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Psicólogo: Um plano de atuação nas instituições

No microssistema que se forma dentro da clínica, são feitos diagnósticos


e planos para guiar a terapia a ser projetada pelo psicólogo, porém, estes
mesmos se tornam pouco eficientes quando precisam ser aplicados em espaços
maiores. Para discorrer o que o psicólogo pode fazer nesse estado, vejamos sua
atuação em um meio institucional, mas a final, o que é uma instituição?
Segundo Baremblitt (1992), há com a humanidade um movimento, o
Institucionalismo, nele há a busca pelo agrupamento de indivíduos para instalar
uma autogestão e autoanálise. Nele, desconsiderando as suas variações
teóricas, considera-se a sociedade como uma rede de instituições, que são
lógicas, composições que, segundo forma e grau de formalização, podem ser
leis, normas e, quando não enunciadas de maneira manifesta, podem ser hábitos
ou regularidades de comportamentos, todos para regular a atividade humana.
Como exemplos de instituições nesse princípio, há: a linguagem; a
organização de parentescos; da educação; da religião; de justiça etc. Mas para
vigorar, e cumprir sua função de reguladora, as instituições têm de "materializar-
se", gerando assim organizações, que além das instituições, se compõem
através de estabelecimentos e equipamentos. Tudo isso, naturalmente, só
adquire dinamismo através das práticas dos agentes, nada disso se mobiliza ou
opera senão através dos agentes, as pessoas que lá estão.
Esclarecida a importância dos indivíduos nas instituições, é sobre eles
que o psicólogo pensará seu plano de atuação. Um dos modelos mais
conhecidos e eficazes nesse âmbito se chama ciclo de políticas públicas, neste,
dependendo do autor, pequenas diferenças são vistas em sua formulação, logo,
o importante é ater-se às linhas gerais do planejamento, adaptando-o a suas
necessidades, seus recursos e suas dificuldades presentes.
No entanto, deve-se ter em mente antes da construção do plano quais são
os atores envolvidos no futuro projeto, com quem você irá trabalhar direta ou
indiretamente, setores públicos, privados ou população envolvida, como
políticos, trabalhadores, empresas, comunidades, coletivos organizados, entre
outros. É preciso entender qual poder compete a cada um dos atores e o que
podem efetivamente fazer, isto é, seus papéis, além de pensar no momento atual
do cenário em que se atuará, aspectos sociais e econômicos, quais problemas,
limitações e oportunidades, sempre conhecendo a organização em que irá atuar,
sua história, os valores e a missão, a fim de alinhar suas ideias e ações.
Psicólogo: Um plano de atuação nas instituições

Adentrando nas etapas do modelo, começamos com a Identificação de


problemas, onde os principais problemas são elencados por ordem de
prioridade. Elabora-se um projeto para cada, e com esse olhar técnico-
administrativo se estabelecerá certa organização. Além disso, uma análise
Institucional servirá para diferenciar a encomenda, aquilo que é solicitado ao
profissional, da demanda, a problemática proveniente da encomenda solicitada.
A etapa seguinte é a Formulação da agenda, que parte da hierarquização
de problemas de acordo com suas prioridades feita anteriormente. Tendo em
mente que nem tudo que está na agenda será solucionado imediatamente, mas
que o planejamento é flexível e que a viabilização de projetos depende de alguns
fatores, como: custo-benefício de cada intervenção; estudo do cenário local e
necessidades; recursos disponíveis; e a urgência de cada questão.
Após isso, vem a Formulação de alternativas, onde se define o objetivo
de cada projeto, quais as alternativas utilizadas para intervir na situação, a fim
de minimizá-la ou eliminá-la, ou seja, um detalhamento do plano de ações e
métodos. Organizam-se as ideias, colocam-se os recursos, com a possibilidade
de consultar a opinião de especialistas. É o coração do projeto, que diz o que e
como fazer, para atingir quais objetivos, contando com a participação de todos
os envolvidos para que haja sentido para o coletivo e um olhar de dentro.
Etapas conceituais terminadas, vem a Tomada de decisão são definidos
os recursos e o prazo de cada ação, decidir por onde começar, considerando a
urgência, viabilidade (recursos disponíveis), e o que mais impacto no cenário.
Também são elaborados os cronogramas, que ajudam na organização de
tarefas. Há enfim a etapa de Implementação, o trabalho propriamente dito,
seguindo o fio condutor que o plano deve ser e as diretrizes antes estabelecidas.
A etapa de Avaliação é um elemento crucial no trabalho dentro de
instituições. Deve recair sobre cada etapa do processo, entendendo os erros e
os acertos, é uma fonte de aprendizado para a produção de melhores resultados,
possibilitando a correção falhas. Nela precisa-se eleger quais fatores serão
utilizados para medir o sucesso da atuação, as vezes em que eles estão
presentes, em que se precisa construí-los, esses instrumentos são chamados de
indicadores de desempenho. E assim há a Extinção, para se dedicar aos outros
problemas. Mas isso não significa que um projeto precise acabar, se ele pode
ser reeditado com ajustes que você e seu público considerem necessários.
Psicólogo: Um plano de atuação nas instituições

REFERENCIAS BIBLIOGRÁFICAS:

BAREMBLITT, G. Compendio de análise institucional e outras correntes. 3. Ed.


Rio de Janeiro: Rosa dos Tempos, 1996.

CAMPOS, M. de F.; LEÃO, J. A.; BARRETO NETO, J. F. (Orgs.). Ciclo de


políticas públicas. Curitiba: CRV, 2017.

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