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A administração trata, desde seus primórdios, de organizar o trabalho de forma racional. A partir do
final do século XIX, começa a adquirir o status de ciência, com as tentativas de aplicação de
métodos científicos ao estudo e aprimoramento do trabalho, assim como ao desempenho do
trabalhador. Desde então, há sucessivas definições para esta atividade. Maximiano (1997), por
exemplo, sugere que "a administração é o processo de tomar e colocar em prática decisões sobre
objetivos e utilização de recursos". Sob esta ótica, várias pessoas estão envolvidas na
administração de uma organização do terceiro setor, mesmo que, à primeira vista, não se
percebam como tal.
A administração se caracteriza como uma atividade meio; não é um fim em si mesma. Administrar
diz respeito ao desempenho da organização como um todo, em um determinado contexto.
Desempenho, por sua vez, está relacionado aos conceitos de eficácia, eficiência e efetividade.
Eficácia é a capacidade de realizar objetivos, eficiência é utilizar produtivamente os recursos,
efetividade é realizar a coisa certa para transformar a situação existente.
No entanto, as organizações não são iguais; possuem objetivos e contam com recursos diferentes
entre si, atuam em campos distintos. Isto faz com que a administração de cada uma se caracterize
por ênfases distintas. Numa tipologia bastante sintética, mas que serve ao propósito deste texto,
podemos agrupar as organizações em: governamentais, privadas com fins de lucro e privadas sem
fins lucrativos. Permeando estes grupos, encontra-se o plano cultural onde atuam – temos, assim,
um quadro inicial de referência.
As organizações sem fins lucrativos atuam no âmbito da sociedade civil, onde o aspecto político
tem papel de destaque. São pautadas por interesses que podem variar desde um conjunto de
membros (um sindicato, por exemplo) até propostas mais amplas de transformação social (o caso
das ongs), passando pelas propostas de assistência aos carentes (entidades beneficentes). Sua
atuação diz respeito a atingir fins públicos, a partir da utilização de recursos privados e públicos. O
ambiente cultural irá condicionar seus objetivos e as estratégias para realizá-los.
Não existem fórmulas pré-estabelecidas para a administração das organizações. Cada uma
encontra, a partir das indicações gerais, as maneiras mais adequadas ao seu desempenho. No
entanto, já existe um corpo teórico bastante extenso em administração e muito esforço pode ser
economizado se os membros das organizações do terceiro setor – em particular seus dirigentes –
se dedicarem a estabelecer procedimentos a partir da teoria existente. Isto requer um esforço
particular, no caso das organizações do terceiro setor, tendo em vista os desafios que enfrentam
para manter-se atuantes. Mas é tarefa possível, mesmo com poucos recursos.