser resolvido. No trabalho social o diagnóstico alicerça-
se em várias fontes de informação que são: as fontes primárias, secundárias e terciárias.
Quando partimos para a construção do diagnóstico, uma das questões que se coloca pela
equipa, é onde podemos acede à informação que nós vai ajudar a elaborar o documento?
Podemos optar por vários caminhos, sendo que o caminho ideal e complemento entre as
várias possibilidades.

Construir um diagnóstico é um processo de conciliação entrega informação disponível e a


informação nova, que irá ser obtida através de várias ferramentas metodológicas. Um
diagnóstico é uma radiografia sobre um determinado território no qual se desenham
estratégias de acção, saber delimitar o processo é fundamental. Na delimitação deve-se ter
em conta alguns pilares como o tempo,o espaço e a população, delimitar num diagnóstico
social significa uma focalização no problema, a definição dos limites da radiografia sobre o
problema social ou necessidade.

Quando iniciamos um trabalho de diagnóstico, independentemente do objeto que temos como


foco ,urge construir um conjunto de instrumentos que nos permitam a sistematização de todas
as variáveis que compreendemos complexo mundo da intervenção social. É fundamental que
tenhamos um conjunto de instrumentos de diagnósticos que nos permitam uma maior
objetivação da realidade social e, fundamentalmente, que está objetivação seja apresentada
de forma clara e sistematizada, evidenciando as potencialidades e fragilidades do contexto
em análise.

Construir um diagnóstico não é acumular opiniões, definir prioridades remete-nos para o


campo da tomada de decisões, no diagnóstico, a lógica de atuação é simples primeiro
conhecemos e depois definimos prioridades de intervenção.

Como definir prioridades de intervenção?

As prioridades podem ser a nível micro-social e macro-social.

A nível micro-social, para responder às prioridades das pessoas, famílias, grupo ou


comunidades.

A nível macro-social é ter em conta um conjunto de pressupostos que são:

✓ a viabilidade legal,
✓ viabilidade política,
✓ viabilidade económica,
✓ viabilidade organizacional,
✓ viabilidade técnica,
✓ viabilidade sócio-organizacional e viabilidade ética.

Um diagnóstico social deve ser um trabalho documentado das estratégias que servirão a
prática conforme as necessidades e aspirações manifestadas pelos próprios interessados
(aldeia, comunidades, grupo e organização.
A redação de um diagnóstico tem por base um enorme esforço de sistematização da
informação, em que a prioridade é a evidência de variáveis e indicadores em detrimento da
exposição de modelos teóricos sobre as tendências analíticas. Posto isto, deve a equipa do
diagnóstico ter uma preocupação em assumir para si a regra dos três claro, conciso e concreto.
A linguagem do diagnóstico deve ser bastante clara pois, o público a que se destina é bastante
heterogêneo e, normalmente, são documentos que ficam disponíveis para consulta pública.
Escrever um diagnóstico não implica uma produção extensiva de indicadores sobre um
determinado problema social ou necessidade, a informação deve ser objetiva e evidente, isto
é, concisa mas suficientemente completa.

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