FLORESTA/PE 2023 ARTIGO: Humanização da Saúde Pública (Clown). Resumo:
A Política Nacional de Humanização (PNH), como política
transversal ao SUS passa diferentes ações, Políticas Públicas foi constituída em 2003 e tem como foco a efetivação dos princípios do SUS no cotidiano das práticas de atenção e gestão, qualificando a Saúde Pública no Brasil. Portanto, o presente estudo tem por objetivo descrever e discutir prática do clown como ação interdisciplinar no atendimento prestado nos serviços de saúde acerca da Política de Humanização. Como justificativa para o desenvolvimento do presente estudo, entende-se que, dentro da sociedade atual, existe um grande esforço voltado para a humanização da saúde, onde várias inciativas estão sendo tomadas e que abrangem diversos tipos de profissionais, e uma delas é a introdução do clown como política de humanização. Para tanto, inicialmente, a metodologia utilizada para o desenvolvimento do presente estudo trata-se de uma revisão bibliográfica. Esta revisão bibliográfica se deu por meio de artigos científicos e publicações. Após a fase de levantamento bibliográfico, foi realizada uma triagem de todo o material que aborda em específico o assunto em estudo. A pesquisa é do tipo exploratória descritiva, caracterizando-se como qualitativa. Introdução:
Inicialmente, cabe dizer aqui que, na década de 1980, nota-se
dentro da sociedade do Brasil determinados movimentos direcionados para a melhora da atenção à saúde, que consideram ações interdisciplinares. Tais movimentos entusiasmou na atitude de profissionais, bem como da população de modo geral, e trouxe novos conceitos e enfoques técnicos para o enfrentamento das desigualdades que nas áreas da saúde e da cultura restringiam o acesso aos bens culturais e sociais (BRASIL, 2002). Neste contexto, a Política Nacional de Humanização (PNH), esta como uma política transversal ao Sistema único de Saúde (SUS), foi constituída no ano de 2003 possuindo como enfoco a concretização dos princípios do SUS no dia a dia das práticas de atenção e gestão, qualificando assim a saúde pública no Brasil (BRASIL, 2006). Com isto, nasceu entre os gestores e profissionais do campo da saúde o conceito de humanização da saúde, concebido hoje em dia pela PNH. Portanto, transversalizar trata-se de reconhecer que as dessemelhantes especialidades e práticas de saúde se encontram conectadas na produção do cuidado e podem dialogar com a experiência daquele que é assistido. Conjuntamente, estes saberes podem vir a promover a saúde de maneira corresponsável (ANDRADE et al., 2009). Como problema da pesquisa, tem-se que a humanização, essa enquanto uma política pública de saúde, na atualidade, vem afirmando-se como concepção de espaços que modificam as maneiras de produzir saúde, tomando como princípios o aumento do nível de comunicação entre indivíduos e equipes. Todavia, percebe-se que este movimento se faz com indivíduos que possam desempenhar sua autonomia de maneira acolhedora, corresponsável, resolutiva e de gestão compartilhada dos procedimentos de trabalho. Assim, tem-se a seguinte questão problema da pesquisa: o clown pode-se considerado uma ação interdisciplinar viável para o atendimento nos serviços de saúde acerca da política de humanização? Como hipótese para tal questionamento, observa-se que uma das vantagens de se usar o clown na humanização da saúde, é que ele proporciona uma chance para entrar em contato e entender a fragilidade humana e o sentimento do ridículo frente as circunstâncias entendidas como complexas ou fracassadas. Além do mais, o uso do clown não acompanha uma norma e um lugar-comum, podendo então envolver uma terapia, estratégia para verificados objetivos, além do terapêutico. Portanto, o presente estudo tem por objetivo descrever e discutir a prática do clown como ação interdisciplinar no atendimento prestado nos serviços de saúde acerca da política de humanização. Como objetivos específicos, busca-se descrever a importância de clown na área da saúde, tendo como objetivo de pesquisa o trabalho realizado pelo Palhafasia do Centro Interdisciplinar de Pesquisa e Atenção à Saúde da UFRGS; identificar os fatores que implicam na implantação desta Política de Humanização e gerar uma reflexão e análise sobre o assunto, quanto à inserção deste serviço à Política Nacional de Humanização. Como justificativa para o desenvolvimento do presente estudo, entende-se que, dentro da sociedade atual, existe um grande esforço voltado para a humanização da saúde, onde várias inciativas estão sendo tomadas e que abrangem diversos tipos de profissionais, e uma delas é a introdução do clown como política de humanização. Para tanto, inicialmente, a metodologia utilizada para o desenvolvimento do presente estudo trata-se de uma revisão bibliográfica. Esta revisão bibliográfica se deu por meio de artigos científicos e publicações. Após a fase de levantamento bibliográfico, foi realizada uma triagem de todo o material que aborda em específico o assunto em estudo. A pesquisa é do tipo exploratória-descritiva, caracterizando-se como qualitativa. Conclusão:
Na perspectiva dos profissionais envolvidos, a humanização da
saúde tem relação direta com o bem-estar do paciente e da própria equipe. Esse processo de humanização através do clown toma duas direções centrais: entender que existem diversos meios de tratar o paciente e fazer uso deles no ambiente acadêmico através da interdisciplinaridade, compartilhando saberes e estar disposto a provocar mudanças no processo de trabalho em saúde. A Humanização levando em consideração a abordagem do clown como um complemento no processo de atendimento do paciente é uma aposta metodológica recente, mas que vem mostrando resultados qualitativos bem significantes. Sobre a sua implementação embora que sejam notórios todos os problemas do cotidiano do SUS e dos ambientes acadêmicos, se revelou não ser um processo difícil, tendo o seu ponto de maior desafio a capacitação dos profissionais e voluntários no clown e a quebra de paradigmas dentro do próprio meio acadêmico. Os profissionais também ressaltaram da prática do clown com a área de promoção da saúde e a carta de Ottwa, que visava exatamente ser um documento de intenções que pretendia contribuir para atingir a Saúde para Todos a partir do ano 2000.
O Palhafasia trabalha com jogos e atividades teatrais que
gradualmente abrem caminho para experiências de expressão emocional e improvisação individual, pois cada membro é estimulado a descobrir a personalidade de seu palhaço, cada clown é único. O grupo também realiza a improvisação de cenas individuais e em duplas, nas quais além trabalhar a interação com o público, ainda é preciso que o afásico interaja e compartilhe atenção com seu parceiro de cena. Nesta atividade são trabalhadas a atenção compartilhada, empatia, inciativa, reciprocidade bem como expressão de humor. Todos os clowns são encorajados a comunicar-se tanto pela linguagem verbal como pela linguagem não verbal. Durante as sessões teatrais os componentes do grupo passam a desenvolver vários canais de comunicação dando atenção especial para os gestos e expressões faciais. Nesta abordagem as condições de comunicação dos membros afásicos e não afásicos são iguais, bem como suas condições de fragilidade que são expressas no teatro clown de uma forma cômica. A experiência tem demonstrado o poder da arte como instrumento para a expressão multimodal de pessoas com dificuldade de comunicação. Além dos encontros semanais, o Palhafasia se apresenta pelo menos uma vez ao ano. Para tanto, os respondentes da pesquisa foram duas profissionais que atuam como fonoaudiólogas e coordenadoras, duas acadêmicas, uma atriz. O primeiro questionamento foi sobre “Qual o seu entendimento do trabalho de humanização na saúde pública”. “Todos os profissionais relatam que o atendimento baseado no acolhimento, o respeito, a atenção e de ouvir o paciente, como o principal em todo processo. ...não só olhar para as pessoas como um paciente, mas como um indivíduo que tem todas as questões emocionais que ele carrega (Relato da Coordenadora) Questionadas sobre os maiores desafios do projeto, os participantes ressaltaram a dificuldade que a interdisciplinaridade dessa ação traz consigo, uma vez que envolvem muitos profissionais de várias áreas, que possuem conceitos distintos e um pouco mais pragmáticos. A terceira pergunta: “Qual o seu papel nesta política de humanização?”. As participantes elencaram alguns propósitos da Política Nacional de Humanização (HUMANIZASUS) que se baseia em incentivar as práticas promocionais de saúde, mas ressaltaram que o acolhimento e acompanhamento do paciente deve ser de responsabilidade de todas as equipes, sem distinção de área. Quarta pergunta “Como funciona o clown como prática interdisciplinar? ” Elas relataram que esta prática tem relação com a promoção de saúde e ajuda ao empoderamento da comunidade e ajuda aos profissionais a não considerarem mais o paciente como objeto, provocando uma empatia na sociedade e com isso aumentando a qualidade de vida e autoestima dos afásicos.
Sobre os resultados do palhafasia como política de
humanização, as participantes também citaram inúmeras melhoras de qualidade de vida dos afásicos, sendo as mais importantes a própria aceitação de suas fraquezas, fazendo que se enxerguem como pessoas livres, aprendendo a lidar com as emoções de não conseguir algo e achar graça de si mesmo, elevando a sua autoestima. Em relação da possibilidade de inclusão de fato de projetos como do Palhafasia pela Política de Humanização do SUS, as respondentes relataram que ainda é preciso muito mais esforço e desburocratização, mas entendem que ao mesmo tempo se trata de um sistema bem complexo que ainda não conseguiu caminhar na mesma velocidade do surgimento de práticas como esta. Afirmam que apesar dessa inclusão ainda não ser ideal, ocorreram vários avanços na humanização da saúde de pública devido a esta política. ...não só olhar para as pessoas como um paciente, mas como um indivíduo que tem todas as questões emocionais que ele carrega. (Adréa Crislayne) Referências
BRASIL. Ministério da Saúde. Cartas dos direitos dos Usuários
da Saúde. Ministério da Saúde: Brasília, 2006. FELL, A; MATTÉ, F. C; CAMPO, G. B. Humanização da assistência de enfermagem à pacientes atendidos na emergência em um hospital de pequeno porte no município de Xaxim – SC (Fundamentado na teoria de Josephine e. Paterson e Loretta t. Zderad). Chapecó – SC, 2010. BRASIL. Ministério da Saúde; Secretaria de Assistência à Saúde. Programa Nacional de Humanização da Assistência Hospitalar. Brasília (Brasil): Ministério da Saúde; 2002. ANDRADE, L. M; MARTINS, E. C; CAETANO, J. A; SOARES, E; BESERRA, E. P. Atendimento humanizado nos serviços de emergência hospitalar na percepção do acompanhante. Rev. Eletr. Enf. [Internet]. 2009; 11(1): 151-7.