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como grupos dos mais variados tipos, reuniões desenvolver uma atuação crítica.
com escolas e entre profissionais e visitas
domiciliares para citar alguns exemplos. Referências
Também pode-se observar o quanto as
atividades realizadas fora do espaço dos Centros Amaral, M. S., Gonçalves, C. H., & Serpa, M. G.
de Saúde são importantes quando se pensa em (2012). Psicologia Comunitária e a Saúde Pública:
uma atuação contextualizada. relato de experiência da prática Psi em uma
A aqui chamada de atuação “no território” se Unidade de Saúde da Família. Psicologia: Ciência
mostra imprescindível para esse tipo de ação e Profissão, 32(2),
Dimenstein, M. D. B. (1998). O psicólogo nas
comprometida. Com isso, destaca-se a
Unidades Básicas de Saúde: desafios para a
importância de que a atuação do psicólogo nesse formação e atuação de profissionais. Estudos de
local não se limite a uma prática curativa e Psicologia (Natal), 3(1), 53-81.
individualizante, mas que abranja ações que Domingues, A. R. & Franco, E. M. (2014).
promovam autonomia, conscientização e Reflexões teóricas sobre sujeitos coletivos e
empoderamento, visando a transformação social experiências comunitárias. In: C. Stella (Org.),
da comunidade. A horizontalidade das relações Psicologia comunitária: contribuições teóricas,
também é um aspecto a ser considerado, pois encontros e experiências (pp. 15-44). Petrópolis,
permite um olhar entre “iguais” para uma atuação RJ: Vozes.
contextualizada. Freitas, M. F. Q. (2014). Psicologia Social
Não se pode esquecer das lutas por Comunitária como politização da vida cotidiana:
desafios à prática em comunidade. In: C. Stella,
melhores condições de trabalho e pela defesa de
(Org.), Psicologia Comunitária: contribuições
direitos, como foi visto em atividades realizadas teóricas, encontros e experiências (pp. 65-85).
no dia de luta antimanicomial, como importantes Petrópolis, RJ: Vozes.
momentos de militância, em que o posicionamento
ético-político dos psicólogos ficou muito evidente. …. Referencia no artigo original…
Foi possível concluir que mais importante do
que a atividade em si é o posicionamento ético-
político por detrás dela. Mesmo sabendo da 6. O DESAFIO DA POLÍTICA DE SAÚDE MENTAL: A (RE)
dificuldade de práticas inovadoras, elas são
INSERÇÃO SOCIAL DOS PORTADORES DE
importantes para um cuidado em saúde que busca
superar o modelo clínico tradicional. TRANSTORNOS MENTAIS
A reflexão sobre novos fazeres que aflorem
o lado criativo que Dimenstein (PSI, 2009) tanto
fala em seu texto permite que os psicólogos saiam RESUMO
de lugares pré-estabelecidos rumo a uma prática
comprometida socialmente. Com este trabalho, pretende-se contribuir com a
Este artigo busca deixar claro que não discussão sobre os atuais desafios da política de saúde
apenas uma teoria pode propiciar essa atuação mental, especialmente a questão da reinserção social
contextualizada, mas que um posicionamento de portadores de transtornos mentais. Para tanto toma,
ético-político crítico sobre a realidade e sobre a como elementos inspiradores, duas situações ocorridas
saúde impacta positivamente na maneira de atuar. em serviços de saúde mental brasileiros, que revelam
Dessa forma, defende-se que uma formação os desafios hoje colocados aos gestores e aos
crítica, com perspectivas como as da Psicologia trabalhadores desse campo. Entende-se que diferentes
Social Crítica pode favorecer a uma maior reflexão ações podem ter repercussões claras e diretas no
para os alunos e profissionais da saúde.
processo de reinserção social dos usuários de serviços
Entende-se as limitações deste artigo,
de saúde mental. Entretanto, focamos a atenção em
especialmente, no que diz respeito à
três aspectos: a dinâmica das instituições de saúde; a
impossibilidade de fazer comparações com outros
construção de uma rede integrada de atenção à saúde
profissionais que não possuem as características
apresentadas pelos participantes escolhidos. e o reordenamento dos serviços de atenção
Todavia, acredita-se que a contribuição especializados; o enfrentamento da lógica manicomial
deste trabalho tenha sido a de evidenciar que, que perpassa o cotidiano dos serviços e práticas
apesar do cenário desfavorável para as políticas profissionais.