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UNIVERSIDADE ANHEMBI MORUMBI

Bacharel em Psicologia

ALINE CRISTINA DE FREITAS ROSA 125111349257


ISABELLA AMARAL FARCIOLI 125111366375
PEIWEN YANG 125111355287
RODRIGO ALVES FARIA 125111362018
VALMIR DE OLIVEIRA JUNIOR 12511378363

RELATÓRIO (A3) - ATENÇÃO PSICOSSOCIAL EM SAÚDE

São Paulo
2022
Introdução

O Brasil foi um dos primeiros países, dos considerados com menos recursos,
que iniciou um trabalho focado na saúde mental. Todo esse trabalho iniciou em
1980, porém muitos desafios foram alcançados êxitos com muito trabalho,
resistência e anos de luta. O maior marco para essa luta voltada para saúde mental
foi a desinstitucionalização de pessoas com algum problema mental e necessitava
de atenção especial, pois essas pessoas eram tiradas do contexto social o que
poderia ser muito benéfico para elas, desde que com o suporte necessário.

Após isso a batalha passou a ser de que essas pessoas tivessem esse suporte
necessário, falado anteriormente, pois o fato de não estarem mais vivendo em uma
instituição, não faz delas pessoas aptas a ter uma vida comum, sem suporte algum,
muitas delas sem recursos financeiros, sem suporte.

Uma conquista importante é a relevância que a saúde mental conquistou no


Brasil e no mundo, visto que seus avanços passaram a chamar atenção e ser objeto
de estudo por várias instituições, mesmo encontrando ainda um dos maiores
desafios, os recursos escassos para os avanços.

O psicólogo nesse contexto da saúde mental no Brasil conta com muitos


desafios, mas algumas coisas contribuíram para a possibilidade de alguns avanços
em seus trabalhos, a consciência de que o modelo de atenção à saúde era um
modelo autoritário, militarizado, fez com que políticas públicas fossem criadas para
que esse modelo não fosse mais incentivado.

O papel do profissional psicólogo no foco na saúde que antes era apenas a


ausência de doença e passou a ser além disso a conservação da vida ou de
manutenção de sobrevivência passou a ser de participação de criação de projetos,
principalmente de projetos multidisciplinares, com auxílio de outros profissionais
trabalhando em conjunto para a manutenção dessa saúde e melhora na qualidade
de vida, o que antes não era visto como foco na saúde.

Visto que o foco é na saúde do usuário e o usuário é um ser múltiplo, com


diferentes necessidades que podem contribuir ou impedir o avanço da saúde. Essas
articulações trazem muitos benefícios para o usuário. Já que um dos problemas visto
antes da criação do SUS era o fato de que recursos não eram bem empregados,
muitas vezes com diferentes órgãos fazendo o mesmo trabalho, e outros trabalhos
não executados por ninguém e o maior prejudicado era sempre o usuário. Ainda
temos uma longa caminhada para alcançar a excelência, mas esse passo já é de
grande valia visto que os recursos são escassos.

O foco do grupo de estudo era conseguir visitar e conhecer o trabalho do


psicólogo no Hospital Municipal Dr. Cármino Caricchio, também conhecido como
Hospital do Tatuapé. É uma unidade terciária de grande porte, que atende
aproximadamente 30 mil pacientes por mês. Está localizado na zona Leste da
capital, é referência em neurocirurgia, cirurgia geral, ortopedia, traumatologia,
cirurgia de mão, vascular, buco maxilo facial, reconstrução mamária e tratamento de
queimados, conta também com uma Assistência Médica Ambulatorial (AMA)
Hospitalar.

Em geral, o trabalho do psicólogo hospitalar tem como foco o sofrimento e as


consequências do adoecimento e da hospitalização, aliando esse aspecto a outros
fatores como história de vida, tratamento da doença e perfil de personalidade. O
caminho de entrada também se estendia ao longo do caminho para os hospitais
psiquiátricos, e só mais tarde a sua ligação se estendeu aos hospitais gerais e
especiais. A psicologia é importante em todas as situações relacionadas à saúde
humana, um psicólogo atuante tanto na prevenção quanto no tratamento. Além
disso, se tem a compreensão da equipe de saúde sobre a importância das emoções
e seu impacto na eficácia do tratamento da doença.

Infelizmente não foi possível a pesquisa dentro do hospital, tentando de


diversas formas de contato e sem sucesso. Porém tivemos a oportunidade de
conhecer alguns psicólogos profissionais de vários serviços da saúde pública o que
nos enriqueceu grandemente para que o repertorio sobre os serviços sociais fossem
mais bem compreendidos.
Desenvolvimento:

A priori, o trabalho a ser desenvolvido era um estudo descritivo e analítico, que


buscava adquirir um maior conhecimento sobre o problema, bem como
descrever e analisar determinada situação de uma instituição, ou seja, o
cotidiano do trabalho dos profissionais da área da psicologia em um
instrumento de atendimento social. A abordagem que visava-se utilizar era de
forma qualitativa, com o intuito de captar o universo dos significados das
ações, crenças, valores e atitudes desses atores sociais, relacionados ao contexto
social em que estavam inseridos e, também, os conflitos e contradições de seus
cotidianos profissionais.

O primeiro instrumento escolhido foi um hospital publico, ao qual é referência


em alguns tipos de atendimento, contando também com um quadro de psicólogos
que auxiliam no cuidado dos pacientes, porém tal instrumento ficou de certa forma
inacessível, o que levou ao grupo a conversar e pensar em um outro instrumento
que era um CAPS-II mental da cidade de São Bernardo.

Novamente o grupo encontrou dificuldades para realiza essa entrevista, mesmo


tendo estruturado a abordagem e ter definido os sujeitos a serem entrevistados que
seriam todos os componentes da equipe de atendimento daquele CAPS, com
vínculo empregatício efetivo e/ou temporário, que aceitassem participar da pesquisa,
após assinatura do Termo de Consentimento Livre e Esclarecido. Tal
entrevista durante a jornada de trabalho da equipe. Seria utilizou como instrumento
de coleta de dados um roteiro de entrevista semiestruturada, constituído de
caracterização pessoal; concepções sobre o modelo psicossocial; cotidiano
do trabalho; dificuldades e facilidades no trabalho. Para analisar os dados, seria
utilizado a análise de conteúdo, categoria temática, que consiste em descobrir os
núcleos de sentido que compõem uma comunicação cuja presença ou frequência
signifique alguma coisa para o objetivo analítico visado.

Não havendo essa possibilidade, foi proposto ao grupo participar de uma roda
de conversa com três profissionais que atuam na área psicossocial.
Análise crítica:

A visita do campus de estágio é essencial para a nossa formação, já que


primeiramente é fundamental conhecer o funcionamento e a gestão do lugar para
podermos dar início à construção do plano de intervenção, ou seja, criar uma
estratégia em função da investigação para que seja aplicada em determinada
demanda/público. “Essa busca de estratégias requer o entendimento de que a
intervenção e a investigação caminham juntas. Para isso, temos como subsídio os
aportes teóricos da pesquisa-intervenção, em que o profissional está envolvido no
próprio diagrama de forças que investiga, buscando formas de agir naquilo que se
constitui nesse campo.” (Aguiar & Rocha, 2007; Altoé, 2004).

“A interação do ser humano com os seus diversos ambientes vem sendo


investigada pela psicologia ambiental, que tem como objeto a influência mútua de
fatores ambientais e comportamentais.” (Corral-Verdugo, 2005). Portanto, é
importante conhecermos a infraestrutura do campus, verificar a limpeza do local; se
não há falta de equipamentos ou recursos; se os mesmos não estão danificados etc;
pois para que o público possa se sentir bem e confortável diante da intervenção, o
ambiente também precisa estar coeso.

Já a importância de os estudantes estagiarem durante o seu processo de


formação, é de, principalmente, ganhar a experiência de colocar as teorias
aprendidos ao longo dos semestres em áreas práticas. E também aprender a ser
flexível diante de determinadas situações, não se basear apenas num “protocolo” de
atendimento. Já que, uma vez estamos lidando com seres humanos, pode ser que
algum fator ocorra fora do esperado. “A autora afirma que ao estarmos presos aos
roteiros ou lista de questões, não conseguimos fazer uma escuta adequada e, muito
menos refletir sobre o que estamos perguntando e ouvindo. O ideal, seria podermos
refletir sobre as questões e respostas e, a depender do que for dito, podermos ter a
sensibilidade de desenvolver novos questionamentos relacionando com ideias ou
outros pontos de vista que poderiam enriquecer a entrevista. Dessa forma, podemos
construir junto com o entrevistado um conhecimento novo, que emerja do campo
relacional criado pelo encontro. A entrevista, ao contrário, pode tornar-se quase que
um procedimento burocrático.” (MANDELBAUM, 2012, p. 4).
Por fim, a experiência de estagiar também pode oferecer um direcionamento ao
estudante para reconhecer a área que ele realmente queira se especializar ou
trabalhar, já que a experiência prática proporciona uma base mais confiável para
tomar essa decisão.
Referências:

Aguiar, K., & Rocha, M. (2007). Micropolítica e o exercício da pesquisa-


intervenção:

referenciais e dispositivos em análise. Psicologia: Ciência e Profissão, 27(4),


648-663. doi:

http://dx.doi.org/10.1590/S1414-98932007000400007

» https://doi.org/10.1590/S1414-98932007000400007

Corral-Verdugo, V. (2005). Psicologia ambiental: Objeto, “realidades” sócio-


físicas e visões culturais de interações ambientecomportamento. Psicologia USP,
16(2), 71-87.

Altoé, S (Org). (2004) René Lourau: Analista Institucional em Tempo Integral.


São Paulo: Hucitec.

MANDELBAUM, B. Em busca de um encontro: o método hermenêutico na


pesquisa em Psicologia Social.Temas em Psicologia,Ribeirão Preto, v. 20,n.
1,jun.2012.

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