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PSICOLOGIA COMUNITÁRIA
FICHA DA UC 2023 - 2024

 Ano do plano de estudos: Disciplina obrigatória do 3º ano doa Licenciatura em Psicologia – em


pequeno grupo
 ECTS: 3 = 81 horas
 Língua: O Português é a língua de lecionação; a bibliografia é em Português, Inglês, Espanhol
 Docente da disciplina: Carlos Manuel Gonçalves (Professor Auxiliar)

1. OBJETIVOS DA DISCIPLINA

Objetivo geral da UC é promover a construção de quadros concetuais no domínio da intervenção


psicológica social e comunitária, analisando e questionando estratégias de intervenção nos sistemas
pessoais e contextuais.

Especificamente, visa promover nos estudantes:


 A conceção da intervenção comunitária como exercício profissional da Psicologia envolvendo
uma diversidade de objetivos, alvos e estratégias;
 Domínio de processos de elaboração, implementação e avaliação de projetos comunitários;
 Capacidade de caraterizar e analisar estratégias de intervenção nos sistemas pessoais e
contextuais, considerando os respetivos objetivos, processos de mudança e eficácia diferencial.
 Capacidade de perspetivar a utilidade e aplicabilidade destas estratégias face a uma diversidade
de problemas, populações e contextos de intervenção típicos do exercício profissional da
Psicologia;
 Capacidades de leitura, apresentação e discussão críticas de projetos de intervenção comunitária.

COMPETÊNCIAS A ADQUIRIR (LEARNING OUTCOMES)

No final do semestre, os estudantes devem ser capazes de:


 Situar historicamente e caraterizar o progressivo alargamento das modalidades de intervenção
psicológica, em consonância com a diversidade dos respetivos objetivos, alvos e estratégias, e
fundamentar a sua pertinência enquadrando-o numa releitura desenvolvimentista, construtivista e
ecológica da Psicologia Preventiva de Saúde Mental, da Psicologia Social Clínica e da
Psicologia Comunitária;
 Analisar e questionar, de forma crítica e criteriosa, com base em investigação existente,
objetivos, métodos e estratégias de cada uma das modalidades de intervenção no sistema pessoal
e no sistema contextual, relativamente a uma diversidade de problemas, de populações e de
contextos;
 Planear a elaboração, implementação e avaliação de projetos de intervenção psicológica
comunitária relativamente a uma diversidade de problemas, de populações e de contextos;
 Apresentar e debater, oralmente e por escrito, investigações relativas às várias modalidades de
intervenção psicológica comunitária, bem como os planos de intervenção que os próprios
elaboram neste domínio.
2. CONTEÚDOS PROGRAMÁTICOS

I PARTE: Introdução
1º Capítulo: Modelo desenvolvimentista, construtivista e ecológico da consulta psicológica comunitária,
social e preventiva e contextualização histórica da emergência da Psicologia Comunitária.
2. Capítulo: Aspetos gerais relativos à elaboração, implementação e avaliação de intervenções
psicológicas para o desenvolvimento.

II PARTE: Intervenção para o desenvolvimento do sistema pessoal


3º Capítulo: Desenvolvimento de competências para lidar com a vida, com as transições e tarefas de
desenvolvimento.
4º Capítulo: Desenvolvimento das estruturas cognitivas da ação humana: a Discussão de Dilemas Morais
e a Educação Psicológica Deliberada

III Parte: Intervenção Psicológica para o Desenvolvimento dos Contextos de Vida


5º Capítulo: Consultoria – Formação de profissionais do desenvolvimento humano –– : tipos e processo
de Consultoria.
6º Capítulo: Promoção e desenvolvimento de Redes Sociais de Apoio. Modalidades de intervenção nas
redes sociais de apoio: terapia de rede, terapia de companheiro, grupos de interajuda e de apoio.
7º Capítulo: Participação em projectos de mudança de contextos institucionais de vida: (a) A
investigação-acção; (b) As intervenções de advocacy; (c) empowering das comunidades.

3. Demonstração da coerência dos conteúdos programáticos com os objetivos de aprendizagem da


unidade curricular
Os capítulos 1º e 2º, referente à parte introdutória em que se apresenta e se justifica a opção preferencial
por um enquadramento concetual da UC e pela adoção de uma metodologia de projeto em detrimento de
uma metodologia de programa, visa responder aos dois primeiros objetivos específicos.
Os restantes capítulos da II e III parte, onde se apresentam projetos de intervenção de modalidades diretas
nos sistemas pessoais e indiretas nos contextuais, com estratégias especificas de promoção, prevenção e
remediação visam responder aos 3 últimos objetivos específicos da UC.

3. BIBLIOGRAFIA GERAL
(Bibliografia mais específica será indicada nos sumários das aulas)

 Kagan, C., Burton, M., Duckett, P., Lawthon, R., & Siddiquee, A. (2011) Critical Community
Psychology. West Sussex, UK: Wiley-Blackwell.
 Menezes, I (2010). Intervenção comunitária. Uma perspectiva psicológica. Porto: Livpsic.
 Montero, Maritza (2004). Introducción a la Psicología Comunitaria. Desarrollo, conceptos y
procesos. Barcelona: Paidós.
 Orford, J. (2008). Community psychology. Challenges, controversies and emerging consensus.
Chichester:
 Ornelas, J (2008). Psicologia comunitária. Ed. Fim de Século, Lisboa.
 Parker, I. (2015). Handbook of Critical Psychology. London: Routledge.
4. MÉTODOS DE ENSINO/APRENDIZAGEM

A metodologia de ensino/aprendizagem centra-se em atividades realizadas pelos estudantes, previamente


supervisionadas pelo docente, desenvolvendo-se em momentos presenciais em pequenos grupos (com o
limite de 27 a 30 estudantes e m cada grupo); momentos tutoriais de apoio individual; e momentos de
trabalho independente.
1. Momentos Presenciais em pequenos grupos: 2 horas semanais

Envolvem momentos (i) centrados no estudo, apresentação e análise crítica de investigações sobre
projecos de intervenção preventiva, social e comunitária,
comunitária, com base em artigos publicados em revistas da
especialidade; (ii) centrados na integração da concetualização e processo de construção, implementação e
avaliação das intervenções nos sistemas pessoais e contextuais.
(i) apresentação e análise de projetos de intervenção
Esta atividade envolve a apresentação e análise crítica de artigos publicados em revistas da especialidade,
que incluam o desenho, a implementação e a avaliação de projetos de intervenção; os projetos são
selecionados pelo docente tendo em conta o seu potencial de ilustração das perspetivas e métodos de
intervenção abordados, bem como a diversidade de problemas, populações e contextos de intervenção
psicológica

As atividades organizam-se em 7 blocos temáticos ilustrados por um projeto de intervenção (Quadro 1).
Na primeira parte da aula, o docente faz uma apresentação do concetual e metodologia subjacente ao
projeto a ser apresentado.
Na segunda parte de cada aula é apresentado e analisado criticamente um projeto por um pequeno grupo
constituído por 4 a 5 estudantes. Na apresentação: é descrita a intervenção, de modo a permitir a todos o
conhecimento do problema, a forma que os autores escolheram para intervir e os resultados obtidos junto
da população-alvo. Na análise crítica da intervenção: enquadra-se teoricamente a mesma; discutem-se as
suas limitações e potencialidades, produzindo alternativas e desafiando os colegas a refletirem
criticamente.
As conclusões da análise são registadas num pequeno documento de 3 páginas, a ser entregue no final de
cada aula.

Quadro 1 – Projetos de intervenção para apresentação em grupo e análise crítica

Projeto 1. Aspetos gerais relativos Matos, M., Machado, C., Caridade, S. & Silva, M. J. (2006). Prevenção da violência
à elaboração, implementação e nas
avaliação de intervenções relações de namoro: Intervenção com jovens em contexto escolar. Psicologia: Teoria e
psicológicas para o Prática, 8 (1), 55-75.
desenvolvimento.

Projeto 2. Desenvolvimento de Santos, R. & Gonçalves, C. M. (2015). Educação sexual em contexto escolar
competências para lidar com a implementação e avaliação da eficácia de um projeto de intervenção numa turma do 8º
vida, com as transições e tarefas ano de escolaridade da área metropolitana do Grande Porto. In Jorge Ribeiro, Ângela
de desenvolvimento Pontes, Carina Parente & Luísa Santos (Coordenação), Promoção da saúde: conceitos e
experiências em programas de educação sexual em Portugal, Vol. II, pp. 66-87. Lisboa,
Sociedade Portuguesa da Psicologia da Saúde.
Projeto 3. Desenvolvimento de Claypoole, S.D. & Moody, Jr.,E.E. & Peace, S.D. (2000). Moral dilemma discussions:
estruturas cognitivas: Discussão An effective group intervention for juvenile offenders. Journal for Specialists in Group
de dilemas Work, 25, 4, 394-411.

Projeto 4. Desenvolvimento de Brigas, I. & Gonçalves, C. (2021). Aconselhamento de pares (peer counseling) no 2º e
estruturas cognitivas: Educação 3ºciclo do Ensino Básico: Uma abordagem de Educação Psicológica Deliberada.
psicológica deliberada. (proposto a publicação na Revista Escolar Educacional da USP.

Projeto 5. Consultoria de Gonçalves, C. & Rocha, V. (2019): O impacto da consultoria parental: uma
Formação de Profissionais do intervenção com alunos do 9º ano de escolaridade e seus respectivos pais. Revista
Desenvolvimento Humano: Psychologica, Vol. 62, (2) 41-59. Doi. Org/10.141951/647.8606_62.2_3.
consultoria parental

Projeto 6. Consultoria para o Paloma, V., Morena, I., Sladkova, J. & López-Torres, C. (2020). A peer support and
desenvolvimento das redes sociais peer mentoring approach to enhancing resilience and empowerment among refugees
de apoio. settled in southern Spain. In Journal of Community Psychology, 1-14.
Projeto 7. Participação em Burleson1, J., Schensul, S., Singh, R., Schensul, J., Verma, R. & Nastas, B. (2015).
programas de mudança de Community gender norms change as a part of a multilevel approach to sexual
contextos institucionais de vida: health among married women in Mumbai, India . Community Psychology (56) 57–
intervenção nas comunidades. 68; DOI 10.1007/s10464-015-9731-1.

Quadro 2 -Textos de apoio para a análise crítica

Projeto 1.
Martin, J. (1990). Confusions in psychological skills training. Journal of Counseling and Development, 68, 402-407.
Coimbra, J. L. (1990). Estratégias cognitivo-desenvolvimentais em consulta psicológica interpessoal. Prova complementar (pp.
15-24). Porto: ICPFD

Projeto 2.
Coimbra, J. L. (1991). Estratégias cognitivas-desenvolvimentais em consulta psicológica interpessoal. Prova complementar
para prestação de provas de Doutoramento em Psicologia. Porto: FPCE-UP,, pp. 26-31.

Projetos 3 e 4 .
Coimbra, J. L. (1991). Estratégias cognitivas-desenvolvimentais em consulta psicológica interpessoal. Prova complementar
para prestação de provas de Doutoramento em Psicologia. Porto:, pp. 46-50.

Projeto 5:
Menezes, I (2010). Intervenção comunitária. Uma perspectiva psicológica, Cap. 4, 65-77. Porto: Livpsic

Projeto 6:
Menezes, I (2010). Intervenção comunitária. Uma perspectiva psicológica. Cap. 5, 95-109. Porto: Livpsic..

Projeto 7:
Menezes, I (2010). Intervenção comunitária. Uma perspectiva psicológica. Cap.2, 57-63. Porto: Livpsic.

5. MÉTODO DE AVALIAÇÃO E CÁLCULO DA CLASSIFICAÇÃO FINAL

5.1. A avaliação das aprendizagens assume a forma de avaliação distribuída sem exame final (artigo 7º do
Regulamento da Avaliação na Universidade do Porto e na Faculdade de Psicologia e de Ciências da
Educação) e inclui como pré-requisito o cumprimento da assiduidade (nº 4 do artigo 8º) que se traduz na
presença em 75% dos momentos presenciais semanais (nº2 do artigo 8º).

5.2. A avaliação distribuída sem exame inclui as seguintes duas componentes a que se aplica o nº 6 do
artigo 9º do Regulamento (uma classificação mínima de 8 valores em cada componente para efeitos de
aprovação na mesma):
a) Participação nas aulas presenciais semanais (50%)
(i) A apresentação e análise do desenho, implementação e avaliação de projetos de intervenção de
consulta psicológica para o desenvolvimento serão avaliadas, tendo em conta (25%):
 Na apresentação, avalia-se a capacidade de fomentar a participação dos colegas e de sistematizar
a informação relevante contida nos artigos, nomeadamente quanto ao racional teórico, aos
procedimentos de avaliação de necessidades, ao processo de intervenção e aos resultados.
 Na análise crítica avalia-se: (a) o enquadramento teórico da intervenção e a discussão das suas
limitações e potencialidades, produzindo alternativas e desafiando os restantes colegas a
refletirem criticamente; (b) a síntese crítica elaborada (2 a 3 páginas), onde se sistematiza as
principais limitações e potencialidades da intervenção, bem como as sugestões de alteração
(15%). Esta atividade de avaliação contínua terá a ponderação de 40% na classificação final.
final.
(ii) O envolvimento/participação em cada aula e a assiduidade será objeto de avaliação, com ponderação
de 10%.
b) Prova individual presencial (50%): A realizar presencialmente e por escrito, na última semana de
aulas, centrada na análise crítica de uma intervenção, a partir de uma situação hipotética, semelhante
àquela com que os estudantes se poderão confrontar num futuro processo de seleção para um emprego.
5. 3 Situações específicas

a) Dispensados, por lei, da presença nas aulas


Os estudantes que usufruam do estatuto de estudantes trabalhadores e não possam garantir a sua presença
em 75% das aulas teórico práticas, poderão abdicar da componente da avaliação contínua da UC, pela
opção da realização de um trabalho individual de pesquisa a combinar com o docente , a que se refere o
nº 4 do artigo 9º do Regulamento da avaliação dos estudantes, para ser admitido à prova presencial
individual no último dia de aulas.

b) Falta às provas de avaliação (artigo 12º do Regulamento)


Em cada componente de avaliação distribuída a que o estudante faltar, a classificação atribuída será zero.
Neste caso, a possibilidade de beneficiar de uma oportunidade de recurso só existirá se autorizada
expressamente pelo Conselho Pedagógico.

c) Melhoria de classificação
Apesar desta UC recorrer à avaliação distribuída, sem exame final, não havendo, por isso, marcação de
exame na época normal no calendário de exames, será autorizada a oportunidade de melhoria à
componente b):
b): a prova individual presencial, a ser agendado na época de recurso.

Calendário Académico: aulas Presenciais de Psicologia Comunitária: 2022-2023

1ºsemestre: 07/10-17/12;

Quadro 3: Proposta de planificação das atividades presenciais

Data Assunto
Apresentação geral dos estudantes e
1ª Aula 11/09 e 14/09 dos objetivos, metodologia e
avaliação da UC
2ªAula 18/09 e 19/09 Introdução à UC: Papel do
Psicólogo Comunitário e uma breve
resenha histórica da PC
3ª Aula 25 e 26/09 Introdução:
Breve resenha histórica da PC
Opção concetual na PC e sua
justificação
4ªAula 02/10 e 03/10 2º Cap. Elaboração de projetos de
Intervenção Comunitária

5ª Aula 09/10 e 10/10 2º Cap. Aspetos gerais relativos à


Presencial elaboração, implementação e avaliação
de intervenções psicológicas para o
desenvolvimento.
Apresentação do 1º grupo
6ª Aula 16/10 e 17/10 3º Cap. Estruturas Pessoais:
Promoção de Desenvolvimento de
competências para lidar com a vida, com
as transições e tarefas de
desenvolvimento.
Apresentação do 2º grupo
7ª Aula 23 e 24/10 4º Cap. Estruturas Pessoais:
Presencial Discussão de Dilemas Morais:
Apresentação do 3º grupo
4º Cap. Estruturas Pessoais:
8ª Aula 30/10 e 31/11 Educação Psicológica Deliberada:
Presencial Apresentação do 4º grupo
9ª Aula 07 e 09/11 5º Cap. Consultoria:
Presencial Apresentação do 5º grupo
10ª Aula 06/11 e 07/11 6ª Cap. Redes Sociais:
Presencial Apresentação do 6ª Grupo
11ª Aula 20 e 21/11 7º Capítulo: Intervenção nos
Presencial contextos: estratégia de advocacy
Apresentação do 7º grupo
12ª Aula 27 e 28/11 Integração da UC: PC-
O papel do Psicólogo Comunitário
Autoavaliação da componente
prática da UC
13ª Aula 04 e 05/12 Apresentação de projetos PC em
desenvolvimento - Convite a
Estagiários
14ª Aula 13/12 Prova Presencial

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