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Intervenção em rede

Qual o seu objetivo?


 Criar novas redes sociais, potenciá-la, ampliá-la e criar novos contactos.
 Aumentar a capacidade da rede em lidar com os problemas dos seus
elementos.
 Melhorar as relações entre os membros da rede, melhorar a relação da
família com os serviços sociais, e vice-versa.
 Intervir em situação de crise.

O que é a rede primária e a secundária?


 Primária: Constituída por indivíduos que estão ligados por afinidades
pessoais, a um nível informal – vínculos de natureza afetiva (positiva ou
negativa).
 Secundária: Estabelecimento de relações num quadro institucional e
marcadas por laços formais. O seu objetivo central é responder a
exigências de natureza funcional, tais como fornecer serviços ou instituir
recursos.

O que visa a intervenção com rede primária?

20/04. Terapia familiar comunitária


Surge numa lógica de segunda ordem, baseadas na ideia do
Construcionismo Social, no empowerment e no fortalecimento dos recursos.
A perspetiva da resiliência familiar é vista como algo não individual, mas
as famílias como um todo, sendo que há aspetos que podem ser trabalhados nas
famílias para promover essa resiliência, por exemplo ao nível dos recursos,
sistemas de crenças ou padrões comunicacionais.

Surgiu como uma necessidade de trabalhar de forma terapêutica em


famílias com graves carências socioeconómicas. Para trabalhar em termos de
saúde mental, tem primeiro de se garantir algumas necessidades básicas em
falta. Portanto, há uma ideia base quando se pensa na ligação entre saúde
mental e estas situações particulares, que habitualmente nestas famílias, a
questão da saúde mental é muito influenciada pelas variáveis como o acesso
limitado a recursos, pobreza, ausência de experiências de vida positivas,
exposição crónica a condições ambientais stressantes, falta de envolvimento na
vida cívica, etc…

A pobreza pode deixar as pessoas mais vulneráveis a diferentes


stressores, mas ela não tem de estar apenas relacionada a fatores económicos.
Pode haver outros fatores internos e externos à família que podem ter impacto
na intervenção:
Fatores externos:
Fatores internos:
Sinais sistémicos:
Sinais internos:

Para trabalhar a saúde mental nestes contextos, é necessário a psicologia


“sair à rua”. Assim, o terapeuta precisa de ter algumas competências:
criatividade, flexibilidade, adaptabilidade, competências sociais, proatividade,
trabalho em rede… A terapia comunitária vai combinar as técnicas da
abordagem terapêutica sistémica com as questões da motivação, da mudança de
comportamento, das intervenções em rede e das estratégias de mobilização
comunitária.
Os objetivos passam por:
 Melhorar o nível de vida das pessoas.
 Melhorar a disponibilidade e garantir o acesso a novos tipos de recursos.
 Ajudar a construir um plano individualizado de crescimento pessoal e
profissional.
 Melhorar a responsabilidade pessoal e a autossuficiência.
 --

Pode-se dividir em dois momentos: avaliação e intervenção.


Recursos de recolha de informação: (exemplos de instrumentos de
avaliação que podem ajudar).
Inventory of Strenghts and Resources – listagem de vários itens,
preenchida pelo terapeuta e pela pessoa, que avalia várias áreas, como
dificuldades psicológicas, sistemas de suporte e forças. Depois é debatido o
porquê de ser um recurso ou uma dificuldade.
Instrumentos de avaliação psicossocial – como o BDI ou outros
instrumentos.
Genograma –
Ecomapa –
Mapa de rede –
Community-grams – Uma espécie de mapa de rede, mas com uma maior
abrangência (como um genograma comunitário).

Depois de toda esta avaliação sobre as dificuldades e


potencialidades/recursos, pensa-se sobre a intervenção. Foca-se em 3 objetivos
principais: 1) autobiografia (ajudar a construir uma narrativa positiva que
assente nas competências); 2) rede comunitária funcional; e 3) promover a
capacidade de iniciativa e compromisso cívico. Isto vai ditar o plano terapêutico.

O plano terapêutico segue a ideia de que há compromissos a 3 níveis


entre o terapeuta e o cliente:
 1º nível: Ajudar as pessoas a melhorar a qualidade dos laços
interpessoais, a autoestima e a saúde mental em geral (contexto
tradicional clínico). Pode-se fazer terapia individual, de casal ou familiar,
utilizando estratégias psicoeducativas.
 2º nível: Ajudar a estabelecer ou restabelecer ligações entre as pessoas e
os recursos da comunidade que possam servir como fonte de suporte.
Ajudar a construir a sua rede de suporte, com a comunidade, instituições,
amigos, vizinhos ou família extensa (foco de intervenção em rede).
 3º nível: Clientes e terapeutas envolvem-se civicamente com a
vizinhança e a comunidade local, o que envolve também o treino de
capacidades de iniciativa e compromisso cívico. Acontece quando as
pessoas já têm recursos e já estão interligados, havendo já
disponibilidade para assumir um terceiro compromisso, que é este
envolvimento cívico. Terapeuta e clientes “saem do gabinete” em busca
de uma transformação das realidades do ecossistema que os rodeiam.

Técnicas e estratégias em intervenção sistémica e


familiar
A avaliação e a intervenção ocorrem simultaneamente ao longo do
processo terapêutico. Os instrumentos a seguir podem ser considerados tanto
como de avaliação como de intervenção. Permitem-nos processar e analisar
informação visual.

Genograma
É uma representação gráfica da forma como os elementos da família
estão ligados, biológica/legalmente e relacionalmente, a um nível afetivo. Pode-
se também registar outras informações sobre a família, como a idade ou os
nomes.
Ele pode ser construído pelo terapeuta ou pela família, mas todas estas
informações recolhidas podem ser importantes tanto para a avaliação e
compreensão por parte do terapeuta sobre a família, mas também para a
própria família, pois cria insight.

Mapas
São outra representação gráfica, relacionados com o Modelo Estrutural
de Minuchin, de hipóteses estruturais e das relações atuais da família. Permite
uma visão gestáltica das fronteiras entre indivíduos, subsistemas e gerações, da
gestão do poder, alianças, coligações, triangulações…

M WWW P
\ / = Relação conflituosa entre mãe e pai que é
F canalizada para o filho.

28/04. Mapa de rede social pessoal


Ler os dois textos sobre o genograma ser sistémico.
Fazer o próprio genograma.
Fazer mapa de rede social pessoal.

Genograma permite a gestalt da família (visão ampla da família), já o


mapa de rede social pessoal permite uma visão ampla do campo relacional do
indivíduo.
Do ponto de vista clínica, a rede social da pessoa adquire muita
importância, no entanto nem sempre olhamos para as potencialidades da rede
social por não termos o seu mapeamento feito. Assim, permite visualizar
aspetos que geralmente são invisíveis a quem interage com a rede sem sobre ela
pensar (o terapeuta ou o próprio cliente). Muitas vezes, as pessoas apercebem-
se que não estão sozinhas e que até têm uma rede social apenas quando se faz
este trabalho gestáltico.

Diferenças c/ o ecomapa – A forma de representação do mapa de rede


social pessoal vem organizada, geralmente, em 4 quadrantes. O centro do
ecomapa geralmente é a família.

Aplicação: Atender a se é uma relação positiva ou negativa/origem de


tensão. A mesma pessoa não deve ser colocada em dois quadrantes distintos. Á
medida que a pessoa vai construindo, vamos dando instruções “quais as pessoas
mais importantes para si?” “com quem se encontrou no último mês?” “quem são
as pessoas, nos últimos 6 meses, que mais a têm ajudado?” “quem procura para
passar momentos de lazer?”.

Características estruturais
 Tamanho: O ideal é a média. As pequenas fornecem suporte insuficiente
 Densidade: Ou seja, a ligação entre os elementos que compõem a rede,
independentemente do indivíduo. Pode ser coesa (essas pessoas
mantêm-se ligadas com contactos frequentes, sem subgrupos – mais fácil
interligar as pessoas, mas maior controlo da parte dos outros
relativamente ao indivíduo), fragmentada (subgrupos que estão
independentes entre si, como a rede dos colegas separada da rede da
família) ou dispersa (típica de pessoas socialmente isoladas, geralmente
têm mais pessoas significativas nos apoios institucionais).
 Composição ou distribuição: Repartição dos vínculos pelos quadrantes –
ampla ou localizada.
 Dispersão: Distância geográfica entre os diferentes membros e a pessoa
focal – acessibilidade.
 Homogeneidade/heterogeneidade: Demográfica e sociocultural.

Atributos do vínculo
 Multidimensionalidade e versatilidade :

ARSP ajuda a estruturar as perguntas que podemos fazer e a análise da


rede. Funciona como um guião de aplicação que podemos usar para estruturar a
pesquisa. Este instrumento é um conjunto de questões que nos permite depois
identificar as pessoas significativas (sexo, nome, profissão), frequência dos
contactos, tipo de apoio que cada pessoa dá, a forma como o indivíduo
perceciona esse apoio, valência da relação (negativa ou positiva).

Avaliação e intervenção numa perspetiva sistémica


Como começar, questionar e definir objetivos?

Uma das grandes características da entrevista interpessoal conjunta é


utilizar a metodologia sistémica circular, ou seja, toda a informação recolhida
vai gerar circularidade e, por isso, diferenças no modo como até aí os problemas
e as questões eram percecionadas.
Quando pensamos numa entrevista conjunta, há algumas regras básicas,
como dar voz a todos e oportunidade para todos se expressarem, estimulando-
os a participar; neutralidade; encorajar a que cada um transmita a sua própria
visão (recolhendo visões múltiplas); tentar que não se interrompam ou que
falem por cima uns dos outros;

11/05. Definição de objetivos


Estratégias para tornar os objetivos com características que sejam mais
fáceis de operacionalizar: SMART.
Específico: Como vai conseguir fazer isso? Que coisas concretas vai fazer?
Mensuráveis: Encontrar formas concretas ou passos de alcançar o
objetivo, ficando visível que o alcançámos. Transformar o big objetivo em
partes.
Objetivos orientados para a ação: Transformar objetivos em
comportamentos visíveis. Tem também a ideia de objetivos como algo a
alcançar, e não como algo que queremos deixar de fazer.
Realistas:
Limitados no tempo: Fim estabelecido.

Linguagem
É através da linguagem que transformamos os objetivos.
Action talk: Transformar o que é dito em comportamento, por exemplo:
 A pessoa diz “o meu filho tem um problema de raiva”, deve se perguntar
algo como “o que é que o seu filho faz para dizer que ele tem um
problema de raiva?”, porque assim a pessoa irá dizer comportamentos.
Caso se perguntasse “porque diz que o seu filho tem problemas de
raiva?”, a pessoa poderia dizer por exemplo causas, e não o que se
pretende saber.
 “a minha filha perde o controlo” – “quando ela perde o controlo, o que a
vê fazer?”
 “o meu marido é um irresponsável” – “o que é que ele faz para que diga
que é irresponsável?”
 “os meus pais não confiam em mim” – “o que é que os pais fazem que
transmite falta de confiança?”, “como é que os pais demonstram que não
confiam em ti?”

Objetivos terapêuticos
Pequenos – Para provocar um efeito, porque as vezes basta pequenas
mudanças para que mudanças maiores de instalem (efeito dominó).
Claros e concretos – “quero deixar de estar deprimido”  “o que faria de
diferente se não estivesse deprimido?”
Descritos como o começo de algo novo – Não é apenas ficar pela ideia de
que algo deixa de acontecer.
Suscetíveis de serem atingidos.
Percebidos como envolvendo esforço.

T: Qual seria o primeiro sinal de que estava melhor? (pergunta positiva, a


atentar à mudança gradual, objetivos pequenos).
C: Sei lá, acho que me sentia feliz (utópica e demasiado pobre).
T: Se começasse a mudar amanhã, como iria dar conta que estaria mais
feliz? (mais feliz como algo não absoluto, centra no concreto).
C: Deixava de estar deprimido.
T: O que seria diferente se deixasse de estar deprimido? Ou o que
começaria a fazer se não se sentisse deprimido?
C: Acho que brincava com o meu filho, em vez de o deixar brincar sozinho
na sala (emerge uma novidade)
PEGAR NA NOVIDADE, NÃO DEIXAR FUGIR. NEXT STEP EXPLORAR
A NOVIDADE.
T: De que forma é que brincar com o seu filho o iria sentir se melhor?
(perceber se este objetivo pode ser usado?
C: Quando estou melhor aprecio muito estar com ele.
T: O que costuma fazer com ele?

18/05. Técnicas de projeção do futuro


Pergunta milagre
É uma técnica de projeção do futuro, muito útil para a formulação de
objetivos terapêuticos. Define algo a alcançar que ainda não aconteceu.
Não esquecer de incluir na questão: Não perguntar o que deseja que
aconteça, mas sim “que coisas vão notar diferentes?”
Possíveis dificuldades da pergunta milagre envolvem 1) “milagres não
existem”, “não acredito que isto possa acontecer”; 2) quando colocam como
objetivos algo utópico.
Não aplicar se as pessoas estiverem doentes

Bola de cristal/máquina do tempo

Terapia narrativa
Discurso e forma como narramos a nossa vida, problemas,
acontecimentos… Os problemas estão mais no significado que as pessoas lhes
dão, que não permite a adaptação do indivíduo. A origem está na construção da
narrativa que a pessoa faz e que deixa de ser viável.
As narrativas saturadas pelo problema tendem a ser rígidas, pouco
flexíveis. Impedem muitas vezes que as pessoas tenham abertura para ter em
conta outra visão. Tendem a ter dificuldade em sair dessa narrativa de
dificuldade e de problema. O objetivo é desconstruir as narrativas-problema e
narrativas dominantes, para criar novas alternativas identitárias (encontrar
brechas e construir novas histórias).
À medida que as pessoas vão contando a história/problema, o terapeuta
faz uma escuta desconstrutiva, estando atento a falhas e lacunas na história
dominada pelo problema (exceções), para introduzir uma nova leitura e uma
série de questões que permita externalizar o problema e leituras alternativas
(histórias múltiplas).

Externalização: a pessoa c a dificuldade não é o problema. Faz se a partir


da linguagem externalizadora sempre no processo terapêutico e vai evoluindo à
medida que o processo avança (p.e. em vez de “quantas vezes fizeste xixi esta
semana?”, perguntar “quantas vezes o xixi apareceu na tua cama?”). Retira a
culpa da pessoa (“o que tu fizeste para o xixi aparecer menos esta semana?” –
responsabilização).

Etapas da externalização:
1) Identificação do problema.
2) Mapear a influência do problema: Colocar uma série de questões que nos
ajudem a perceber a influência do medo na vida das pessoas. O problema
pode ter efeito positivo ou negativo.

19/05.

25/05. Técnicas ativas


Escultura familiar
É a expressão plástica da estrutura vincular de um sistema, mediante a
instrumentalização dos corpos dos elementos desse sistema. Vai implicar a
disposição das pessoas em várias posições e posturas que representem os
membros das famílias e as relações e interações entre eles.
É uma técnica não verbal, que permite representar a relação entre as
pessoas num determinado momento. Pode ser usada em qualquer fase do
processo terapêutico.

Esta técnica tem muito a ver com a origem do psicodrama, também


começou a ser aplicada à terapia familiar, sendo posteriormente extensamente
desenvolvida e estendida.

Quais os elementos da escultura?


É necessário escultor, monitor (terapeuta), atores (membros da família,
quem vai ser esculpido) e audiência (p.e. pessoas que estão na sessão, mas não
entram na escultura), embora esta última possa não existir.

Características:
 Os corpos são moldados e modelados pelo escultor, não pelo terapeuta.
 A escultura representa a expressão subjetiva do escultor, e os outros
membros podem discordar com a representação, porque também vão ter
oportunidade de esculpir.
 Proposta de escultura estática ou dinâmica (representando movimento).
 O escultor deverá fazer parte da escultura (embora não sempre) (p.e.
pedir à pessoa que construa uma escultura da família; de seguida pedir à
pessoa que se insira nessa escultura).
 Podem utilizar-se técnicas auxiliares para retirar mais riqueza da
utilização da escultura (p.e. espelho [o terapeuta ocupar o lugar do
escultor], mudança de papeis [trocar de posições na escultura, para sentir
como o outro se sente naquela posição], soliloquio [expressar o que sente
com a escultura ainda montada ou já desmontada]).

Tipos de esculturas
 Real: Mostrar o que está a acontecer neste momento na família.
 Desejada/ideal: Aquilo que seria mais satisfatório para a pessoa, como
gostaria que fossem as relações entre a família.
 Do passado: Representação de relações/interações/momentos no
passado (p.e. como estavam quando se conheceram?)
 Do futuro: Por exemplo, como se imaginam no final do processo
terapêutico?
 Temida: O que não querem e temem que aconteça.

Quais as finalidades da escultura familiar?


A finalidade da avaliação passa por perceber melhor as relações e a
comunicação na família, mas sobretudo para avaliar as mudanças que a família
pretende atingir. No entanto, a grande finalidade é a terapêutica, para que todos
ganhem insight, neste espaço não verbal, sobre a dinâmica da família.

Metodologia
 Explicação inicial sobre o procedimento, regras e objetivo.
 Escolha do escultor (p.e. utilizar o terapeuta para representar alguém que
está ausente, como um pai emigrado).
 Construção da escultura.
 Discussão (falar sobre o que representou para ele, e perspetivas dos
outros membros).

26/05. Tarefas terapêuticas


São as chamadas prescrições. A forma como podem ser usadas não
dependem necessariamente do problema ou da natureza da tarefa, mas da
forma como encaramos as tarefas em termos terapêuticos. Podemos usá-las
numa perspetiva comportamentalista, mais centrada na pessoa, dinâmica, entre
outras. A sua utilização em termos sistémicos vai depender do posicionamento
do terapeuta e da forma como vê as tarefas. Surge originalmente associada ao
Modelo de Minuchin, à terapia de primeira ordem. Nas terapias de segunda
ordem, surgem essencialmente para consolidar as mudanças, não tanto para
reestruturar.
Quais as etapas?
 Planear e eleger a tarefa: Perceber se faz sentido e se é a altura
apropriada. Se se dá uma tarefa, por exemplo, aos pais, deve-se também
dar tarefas aos filhos, por questões de neutralidade.
 Propor a tarefa aos clientes: Ser claro e explícito no pedido, assegurando-
se que os indivíduos perceberam.
 Seguir a tarefa: “Tiveram oportunidade de fazer aquilo que vos sugeri?”
Caso a pessoa tiver feito, abordar e aprofundar.

Ótica de 2ª ordem. Podemos ter dois tipos de tarefas: 1) dirigidas a


promover interações positivas; 2) dirigidas a modificar (perturbar, interromper
ou reverter) interações negativas.
Existem diversos tipos de tarefas, algumas são mais comportamentais,
outras vezes são mais cognitivas. Não há tarefas específicas, alguns exemplos
englobam:

Carta de despedida
Pode passar por pedir que escreva uma carta de despedida ao problema,
na qual, depois de agradecer os serviços prestados, detalhe as razões pelas quais
quer prescindir dele. Pode ser importante para situações em que as pessoas
estão em fase de ambivalência.

Carta do futuro
Pode ser utilizada no início, a meio ou no final do processo.

Tarefa de fórmula da primeira sessão


É utilizada no início do processo terapêutico, quando não tivermos
conseguido, durante as entrevistas, gerar informação útil sobre exceções

A surpresa em família
Pedir aos membros da família que preparem alguma surpresa para os
outros. A surpresa tem de ser algo que saibam que gostam muito. Acaba por ser
uma forma de promover atividades agradáveis e interações positivas.
Dias pares/dias ímpares
É uma técnica utilizada no início do processo terapêutico, em que se
propõe aos pais que assumam a educação dos filhos de forma alternada.
Segundas, quartas e sextas, ambos os pais atuam segundo os critérios da mãe;
terças, quintas e sábados prevalece o critério do pai. Aos domingos fazem como
quiserem.

Nota: Livro de “200 tarefas em terapia breve.”

Quais as formas de usar mal estas tarefas?


1. Dar demasiadas tarefas, focando o processo terapêutico nisso.
2. Não adaptar a cada cliente.
3. Confundir as pessoas com tarefas muito gerais ou muito complicadas.
4. “Queimar cartuchos”, ou seja, usar num momento inapropriado.
5. “Manter e não alterar”, relacionada com a obsessão com uma
determinada linha terapêutica.
6. Não planear de forma adequada.
7. Desperdiçar a rede e recursos, como excluir algum dos membros da
família.
8. “Deitar lenha para a fogueira”, ou seja, utilizar tarefas perigosas ou
contraproducentes para aquele momento ou para aquela pessoa em
específico.
9. Repreender os clientes (por não fazer, por exemplo).
10. Ignorar a tarefa, não explorando significados nem verificando a sua
execução.

Metáforas terapêuticas
Tarefas metafóricas: Cuidarem juntos de uma planta sem a deixarem
morrer, e cada um tem uma tarefa com a planta. Metáfora de usar a planta como
ligação de cuidarem juntos.
Objetos metafóricos: Muito ligados à externalização, usar um objeto
vulgar para simbolizar o problema. Pode ser manipulado de qualquer forma
(afastá-lo, destruí-lo, conversar com ele).
Metáforas artísticas: Desenhos, esculturas, produções artísticas.
Cadeira vazia
Pedimos à pessoa que expresse os seus sentimentos a outra pessoa, de
forma imaginada, o que permite a expressão de sentimentos e/ou a troca de
papel. Por exemplo, diz algo e depois senta-se na cadeira vazia e responde como
se fosse a outra pessoa. Também se pode falar com o eu do passado ou o eu do
futuro.

Comentários
A nossa leitura relativamente à família. Habitualmente, a última parte da
sessão é muito focada nos comentários dos terapeutas sobre o que se passou na
sessão. Podem ter vários objetivos, não tendo de representar a verdade:

 Normalizar: Ajudar as pessoas a perceber que os problemas podem ser


solucionáveis, razoáveis e compreensíveis, fazendo parte das vicissitudes
da vida. Há coisas, no entanto, que não se devem normalizar, como a
violência.
 Reenquadramento: Reenquadrar acontecimento negativo para dar leitura
alternativa ao problema.
 Conotação positiva: Tipo de enquadramento no qual o comportamento
(negativo) de cada membro da família é classificado como motivado para
uma boa intenção (“a forma como a tua mãe mexe nas tuas coisas é no
fundo uma preocupação que ela tem”).

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