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Centro Universitário e Faculdade do projeção

Acadêmica: Elizabete Rodrigue Ferreira Gramagol (202210026) Data: 22/04/2022

Júnior, F. G. R., & Ximenes, V. M. (2010). Psicologia Comunitária e Psicologia


Histórico-Cultural: Análise e vivência da atividade comunitária pelo método
dialógico-vivencial. Pesquisas e Práticas Psicossociais, 5(2).

Psicologia Comunitária e Psicologia Histórico-Cultural: Análise e Vivência da Atividade


Comunitária pelo Método Dialógico- Vivencial

O Artigo elaborado por Francisco e Verônica, procura trazer o esclarecimento sobre a


Psicologia Comunitária com contribuições da psicologia histórico - cultural, onde os autores
relatam as críticas de Vigotski, nos métodos naturalista e mentalista, que não trazia
complexidade dos processos humanos.
Vigotski mostra que o método microgenético oferece uma estrutura teórica, método
lógico de leitura e transformação da realidade analisando as atividades humana. Ele também
mostra que o desenvolvimento humano acontece em duas linhas, a primeira sendo desde o
seu nascimento e a segunda que é no seu desenvolvimento apresentado em níveis como:
filogenético, sociogenético, ontogenético, e microgenético, os quais interagem na construção
do processo psicológico. Além de herdar uma base biológica o homem tem uma vida social
antecedente do seu surgimento que é o seu histórico-cultutal. A partir da sua base biológica é
que o homem se constrói culturalmente, interagindo com outros indivíduos, e ao longo desse
processo histórico, ele passa por diversas transformações, bem como a transformação em
realidade. As coisas concretas independentemente da consciência humana, existem no
mundo, e as mesmas ajudam a construir a realidade psíquica, tornando elas a realidade.
O método microgenético (desenvolvimento dos aspectos específicos do repertório
psicológico do sujeito) possibilita o psicólogo compreender a constituição do comportamento
humano em três princípios: a análise do processo, a explicação do processo e o estudo da
dinâmica do comportamento, fazendo ele defender a observação do comportamento humano
como um movimento constante. Para os autores do artigo, o foco da psicologia é estudar o
objeto a partir da sua gênese e suas bases dinâmico causais.
Com isso, a consciência do homem se constitui em uma dimensão social onde é
compartilhado as construções culturais do meio em que ele vive, sendo ela o reflexo da
realidade refratada através das significações e conceitos linguísticos, que são elaborados
socialmente. Logo após há uma análise dos instrumentos dessa dimensão e como eles passam
para o âmbito internalizado, com significações que foram construídas com base nos
fenômenos culturais que acabam refletindo a forma como o ser humano lida com a realidade.
Sendo assim a análise do discurso um instrumento metodológico, que permite perceber o
valor das expressões do sujeito e suas interações e significações pessoais que ele sente sobre
si mesmo e o mundo a sua volta.
Para defender a estruturação psicológica do pensamento humano, “são necessários
meios especiais de análise científica para colocar-se de forma clara as diferenças internas
escondidas em suas similaridades externas” segundo Vigotski, ou seja, sendo um tipo de
análise que visa mostrar a essência dos acontecimentos em vez do que são perceptíveis.
Quando partimos para analisar o que o artigo diz sobre a Psicologia comunitária,
começamos a notar sobre o fator importante da comunidade, que é um espaço territorial onde
sua subjetividade se forma nas relações dos seus moradores, entre si e com os contextos
sociais. Na comunidade há o compartilhamento de sentimentos, significados e sentidos que
constroem e são construídos pelos indivíduos que estão presente no espaço comunitário.
O método Dialógico Vivencial se caracteriza como um ato de construção conjunta e
não individual, que tem sua base no cooperativismo do profissional e o morador, sendo ele
resumidamente, construído pelo diálogo e pela vivência, levando também o homem a
perceber sua relação com o mundo e buscando conhecer como ele capta essa realidade
internamente, a partir da dimensão sociogenética.
Cabe ao psicólogo comunitário lidar com as singularidades dos indivíduos em sua
complexidade do contexto comunitário, já que não existe um padrão de comportamento.
Assim a leitura da dinâmica comunitária além de adotar determinados instrumentos, também
adota a postura do psicólogo comunitário nesse processo. Vale ressaltar que o psicólogo deve
levar em consideração as pequenas questões peculiares, que são construídas a partir da sua
realidade histórico-cultural. Ele precisa vivenciar a realidade que possibilita o partilhamento
com os moradores de questões que os afetam, sem esquecer quem é e de onde ele vem, é um
processo de jogar-se na realidade concreta e utilizando os sentidos e conhecimento, perceber
que existe no local, o que fere ou alegra, faz rir ou chorar a população.
Segundo Thiollent as metodologias participativas devem ser aplicadas de forma
coletiva, com variados graus de participação dos interessados, já que a participação favorece
o trabalho comunitário à um alcance de um objetivo comum da comunidade. A influência de
métodos participativos na construção do método dialógico-vivencial em Psicologia
Comunitária possibilita um aparato maior para a compreensão da atividade comunitária.
Por fim, cabe a mim concordar, que o método abordado em relação ao microgenético
que é o real desenvolvimento dos aspectos específicos do repertório psicológico do sujeito,
possibilita o funcionamento da psicologia comunitária, conhecendo o fenômeno e a realidade
da comunidade, e compreender a necessidade da comunidade através de pesquisas que são
feitas, fazendo com que sejam feitas novas políticas públicas para alcançar a comunidade.
Concluo por fim, que necessitamos de mais psicólogos capacitados, que desenvolvam essa
metodologia de trabalho, através não apenas de analises e pesquisas, mas também de vivência
junto à comunidades carentes, que possuem a necessidade de passar por esses processos de
metodologias participativas. O desenvolvimento desses trabalhos de vivência de psicólogos
comunitários que saem de suas salas e abraçam a causa da comunidade, conseguem abranger
e alcançar um número maior de pessoas, que estarão sendo avaliadas de forma correta e
profissional.

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