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PTS

PROF. CAROL SANTA MARIA


PROJETO
TERAPÊUTICO
SINGULAR (PTS)
(2012)
PROJETO TERAPÊUTICO SINGULAR

 Projeto:

 Trata-se de uma construção inacabada, aberta a provisoriedade e reconfigurações


 Ferramenta assistencial que ao ser construída deve ter como meta final ir além da formulação
da ação, visando á transformação da realidade em questão.
 Delineamento dos objetivos, dos percursos a serem trilhados com vistas à resolubilidade das
situações problema identificadas.
PROJETO TERAPÊUTICO SINGULAR

 Terapêutico:
 Proposta de intervenção deve ser compreendida para além das patologias ou distúrbios da
saúde.
 As ações a serem desenvolvidas terão como referência inicial um foco ou problema que a
equipe deve responder, cabendo lembrar aqui que essas ações devem, necessariamente,
contemplar estratégias contextualizadas aos recursos do usuário ou grupos, da equipe e às
realidades de atuação.
 Considera-se que os problemas dos indivíduos, grupos ou comunidades são processos que
envolvem diversos setores e condicionantes.
PROJETO TERAPÊUTICO SINGULAR

 Singular:
 Expressa o foco da ação em torno da qual uma equipe é mobilizada em seu conjunto para
pensar e encontrar possíveis respostas, devendo saber ou reconhecer que esse foco pode estar
relacionado a uma diversidade de outros focos ou problemas.
 Utiliza-se o termo singular por ser único em seu significado ou situação, podendo ser um
problema de um único individuo ou de um grupo especifico. Outro entendimento é que o
foco deve ser singular para os profissionais envolvidos no planejamento terapêutico. Cada
profissional contribui com os saberes próprios de sua formação, na troca de experiências, no
compartilhamento de ideias e no aprendizado com o olhar do outro, e proporciona, desta
forma, que esses saberes técnicos reciprocamente complementados possam contribuir para
uma assistência resolutiva.
PROJETO TERAPÊUTICO SINGULAR

 Superação do pensar profissional individualizado e prescritivo, cuja referência é o saber


cientifico em detrimento do reconhecimento do saber do usuário.
 Evitar que o profissional se torne um executante de demanda, no sentido de responder,
especificamente, a um sistema institucional de valoração produtivista que exige quantidade
em detrimento da qualidade.
 Revisão sistemática do alcance e eficácia de suas ações em curto, médio e largo prazo, a luz
dos contextos de atuação.
 Pensar as propostas de ações em rede para superar um modelo tradicional que sustenta, na
prática cotidiana, a fragmentação dos diálogos, das ações e principalmente da escuta de
usuário ou grupos.
PROJETO TERAPÊUTICO
SINGULAR

 Reconhecer todos os sistemas que


fazem parte de um PTS, por meio
dos atores envolvidos na situação
singular, permite visualizar como
uma situação ou problema, que
mobiliza uma equipe, pode ser
articuladora de outros focos e de
possibilidades.
PROJETO TERAPÊUTICO SINGULAR – COMO OPERACIONALIZAR

 1) Diagnóstico: que deverá conter uma avaliação orgânica, psicológica e social, que possibilite uma
conclusão a respeito dos riscos e da vulnerabilidade do usuário. Deve tentar captar como o sujeito
singular se produz diante de forças como as doenças, os desejos e os interesses, assim como também
o trabalho, a cultura, a família e a rede social. Ou seja, tentar entender o que o sujeito faz de tudo que
fizeram dele.

 2) Definição de metas: uma vez que a equipe fez os diagnósticos, ela faz propostas de curto, médio e
longo prazo, que serão negociadas com o paciente pelo membro da equipe que tiver um vínculo
melhor.

 3) Divisão de responsabilidades: é importante definir as tarefas de cada um com clareza.

 4) Reavaliação: momento em que se discutirá a evolução e se farão as devidas correções de rumo.


PROJETO TERAPÊUTICO SINGULAR – COMO OPERACIONALIZAR

 Descobrir o sentido da doença para o usuário


 Conhecer as singularidades do indivíduo, entendendo sua dinâmica e suas
características.
 Avaliar se há negação da doença, qual a capacidade de autonomia e quais os
possíveis ganhos secundários com a doença.
 Perceber a chamada contratransferência verificando as intenções, as linhas de
força que interferem na relação profissional-usuário para produzir algum
caminho comum.
 Conhecer quais os projetos, desejos e as atividades de lazer (do presente e do
passado) do usuário.
PROJETO TERAPÊUTICO SINGULAR – COMO OPERACIONALIZAR

 A partir de todo este processo, chega-se a uma proposta, que deve começar a
ser negociada com o usuário. Se o objetivo é que o projeto seja incorporado
pelo usuário, essa negociação deve ser flexível, sensível às mudanças de
curso e atenta aos detalhes.

 É importante que haja um membro da equipe que se responsabilize por um


contato mais direto e acompanhe o processo (coordenação do PTS).
Geralmente esta pessoa deve ser aquela com quem o usuário tem um vínculo
mais positivo.
PROJETO TERAPÊUTICO SINGULAR – COMO OPERACIONALIZAR

 Condições necessárias:

 Consideração positiva ao usuário, rompendo preconceitos e tabus

 Elaborar diagnósticos e não rótulos

 Sair do “casulo” do serviço inicial, conhecendo os demais pontos da rede

 Criação de roteiros flexíveis e não protocolos rígidos

 Fortalecimento de parceria com as famílias dos usuários


PROJETO TERAPÊUTICO SINGULAR – COMO OPERACIONALIZAR

 Condições necessárias:

 Reuniões de equipe para discussões e reflexões sobre o caso

 Clareza nos papeis que serão atribuídos a cada profissional

 Embasamento teórico e conhecimentos atualizados em saúde mental

 Prontuários compartilhados, com registros atualizados e compreensíveis a todos da


equipe

 Abertura de espaços para discussões com usuários e familiares


PROJETO TERAPÊUTICO SINGULAR – COMO OPERACIONALIZAR

 Os PTS gerados coletivamente contam com uma série de


alternativas e dispositivos para pensar nas possíveis produções de
vida, de saúde, de novos caminhos para os obstáculos apresentados
pelas patologias.

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